Passeio Monsanto (Idanha-a-Nova/Portugal) e Plasencia (Espanha/Extremadura) – 2012/04/07

Fazendo um pequeno interregno nos passeios com destino a locais classificados como património mundial da UNESCO, decidi, em função dos inúmeros relatos de amigos, visitar a “Aldeia mais portuguesa de Portugal” e, aproveitando a deslocação a essas zonas fronteiriças, visitar igualmente a cidade de Plasencia (que em anteriores passeios pela Extremadura/Espanha não tinha tido oportunidade de conhecer).

O caminho desde Santarém até Monsanto (Idanha-a-Nova) foi sempre realizado por estradas nacionais, aproveitando para desfrutar das magníficas paisagens (com grande variedade e disparidade entre elas, designadamente desde paisagens ribeirinhas a montanhosas), e, em função da atual conjuntura económico-financeira, poupar em portagens e combustível.

Nesse trajeto, o estado de conservação das estradas nacionais apresenta-se regular, permitindo uma circulação sem grandes sobressaltos ou cuidados de maior, sendo que, nalguns troços - como por exemplo entre Vila Velha de Rodão e Castelo Branco -, existem algumas curvas que proporcionam uma diversão acrescida e a libertação de doses suplementares de adrenalina, que nos fazem, inclusivamente, abrir o sorriso sem razão aparente (pelo menos para os condutores de “enlatados” que nunca tiveram o privilégio de conduzir um motociclo).

Chegado a Monsanto após algumas “benditas” horas de viagem e com o tempo a apresentar alguns chuviscos, logo me decidi por calcorrear as ruas graníticas dessa fantástica aldeia, que se apresentam razoavelmente cuidadas e permitem, inclusivamente, perceber e “respirar” as vivências dos nossos antepassados.

Ao nível das construções particulares, existem alguns exemplos de recuperações/reconversões de qualidade, com obediência e utilização de materiais e técnicas dessa época, conjugadas com algumas das mais recentes comodidades, facto que me deixou bastante contente dado que é indiciador de movimento e vivacidade.

O passeio pedestre por essa aldeia é constantemente brindado por fabulosas e imensas vistas panorâmicas, que, por vezes e em função da altitude em que nos encontramos – cerca de 700 metros
acima do nível do mar -, nos fazem crer que nos encontramos numa aeronave.

Realizada a visita a essa aldeia, seguir-se-ia, naturalmente, a visita ao Castelo de Monsanto, com subida – algo ingreme - para esse local e posterior vislumbre do mesmo. No entanto, devo confessar que a meio da subida voltei a olhar para o topo e de seguida para o relógio, tendo optado – por pura e assumida comodidade -, por descer e ir almoçar, dado que (deturpando por completo o ditado popular a meu favor…..lol) “quem não presta para comer não presta para passear”.

Após o almoço, segui em direção à fronteira (perto das termas de Monfortinho) com destino a Plasencia.

O trajeto Monsanto – Plasencia foi realizado por estradas nacionais e alguns troços de autoestrada (grátis claro!), tendo sido acompanhado por paisagens essencialmente agrícolas (campos de cereais e pasto de algumas das mais afamadas ganadarias de Espanha), que permitiram, em conjunto com o rádio/mp3 do meu cardo scala rider, ultrapassar a monotonia dessas vias.

Chegado a Plasencia, dirigi-me para a zona mais antiga (centro ou casco histórico), no sentido de visitar alguns dos seus monumentos mais emblemáticos.

Aqui chegado, foi possível constatar a beleza dos monumentos de cariz religioso, designadamente da catedral, os quais se encontram em bom estado de conservação.

Quanto à plaza mayor de Plasencia, devo confessar que, tirando um ou dois edifícios de grande qualidade e beleza arquitetónica, fiquei um pouco desiludido com a mesma, dado que existem alguns edifícios que lhe desvirtuam a harmonia e qualidade geral.

Como ponto positivo – para além da qualidade dos edifícios históricos de natureza religiosa e outros propriedade do “Estado” -, gostei bastante da dinâmica da cidade, com muitos pontos de interesse de natureza cultural e outros (por exemplo gastronómicos), que lhe conferem uma atratividade suplementar.

Como curiosidade, realizava-se nesse local o campeonato espanhol de desporto de orientação, pelo que as ruas se encontravam cheias de pessoas e atletas em competição, o que tornou a visita ainda mais interessante.

Realizada a visita – rápida em função do adiantado da hora -, optei por realizar a viagem de regresso por Espanha, dado que teria de optar por autoestradas, e, como se sabe, essa opção em território nacional comporta custos bastantes elevados e difíceis de digerir (i.e. portagens a preços ofensivos e combustível a valores exorbitantes).

Assim, rumei (por autoestrada) em direção a Badajoz no sentido de entrar em Portugal por Elvas, fazendo grande parte do meu trajeto por terras de nuestros hermanos e atestado o depósito antes de entrar em Portugal.

Já em território nacional, elegi de novo as estradas nacionais, tendo optado por jantar em Montemor-o-Novo e de seguida rumar a Santarém, onde cheguei por volta das 22 horas, após quase 800 quilómetros e doze horas de passeio.

Por incrível que pareça – não obstante a duração e quilometragem do passeio -, cheguei a casa completamente renovado, facto que me leva a aconselhar este “tratamento” a todos os meus amigos e conhecidos em função dos resultados obtidos.

Por último, devo salientar que a minha fiel companheira de viagem (aprilia scarabeo 500 gt) esteve, como sempre, em grande destaque, permitindo a realização de uma viagem bastante pacífica, sem qualquer sobressalto e com um consumo misto notável (cerca de 4,25l/100).

Segue link para as fotos:
https://picasaweb.google.com/117034576685195635251/PasseioMonsantoIdanhaANovaPortugalEPlasenciaEspanhaExtremadura?authuser=0&authkey=Gv1sRgCNqQ39OC46q_7wE&feat=directlink

Um abraço a todos