Marrocos 2014, finalmente......

MARROCOS!!

Uma viagem muito desejada, ha muito adiada por mil e uma razões (desistência de amigos, medos, relatos maldosos “de quem por lá já passou”, etc.
No entanto, desta vez estava mesmo decidido em ir,  só ou com companhia, era o momento ideal.
E assim aconteceu! fui colhendo informação por aqui e por ali, planeando ao detalhe todos os pormenores e pronto lá vamos nós.
Pouco tempo antes de partir apareceu um amigo que tinha curiosidade por conhecer Marrocos e queria desafiar-se a fazer uma viagem desta dimensão
.
Ora Tudo combinado ,velocidade, trajeto eeeeee vamos embora.
Uma das medidas de prevenção que preparei com antecedência foi o kit de primeiros socorros, onde se incluído toda a medicação essencial; para além disto levei também toalhetes e papel higiénico, kit reparação de pneu e brindes para oferecer as crianças.
Carregada a mota com a minha mala (10,5kg), a da Gina (11,10kg) e o top case (18,50kg), estávamos prontos para arrancar.

1º dia - saída de setúbal às 4hem ponto, a minha rainha contava 53994kms; deposito cheio, pressão dos pneus ok (verificada  na véspera para não se perder tempo). A pressa era tanta que  me esqueci de tirar a foto da praxe XD.

1* paragem: Beja, 5:30 h - abastecer (não que fosse necessário) porque podia ser difícil encontrar bombas abertas de madrugada antes de Sevilha.
145kms percorridos, abasteço 10,78litros num total de 17.18€ (preço/L 1,593€).



2* paragem: 30kms de Sevilha, 7:35h - tomar o pequeno almoço, um bocadilho de presunto e um chocolate quente (6,70€ por pessoa).
voltamos a alimentar as nossa meninas, 185kms percorridos , abasteço com 12,26 litros. E Siga a viagem!
As 11:25h estávamos em tarifa, a porta da FRS para levantar os nossos bilhetes (46,00€ pessoa + 48,00€ Mota).
Como não sabíamos o que íamos encontrar do outro lado do mediterrâneo voltamos a atestar as motas , 248kms percorridos, atesto com 17,96L = 25.66€ (preço/L 1.429€).
Enquanto esperávamos fomos mastigar mais qualquer coisa num café no porto e preenchemos a documentação para entregar no ferry.








Apanhamos o barco pelas 13h sem complicações; as motas foram presas com cintas, eu levei uma toalha para proteger, (não é necessário eles têm) e ninguém pode ficar no porão.



Seguimos para uma fila interminável, que era onde se entregava um documento fornecido juntamente com os bilhetes do ferry..



A viagem demorou 40minutos,fomos buscar as motas e seguimos para a alfândega. Tudo muito rápido, tinha combinado com o Carlos irmos juntos, até porque eu só falo Português; no entanto, quando  lá cheguei apenas estava a mota, nem sombra do Carlos.

Vieram logo em minha direção uns indivíduos com uma fita, perto estava um policia, pediram passaporte e documento da mota e eu dei. Um deles preencheu a papelada e quando terminou pediu uma propina; com calma eu disse que apenas tinha uns trocos e dei 3€.
Recebeu o dinheiro, entregou o documento ao policia que ali estava e eu fiquei sem saber o que fazer, não o larguei até saber como ia ser.
Carlos sem aparecer, o indivíduo chamou outro que me levou ao piso de cima onde mostrei os passaportes e dei entrada; lá estava outro a pedir propina, eu disse que já tinha dado ao colega mas ele insistiu e disse não ser o outro e que também queria uns trocos. Decidi voltar à mesma estratégia: "não tenho dinheiro, queres ver ?!" puxei o bolso para fora e dei o ultimo euro que tinha, tudo resolvido. Carlos apareceu praticamente nesse momento.
O policia veio distribuir o documento para a mota poder circular em Marrocos, e em menos de vinte minutos estávamos de novo a circular.  Só deu tempo de questionar o Carlos porque não tinha esperado por mim, mas já lá vamos.

Ainda era cedo e não tínhamos nada marcado decidimos ir para Chefchouen.
Assim que saímos da alfândega em Tanger, ficámos em choque: um cheiro horrível, oriundo das queimadas nas lixeiras, o transito um caos ,principalmente nas duas primeiras rotundas, toda a gente a buzinar, árvores tapadas de sacos plásticos que fogem das lixeiras... Um cenário horrível. "Vamos mas é embora daqui!!!"
Chegámos a Chefchouen, fomos procurar um hotel com parque para as motas o mais junto da Medina que fosse possível.



Em Ras El-Ma, fomos ao  primeiro hotel pediu 500dha por um quarto duplo,  e 380dha por um Single; decidimos ir em busca de outras opções.
Fomos visitar outro hotel, mesmo ao lado com muito bom aspeto; entrámos e pediram nos 600dha por um quarto de casal e 400dha por um singles. Iniciei as negociações "estás doido, aqui ao lado são 400dha 250dha" e ofereci 300dha 300dha; nem cheguei a virar costas , o tipo aceitou logo.





Troca de roupa rapidamente e vamos conhecer chefchouen. Uma cidade bonita, limpa embora não se veja baldes do lixo na rua . A mítica cidade azul e porque não dos gatos, aqui há gatos por toda a parte!!!





Percorremos as bonitas ruas , compramos aguas 5dha, sempre perguntando primeiro o preço e regateando claro. passo por uma pastelaria de fabrico próprio e vejo uns palmiers com muito bom aspeto, preço 1dha, peço 3 ( um para cada um, não fiquem a pensar que foi tudo para mim),  paguei e disse a senhora "quando vier para cima passo por cà e quero 2 bolos por 1dha", já  estava a entrar no sistema mas depois pensei "porra, como è possível eu estar discutir 10 cêntimos, que miséria" e até fiquei envergonhado comigo próprio .


















 
Fomos levantar dinheiro , 2000dha era o máximo que o banco deixava (182€ no BPI com varias taxas ficava em 190,48€).

Levei um telemóvel desbloqueado para comprar um cartão de chamadas para Portugal, que não se pode fazer pela Vodafone (3,74€/ minuto).  Encontrei uma Lourinhã, Medifil penso ser este nome, entrei e disse à senhora queria um cartão para chamadas para Portugal, e que só lhe pagava se a coisa funcionasse.
O telemóvel que levei avariou, mas há sempre uma solução! compro outro a 270dha ,o mais barato da loja,  mais 20dha para o cartão e 50dha para um carregamento que daria para 15 dias ou 60minutos de chamadas para Portugal, perfeito.
Tudo feito, Gina liga para a mãe. ok paguei os 340dha como acordado, sem faturas sem nada e deu apenas para 30segundos de conversação ,ainda estava à porta da loja, e o telemóvel desliga-se. A senhora já estava de saída, mas "alto isto já não funciona" , ela testa, liga para a operadora que lhe dá a informação de que tinha acabado o acordo com Portugal e Holanda. Nesse momento houve um pouco de tenção, eu disse “não dá, não serve, a primeira coisa que eu disse foi que só pagava se funcionasse “, ela dizia que não me percebia e eu ia explicando; estava do lado de fora um indivíduo  que deu a ordem de devolução, e tudo resolvido.
Vamos Jantar, vimos os preços para não sermos enganados, 3 tajines a 35dha cada,2 água  no valor 10dha cada. Foi colocado uma salada e prato melão sem pedirmos na mesa e quando veio a conta tivemos uma surpresa de 180dha, pelas nossas contas iria dar 125dha. perguntei "porquê a diferença??" Ao que me responderam com "Melão e salada". Pagámos e logo de seguida o empregado pede uma propina a qual eu lhe explico que a diferença da conta foi a propina.

Durante o jantar falámos sobre a passagem na alfândega, do desaparecimento do Carlos. Foi então que ele, todo lixado, contou-nos que tinha sido enganado; disse ao indivíduo   que lhe preencheu os papeis não ter dinheiro e este levou-o a uma caixa multibanco e saco-lhe 300dha, dizendo que senão ele passaria horas ali. mentira.
Regressámos ao hotel, era horas descansar, tínhamos percorrido  706 kms  neste 1º dia.

Ainda agora começaste e já estou a !

para continuares...

Épá tu estás com a pica toda
Estou a gostar,venha mais,pois quero ver os truques todos,porque já vi que para andar lá é preciso ter os bem abertos

2ºdia, levantar cedo, Carlos era o nosso “despertador” sempre antes da hora ele batia à porta.
Hora do banho e pequeno almoço, a classe do hotel não correspondia, o pequeno almoço era fraco e agua quente rosava o frio.
Saímos de Chefchouen às 8,30h direção Meknes, Fez, sem antes alimentar as nossas meninas, tinham percorrido 128kms, 7,65litros = 104,30 Dha aqui o preço litro era 132,20 Dha litro,  não era necessário abastecer mas com medo da qualidade do combustível, abastecemos, desnecessário, durante toda a viagem nunca tivemos problemas com a qualidade do combustível nem dificuldade em encontrar postos de combustível, lá vamos nós.







Próxima paragem volubilis era 11,15h,já estava um calor insuportável, mas era obrigatório a  visita às ruinas romanas. Fácil a localização, aliás tudo está bem identificado, ninguém se perde em Marrocos, outro medo ultrapassado.







Basílica











Arco do triunfo



Capitólio





Ruinas, 10dha a entrada, eu tinha trocado tudo bem o Carlos foi pagar com 50dha mandaram no entrar sem pagar, não há trocos.(quem fizer questão de não pagar é apresentar uma nota alta). Entrámos e vem logo os guias, a habitual conversa, irmão português, batatas com bacalhau, Ronaldo….. o preço começa em 400dha para visita acompanhado de 1,30h mas como somos irmão português apenas 250dha, eu fui disse não tínhamos tempo e apenas queríamos tirar umas fotos, o valor vai descendo 200,150 ,100 quanto dás….nada, não quero obrigado. Ficou por ali despegou, a meio vem outro com a mesma conversa e eu disse não quero, não tenho dinheiro e tenho pressa  mas a lapa não largou dizendo não querer nada e fazia isto por gosto e não pelo dha, mesmo assim eu repeti diversas vezes que não queria e não ia dar nada, cansei deixei de repetir o que tinha dito vezes sem fim, vi o principal sempre acompanhado pela lapa a explicar e comecei o regresso a meio do percurso tiro do bolso 1€ e dou o indevido aceitou e com a moeda na ponta dos dedos diz-me 1€ não quero 10€ , eu tirei o euro da sua não e coloquei novamente no meu bolso, virei costas e segui, ele ficou a estrebuchar na sua língua, com certeza a chamar-me nomes bonitos.

Foto da lapa



Ali existe um ponte de venda, e o preço das bebidas é conforme o calor. Das ruinas vê-se a cidade santa de Mollay Idriss apenas a fotografarmos, com a sua forma de dromedário, tínhamos que fazer escolhas o relógio não parava não visitamos.



Visita de medico a Meknês cidade imperial, um passeio pela place el-hedime , muralhas e a bonita Bab Mansour El-Aleuj.







Á entrada de Fez mais uma lapa desta vez de  motoreta a oferecer os préstimos para arranjar hotel, fui negando mas ele nunca largou. Paramos para ver que hotéis tínhamos agendado naquela cidade, ele não nos largava, apenas nos queria levar a um Riad sem custos, para nos livrámos  aceitei, levou-nos a um Riad muito bonito que nós tínhamos como referencia no booking, com um preço menor, não aceitámos, mas nem assim nos largou dizendo ter hotel muito bom encostado a medina. Não havia tempo a perder e eu perguntei logo o que queria!! Era guia, e era assim que ganhava a vida, ok, para não perdermos tempo perguntei logo quanto ele levava para nos mostrar Fez, 150dha ofereci 100dha como manda a tradição ele disse que 100dha era valor para uma mulher e eu aceitei ficar pelos 150dha para não perder tempo e visitar a cidade logo nesse dia.



Foi assim, direção ao hotel pelo meio do caminho estava outro sem motoreta mas com capacete que foi á boleia com o Carlos, chegamos ao hotel, acertamos preço, trocamos de roupa e iniciamos a visita, segundo o guia Fez tem 9400 ruas todas elas com nome.















Ao ver bastantes homens de mão dada questionei o guia se era fruto da religião ao que ele me disse serem gays,  apesar de ser proibido ali a coisa era banal. Fez, visitamos artesões a fazer azulejos, sapatos, a mesquita grande, escola do Corão, cooperativa de tapetes, esta cooperativa conta com 1350 mulheres a produzir tapetes, este edifício é do sec. XIV e foi transformado em cooperativa após a independência em 1946.











Seguiu-se uma visita a uma cooperativa de produtos de Argan, um óleo muito apreciado  que tem uso medicinal, cosmético e culinário.







Fomos de seguida para uma fabrica de lenços feitos com fios extraídos da folha de catos, estas folhas são colhidas verdes e enterradas 3 meses com sal.









Aqui voltamos á negociação, depois de nos ter mostrado os lenços e o tipo tem bom gosto, pôs na Gina um lenço que condizia em pleno como que ele tinha vestido, preço 480dha por coincidência era o lenço mais caro , ofereci 100dha acabou por ficar em 150dha.




Visita á zona dos curtumes, antes da cooperativa um ribeiro cheio de lixo , ainda assim havia pessoas a colher algo. Aqui o cheiro não é agradável, mesmo assim em minha opinião o cheiro de tanger das queimadas do lixo é bem pior.









Fomos jantar num restaurante típico, era 120dha menu mas ficou por 100dha, foi bom, mas no final a conta veio 110dha por pessoa, era o chá que aqui era extra 10dha cada.







Voltamos para o hotel e era tempo de descansar, foi mais um dia bastante intenso.

estou a gostar. venha o resto
mérito

Boa partilha Silvino!

Vou continuar a assistir e a tirar anotações

Marrocos é um país surpreendente e os portugueses ainda o tornam mais imprevisível... Vamos ver o que mais irá acontecer.

Estas crónicas deviam ser proibidas aqui no forum, deixam-nos a fazer contas de cabeça

Mas estou a gostar. Parabéns pela 1ª parte

3º dia
Mais um dia a levantar cedo!!!! não sei de quanto em quanto tempo fazem os chamamentos para a reza, mas todos os dia ás 5h da manhã acordei com o barulho.
O hotel em Fez custou 400dha duplo, 230 Individual com pequeno-almoço incluído, que era bem bom.



Fomos alimentar as nossas meninas, 300kms percorridos , abastece-mos 17,68L=230,00Dha. Pela manhã ainda tivemos tempo para  conhecer o túmulos Merínidas e apreciar a vista da cidade deste ponto alto;









visitamos ainda o Palácio real, com as sua bonitas portas trabalhadas em bronze, e circunda-mos  as  muralhas da cidade. Saímos de Fez as 11:15h.


















Próxima paragem Ifran - dizem que dá sorte fazer uma festa no enorme leão  de pedra, e assim fizemos; aqui tudo é bonito, com jardins bem arranjados e até os táxis não tem nada a ver com a bandalheira vista até ao momento.












A Floresta dos cedros foi nossa seguinte paragem; Fica entre ifran e Zagrou, segue-se sempre pela nacional n8, e quando chegar ao cruzamento virar á direita.









Aqui enganei-me e virei a esquerda, fiz uns kms e comecei a ver a desaparecer a vegetação…invertemos a marcha, e passado meia dúzia de kms do tal cruzamento encontramos junto à estrada a dita floresta de cedros e uns divertidos macaquinhos. Foi um momento muito divertido, quando tirei do top case os amendoins nunca mais nos largaram.












Seguimos para o primeiro hotel ,que estava marcado por um amigo, pelas 14:40h; acabamos por ficar neste, hotel taddart, que fica um pouco antes de midelt. Tudo muito bom mas ficou a impressão que devíamos ter feito mais uns kms…mas assim descansamos.

















Este hotel com pequeno almoço e jantar custou quarto duplo 560dha; no booking este hotel custa 64€ só com pequeno almoço.

Sim senhor, mais uma bela crónica
Obrigado pela partilha
Sai mais
Sem mais
Panzer Tank

Mais um que ficou "agarrado" a Marrocos.

Boa crónica e abrigado pela partilha.

Sai um

Ramos Pinto escreveu:Mais um que ficou "agarrado" a Marrocos.

Boa crónica e abrigado pela partilha.

Sai um

É verdade, adorei Marrocos por vários motivos. Paisagens lindas, um povo acolhedor, recordar Portugal de à 30 ou 40 anos atrás. Foi também um teste para mim, pus-me á prova.....1 ano sem andar de mota, por ter sido operado a duas hérnias discais e um estrangulamento no canal da medula lá fui eu..............até me esqueci

4º Dia  
levantar cedo, tomar o pequeno almoço e dar o pequeno almoço ás nossas montadas(225kms percorridos) com 14L=182,98€.

Passagem pelo Vale do Ziz -  situado entre Midelt ,nas Montanhas do Atlas, e a cidade de Errachidia, é paragem obrigatória para uma sessão fotográfica; assim que se para  aparece sempre alguém a oferecer os seus préstimos ou a vender artesanato. De acordo com um  nativo da zona, o Vale de Ziz tem 120kms² de tamareiras  tornando-se assim o local com mais tamareiras
por m²  do mundo!!











Atravessa-mos  por Er-Rachidia, Erfoud e estávamos ás portas de Rissani, com uma mudança sempre constante de paisagens.















Rissani -  tem a porta de entrada mais bonita que encontrei em Marrocos. Tínhamos o contacto de Brahin, um castiço dono de um oásis, e de Ali o guia que arranjava todos os hotéis que precisássemos com custo inferior ao booking, como foi com o taddart.









Primeiro contactamos Ali, que se mostrou conhecedor e um guia com estatuto; não quisemos fazer um passeio pelas dunas de jipe (custo 200€) e seguimos o conselho dele e alteramos a nossa rota.



Fomos conhecer o lago dos Flamingos, que fica 2000kms á direita depois das bombas de Afraquia. A  XX é uma excelente moto, com um caminho de pedra solta, lá fomos avistando o lago… sem sombras de flamingos…houve um vendedor que nos disse que por esta altura já migraram.









Regressamos e ligamos a Brahin, eram 14:30h; este vinha-nos  buscar para irmos para o oásis. Enquanto esperávamos voltamos a alimentar as nossas meninas, 283kms percorridos, abastecemos com  15,61L=205,12dha.





Chegou Brahin ,um castiço de motoreta,  e apos 2 minutos de conversa decidimos que iriamos de dromedário para o deserto e guardávamos as motas em sua casa. Saímos da bomba e 5 metros mais á frente a motoreta avariou!! Valeu o Carlos que não tinha pendura para o transportar.







Chegamos a sua casa onde ele nos apresentou a família. Tem  5 filhos, aqui é normal as mulheres terem em média 5 a 6 filhos, recebeu-mos com um belíssimo chá e uns amendoins torrados. mostrou a casa , muito modesta, mas como o fez com todo o gosto, ofereci alguns brindes e um saco de caramelos aos filhos e a ele uma garrafa de moscatel.





Parede da casa



Dromedários prontos, toca a subir!! Tivemos de nos agarrar bem porque os gajos levantam primeiro a traseira. Mal sabia o que me esperava… 7kms de dromedário, quase 2horas… já me doía o cu até ao pescoço, chegava-me para trás,  punha os pés no pescoço do animal mas o mau estar era enorme.  







Chegamos ao oásis nem sabíamos andar, que dores!!! fomos conhecer , bebemos chá e umas aguas( disseram-nos para sempre que quiséssemos irmos ao frigorifico). Na palhaçada começamos a desafiar quem subia a grande duna 150m altura, e lá fomos; a Gina ficou logo pelo inicio (fracota), eu e o Carlos fomos ate ao pico… 32minutos de subida e o coração a sair pela boca. Regressamos e aí todos os santos ajudam, sem tirar fotos pois já era noite. O jantar foi frango assado na brasa e tajine; estava optimo muita quantidade e boa qualidade. Após o jantar vem a musica e os cânticos, ou seja  o barulho…















Brahin, que já  tinha bebido a garrafa moscatel sozinho e nunca tinha bebido vinho doce na sua vida, apanhou uma real bezana. Ele cantava, ou imitia sons, a cozinheira que estava connosco não parava de rir e eu disse para o Carlos “este ca**** está a gozar connosco”, qual é o espanto quando o brahin respondeu “Cabron eu não, Cabron é o camelo” hahaha acabou por ser uma grande noite  com grandes rizadas, fabuloso.







Depois foi a nossa vez de tocar para eles, só palhaçada; Pelo meio deixamos brahin estupefacto com a maquina fotográfica do Carlos, quando a colocou em cima de um banco e com o comando ía tirando foto atrás de foto… brahin dizia nunca ter visto tal coisa, só era comum ver comando de tv ou radio.



Estava hora de ir deitar, amanha era dia de voltar a subir ás dunas para ver o por do sol.



foto do Carlos, que apanha uma estrela cadente

5º dia
Levantar cedo e cedo erguer… só faz sofrer!!!
Eram 4 e tal da manhã e vamos a levantar para subir a grande duna, é preciso coragem -
Gina nem se levantou.
O Carlos estava reticente mas lá fomos por ai a cima, 20 minutos depois e já coração queria saltar pela boca. Quando cheguei já lá estavam 2 casais de ingleses… e pensava eu ser o corajoso. Seguindo-se a seção fotográfica do costume,













começa a descida em corrida, engraçado, foi um estante enquanto chegamos!



Fui acordar a preguiçosa da Gina e era hora de tomar o pequeno almoço.



Durante a refeição o rapaz dos camelos começou a pedir para nos apresarmos, ia ser mais 7kms debaixo de sol ás costas do dromedário.



O Carlos e a Gina decidiram ir a pé (loucos); a Gina andou 10m na areia e rebentou, nada que eu já não tivesse previsto. Para o Camelo para ela subir e Carlos continuou a pé;











a meio do caminho o Carlos começa aos pulos “ai aiai ai, não consigo, não aguento, ai aiai” dizia ele …. Assustei-me “este gajo foi picado por algum escorpião” pensei eu, mas não; o Carlos deu-lhe foi AVC - Alta Vontade de Cagar - HAHAHA Parámos os dromedários, a Gina deu-lhe os toalhetes e ele fugiu para trás de uma duna, e com isto tudo foi mais um momento de grande risada.







Chegámos finalmente ao pé das motas, o rapaz dos dromedários mostrou alguns artigos que trazia consigo para vender, com a tanga do costume, era ele que fazia, era para realizar dha, para estudar etc; como já tinha intenção de lhe dar uma propina acabei por comprar uns camelos em loiça bem giros por 200dha.







Trocar de roupa, pagar ao brahin 400dha por cada um de nós que ate achei barato, ora vejamos guardou: as motas+ levar-nos de dromedário para o deserto +estadia+ jantar em grande com bebida+ pequeno almoço, tudo 5*****.
Siga que se faz tarde! direção Ait Benhaddou.
para não repetir as mesmas estradas seguimos por Alnif, onde fizemos uma primeira paragem para distribuir uns caramelos e uns brinquedos a um grupo de crianças que por ali circulavam. Não há palavras para descrever aquele momento. a alegria de quem recebia, o choro dos mais pequenos com medo de não chegar para eles, os maiores que guardavam nos bolsos o que iam recebendo e voltavam a esticar as mãos… incrível!















Partimos com um grande adeus daquelas crianças que tanto valorizam o que para nós é um pequeno gesto.
Próxima paragem Todra Gorge(desfiladeiro ou garganta do Todra) – apresenta-se com uns penhascos de grande elevação e um “rio” a separar, vale a pena visitar; é um local bonito mas com uma estrada horrível: alcatrão em mau estado, vias de circulação completamente desmoronadas ficando apenas uma unica faixa e um rio que galgava a estrada; tudo que se pode esperar de melhor.

















Hala até Dades Gorge; pelo caminho fizemos uma paragem para fotografar uma daquelas aldeias típicas antigas, e como é de esperar apareceram logo uns castiços que vendiam qualquer coisa, queriam propinas, tirar fotos e tal mas era gente bem disposta.







Seguimos mais uma estrada difícil, fotografando paisagens rochosas fantásticas como a de um rochedo que tem a forma de vários dedos.









Antes de seguimos a estrada de Tissadrine, considerada uma das estradas mais bonitas o mundo, alimentamos as nossas meninas em Tinerbir. Estavam percorridos mais 241 kms, com 15,17L = 200,00dha.
Fomos até Zaouia sidi, onde fizemos mais uma secção fotográfica num restaurante panorâmico.









Era hora de irmos para Ait Benhaddou, pelo caminho ainda apanhamos uma pequena tempestade de areia e uma chuvinha, coisa pouca.
O troço que nos leva a Ait Benaddou é bem giro…. alcatrão só no centro






Chegamos ao hotel kas Bar Rose du Sabe ás 19h; um hotel reservado por Ali com pequeno almoço e jantar (preço já não me lembro, tinha no bloco de notas no telemóvel que infelizmente avariou e perdi muita informação desta viagem)
Informei o Ali que já estávamos no hotel, no entanto este não se aproximava da categoria do hotel Taddart,

Espectacular Silvino, Um Pormenor, tu és "aquele"  Silvino do Snack Bar Florida em Setúbal e do Clube XX?  

A XX Continua a ser uma Mota Fabulosa capaz de meter no bolso de trás a maioria das motas que existem no mercado, Simplesmente Unica, Fabulosa   e sempre actual apesar dos seus 18 Anos

Ah...e Volubilis, Foste a casa das Orgias?

Ahh "ganda" Silvino....

Levaste a XX ao deserto.... grande moto que tens, sim senhor

Mérito mais que merecido

Joao Luis escreveu:Espectacular Silvino, Um Pormenor, tu és "aquele"  Silvino do Snack Bar Florida em Setúbal e do Clube XX?  

A XX Continua a ser uma Mota Fabulosa capaz de meter no bolso de trás a maioria das motas que existem no mercado, Simplesmente Unica, Fabulosa   e sempre actual apesar dos seus 18 Anos

Ah...e Volubilis, Foste a casa das Orgias?  

É verdade João Luís, eu sou "aquele" e tu já foste à China !!

ssousa escreveu:Ahh "ganda" Silvino....

Levaste a XX ao deserto.... grande moto que tens, sim senhor  

Mérito mais que merecido

É verdade , grande moto que temos

Uma viagem de sonho, aquela estradinha de curvas, ui ui, muito bom!

silvino escreveu:

ssousa escreveu:Ahh "ganda" Silvino....

Levaste a XX ao deserto.... grande moto que tens, sim senhor  

Mérito mais que merecido

É verdade , grande moto que temos

são as melhores motos

E que tal fazeres um mapa do percurso para (des)orientar a malta que andar a tirar ideias da tua crónica?!?!?!

silvino escreveu:

É verdade João Luís, eu sou "aquele" e tu já foste à China !!

Esta Quase, la para Março/Abril

Muito bom. Estou a gostar dos pormenores com as contas todos, e com as reações ás propinas!

cada vez me convenço mais que a minha vóvózinha, apesar da idade, está habilitada a uma aventura assim!

Li tudo até aqui, duma vez só. Vou ter que dar 3

Venha o resto!!

Ssousa, eu tenho "identificado" tudo por onde passei, mas no final ponho um mapa.

João Luís, força e boa sorte para mais essa tua grande viagem.

Zecacbr, obrigado pelos méritos, tenho que o telemóvel avariasse pois tinha lá muito mais informação, Marrocos deslumbrante e de mota é FABULOSO.

Amanhã continuo com a minha aventura

6 º dia
Mais um dia desta grande aventura, e chegou a vez de irmos visitar a  Aldeia mais típica de Marrocos - Ait Benhaddou



situada numa encosta de um monte, junto a um rio e com paisagens de montanhas lindas, toda Ait Benhaddou é feita de barro e esta  bem preservada; como tal , tem servido de cenário para vários filmes.











Aqui pregarmos uma rasteira ao nosso companheiro…  atravessamos o rio, sabendo que o Carlos ía de ténis e nós  botas em gore tex – malandros! Por sorte o Carlos é grande malha, tudo na desportiva, patas encharcadas até ao almoço.



Logo ali aparece umas crianças a ajudar a passar o rio, e como seria de esperar a pedir uma propina; não lembro de quanto lhes dei, mas um rapazola queria o dobro!! Ficámos por ali.
Para visitar esta aldeia tem de se pagar, mas vale a pena. tem bonitas paisagens e deu para ver de perto como e onde montam os cenários dos filmes.













Trocámos de roupa, carregámos as motas e lá fomos em direção a Ouarzazate, uma cidade onde já tínhamos passado.



Primeira paragem: estúdios clã, tinham um aspeto desmazelado, entrámos e saímos rápido, uma vez que se encontravam vazios.







Próxima paragem : Atlas, mais estúdios. Fizemos uma visita paga, com direito a guia, aos estúdios.







Aqui foram rodados vários filmes(até chineses), como....





estão neste momento a preparar o novo filme, King Tut.





















Voltámos a atestar, 16,55L=217,00dha, tinha percorrido 286kms.
Fomos em direção a Taroudant, cidade bonitas paisagens e grandes retas; aqui encontramos as cabras de Argan , grandes cabras!! mais fotos e cá está o pastor a pedir uma propina! ok, tirei alguns brindes e uma t-shirt e resolvi a questão







. Lá fomos parando aqui e ali para mais fotos de paisagens ;neste trajeto existiam algumas obras que obrigaram a pequenos desvios por troços de terra e pedra ideais para a XX.















Chegamos a Taroudant. Ufa!













fomos beber um chá a uma esplanada e consultar a net, uma que precisávamos de saber se o Ali tinha marcado algum hotel; vai na volta parecia que o Ali nos tinha abandonado – excelente! - voltavamos a estar por nossa conta.
Em todo o lado aparece logo quem queira ajudar a “arranjar hotel”, e como não tínhamos planos ouvíamos sempre o que tinham para nos oferecer.





Como não nos agradou a proposta, fizemos-mos á estrada e encontramos logo um hotel perto do centro. Ainda era cedo e então aproveitámos para conhecer a cidade antiga, o souks (mercado de rua) muito movimentado que tem de tudo a venda.





















Era hora de comer e eu dei a conhecer a minha opinião “comer pela rua” disse, nas bancas que por ali estavam a vender e a fazer fumo; todos concordaram, ótimo, vamos comer.
No primeiro local onde saia fumo abeiramo-nos logo; inicialmente pensei que cozinhavam carne (pelo aspecto), mas estava enganado era peixe assado. “venha de lá 2 sandochas”! a forma das sandes era de um prato de refeição cortado ao meio… A Gina não quis, mas com alguma insistência lá provou e adorou, acabando por comer quase todo.





As sandes eram maravilhosas, nada tinham a ver com a “pouca higiene” de como eram feias. O “cozinheiro” cortou o pão a meio, abriu de topo com as mão, colocou o peixe la dentro e com uma garrafa plástica usada, terminou com um molho feito por ele; cada sandes saio a 3dha (é menos de 0,30centimos) e uma coca-cola a 4dha.

Aqui foi surpreendente , enquanto comíamos e falávamos com quem por ali passava, um rapaz marroquino veio ter connosco e disse que já nos tinha visto a muitos kms dali, em Alnif a distribuir coisas ás crianças… até disse como estávamos vestidos e a matricula da moto do Carlos.

Mais uma ficha, mais uma volta! fumo novamente lá vamos nós ao segundo prato, desta vez carne, duas sandes de cabeça de carneiro assada(sem cornos); a Gina não quis, esta nem provou, para ela veio frango assado com batatas, e bebemos coca-colas, aguas e chás. Nesta banca de rua comemos sentados, uma vez que o Sr. fez questão de ir buscar mesa e cadeiras para nós.
Já com a barriga cheia, era hora de deitar. fomos para o hotel, eu segui com a Gina para o quarto e o Carlos ficou na receção.







Antes de sairmos para jantar, tínhamos visto chegar uma mota de reboque mas como não estava acidentada não demos atenção.
O Carlos, que tinha ficado na receção, conheceu o dono da mota rebocada; um inglês, que lhe contou então o sucedido. (amanhã à mais)

Estou a adorar, fotoreportagem muito bem conseguida, perfeita.