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De Maxiscooter por Marrocos
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De Maxiscooter por Marrocos
Depois de mais um longo período sem partilhar nada por aqui, hoje é dia de tentar retribuir um pouco do que entretanto “vim buscar”. Sim, é verdade, eu andei por aqui sem me logar, a buscar informação para a viagem das férias 2016, e já que levei, agora é altura de vir deixar a minha versão, para outros se servirem.
Começo por dizer que a minha visão é um pouco diferente daquela que costumo ler quando se fala de Marrocos, mas na verdade, apesar de ter gostado muito, e apesar de achar que é de passagem obrigatória para qualquer alma que goste de viajar, não é local que tenha entrado para a minha lista de locais que quero muito repetir.
Deverei lá voltar certamente, mas irei com um espírito diferente, e seguramente melhor preparada para contornar as diferenças que tornaram menos fácil esta viagem.
Provavelmente levarei outra companhia, pois o meu marido, o habitual companheiro de viagem, teve ainda maior dificuldade para se adaptar do que eu, o que não facilitou as coisas.
Passei por locais lindíssimos, vi paisagens de perder a cabeça, mas na verdade, para conseguir ver alguma coisa em Marrocos, é preciso pagar,... e pagar,... e novamente pagar, e ainda por cima, temos que levar com o assédio permanente dos marroquinos a oferecer-se para nos levar a todo o lado, para nos estacionar as motas, para nos mostrar onde comer, onde comprar, mesmo que, não exista da nossa parte qualquer intenção de comprar, de comer ou de visitar!
Aos poucos irei contar, dia a dia como foi a nossa passagem por Marrocos, mas para já, fica este pensamento: Marrocos foi para mim saldo zero, ou seja, o saldo entre o que vi e adorei e o que não gostei de todo, não dá saldo positivo, mas também não dá saldo negativo, por isso, considero que a experiência teve saldo ZERO
Gostei? Sim, gostei do país;
Voltarei? Talvez, mas para já não me apetece!
É demasiado difícil e eu não tenho vocação para o sacrifício, e além disso, conheço felizmente tantos outros destinos de onde volto com uma imensa vontade de imediatamente regressar, coisa que não aconteceu ao deixar Marrocos.
Mas vamos ao que interessa!
A primeira etapa:
Saímos cedo.
Ao contrário do que é habitual, não arrancámos logo no 1º dia de férias, porque não tinha havido tempo para preparativos, e o sábado teve que ser gasto na preparação de trajecto, reserva de alguns alojamentos no booking, bagagem,… etc.
Na verdade, o destino era um pouco diferente do que estamos habituados, e por isso optamos por algum planeamento, até porque ainda por cima íamos sem GPS!
Tinham-nos dito que o mapa de Marrocos da Michelin era indispensável, e por isso levamos um, mas na verdade nunca o abrimos. Em vez disso, comprei a versão premium da aplicação B-on-road para telemóvel, e foi com isso que nos desenrascámos.
Ainda tentamos usar o Google maps, que agora tem a excelente função de mapas offline, mas infelizmente a zona de Marrocos não é disponibilizada.
Domingo, saímos com chuva, e fizemos quase sem história a viagem até ao Ferry em Tarifa.
Digo quase, porque sempre tem que haver alguma para contar, e em plena auto-estrada vejo passar a grande velocidade qualquer coisa clara, redonda, que rebolou até ao separador central, e que parecia vir da maxiscooter do marido, mas como não conseguimos perceber o que era, nem tão pouco tivemos a certeza de que fosse dele, seguimos viagem, e só numa "paragem técnica" já em Tarifa é que ele olhou para a maxiscooter e viu que faltava o embelezador da ponteira do escape.
Chegámos à hora prevista ao Porto, levantámos os bilhetes que préviamente tinhamos reservado online, (junto com os bilhetes entregaram-nos um papel branco para preencher), entrámos com as motas no ferry, assistimos ao trabalho de as prender, e subimos à ampla sala de passageiros.
O mar estava agitado, e as funcionárias da limpeza estavam atentas preparadas com sacos para o enjoo que entregavam assim que notavam alguma mudança de cor na cara de algum passageiro!...
Eu já tinha lido que as formalidades da entrada em Marrocos começavam logo no barco, e assim que entrámos, encontrámos logo o "gabinete". Preenchemos o papel branco, entregámos ao funcionário, juntamente com os passaportes, e ele ficou com o papel, colocou-lhe diversos carimbos, carimbou os passaportes e atribuiu a cada um de nós um numero de entrada no reino de Marrocos, numero esse que iríamos ter que preencher muitas vezes ao longo da estadia.
Chegados a Tanger e libertadas as motas, seguimos para o portão de saída do porto onde nos esperavam os funcionários da alfandega e a polícia. Deram-nos mais um papel verde - importação temporária de veículos, preenchemo-lo, com a ajuda dos polícias, que depois pegaram neles juntamente com os passaportes, e nos mandaram subir ao 1º andar, onde outros polícias nos fizeram algumas perguntas. Quando já íamos a regressar ao andar térreo, fomos abordados pelo primeiro diligente marroquino, que nos indicou onde poderíamos trocar dinheiro, apesar de passarmos bem à frente do local, e de ser impossível não ver, e apesar também de entre o local onde estávamos e o portão do porto existirem caixas de multibanco de cuja existência até já estávamos informados!
Mas os marroquinos são muito diligentes, e adoram "ajudar" estrangeiros, e claro, assim que recebemos os nossos primeiros dirhams,... alguns tiveram logo que mudar de mãos!... não sei bem porquê, mas depressa aprendi que apenas é assim ;-)
Enfim,... foi o começo...
Tínhamos estudado o trajecto desde o porto até ao IBIS, e parecia fácil, mas quando chegámos parecia hora de ponta apesar de ser Domingo, e foi uma entrada abrupta na realidade de Tanger.
Levava montado o telemóvel como GPS para nos guiar, e ainda dentro do porto, um dos polícias apontou para ele e abanou a cabeça. Julguei que fosse apenas para ter atenção a ele enquanto ali estávamos nas formalidades, e por isso desmontei-o, mas antes de sair o portão voltei a colocá-lo para nos guiar até ao hotel.
O trânsito estava caótico, e várias motas pequenas, daquelas que têm pedais auxiliares, passavam por nós e grande velocidade, serpenteando entre os carros, e um dos rapazes que seguia numa delas, prestou demasiada atenção ao telemóvel, pelo que o marido avisou logo: "cuidado com o telefone", e quase ao mesmo tempo, um senhor que seguia num jeep ao meu lado buzinou e fez-me sinais com um ar muito alarmado, apontando para o telefone.
Aí fez-se luz, e imediatamente o guardei!
Na verdade, já tinha lido que em Marrocos existem duas cidades menos seguras, e uma delas era Tanger. A outra é Casablanca.
Como nos tinha sugerido o amigo Jorge Bernardo, um experiente viajante que já perdeu a conta ao numero de vezes que visitou Marrocos, ficámos alojados no Ibis.
No dia seguinte, seguimos para Tetouan.
Assim que entrámos na cidade, ao contornar uma rotunda para decidir que rumo tomar para estacionar e dar uma volta a pé, o meu marido foi logo abordado por mais um "diligente marroquino", que perguntou se procurávamos parking, e nos mandou seguir atrás dele. Decidimos aceitar a sugestão, e seguimo-lo, e ele correu à nossa frente guiando-nos até á garagem onde tem comissão. Perguntei o preço, ele perguntou-nos quanto tempo iríamos ficar, dissemos que apenas dispúnhamos de algumas horas, e o dono da garagem que acompanhou a conversa informou-nos de que o preço seriam 20 dirhams por cada mota, e acrescentou que não aceitava euros. E,... esqueci-me de uma das "regras" que tinha lido nos blogues e páginas que li sobre Marrocos, e não perguntei ao Hassan quanto é que ele cobrava pela visita!
Tetouan fica encravado entre montanhas, e a vista é lindíssima!
Entrámos na medina.
Espreitámos o mercado do peixe.
Na rua, vende-se de tudo.
Nota-se que Tetouan está preparada para o turismo, com indicações em vários idiomas, explicando o significado e a história de cada local.
Por entre ruas e ruelas, cada uma mais estreita que a anterior, vamos encontrando lojas de toda a espécie, e artesãos a trabalhar os mais diversos materiais. Este, estava a entalhar madeira. Um trabalho lindíssimo feito ali à vista de todos com mestria por um jovem.
Uma padaria:
O pão marroquino é excelente! nas 2 semanas que por lá andámos, o pão e as azeitonas foram a base da nossa alimentação.
E eis que o Hassan nos leva para dentro de uma loja... Eu ainda protesto, digo que não queremos nem podemos comprar nada porque como ele bem sabia, estávamos de mota e com as motas carregadas, mas como sempre fazem, ele disse que seria só para ver... Era um edifício bonito, e realmente valia a pena visitar, mas claro que o objectivo era vender...
Começou com os produtos á base de argan! são cremes, óleos corporais, perfumes, óleos alimentares, tudo com base no argan, mas declinamos tudo com a desculpa de termos as motas cheias e ainda estarmos no início das férias. Claro que entretanto o Hassan tinha desaparecido...
Entrámos num verdadeiro labirinto, passámos pela secção das loiças,...
E finalmente, na zona dos tapetes mandaram-nos sentar, e começaram a tentar vender-nos um tapete pequeno, e já vinha um marroquino com a bandeja do chá, quando o que nos tentava vender algo percebeu finalmente que não ía conseguir, e mandou recolher a bandeja, devolvendo-nos rápidamente ao Hassan, muito pouco satisfeito!
Aproximava-se a hora do almoço, e o Hassan levou-nos para dentro de uma casa, que afinal era um local onde se faziam casamentos, e que também funcionava como restaurante, apesar de os únicos clientes que lá vimos termos sido nós.
A ementa! tem tudo menos o preço...
Entrámos numa fábrica de curtumes, de momento quase desactivada.
Voltámos ao restaurante para almoçar, e o Hassan tinha trocado o pedido do marido, que foi confrontado com muitos legumes que ele não gosta, e nenhuma batata frita que era o que tinha pedido.
Para mim uma tagine de legumes e carne, que estava deliciosa.
E saímos da medina, voltando à zona nova da cidade.
O palácio do Rei.
Em cada cidade há um, e sempre muito bem guardado, independentemente de o rei lá estar ou não. Fiquei com a sensação de que a ideia é nunca se saber exactamente onde está o rei em cada momento.
Fazia-se tarde e ainda queríamos visitar Chefcouen, pelo que o Hassan levou-nos de volta ás motas. Pagámos o parque directamente ao dono, e pagámos ao Hassan o que ele pediu.
Já nem me lembro quanto, mas lembro-me de ter achado caro, mas na verdade não tínhamos perguntado antes, e a visita foi muito boa, pelo que pagámos e saímos de Teouan em direcção a Chefchouen, a medina azul, e amanhã ou depois passo por cá para contar como foi
Começo por dizer que a minha visão é um pouco diferente daquela que costumo ler quando se fala de Marrocos, mas na verdade, apesar de ter gostado muito, e apesar de achar que é de passagem obrigatória para qualquer alma que goste de viajar, não é local que tenha entrado para a minha lista de locais que quero muito repetir.
Deverei lá voltar certamente, mas irei com um espírito diferente, e seguramente melhor preparada para contornar as diferenças que tornaram menos fácil esta viagem.
Provavelmente levarei outra companhia, pois o meu marido, o habitual companheiro de viagem, teve ainda maior dificuldade para se adaptar do que eu, o que não facilitou as coisas.
Passei por locais lindíssimos, vi paisagens de perder a cabeça, mas na verdade, para conseguir ver alguma coisa em Marrocos, é preciso pagar,... e pagar,... e novamente pagar, e ainda por cima, temos que levar com o assédio permanente dos marroquinos a oferecer-se para nos levar a todo o lado, para nos estacionar as motas, para nos mostrar onde comer, onde comprar, mesmo que, não exista da nossa parte qualquer intenção de comprar, de comer ou de visitar!
Aos poucos irei contar, dia a dia como foi a nossa passagem por Marrocos, mas para já, fica este pensamento: Marrocos foi para mim saldo zero, ou seja, o saldo entre o que vi e adorei e o que não gostei de todo, não dá saldo positivo, mas também não dá saldo negativo, por isso, considero que a experiência teve saldo ZERO
Gostei? Sim, gostei do país;
Voltarei? Talvez, mas para já não me apetece!
É demasiado difícil e eu não tenho vocação para o sacrifício, e além disso, conheço felizmente tantos outros destinos de onde volto com uma imensa vontade de imediatamente regressar, coisa que não aconteceu ao deixar Marrocos.
Mas vamos ao que interessa!
A primeira etapa:
Saímos cedo.
Ao contrário do que é habitual, não arrancámos logo no 1º dia de férias, porque não tinha havido tempo para preparativos, e o sábado teve que ser gasto na preparação de trajecto, reserva de alguns alojamentos no booking, bagagem,… etc.
Na verdade, o destino era um pouco diferente do que estamos habituados, e por isso optamos por algum planeamento, até porque ainda por cima íamos sem GPS!
Tinham-nos dito que o mapa de Marrocos da Michelin era indispensável, e por isso levamos um, mas na verdade nunca o abrimos. Em vez disso, comprei a versão premium da aplicação B-on-road para telemóvel, e foi com isso que nos desenrascámos.
Ainda tentamos usar o Google maps, que agora tem a excelente função de mapas offline, mas infelizmente a zona de Marrocos não é disponibilizada.
Domingo, saímos com chuva, e fizemos quase sem história a viagem até ao Ferry em Tarifa.
Digo quase, porque sempre tem que haver alguma para contar, e em plena auto-estrada vejo passar a grande velocidade qualquer coisa clara, redonda, que rebolou até ao separador central, e que parecia vir da maxiscooter do marido, mas como não conseguimos perceber o que era, nem tão pouco tivemos a certeza de que fosse dele, seguimos viagem, e só numa "paragem técnica" já em Tarifa é que ele olhou para a maxiscooter e viu que faltava o embelezador da ponteira do escape.
Chegámos à hora prevista ao Porto, levantámos os bilhetes que préviamente tinhamos reservado online, (junto com os bilhetes entregaram-nos um papel branco para preencher), entrámos com as motas no ferry, assistimos ao trabalho de as prender, e subimos à ampla sala de passageiros.
O mar estava agitado, e as funcionárias da limpeza estavam atentas preparadas com sacos para o enjoo que entregavam assim que notavam alguma mudança de cor na cara de algum passageiro!...
Eu já tinha lido que as formalidades da entrada em Marrocos começavam logo no barco, e assim que entrámos, encontrámos logo o "gabinete". Preenchemos o papel branco, entregámos ao funcionário, juntamente com os passaportes, e ele ficou com o papel, colocou-lhe diversos carimbos, carimbou os passaportes e atribuiu a cada um de nós um numero de entrada no reino de Marrocos, numero esse que iríamos ter que preencher muitas vezes ao longo da estadia.
Chegados a Tanger e libertadas as motas, seguimos para o portão de saída do porto onde nos esperavam os funcionários da alfandega e a polícia. Deram-nos mais um papel verde - importação temporária de veículos, preenchemo-lo, com a ajuda dos polícias, que depois pegaram neles juntamente com os passaportes, e nos mandaram subir ao 1º andar, onde outros polícias nos fizeram algumas perguntas. Quando já íamos a regressar ao andar térreo, fomos abordados pelo primeiro diligente marroquino, que nos indicou onde poderíamos trocar dinheiro, apesar de passarmos bem à frente do local, e de ser impossível não ver, e apesar também de entre o local onde estávamos e o portão do porto existirem caixas de multibanco de cuja existência até já estávamos informados!
Mas os marroquinos são muito diligentes, e adoram "ajudar" estrangeiros, e claro, assim que recebemos os nossos primeiros dirhams,... alguns tiveram logo que mudar de mãos!... não sei bem porquê, mas depressa aprendi que apenas é assim ;-)
Enfim,... foi o começo...
Tínhamos estudado o trajecto desde o porto até ao IBIS, e parecia fácil, mas quando chegámos parecia hora de ponta apesar de ser Domingo, e foi uma entrada abrupta na realidade de Tanger.
Levava montado o telemóvel como GPS para nos guiar, e ainda dentro do porto, um dos polícias apontou para ele e abanou a cabeça. Julguei que fosse apenas para ter atenção a ele enquanto ali estávamos nas formalidades, e por isso desmontei-o, mas antes de sair o portão voltei a colocá-lo para nos guiar até ao hotel.
O trânsito estava caótico, e várias motas pequenas, daquelas que têm pedais auxiliares, passavam por nós e grande velocidade, serpenteando entre os carros, e um dos rapazes que seguia numa delas, prestou demasiada atenção ao telemóvel, pelo que o marido avisou logo: "cuidado com o telefone", e quase ao mesmo tempo, um senhor que seguia num jeep ao meu lado buzinou e fez-me sinais com um ar muito alarmado, apontando para o telefone.
Aí fez-se luz, e imediatamente o guardei!
Na verdade, já tinha lido que em Marrocos existem duas cidades menos seguras, e uma delas era Tanger. A outra é Casablanca.
Como nos tinha sugerido o amigo Jorge Bernardo, um experiente viajante que já perdeu a conta ao numero de vezes que visitou Marrocos, ficámos alojados no Ibis.
Assim que entrámos na cidade, ao contornar uma rotunda para decidir que rumo tomar para estacionar e dar uma volta a pé, o meu marido foi logo abordado por mais um "diligente marroquino", que perguntou se procurávamos parking, e nos mandou seguir atrás dele. Decidimos aceitar a sugestão, e seguimo-lo, e ele correu à nossa frente guiando-nos até á garagem onde tem comissão. Perguntei o preço, ele perguntou-nos quanto tempo iríamos ficar, dissemos que apenas dispúnhamos de algumas horas, e o dono da garagem que acompanhou a conversa informou-nos de que o preço seriam 20 dirhams por cada mota, e acrescentou que não aceitava euros. E,... esqueci-me de uma das "regras" que tinha lido nos blogues e páginas que li sobre Marrocos, e não perguntei ao Hassan quanto é que ele cobrava pela visita!
Tetouan fica encravado entre montanhas, e a vista é lindíssima!
Por entre ruas e ruelas, cada uma mais estreita que a anterior, vamos encontrando lojas de toda a espécie, e artesãos a trabalhar os mais diversos materiais. Este, estava a entalhar madeira. Um trabalho lindíssimo feito ali à vista de todos com mestria por um jovem.
Uma padaria:
Escolhemos o que queríamos, perguntei o preço, 70 dirhams por pessoa,... achei caro, mas a senhora que nos recebeu, com a ajuda do Hassan que entretanto já nos tinha perguntado se era a nossa primeira vez em Marrocos,... quanto custavam as nossas motas, quanto filhos tinhamos,... etc,... não aceitou negociar, e lá teve que ser...
Para mim uma tagine de legumes e carne, que estava deliciosa.
E saímos da medina, voltando à zona nova da cidade.
Em cada cidade há um, e sempre muito bem guardado, independentemente de o rei lá estar ou não. Fiquei com a sensação de que a ideia é nunca se saber exactamente onde está o rei em cada momento.
Fazia-se tarde e ainda queríamos visitar Chefcouen, pelo que o Hassan levou-nos de volta ás motas. Pagámos o parque directamente ao dono, e pagámos ao Hassan o que ele pediu.
Já nem me lembro quanto, mas lembro-me de ter achado caro, mas na verdade não tínhamos perguntado antes, e a visita foi muito boa, pelo que pagámos e saímos de Teouan em direcção a Chefchouen, a medina azul, e amanhã ou depois passo por cá para contar como foi
Re: De Maxiscooter por Marrocos
Bom início de crónica!
Fica já 1 só pela coragem da escolha desse destino.
Venha mais.
Re: De Maxiscooter por Marrocos
Obrigado nunomsp
E hoje cá deixo mais uma pequena etapa:
Deixámos Tetouan, a medina branca, e descemos até Chefchouen a medina azul.
Em Tetouan a chuva acompanhou-nos na visita, e foi connosco até Chefchouen, mas apesar disso, não nos impediu de visitar nenhuma das 2 medinas.
Já chegámos um pouco tarde, pelo que foi só fazer o check in no hotel, e sair para explorar a medina e jantar.
Já chegámos um pouco tarde, pelo que foi só fazer o check in no hotel, e sair para explorar a medina e jantar.
Como não tínhamos nenhum plano de visita em especial, e como precisávamos de jantar, resolvemos partir à procura da praça Uta el-Hammam, que foi o local escolhido pelo MSP na viagem a Marrocos para jantar em Chefchouen.
Aqui aproveito para agradecer as dicas e o programa de viagem que nos foi "emprestado" pelo Torres, e que deu um jeitaço!
Por coincidência tínhamos marcado alojamento exactamente no mesmo hotel que eles, e é fácil perceber porquê - é o que fica melhor localizado para visitar a pé a medina. É muito pitoresco, e o pessoal é simpático, só não gostei muito foi do banho de muito pouca água, e fria, que tomei :-O
No Ibis de Tanger estavam estas 2 motas que ainda lá ficaram. Mais tarde, vimo-las passar em Tetouan, e fomos encontrá-las no hotel em Chefchouen.
Quando pensamos em Marrocos, pensamos em deserto, e em cenários áridos, amarelos dourados, mas nesta zona o cenário é verde, e em Chefchouen corria água por todo o lado.
É sem dúvida uma medina muito bonita, mas achei o tom do azul um bocado diferente do que estou habituada a ver nas fotos dos muitos viajantes que por lá passam.
Fiquei na dúvida se seria por causa época do ano, ou da luz de fim do dia, ou do céu nublado, ou até por causa da chuva, porque a cor é dada na cal, e como se sabe as paredes caiadas assumem uma cor um pouco diferente quando estão molhadas.
Não sei se por foi por já ser tarde, a verdade é que não fomos incomodados por nenhum "diligente marroquino", e pudemos andar livremente perdido pela medina.
Foi delicioso!
Por lá também existiam placas destas, que identificam os locais e contam um pouco da história.
Descobrimos que Bab significa porta, andámos mais ou menos perdidos, e finalmente, com a ajuda do B-on-road chegámos à praça Uta el-Hammam.
Jantámos numa varanda, no restaurante SíndíBad. Para mim foi mais uma tagine de legumes e cous cous, e para o marido, uma espetadas, desta vez com batata frita. Para sobremesa uns bolinhos e chá de menta.
A malta fala muito bem do chá, mas ou eu tive muito azar, ou aquilo é demasiado doce para mim! Confesso que não gostei.
Costumo fazer em casa com poucas folhas e uma casca de limão é é muito bom, mas em Marrocos, todos os chás que bebi eram super enjoativos de tão doces que eram.
Regressámos ao hotel já noite cerrada.
No dia seguinte o destino seria Fez.
Re: De Maxiscooter por Marrocos
Partilho do mesmo sentimento qto a visitar o país. Só estive em Tanger e, ñ de moto, e ñ tenho planos de voltar (ñ digo desta água ñ beberei, mas...) e já tive oportunidade de fazer parte de grupos motards q lá foram... descartei.
Parabéns pela viagem, crónica e fotos excelentes ( classificação fica pro fim) vai como incentivo
Parabéns pela viagem, crónica e fotos excelentes ( classificação fica pro fim) vai como incentivo
Rico Sousa- Zero à direita
Re: De Maxiscooter por Marrocos
Já não vinha aqui há algum tempo e já valeu a pena.
Felizmente parece que tivemos resultados muito diferentes.
Tudo é mais interessante quando nos mostram as coisas de outra perspectiva.
Vou acompanhar com muita curiosidades.
Felizmente parece que tivemos resultados muito diferentes.
Tudo é mais interessante quando nos mostram as coisas de outra perspectiva.
Vou acompanhar com muita curiosidades.
Luís Azevedo- Ainda é motorato!
Re: De Maxiscooter por Marrocos
Obrigado, malta! isto vai devagarinho, mas vamos andando. Afinal, as maxiscooters não são máquinas para grandes velocidades
Tomámos o pequeno-almoço,
...despedimo-nos da medina azul,
...descemos os degraus do hotel que tínhamos subido na véspera, mas desta vez
molhados, Ô_Ô e fizemo-nos á estrada.
A paisagem continuava verde, e molhada…
Ao longo da estrada vamos encontrando grandes grupos de crianças, claramente em transito (a pé) entre a escola e a casa. Não é como cá, que os papás vão deixar os putos de carro quase dentro da escola!
A distância não era grande pelo que chegámos cedo, e mais
uma vez, numa rotunda á entrada de Fez, fomos abordados por mais um “muito
diligente marroquino” que nos queria guiar até ao hotel, até á medina, etc…
Eu precisava de um wc com urgência, e o “simpático”
marroquino não nos deixava andar, apesar de o hotel já estar á vista, pelo que
desisti de esperar pelo marido e arranquei para dentro do estacionamento do
hotel. Ele seguiu-nos assim mesmo!
Tinha um tio (são sempre familiares) que viria buscar-nos
para nos levar a almoçar e a visitar a medina de Fez! Recusámos, dizendo que
primeiro queríamos descansar, e que só mais tarde iríamos até á medina, mas
quando finalmente saímos do hotel, depois de fazer o check in, de mudar de
roupa e descansar um pouco, tínhamos mais um adorável e muito “diligente
marroquino” á nossa espera dentro de um jeep.
Era o tal familiar do outro marroquino, e estava ali para
nos levar a visitar a medina, pela módica quantia de 500 dirhams!
Agradecemos e recusámos!
Estava a chover, e pedimos ao recepcionista do hotel para
nos chamar um táxi, mas ele disse-nos que não era possível!
Explicou-nos que em Marrocos existiam 2 tipos de táxi: os
grand táxi, que levam muitos passageiros, e que pode ir a todo o lado, e os
petit táxi, que apenas podem transportar até 3 passageiros, e apenas dentro dos
limites da cidade a que pertencem. Explicou-nos ainda que ambos podiam sempre
apanhar mais passageiros no caminho, mas aparentemente não têm radio táxi, para
que pudéssemos chamar por telefone!
Em cada cidade, estes petit táxis têm uma cor diferente, e
em Fez eram vermelhos.
Saimos do Ibis Budget, e parámos debaixo do toldo de um
café, a ver como apanhar um petit táxi, mas eles passavam tão depressa, e quase
sempre cheios, que ainda demorou algum tempo. Finalmente, vemos um Peugeot 205,
com mais de 30 anos, e totalmente
amolgado, mas vazio, e na faixa contrária à que nos encontrávamos. Fizemos
sinal e imediatamente inverteu a marcha para nos apanhar.
Foi a nossa primeira experiência com táxis marroquinos, e
gostámos tanto que repetimos diversas vezes! Pagámos 15 MAD (cerca de 1,50 €)
Quem teve ou andou num Peugeot 205, deve certamente
lembrar-se de que aquilo adorna muito facilmente, (mas não vira), mas agora
imaginem andar num carro desses, com mais de 30 anos, em serviço de táxi que
equivale a dizer que já tinha rolado muitos milhares de km, e no trânsito frenético e caótico das cidades marroquinas!...
Chegámos vivos, e ele deixou-nos á porta da medina, num
local onde teríamos restaurantes logo á entrada.
Pelo caminho, várias pessoas o mandaram parar, mas nenhuma
ia na mesma direcção, pelo que só quando já estávamos a pagar é que entrou mais
um passageiro.
Seguramente que clientes não lhes faltam!
Almoçámos razoavelmente bem, umas costeletas de borrego com
batatas fritas, e foi a coisa mais parecida com a nossa alimentação que comemos
em todo o tempo que andámos por lá, mas antes do prato propriamente dito,
puseram-nos á frente uma pequena tigela de uma espécie de sopa de lentilhas,
com uma colher de chá. Provámos, não era picante, e comemos tudo ;-)
Depois de almoçar, perguntámos ao dono do restaurante onde
haveria um banco para trocar dinheiro, e é fácil adivinhar!... Trocou ele, ao
câmbio de 10 por 10…
Fomos finalmente perder-nos dentro da medina!
O trabalho da senhora da perna partida era partir a casca das sementes de argan, para extrair o "fruto".
Conseguimos
passar pelos “diligentes marroquios” que ofereciam os serviços de guia sem
levar nenhum, e ainda andámos um bom bocado à-vontade perdidos dentro da
medina, mas ao fim de algum tempo, um rapaz começa a seguir-nos e vai fazendo a
pergunta da praxe:
- Francês?
- Espanhol?
- Italiano?
- …ahhhh português!
- Porto, Lisboa,… Cristiano Ronaldo!
- Primeira vez em Marrocos?
É sempre igual!
Este chamava-se Aziz.
Depois de conseguir apanhar uma resposta nossa (o marido
nunca conseguia resistir por muito tempo), já não nos largou mais, e claro que tinha um tio que
tinha uma fábrica de curtumes, e claro que nos deixaria subir ao terraço par
espreitar…
Fomos com ele, levou-nos mais para o interior da medina,
para ruelas onde sozinhos ainda não nos tínhamos atrevido, daquelas em que
temos que nos baixar para passar o arco da entrada, e finalmente entrámos num
edifício, daqueles que têm loiças, cremes e óleos á base de argan, lenços
echarpes e djellabas, e finalmente os tapetes e curtumes.
Encaminharam-nos para uma escada estreita e íngreme, e apontaram
um cesto cheio de hortelã, mostrando por gestos que seria para cheirar, para
não sofrer tanto com o cheiro típico da curtição das peles.
Subimos sozinhos, e estivemos por lá um bocado.
Quando
descemos, claro que o Aziz não estava visível, e em vez dele havia vários
“familiares” prontinhos para vender alguma coisa.
Ainda não tinha comprado nada, e claro que perante os
tapetes e as loiças explicámos que estávamos de mota,… nos cremes e nas malas
dissemos que só no regresso, mas eu tinha-me esquecido de levar um cinto, e
andava com as calças a cair, pelo que comecei a ver os que lá tinham, e embora
não visse nada que realmente agradasse, escolhi um que estaria disposta a
comprar para remediar a coisa. Começaram logo á procura do meu tamanho, dizendo
que ajustavam se necessário, agarrando na ferramenta, e eu ía perguntando o
preço, que é sempre a última coisa que dizem…
350 dirhams!...
Ía caindo para o lado!
Nunca daria mais de 5,00 € por aquilo, e ele estava-me a
pedir 35,00 €!... em Marrocos, o país onde o salário mínimo é de 10,81 MAD por hora para a indústria e 52,50
dirhams por dia para a agricultura!
Recusei, mas em Marrocos não se pode simplesmente recusar, e
somos obrigados a fazer uma contra proposta, pelo que ele perguntava quanto
dava. A distância era tão grande que eu só queria acabar com a conversa e fugir
dali, até porque tinham-se juntado alguns 5 ou 6 “familiares”, e todos faziam
observações, pelo que após muita insistência apesar do meu ar incrédulo e
chocado, lá atirei para o ar que não daria mais do que 2 ou 3 €, para acabar
depressa com a conversa!
Eles conhecem muito bem o valor do euro, e ficaram muito ofendidos, chamaram o Aziz e correram connosco da loja.
Claro que o Aziz quiz receber a propina dele, e com muito custo lá aceitou 80 MAD (cerca de 8,00 €), e depois, sem sair da loja, indicou-nos o caminho para sair do labirinto e chegar até á "rua principal" que não é mais do que uma ruela identica ás restantes, cheia de lojas dos 2 lados, mas com mais 2 ou 3 cm de largura do que as restantes.
Saímos da medina, e cá fora preparava-se tudo para o festival de músicas sagradas do mundo.
Andámos o resto da tarde mais ou menos perdidos na parte nova da cidade, e fizemos km a pé, mas o que mais me cansou foi a dificuldade para respirar que senti em todo o tempo que andei por Marrocos!
Os carros são muito velhos, e há ciclomotores e velocípedes com motor auxiliar (a maioria motobecane), tudo com motores a 2 tempos, aos milhares, que passam freneticamente por nós, numa espécie de caos mais ou menos organizado, onde todos sabem para onde vão, e se cruzam sem problemas por todos os lados de todas as maneiras.
Só que o ar é carregado, poluído, de uma forma que por cá há muito já não sentimos, e como eu tenho dificuldades respiratórias, senti alguma dificuldade.
Ainda por cima, nas cidades cheira sempre a esgoto!
Fomos dar a um moderníssimo shopping, onde aproveitámos para jantar, e depois regressámos novamente de táxi ao hotel. Desta vez, calhou-nos um fiat panda, também seguramente com mais de 30 anos, e com o espelho retrovisor esquerdo pendurado!
Tomámos o pequeno-almoço,
...despedimo-nos da medina azul,
...descemos os degraus do hotel que tínhamos subido na véspera, mas desta vez
molhados, Ô_Ô e fizemo-nos á estrada.
A paisagem continuava verde, e molhada…
Ao longo da estrada vamos encontrando grandes grupos de crianças, claramente em transito (a pé) entre a escola e a casa. Não é como cá, que os papás vão deixar os putos de carro quase dentro da escola!
A distância não era grande pelo que chegámos cedo, e mais
uma vez, numa rotunda á entrada de Fez, fomos abordados por mais um “muito
diligente marroquino” que nos queria guiar até ao hotel, até á medina, etc…
Eu precisava de um wc com urgência, e o “simpático”
marroquino não nos deixava andar, apesar de o hotel já estar á vista, pelo que
desisti de esperar pelo marido e arranquei para dentro do estacionamento do
hotel. Ele seguiu-nos assim mesmo!
Tinha um tio (são sempre familiares) que viria buscar-nos
para nos levar a almoçar e a visitar a medina de Fez! Recusámos, dizendo que
primeiro queríamos descansar, e que só mais tarde iríamos até á medina, mas
quando finalmente saímos do hotel, depois de fazer o check in, de mudar de
roupa e descansar um pouco, tínhamos mais um adorável e muito “diligente
marroquino” á nossa espera dentro de um jeep.
Era o tal familiar do outro marroquino, e estava ali para
nos levar a visitar a medina, pela módica quantia de 500 dirhams!
Agradecemos e recusámos!
Estava a chover, e pedimos ao recepcionista do hotel para
nos chamar um táxi, mas ele disse-nos que não era possível!
Explicou-nos que em Marrocos existiam 2 tipos de táxi: os
grand táxi, que levam muitos passageiros, e que pode ir a todo o lado, e os
petit táxi, que apenas podem transportar até 3 passageiros, e apenas dentro dos
limites da cidade a que pertencem. Explicou-nos ainda que ambos podiam sempre
apanhar mais passageiros no caminho, mas aparentemente não têm radio táxi, para
que pudéssemos chamar por telefone!
Em cada cidade, estes petit táxis têm uma cor diferente, e
em Fez eram vermelhos.
Saimos do Ibis Budget, e parámos debaixo do toldo de um
café, a ver como apanhar um petit táxi, mas eles passavam tão depressa, e quase
sempre cheios, que ainda demorou algum tempo. Finalmente, vemos um Peugeot 205,
com mais de 30 anos, e totalmente
amolgado, mas vazio, e na faixa contrária à que nos encontrávamos. Fizemos
sinal e imediatamente inverteu a marcha para nos apanhar.
Foi a nossa primeira experiência com táxis marroquinos, e
gostámos tanto que repetimos diversas vezes! Pagámos 15 MAD (cerca de 1,50 €)
Quem teve ou andou num Peugeot 205, deve certamente
lembrar-se de que aquilo adorna muito facilmente, (mas não vira), mas agora
imaginem andar num carro desses, com mais de 30 anos, em serviço de táxi que
equivale a dizer que já tinha rolado muitos milhares de km, e no trânsito frenético e caótico das cidades marroquinas!...
Chegámos vivos, e ele deixou-nos á porta da medina, num
local onde teríamos restaurantes logo á entrada.
Pelo caminho, várias pessoas o mandaram parar, mas nenhuma
ia na mesma direcção, pelo que só quando já estávamos a pagar é que entrou mais
um passageiro.
Seguramente que clientes não lhes faltam!
Almoçámos razoavelmente bem, umas costeletas de borrego com
batatas fritas, e foi a coisa mais parecida com a nossa alimentação que comemos
em todo o tempo que andámos por lá, mas antes do prato propriamente dito,
puseram-nos á frente uma pequena tigela de uma espécie de sopa de lentilhas,
com uma colher de chá. Provámos, não era picante, e comemos tudo ;-)
Depois de almoçar, perguntámos ao dono do restaurante onde
haveria um banco para trocar dinheiro, e é fácil adivinhar!... Trocou ele, ao
câmbio de 10 por 10…
Fomos finalmente perder-nos dentro da medina!
O trabalho da senhora da perna partida era partir a casca das sementes de argan, para extrair o "fruto".
Conseguimos
passar pelos “diligentes marroquios” que ofereciam os serviços de guia sem
levar nenhum, e ainda andámos um bom bocado à-vontade perdidos dentro da
medina, mas ao fim de algum tempo, um rapaz começa a seguir-nos e vai fazendo a
pergunta da praxe:
- Francês?
- Espanhol?
- Italiano?
- …ahhhh português!
- Porto, Lisboa,… Cristiano Ronaldo!
- Primeira vez em Marrocos?
É sempre igual!
Este chamava-se Aziz.
Depois de conseguir apanhar uma resposta nossa (o marido
nunca conseguia resistir por muito tempo), já não nos largou mais, e claro que tinha um tio que
tinha uma fábrica de curtumes, e claro que nos deixaria subir ao terraço par
espreitar…
Fomos com ele, levou-nos mais para o interior da medina,
para ruelas onde sozinhos ainda não nos tínhamos atrevido, daquelas em que
temos que nos baixar para passar o arco da entrada, e finalmente entrámos num
edifício, daqueles que têm loiças, cremes e óleos á base de argan, lenços
echarpes e djellabas, e finalmente os tapetes e curtumes.
Encaminharam-nos para uma escada estreita e íngreme, e apontaram
um cesto cheio de hortelã, mostrando por gestos que seria para cheirar, para
não sofrer tanto com o cheiro típico da curtição das peles.
Subimos sozinhos, e estivemos por lá um bocado.
Quando
descemos, claro que o Aziz não estava visível, e em vez dele havia vários
“familiares” prontinhos para vender alguma coisa.
Ainda não tinha comprado nada, e claro que perante os
tapetes e as loiças explicámos que estávamos de mota,… nos cremes e nas malas
dissemos que só no regresso, mas eu tinha-me esquecido de levar um cinto, e
andava com as calças a cair, pelo que comecei a ver os que lá tinham, e embora
não visse nada que realmente agradasse, escolhi um que estaria disposta a
comprar para remediar a coisa. Começaram logo á procura do meu tamanho, dizendo
que ajustavam se necessário, agarrando na ferramenta, e eu ía perguntando o
preço, que é sempre a última coisa que dizem…
350 dirhams!...
Ía caindo para o lado!
Nunca daria mais de 5,00 € por aquilo, e ele estava-me a
pedir 35,00 €!... em Marrocos, o país onde o salário mínimo é de 10,81 MAD por hora para a indústria e 52,50
dirhams por dia para a agricultura!
Recusei, mas em Marrocos não se pode simplesmente recusar, e
somos obrigados a fazer uma contra proposta, pelo que ele perguntava quanto
dava. A distância era tão grande que eu só queria acabar com a conversa e fugir
dali, até porque tinham-se juntado alguns 5 ou 6 “familiares”, e todos faziam
observações, pelo que após muita insistência apesar do meu ar incrédulo e
chocado, lá atirei para o ar que não daria mais do que 2 ou 3 €, para acabar
depressa com a conversa!
Eles conhecem muito bem o valor do euro, e ficaram muito ofendidos, chamaram o Aziz e correram connosco da loja.
Claro que o Aziz quiz receber a propina dele, e com muito custo lá aceitou 80 MAD (cerca de 8,00 €), e depois, sem sair da loja, indicou-nos o caminho para sair do labirinto e chegar até á "rua principal" que não é mais do que uma ruela identica ás restantes, cheia de lojas dos 2 lados, mas com mais 2 ou 3 cm de largura do que as restantes.
Saímos da medina, e cá fora preparava-se tudo para o festival de músicas sagradas do mundo.
Andámos o resto da tarde mais ou menos perdidos na parte nova da cidade, e fizemos km a pé, mas o que mais me cansou foi a dificuldade para respirar que senti em todo o tempo que andei por Marrocos!
Os carros são muito velhos, e há ciclomotores e velocípedes com motor auxiliar (a maioria motobecane), tudo com motores a 2 tempos, aos milhares, que passam freneticamente por nós, numa espécie de caos mais ou menos organizado, onde todos sabem para onde vão, e se cruzam sem problemas por todos os lados de todas as maneiras.
Só que o ar é carregado, poluído, de uma forma que por cá há muito já não sentimos, e como eu tenho dificuldades respiratórias, senti alguma dificuldade.
Ainda por cima, nas cidades cheira sempre a esgoto!
Fomos dar a um moderníssimo shopping, onde aproveitámos para jantar, e depois regressámos novamente de táxi ao hotel. Desta vez, calhou-nos um fiat panda, também seguramente com mais de 30 anos, e com o espelho retrovisor esquerdo pendurado!
Re: De Maxiscooter por Marrocos
Nunca lá fui.. mas parece-me mesmo que o melhor de Marrocos é o deserto! (para quem nunca o viu).
Não admira portanto que a certa altura os caras se tenham mudado para a Peninsula Ibérica..
Rambo- A tirar a carta
Re: De Maxiscooter por Marrocos
Rambo escreveu:
Nunca lá fui.. mas parece-me mesmo que o melhor de Marrocos é o deserto! (para quem nunca o viu).
Não admira portanto que a certa altura os caras se tenham mudado para a Peninsula Ibérica..
O Deserto é bonito, mas também é um pouco assustador! nós chegámos a imediatamente após uma tempestade de areia que manteve os turistas presos quase uma semana em Arfoud e Merzouga. No dia em que chegámos, ainda vimos ao longe, a areia no ar, e na cidade eram bem visíveis os estragos causados.
Quando nos estávamos a aproximar de Arfoud e vimos a areia no ar, confesso que tive algum receio, porque nós temos tendência para ser apanhados no meio da intempérie. Felizmente chegámos algumas horas depois, já em plena bonança
Mas vamos lá deixar aqui mais um bocadinho de marrocos:
Deixámos a confusão das obras em Fez, e descemos até ao deserto.
Fizemos uma breve paragem junto do Parque Cèdre Gouraud para espreitar os macacos, mas só ficámos o tempo estritamente necessário para ver e tirar umas quantas fotos aos macacos, e "fugimos" imediatamente antes de os tais marroquinos que só nos querem "ajudar" terem tempo de nos abordar com os saquinhos de amendoins para os macacos.
Aos poucos a paisagem foi começando a mudar!
Um pouco menos de chuva, um pouco mais de calor.
Um pouco menos de verde, um pouco mais de amarelo torrado...
Parámos para almoçar, e fomos cair num restaurante vazio, dentro de um jardim, e mais uma vez,... comemos mal e pagámos caro, e ainda por cima, no fim o dono ainda nos sacou mais uns trocos pelo "excelente serviço prestado"!
Observem:
As entradas - azeitonas de várias cores e um molho que nenhum de nós conseguiu comer:
O primeiro prato - uma salada da qual nenhum de nós conseguiu sequer debicar,...
Para ele, uma Tagine de frango com limão.
E para mim, uma tagine de carne com ameixas, que não sendo má de todo, estava como sempre excessivamente temperada e muito picante, e sem qualquer acompanhamento, porque eles acompanham tudo com pão.
Aliás, o pão e as azeitonas foram a base da nossa alimentação durante toda a estadia, e devo dizer que o pão é excelente!
Já as azeitonas,... tinham dias ;-)
Confesso que andei a maior parte do tempo com o estômago ás voltas, porque não tolero bem o picante, e não houve omeprazole que chegasse para desfazer o mal que picante me foi fazendo.
O melhor de tudo foi mesmo a sobremesa, que serviu para atenuar um pouco o efeito do picante.
O pior foi que não tínhamos dinheiro trocado, e o troco ainda era considerável, pelo entregámos o dinheiro, e ficámos á espera do troco, e ao fim de 15 minutos, comentei o que já estava a pensar há um bom bocado!...
"ele está a fazer-se ao troco!"
"Está agora!?... é muito dinheiro!"
"vamos ver!..."
Mais um quarto de hora passou, e precisávamos de arrancar, mas nem vivalma, pelo que decidimos plantar-nos na porta de forma a mostrar claramente que não iríamos desistir, e então lá apareceu com o troco num prato, mas quando o marido estendeu a mão para o receber, ele recolheu o prato com um ar muito ofendido, (fartámos-nos de ver aquele ar...) e perguntou se não estávamos satisfeitos com o serviço dele,...
...metade do troco lá teve que ficar!...
Daí para a frente, a paisagem passou a ser predominantemente amarela.
Mas a determinada altura, começámos a ver uma mancha verde.
E junto de um rio, a acompanhar as respectivas margens, um imenso palmeiral.
Passámos o túnel do legionário, que foi escavado a pá e picareta na rocha, e se mantém como tal até a actualidade, sendo uma atracção turística bem conhecida, mas quando passámos não havia por lá ninguém.
E depois do túnel, um imenso lago com uma cor inscritível!
e lá está, de vez em quando, uma escola no meio de nada...
E "bandos" de miúdos agrupados por idade a caminhar ao longo da estrada.
Continuámos pelo vale do Ziz, que nos acompanhou por muitos km, com o seu interminável palmeiral.
É impressionante as cargas que transportam, de carro, de camião, de burro, ás costas ou de motobecane!
Dei uma de "Gracinda Ramos" e fui brincando com a sombra ;-)
Chegámos a Arfoud já perto do fim do dia, e com muito calor.
Cansados, a derreter com o calor, e com a fome a atormentar-nos, tivemos alguma dificuldade para encontrar o hotel, que tinha um nome diferente do que aparecia no booking, e quando finalmente chegámos, o quarto que nos atribuíram apesar de muito amplo, e bonito, cheirava a esgoto, pelo que tivemos que trocar, e ficamos num quarto gigantesco onde cabia a nossa casa inteira!
Descemos para procurar jantar, e como estávamos cansados, negociamos com o recepcionista do hotel o preço alí mesmo para não termos que andar á procura, mas não correu muito bem...
O jantar era composto de sopa, 1º prato a escolher entre 2 opções, 2º prato também a escolher entre 2 opções, e sobremesa, igualmente a escolher entre 2 opções, pelo que cada um de nós escolheu uma opção diferente, pois assim, alguma coisa haveria de ser comestível...
....
A sobremesa conseguia-se comer!
Saí da sala de jantar para falar com a filhota, porque na sala não havia net, e quando voltei, as sopas estavam na mesa, mas o marido avisou logo:
"Acho que não vais conseguir comer"
Provei, e quase tive que comer um pão inteiro para limpar o picante da boca!
Veio o primeiro prato, para ele um esparguete á bolonhesa deslavado e picante, e para mim uma tagine de kefta que é uma espécie de almôndegas super temperadas, que provei a medo, e lá tive que comer outro pão para limpar o picante da boca.
Por esta altura já tinha a boca dormente só de provar, mas quando vieram os segundos pratos,... nem o marido que é menos sensível ao picante conseguiu comer!
As sobremesas eram melancia, e um sortido de pequenos bolos secos, e isso acabou por ser o nosso jantar!
Fomos sentar-nos na recepção a decidir como fazer para ir ao deserto, e o recepcionista veio perguntar-nos pelo jantar...
Entretanto, claro que ele tinha um amigo, com um jeep, que levava pessoas a conhecer o deserto, e claro,... propôs-nos um programa para ir ao deserto com 2 opções:
1ª - por cerca de 60 € iríamos ver o sol nascer, e dar uma volta pela zona;
2ª - por cerca de 120 € poderíamos fazer um programa mais completo, assistindo ao pôr do sol no deserto, dormir por lá, e depois assistir ao nascer do sol nas dunas.
Escolhemos o programa mais modesto e deixámos claro que não queríamos comprar nada, que estávamos tesos e fartos de ser forçados a pagar por tudo e por nada, pelo que ele garantiu-nos que o tal amigo não tentaria vender-nos nada.
Ficou combinado que ás 4:30 horas da madrugada, o amigo viria buscar-nos, levar-nos ao deserto para ver o sol nascer, mostrar-nos um pouco da zona, e trazer-nos de volta ao hotel a tempo de tomar um pequeno almoço reforçado para compensar o desastre do jantar.
O resto do dia seria para dormir e aproveitar a piscina do hotel.
Fomos dormir um pouco...
Re: De Maxiscooter por Marrocos
Viva, já vi que a experiência teve momentos menos agradáveis pois deixe-me dizer-lhe que a segunda vez que estive em Marrocos mas que fui mesmo ate Marraquexe foi em 2003, tive uma experiência de tal maneira negativa que jurei nunca mais la voltar....e não fui durante 8 anos, fui ate Angola de Mota, andei por muitos países do médio oriente mas Marrocos é que nunca mais, os amigos interrogavam-me e interrogavam-se o porquê desta minha decisão ate que um dia em 2011 estava a jantar em Lisboa e tinha uma semana de ferias sem destino, conversa puxa conversa e mais isto e mais aquilo e era meia noite sai disparado de Lisboa eram 4h da tarde estava em Marraquexe...enfrentei os meus medos e fobias, basicamente esqueci o que se tinha passado, ou por outro lado, pensei em não generalizar o que se tinha passado comigo em 2003, e assim foi, depois desta vez em 2011 voltei em 2013 e ai fui ate à Mauritânia, depois voltei em 2015...e um dia destes volto la outra vez
Joao Luis- Já dorme com a moto!
Re: De Maxiscooter por Marrocos
Confirma-se! As fotos do deserto são sem dúvida as mais bonitas.. (um lugar de facto Exótico).
Rambo- A tirar a carta
Re: De Maxiscooter por Marrocos
Joao Luis escreveu:Viva, já vi que a experiência teve momentos menos agradáveis pois deixe-me dizer-lhe que a segunda vez que estive em Marrocos mas que fui mesmo ate Marraquexe foi em 2003, tive uma experiência de tal maneira negativa que jurei nunca mais la voltar....e não fui durante 8 anos, fui ate Angola de Mota, andei por muitos países do médio oriente mas Marrocos é que nunca mais, os amigos interrogavam-me e interrogavam-se o porquê desta minha decisão ate que um dia em 2011 estava a jantar em Lisboa e tinha uma semana de ferias sem destino, conversa puxa conversa e mais isto e mais aquilo e era meia noite sai disparado de Lisboa eram 4h da tarde estava em Marraquexe...enfrentei os meus medos e fobias, basicamente esqueci o que se tinha passado, ou por outro lado, pensei em não generalizar o que se tinha passado comigo em 2003, e assim foi, depois desta vez em 2011 voltei em 2013 e ai fui ate à Mauritânia, depois voltei em 2015...e um dia destes volto la outra vez
Já tinha lido a tua experiência no face
Eu também tenho ideia de que preciso voltar, só não sei é quando
Vamos lá então a mais uma etapa:
Acordámos antes das 04:00 e à hora combinada lá estávamos à porta do hotel.
As nossas motas estavam guardadas dentro de uma mini arrecadação a céu aberto, mas fechadas a 7 chaves e "guardadas" por um guarda que tive que ir acordar, pois tinha deixado o tripé na OLga.
O Guia chegou. Não fixei o nome, mas tenho ideia que era mais um Hassan, mas por esta altura já tínhamos adoptado a fórmula do companheiros Geraldescity do Rocking Abroad e chamávamos "Mohameds" a todos os marroquinos, apesar de em boa verdade, não nos ter calhado nenhum Mohamed.
Arrancámos pela noite dentro, e estava uma noite bem escura! ainda andámos alguns km em estrada, mas a maior parte do trajecto já foi feito fora de estrada, na mais completa escuridão, aos saltos e solavancos. Confesso que foi um bocado assustador :-O
Uma coisa tenho que dizer em abono da verdade! senti-me desconfortável com muita coisa em Marrocos, mas nunca me senti verdadeiramente insegura, coisa que infelizmente não posso dizer quando ando de noite na rua, na minha cidade...
Mas admito que enquanto ia aos saltos dentro de um jeep desconhecido, conduzido no meio da escuridão, por um completo estranho num país tão diferente, me passou pela cabeça que talvez não fosse a coisa mais sensata que fiz na vida. A verdade é que foi apenas um pensamento fugaz, pois tal como já tinha lido em blogues e fóruns, não há registo de situações de perigo por aquelas bandas, a não ser o perigo de ser levado a comprar alguma coisa que não se quer por um preço exorbitante ;-)
Finalmente chegamos a um edifício, um Kasbah no meio do deserto, e o "guia" disse-nos para sentar um pouco a descansar.
Aproveitámos para fazer as honras ;-)
Lembro que o combinado com o recepcionista era que o guia não nos tentaria vender nada!...
E ele "cumpriu"...
Mas claro que mal nos deixou no Kasbah, desapareceu, e por "milagre", apareceram outros "Mohameds" que nos tentaram impingir uma viagem de camelo nas dunas...
Recusámos, alegando que o marido tinha medo de camelos, e resultou ;-)
O guia reapareceu passado um bocado, e não gostou muito que tivéssemos recusado os camelos, porque isso o obrigava a levar-nos a pé até ás dunas.
Mas lá nos encaminhou até ao início das dunas, e indicou-nos que bastava subir e andar um bocado na "crista" das dunas até encontrar um local que nos agradasse para ficar à espera.
Assim fizemos!
Com os telemóveis a servir de lanterna, lá fomos galgando as dunas, e "abancámos" na crista de uma duna à espera.
Algum tempo depois, começa no horizonte a surgir uma muito ténue luz...
Fomos "brincando" por ali, e ouvíamos vozes á distância, mas naquela altura eram apenas vozes, pois não se via absolutamente nada.
E há hora marcada, ele rompe!
Lindo!
À nossa volta, as dunas começam a ganhar forma, e um colorido que nunca tinha visto em lado nenhum!
Começam a vislumbrar-se silhuetas ao longe de pessoas e de camelos.
E de dentro uma pequena toca na areia, surge um habitante do deserto!
Andámos à nossa vontade, a apreciar a maravilha das cores, e a brincar um pouco com as sombras...
Os meus amigos Marques, habituais companheiros de viagem estão sempre no nosso pensamento, e como a Paulinha desta vez não foi, fiz por ela uma brincadeira que sei que ela adora: descer a duna a rebolar :-)
Os turistas que compraram o passeio de camelo, depois do passeio tinham o ritual de chá, que era servido em cima de um tapete, ali mesmo, no deserto, e claro que entretanto, lhes vendiam tapetes ;-)
É incontornável!
Nós regressámos ao Kasbah onde o nosso guia nos aguardava, e arrancámos pelo meio do deserto, novamente aos solavancos.
De vez em quando lá se encontrava um Kasbah ou uma Riad, normalmente a funcionar como hotel para turistas TT.
E no meio de nada, também iam aparecendo poços de água, quase sempre com uma mulher a abastecer-se.
A dado momento, o Jeep para, junto de um poço, e o guia mostra-nos como é a água que se bebe por aquelas paragens.
..."por vezes até comemos girinos"...
Ele bebeu, mas recomendou-nos que não fizéssemos o mesmo, como se fosse necessário dizer alguma coisa :-O
A água seguia por um canal, que depois do poço se encaminhava a céu aberto para dentro de um oásis, onde funcionava como canal de rega, e seguimos o guia para dentro do palmeiral.
Mais á frente, num desses canais de rega, um outro habitante, este um pouco maior:
Alí cultivava-se tudo, desde as amêndoas, passando pelo fruto do argan, até ás couves, iguaizinhas ás que cultivo no meu quintal, só que aqui têm que estar protegidas do sol escaldante por palmeiras, e das tempestades de areia por barreiras feitas de canas.
Mais à frente, novamente no meio de nada, uma casa!
Para o jeep, sai do mesmo e do porta bagagem tira um garrafão de água e manda-nos sair.
Claro que comentei logo com o marido o que seria que nos iriam tentar vender!...
Com a água do garrafão, molhou umas pedras que havia por lá, revelando uma infinidade de fósseis!
Em volta da casa havia claros vestígios de que alguém ali trabalhava, desenterrando os fósseis, e quase de certeza que a paragem era para alguém nos vender uns quantos, só que o vendedor não estava, e o guia andava de um lado para o outro, à procura, e a falar ao telefone.
Desapareceu para trás da casa e ficou por lá um bom bocado, e quando voltou, deu para perceber o que tinha estado a fazer,... e não era Marlboro ;-)
Claramente o vendedor não estava por perto, e pedi-lhe para regressar, alegando que estava cansada, porque o sol já ia alto, e ali no meio de nada já custava a suportar.
Regressámos a Arfoud, mas ainda antes de entrar na cidade, apanhei um valente susto, pois subitamente o jeep começa a subir por uma colina onde não havia estrada, e foi realmente assustador, apesar de ser visível que o condutor sabia o que fazia e estava acostumado a fazer aquilo.
Valeu a pena!
Em Marrocos encontra-se pessoas nos sítios mais incríveis
Chegámos ao hotel e fiz uma terrível descoberta de que já tinha suspeitas! - tinha-me esquecido do fato de banho!...
Tomámos o pequeno almoço (cadê o reforço prometido na véspera?...)
Enfim... Marrocos é Marrocos ;-)
Fomos dormir um pouco e depois saímos à procura de almoço, e de um fato de banho, mas há coisas mais fáceis de encontrar em Marrocos, na terra onde tudo se vende!...
Almoçámos num pequeno restaurante, ao lado de outro pequeno restaurante onde por coincidência acabámos por jantar nesse dia.
É que à hora de jantar, fartos de comer sempre as mesmas coisas, perguntámos ao "guarda" das motas onde poderíamos jantar em condições, e claro que ele tinha um amigo,...
Descreveu o sítio, e referiu que à porta estaria o carro do amigo, que era o único carro preto de toda a cidade, e quando estava a tentar telefonar para o amigo, pára junto de nós um carro preto, abre-se o vidro, e o condutor cumprimenta o guarda!
Era o amigo!...
Acho que foi mesmo coincidência, mas,... Marrocos têm tantas coincidências destas, que é impossível não pensar...
Apanhámos boleia do dono do restaurante, e jantámos exactamente a mesma coisa que tínhamos almoçado!
Re: De Maxiscooter por Marrocos
Essas fotos no deserto espetaculares. Valem o tormento dos pedinchões!
Re: De Maxiscooter por Marrocos
nunomsp escreveu:
Essas fotos no deserto espetaculares. Valem o tormento dos pedinchões!
Sem dúvida!
As paisagens são fabulosas, e valem a viagem só por si, e não é só o deserto, mas também da montanha, as cascatas, os desfiladeiros, os souks, as medinas, a cultura tão diferente, enfim, é um país que vale a pena conhecer.
Mas continuando:
Deixámos Arfoud, e pelo caminho fomos vendo acampamentos Berbere ao longo da estrada, e junto de cada acampamento, viam-se montinhos de areia, com paus espetados.
Depois de muitos montinhos, começámos a notar que alguns tinham um balde pendurado, e aí fez-se luz! eram poços de água!
É estranho porque estão todos junto uns dos outros, e não se entende o porquê de haver tantos, mas não há dúvida! são poços de água.
Também se vai vendo ao longo da estrada aquelas esteiras de canas para evitar a invasão das areias.
E nos montes, tudo feito com pedrinhas brancas vêm-se inscrições deste tipo:
E de vez em quando, no meio de nada, esta espécie de portas. Imagino que sirvam para delimitar o território das províncias.
Ao longe, avistava-se o Atlas, ainda coberto de neve.
E ao lado da estrada, verdadeiras "plantações" de sacos de plástico!
São milhares de sacos que vêm trazidos pelo vento, e acabam presos na vegetação rasteira e nas pedras, em pleno deserto, onde nada existe.
E mais um oásis, com uma cidade junto dele.
Mais uma vez, a estrada desenvolve-se ao longo do palmeiral.
A construção por aqui é maioritariamente em adobe, e confunde-se com a paisagem.
O programa do dia envolvia muitos km, pois pretendíamos espreitar as 2 gargantas.
Primeiro a do Todra:
Marrocos está em obras, e por aqui também não era excepção, e lá tivemos que fazer mais um pouco de todo o terreno. Adoptei o "modo de segurança" na SYM, e lá fomos.
Na semana anterior tinha chovido muito, e notava-se em muitos sítios que os rios tinham transbordado e destruído as estradas. Aliás, notava-se que não estão preparados para grandes chuvadas, pois a maioria das estradas que fizemos em que havia rios para atravessar, as estradas simplesmente passavam por dentro do leito do rio, em vez de ter pontes como é normal ver pela Europa.
Era o caso desta estrada, que passava por dentro do rio, mas onde se via claramente que o caudal tinha feito estragos no alcatrão,
Voltámos à estrada, e ao passar por uma povoação cheia de autocarros de turistas, decidimos parar para almoçar, com o pensamento de que se há turistas, deveria haver variedade de oferta.
Pois,... havia variedade de restaurantes, mas os pratos eram os mesmos!
Para mim, mais uma tagine, e esta não era picante.
E para ele. mais uma brocheta de frango.
No fim, mais uma tentativa com o chá que tantos gabam, mas para mim, continuou demasiado doce e enjoativo para ser realmente bom.
O Atlas acompanhou-nos o dia todo.
As montanhas aqui assumiam uns formatos estranhos, que pareciam brincadeiras feitas por um gigante em barro.
Ao longo da estrada, encontra-se sempre gente com grandes cargas ás costas.
E subimos as curvinhas do Dadés.
As gargantas ou desfiladeiros são sempre impressionantes, e já vi algumas nos picos da Europa que me deixaram de boca aberta, mas aqui é diferente! é deserto, e não há nada a não ser terra e rocha amarelada.
Mais uma estrada em obras, mais uns km em "modo de segurança".
Uma vista oposta à que é normal ver-se da estrada, onde se vê o ponto de onde normalmente se tiram as fotos:
Vê-se muitas construções em adobe em ruínas. neste tipo de construção, a simples falta de manutenção acaba com elas, pois as chuvas e os ventos vão provocando a erosão natural dos materiais - lama e palha.
Numa das povoações onde passámos havia festa, e durante alguns km fomos vendo rapazes à beira da estrada a vender corações cor de rosa.
Mais uma "paragem técnica" e aqui pode ver-se como a estrada simplesmente atravessa o leito do rio.
E ao longe, o Atlas a "guardar-nos"
Chegámos tarde a Ouarzazate, e não foi fácil arranjar onde comer.
O melhor que conseguimos foi uma omelete de queijo, pão e azeitonas, e por acaso estava bem boa ;-)
Re: De Maxiscooter por Marrocos
Em Ouarzazate:
Nesta zona, continua a ser o veículo mais utilizado pelos marroquinos!
Enquanto tomamos o pequeno almoço na esplanada do hotel, vamo-los vendo passar com cargas que assustam só de ver, e vêm-se famílias inteiras, com os filhos intercalados entre os adultos, que nos deixa a pensar que a ideia de segurança ali é muito diferente da nossa.
Saímos sem pressa, e andámos a passear livremente pela cidade, à procura da medina.
Encontrámos um centro comercial marroquino, parecido a com alguns dos mais antigos que temos por cá.
Conhecemos o largo da povoação, e a rua onde se concentram as lojas.
E chegámos à muralha da medina, mas em vez de entrar, fomos espreitar um Kasbah.
Enquanto estávamos a olhar, a tentar perceber se se pagava, somos logo rodeados por uma série de "...guias", e um deles dá-nos logo o preço com e sem guia.
Aceitámos o preço com guia, e ele mesmo comprou os bilhetes.
Entrámos no Kasbah, e por diversas vezes me pareceu que estava em Coimbra, no portugal dos pequeninos, e o guia perante a nossa perplexidade, explicava que os berbere eram muito pequenos.
Também não fixei o nome dele, mas posso garantir que não era Mohamed ;-)
Era simpático como todos, e explicava tudo numa mistura de espanglofancês que por vezes era difícil de entender, e não se podia chegar muito perto dele, porque estava calor, e o cheiro do tabaco misturava-se com a falta de banho :-O
Nas paredes, pedaços do Alcorão:
Das janelas avistava-se um pouco do oásis, e tínhamos visto no mapa que havia um lago, mas ele explicou-nos que nesta altura estava seco, pelo que abandonámos a ideia de o ir espreitar.
O rapaz que se vê ao fundo era um artesão berbere, que além dos quadros que se vê expostos, estava a fazer (e a vender) fios e pulseiras muito bonitos, e decidi comprar um, quanto mais não fosse porque foi o primeiro marroquino que não tentou vender-me nada!
O guia não achou muita graça, certamente porque nesta venda não tinha comissão...
A visita incluía uma passagem pela medina, por isso saímos do Kasbah, mas antes de nos embrenharmos no labirinto da medina, lá tivemos que passar pela loja onde ele tinha "propina"...
Por acaso era uma loja muito bonita, mas desta vez conseguimos não nos demorar muito! valeu a experiência entretanto adquirida, e enquanto o marido respondia com uma "versão adaptada" da nossa realidade às perguntas dos vendedores:
"filhos,... sim, temos 6"... "viemos de mota, e não há espaço para nada"... "nem tenho dinheiro,... olha só estes 10 euritos e têm que dar para o almoço"...
Eu lembrei-me que sou asmática, e alérgica a tapetes, o que até é mesmo verdade, mas claro que não de forma tão dramática como a que demonstrei enquanto muito aflita procurava na mala a bomba do ventilan...
Fiz uma nota mental para mim mesma: não esquecer de colocar na mala a bomba para ocasiões destas.
Outra loja onde o nosso guia tinha comissão:
Estendal bem original:
A construção é maioritariamente em adobe.
Aliás, o kasbah que visitámos era também todo ele construído em adobe, e por falta de manutenção tinha já grandes áreas destruídas mas a maioria tinha sido reconstruída.
Era hora de almoço, e o guia tentou impingir-nos um restaurante, mas era caríssimo, e recorrendo a mais um estratagema, fruto da experiência entretanto adquirida, lembrei-me de perguntar se tinham wifi!
Não tinham, e dizendo que precisávamos mesmo de comunicar, fomos à procura de outro local para almoçar.
Lá saiu mais uma tagine de legumes para mim, e uma brocheta de frango para ele...
Depois de almoço fomos visitar um dos estúdios de cinema de Ouarzazate.
Existem dois, e são mesmo ao pé um do outro o CLA e o ATLAS, mas o calor era tanto que decidimos que um seria suficiente, e optámos pelo ATLAS, ou melhor, o taxista que nos levou até lá, escolheu por nós.
Aqui se rodaram filmes famosos como a múmia ou a missão impossível.
Pela frente parece mesmo uma aldeia do oeste, dos filmes de cowboys, mas pela parte de trás...
Aqui o guia estava incluído no preço do bilhete, calhou-nos mais um Hassan, e aqui não havia vendedores :-)
Parece os nossos políticos!
É só fachada!...
É tudo falso! o que não é de esferovite, é de fibra de vidro, ou de papel, como no caso abaixo:
Há muito material em restauro, não só para as visitas dos turistas, mas também porque os estúdios estão activos, e continuam a servir de cenário para filmes novos.
A visão traseira:
Até as teias de aranha são falsas :-)
Á noite fomos jantar ao largo da cidade, e havia festa!
Pedimos uma pizza, na ânsia de comer algo mais europeu, mas pizza com ingredientes marroquinos é um desconsolo.
Depois de jantar fomos dar uma volta pelas lojas, pois com o medo que ganhamos de pedir preços, ainda não tínhamos comprado quase nada, e eu tinha lido na página da Rita Leitão, que foi mais uma das minhas "bíblias" nesta viagem, que havia uma loja, chamada Rabab que tinha os preços marcados, e fomos à procura.
E cá está! era verdade :-)
Voltamos ao hotel.
Este era engraçado. também coincidiu com a escolha do MSP na viagem que nos serviu de guia, e embora o quarto não fosse fantástico, e o duche servido em água fria, tinha boas áreas para planeamento em grupo de viagens.
E o estacionamento das motas era original! desviou-se umas quantas mesas da esplanada, e voilá!
Nesta zona, continua a ser o veículo mais utilizado pelos marroquinos!
Enquanto tomamos o pequeno almoço na esplanada do hotel, vamo-los vendo passar com cargas que assustam só de ver, e vêm-se famílias inteiras, com os filhos intercalados entre os adultos, que nos deixa a pensar que a ideia de segurança ali é muito diferente da nossa.
Saímos sem pressa, e andámos a passear livremente pela cidade, à procura da medina.
Encontrámos um centro comercial marroquino, parecido a com alguns dos mais antigos que temos por cá.
Conhecemos o largo da povoação, e a rua onde se concentram as lojas.
E chegámos à muralha da medina, mas em vez de entrar, fomos espreitar um Kasbah.
Enquanto estávamos a olhar, a tentar perceber se se pagava, somos logo rodeados por uma série de "...guias", e um deles dá-nos logo o preço com e sem guia.
Aceitámos o preço com guia, e ele mesmo comprou os bilhetes.
Entrámos no Kasbah, e por diversas vezes me pareceu que estava em Coimbra, no portugal dos pequeninos, e o guia perante a nossa perplexidade, explicava que os berbere eram muito pequenos.
Também não fixei o nome dele, mas posso garantir que não era Mohamed ;-)
Era simpático como todos, e explicava tudo numa mistura de espanglofancês que por vezes era difícil de entender, e não se podia chegar muito perto dele, porque estava calor, e o cheiro do tabaco misturava-se com a falta de banho :-O
Nas paredes, pedaços do Alcorão:
Das janelas avistava-se um pouco do oásis, e tínhamos visto no mapa que havia um lago, mas ele explicou-nos que nesta altura estava seco, pelo que abandonámos a ideia de o ir espreitar.
O rapaz que se vê ao fundo era um artesão berbere, que além dos quadros que se vê expostos, estava a fazer (e a vender) fios e pulseiras muito bonitos, e decidi comprar um, quanto mais não fosse porque foi o primeiro marroquino que não tentou vender-me nada!
O guia não achou muita graça, certamente porque nesta venda não tinha comissão...
A visita incluía uma passagem pela medina, por isso saímos do Kasbah, mas antes de nos embrenharmos no labirinto da medina, lá tivemos que passar pela loja onde ele tinha "propina"...
Por acaso era uma loja muito bonita, mas desta vez conseguimos não nos demorar muito! valeu a experiência entretanto adquirida, e enquanto o marido respondia com uma "versão adaptada" da nossa realidade às perguntas dos vendedores:
"filhos,... sim, temos 6"... "viemos de mota, e não há espaço para nada"... "nem tenho dinheiro,... olha só estes 10 euritos e têm que dar para o almoço"...
Eu lembrei-me que sou asmática, e alérgica a tapetes, o que até é mesmo verdade, mas claro que não de forma tão dramática como a que demonstrei enquanto muito aflita procurava na mala a bomba do ventilan...
Fiz uma nota mental para mim mesma: não esquecer de colocar na mala a bomba para ocasiões destas.
Outra loja onde o nosso guia tinha comissão:
Estendal bem original:
A construção é maioritariamente em adobe.
Aliás, o kasbah que visitámos era também todo ele construído em adobe, e por falta de manutenção tinha já grandes áreas destruídas mas a maioria tinha sido reconstruída.
Era hora de almoço, e o guia tentou impingir-nos um restaurante, mas era caríssimo, e recorrendo a mais um estratagema, fruto da experiência entretanto adquirida, lembrei-me de perguntar se tinham wifi!
Não tinham, e dizendo que precisávamos mesmo de comunicar, fomos à procura de outro local para almoçar.
Lá saiu mais uma tagine de legumes para mim, e uma brocheta de frango para ele...
Depois de almoço fomos visitar um dos estúdios de cinema de Ouarzazate.
Existem dois, e são mesmo ao pé um do outro o CLA e o ATLAS, mas o calor era tanto que decidimos que um seria suficiente, e optámos pelo ATLAS, ou melhor, o taxista que nos levou até lá, escolheu por nós.
Aqui se rodaram filmes famosos como a múmia ou a missão impossível.
Pela frente parece mesmo uma aldeia do oeste, dos filmes de cowboys, mas pela parte de trás...
Aqui o guia estava incluído no preço do bilhete, calhou-nos mais um Hassan, e aqui não havia vendedores :-)
Parece os nossos políticos!
É só fachada!...
É tudo falso! o que não é de esferovite, é de fibra de vidro, ou de papel, como no caso abaixo:
Há muito material em restauro, não só para as visitas dos turistas, mas também porque os estúdios estão activos, e continuam a servir de cenário para filmes novos.
A visão traseira:
Até as teias de aranha são falsas :-)
Á noite fomos jantar ao largo da cidade, e havia festa!
Pedimos uma pizza, na ânsia de comer algo mais europeu, mas pizza com ingredientes marroquinos é um desconsolo.
Depois de jantar fomos dar uma volta pelas lojas, pois com o medo que ganhamos de pedir preços, ainda não tínhamos comprado quase nada, e eu tinha lido na página da Rita Leitão, que foi mais uma das minhas "bíblias" nesta viagem, que havia uma loja, chamada Rabab que tinha os preços marcados, e fomos à procura.
E cá está! era verdade :-)
Voltamos ao hotel.
Este era engraçado. também coincidiu com a escolha do MSP na viagem que nos serviu de guia, e embora o quarto não fosse fantástico, e o duche servido em água fria, tinha boas áreas para planeamento em grupo de viagens.
E o estacionamento das motas era original! desviou-se umas quantas mesas da esplanada, e voilá!
Re: De Maxiscooter por Marrocos
Conheço esse porta-chaves
pelo sofrimento
pelo sofrimento
Luís Azevedo- Ainda é motorato!
Re: De Maxiscooter por Marrocos
Luís Azevedo escreveu:Conheço esse porta-chaves
pelo sofrimento
E mais um dia de viagem:
Deixámos Ouarzazate, e tínhamos pela frente um dia cheio!
À beira da estrada, "lojas" de todo o tipo,...
Camelos,...
Fomos espreitar Ait Ben Haddou, que serviu de cenário a alguns filmes bem conhecidos como Lawrence da Arábia, A Múmia, Gladiador, etc.
É uma povoação engraçada, como tantas outras que passamos, que se confunde com a paisagem, porque é construída em adobe, que assume sempre as cores do locais, porque o material (lama e palha) são recolhidos no próprio local de construção.
Está mais ou menos abandonada, e já só lá vivem meia dúzia de famílias, mas continua a ser muito bonita, e diferente, porque basicamente não há casas, mas apenas kasbahs, que são uma espécie de pequenas fortalezas.
Quando nos dirigíamos para lá aconteceu uma coisa engraçada: A estrada, como tantas outras, estava em muito mau estado, a dado momento parámos para eu tirar fotos, e ía a passar um rapaz a quem o marido aproveitou para perguntar se valia a pena continuar. O rapaz reconheceu-nos logo, pois na véspera tínhamos lhe comprado uma mini tagine para trazer de recordação!
Ele trabalhava de dia a vender na berma da estrada, e á noite trabalhava numa pequena loja em Ouarzazate. Recomendou-nos a não continuar, porque o que havia para ver estava ali, e a estrada piorava muito, não sendo recomendável para as nossas motas, e quando um marroquino nos diz isto,... eles passam em todo o lado com as scooters,... por isso achamos melhor confiar nele ;-)
Uma pilha de "tijolos" pronta para construir ou reconstruir :-)
Um dos locais de extracção da matéria prima para a construção:
E claro, pelas bermas íamos passando por grandes cargas...
O caminho era duro :-O
A seguir, começámos a subir o Atlas!
Parámos para um chichi e um café no Col du Trichka que fica a 2260 metros de altitude, no local onde quase todos os viajantes param, e estava cheio de holandeses de auto-caravana!
Fomos logo cercados de marroquinos das lojas, e apesar de até estar avisada, não tinha levado nada para oferecer.
Este em particular foi muito insistente, e conseguiu arrancar ao marido a única caneta que ele tinha, com a promessa de lhe dar alguma coisa em troca, e só assim nos largou para podermos subir ao café e usar o wc!
O café e as diversas bebidas à base de café eram excelentes em todo o lado!
O Horácio tinha lá deixado um tóculante do Moto clube de Albufeira, mas só conseguimos encontrar o de Loulé.
Claro que lá deixámos o nosso!
Fomos cobrar a troca da caneta, mas já se tinha esquecido, e não queria dar nada! A muito custo, lá nos deu uma pedrita...
Seguimos viagem.
Mais "lojas"...
Mais cargas impossíveis...
Mais "alcatrão de boa qualidade"...
A D. Paula Santos, que é uma agente de viagens que já organizou dezenas de viagens por Marrocos, avisou-nos que com motas costuma fazer ao contrário do que nós fizemos, porque com as motas não arrisca fazer a parte em obras a descer mas nós teríamos que inverter todo trajecto, e decidimos não mudar nada, pelo que fizemos a descida do Atlas pelo lado em obras!
Foi uma boa injecção de adrenalina, e a OLga veio quase sempre em "modo de segurança" mas correu bem e foi muito divertido!.
e lá vinha mais uma carga...
E mais uma povoação que se confunde com a paisagem...
Parámos para almoçar num local onde aparentemente também muitos viajantes param, pois os tóculantes eram muitos!
Tinha uma vista fabulosa!
Variámos a ementa... pão, azeitonas e omeletes!
E juntámos mais um tóculante ao que já lá estavam.
A chegada a Marraquexe foi um pouco confusa!
Apesar de até nem ter razão para recear, a verdade é que não me atrevi a entrar na cidade mais comercial de Marrocos com o telemóvel montado na mota, e por isso andámos ás voltas, no meio da confusão e das obras, e acabamos mesmo por entrar inadvertidamente na medina, onde não é suposto circularem veículos a motor, mas onde todos os veículos que cabem, entram!
Re: De Maxiscooter por Marrocos
Muito bom!
Excelente crónica ilustrada por belas fotos.
Parabéns.
Em relação aos vendedores em todo o canto e esquina é normal em Africa e na Asia de um modo geral; mas não há que chegue à India. Se a experiência em Marrocos foi "traumática", não queriam experimentar a India
Excelente crónica ilustrada por belas fotos.
Parabéns.
Em relação aos vendedores em todo o canto e esquina é normal em Africa e na Asia de um modo geral; mas não há que chegue à India. Se a experiência em Marrocos foi "traumática", não queriam experimentar a India
jacare- Zero à direita
Re: De Maxiscooter por Marrocos
jacare escreveu:Muito bom!
Excelente crónica ilustrada por belas fotos.
Parabéns.
Em relação aos vendedores em todo o canto e esquina é normal em Africa e na Asia de um modo geral; mas não há que chegue à India. Se a experiência em Marrocos foi "traumática", não queriam experimentar a India
Brigado
Mais um bocadinho:
Continuava sem fato de banho, e se estava calor quando chegámos, por isso a primeira coisa que fizemos foi procurar um shopping, pois se não conseguisse comprar um fato de banho em Marraquexe, algo me dizia que não o encontraria em nenhuma outra parte de Marrocos!
Não foi fácil, mas conseguimos, e acabámos o dia num shopping super ocidental, a tomar um capuccino e um café especial no Starbucks ;-)
No dia seguinte, a ideia era sair cedo, e conhecer a medina, mas o dia começou com um acidente!
Logo na primeira noite em Tanger, uma das hastes dos meus óculos partiu-se, e embora tenhamos conseguido remediar com super cola 3, obviamente que tinha receio de ficar sem óculos a meio da viagem, e como tinha levado bastantes lentes de contacto diárias, optei por andar sempre com lentes, mas nesse dia quando coloquei a lente esquerda, senti mediamente um enorme desconforto e tirei-a logo de seguida. Infelizmente não é a primeira lente defeituosa que apanho, e ao tirá-las acontece sempre o mesmo: rasga-se!
Consegui tirar a parte maior da lente, mas ficou a faltar um pedacinho, e uma hora depois ainda andávamos os 2 a escarafunchar no olho à procura.
Acabei por desistir, e saímos de casa com ideia que se o desconforto não desaparecesse, lá teria que ir descobrir como funciona a saúde em Marrocos!...
Com isto tudo já saímos um pouco tarde, e decidimos apanhar um táxi para a medina, só que por esta altura já estávamos menos "virgens" nestas coisas, e antes de sair perguntámos ao recepcionista quanto é que deveria custar.
Ainda bem que o fizemos, pois logo á porta do hotel estava um grand taxi, com um daqueles super prestáveis marroquinos que se ofereceu logo para nos mostrar a medina e tudo o que havia para ver em Marraquexe... pela módica quantia de 500 dirhams!...
Declinámos dizendo que apenas pretendíamos ir até uma porta da medina, para o que bastaria um petit taxi, só que como sempre ele não nos largava. Tive que fazer de "mulher berebere" como eles me chamavam, agarrar no marido pelo braço arrancar dizendo que íamos a pé, e depois de ganharmos uma distância aceitável, fizemos sinal a um dos milhentos petit taxis que circulavam na avenida!
Pagámos 15 dirhams, cerca de 1,50 €!...
Por todo o lado, nos locais por onde passámos, há sempre imensos gatos!
Dá vontade de os trazer todos para casa.
E veículos destes, também são aos montes!
Um vendedor ambulante de chá:
Em Marraquexe, confesso que finalmente consegui apreciar um pouco mais de Marrocos, pois aqui havia muito menos marroquinos chatos a andar atrás de nós, e conseguimos andar sozinhos por todo o lado sem ser obrigados a aceitar guias que não pretendíamos ou compras que não desejávamos.
Mas não é fácil andar por lá! por causa das obras que há em todo o lado, é difícil caminhar, e obriga a andar sempre com muita atenção, porque há cada ratoeira!...
E claro, o sempre presente cheiro a esgoto, e fumo dos veículos do século passado!
Na véspera tínhamos andado por aqui de mota :-O
Dentro das medinas, não é suposto circularem veículos motorizados, mas todos os que cabem andam, e por vezes só temos tempo de saltar para dentro de uma porta e encolher a barriga!
Ainda por cima, como são ruas estreitas e algumas até cobertas, torna-se difícil respirar, principalmente para quem já tem problemas respiratórios.
Eles devem seguir a regra do "se cabe, entra!"...
E depois, há os "transportes impossíveis":
Vimos cargas destas com o dobro da altura!
É curioso observar o contraste que existe entre o aspecto tão pouco cuidado de tudo, e a forma tão cuidadosa e trabalhada como expõem os produtos nas lojas! O colorido das bancas de venda é encantador, e só por isso, vale a pena ir a Marrocos!
Chegámos a um Kasbah e como a entrada era barata (20 dirhams), resolvemos entrar, até porque estava calor e presávamos de um pouco de sombra.
Foi boa ideia, porque era lindíssimo:
Encontrámos por lá este simpático comedor de flores, e satisfizemos o seu apetite voraz, oferecendo-lhe vários tipos de flores, mas a preferidas dele eram mesmo as cor de rosa.
Voltámos ao calor da medina, e fomos à procura de almoço.
Uma sopa não sei de quê, mas que não era picante,
E 2 pratos gourmet, que não eram fantásticos, mas eram comestíveis, e eram uma variante ás tagines e brochetas de que por esta altura já estávamos fartos.
No meio do emaranhado de ruelas e lojas, parámos á porta de uma que oferecia viagens ás cascatas de Ouzud e como o marroquino da loja não veio ter connosco tentando vender a habitual "banha da cobra", resolvemos entrar e perguntar o preço, e foi uma agradável surpresa: 200 dirhams por pessoa!
Decidimos aceitar, porque tínhamos visto que era viagem para o dia inteiro, e achámos que também seria uma boa forma de evitar os "simpáticos" marroquinos que sabíamos que iríamos encontrar em Ouzud a oferecer-se para nos mostrar as cascatas.
Pagamos um sinal de metade do valor, deram-nos um recibo, e ficou combinado que nos iriam buscar ao hotel, ás 8 da manhã.
Só depois de sairmos da medina é que me lembrei que nem uma foto tinha tirado da loja, e que nunca seríamos capazes de a voltar a encontrar, mas a verdade é que apesar da forma informal como eles trabalham, nunca sentimos propriamente receio de ser verdadeiramente enganados.
Entramos no mercado Berbère.
Havia dezenas de gaiolas com cagados à venda!
Queria tanto trazer um...
Entretanto, junto de uma das portas assistimos a uma cena entre um polícia e um rapaz que ia a entrar na medina na sua mota. O polícia deu-lhe um valente raspanete e obrigou-o a levar a mota á mão, e a partir desse momento, todos os veículos que vimos dentro da medina andavam desligados!
Percorremos os vários Souks.
E fomos à procura da praça mais famosa de Marrocos - a Praça Jamaa el fna
Viu-me a tirar a foto, apesar de eu ser muito discreta e ter uma pequena compacta que passa despercebida, mas tem super zoom, e num ápice chegou ao pé de mim com a cobra para me colocar ao pescoço e cobrar a "propina".
Não deixei e segui caminho, deixando-o a "mimar-me" com nomes que não deviam se simpáticos em marroquino ;-)
Apanhámos um taxi, e regressámos ao hotel. Até este momento, podia dizer que os taxistas marroquinos eram os mais honestos que tinha conhecido até ao momento, mas nesta viagem calhou-nos um verdadeiro taxista, daqueles que enganam turistas, e pediu-nos o dobro do que todos os outros tinham pedido até ao momento!
Fiz-lhe o meu olhar Berebere, e disse que ía participar dele, e lembrei-me duma da Paula Kota, e disse-lhe que era jornalista e que ia espalhar por todo o lado o que aconteceu! ficou aflito, mas mesmo assim cobrou 20 Dirhams, que foi mais 5 do que os outros até aí!
Por baixo do hotel havia um supermercado. Aliás, no booking dizia que o hotel tinha estacionamento gratuito, e de facto tinha,... o estacionamento do supermercado!
Fomos comprar pão e vimo-nos gregos para encontrar alguma coisa para lhe pôr dentro, mas conseguimos encontrar uma espécie de fiambre de peru, e fizemos um jantar menos marroquino no quarto.
O engraçado é que nos supermercados marroquinos, tudo se vende avulso, até artigos como massas, arroz, etc, e está tudo arrumado de forma bonita, tal como nas bancas de rua:
Fomos acabar a tarde na piscina, e dei uso ao meu fato de banho marroquino, que custou mais do dobro de todos os outros que comprei em toda a minha vida, e que provavelmente nunca voltarei a usar, porque é fluorescente!
Foi o que se arranjou ;-)
E, o meu olho nunca mais deu sinal de ainda lá andar o resto da lente, por isso posso dizer que passei por Marrocos sem conhecer como funciona o sistema de saúde marroquino!
À noite voltámos à praça. Fomos de táxi, e pagámos o dobro do que nos tinham cobrado durante o dia, mas antes de sair perguntámos o preço dos táxis à noite, e ficámos a saber que a tarifa que o taxista da tarde nos tentou impingir era a tarifa da noite.
Terminámos o dia com o melhor chá que tomei durante todo o tempo que por lá andámos, e não era de menta!
Re: De Maxiscooter por Marrocos
Cristina olá,
Podes dizer o que quiseres mas para quem faz uma crónica como esta é porque ficou encantado com esta viagem e aventura de filme das Arábias!!!!!!!!!!!!!!!!
Ganhaste 1 M
Podes dizer o que quiseres mas para quem faz uma crónica como esta é porque ficou encantado com esta viagem e aventura de filme das Arábias!!!!!!!!!!!!!!!!
Ganhaste 1 M
Elisio FJR- Já sai à rua a conduzir.
Re: De Maxiscooter por Marrocos
Elisio FJR escreveu:Cristina olá,
Podes dizer o que quiseres mas para quem faz uma crónica como esta é porque ficou encantado com esta viagem e aventura de filme das Arábias!!!!!!!!!!!!!!!!
Ganhaste 1 M
Brigado
Não há dúvida que Marrocos tem muito encanto, e estou convencida de que ninguém consegue passar por lá e ficar indiferente
E mais um bocadinho do passeio:
Foi um dos melhores dias passados em Marrocos!
À hora marcada lá estávamos, na recepção do hotel com o pequeno almoço tomado à espera do transporte, e 20 minutos depois, começámos finalmente a ficar preocupados!...
O hotel era bonito, e entretive-me a tirar fotos da recepção enquanto esperava, e com meia hora de atraso lá apareceu uma carrinha para nos apanhar.
É que o nosso hotel era o "Mogador Gueliz", e tinham dado ao motorista apenas o nome "Mogador", só que em Marraquexe existem, segundo o motorista, 9 hotéis com o nome "Mogador"!
A empresa turística era esta:
O motorista deixou-nos é porta, e já lá estavam vários grupos de turistas, que aos poucos foram sendo chamados por destinos.
O nosso grupo foi o último a partir, e enquanto esperávamos, tive oportunidade de registar mais um "transporte impossível"!
Agora reparo que durante todo o tempo que por lá andámos não entrámos em nenhum minarete!
A viagem foi longa, e fomos brincando e acompanhando no GPS.
E cá está a nossa viatura turística:
O meu banco nem cinto de segurança tinha, mas correu tudo bem!...
Viajava connosco um grupo de 3 americanos, e inicialmente nenhum deles colocou o cinto, mas depois da primeira curva em que um deles (devia ter mais de 1,80m e pesar mais de 100 kg), foi parar ao meio do corredor, os 3 colocaram os cintos...
3 horas depois chegámos ao destino, e o próprio motorista é que escolheu o guia, entre os vários que imediatamente rodearam o "autocarro". Calhou-nos o Youssef, e ficámos muito bem servidos. Era um jovem Berbére, e proporcionou-nos uma excelente visita de 3 horas, mas os Americanos não acharam graça ao facto de ele ter começado logo por dizer que a visita custaria 30 dirhams por pessoa. Eles tinham achado que estaria incluída no pacote, mas Marrocos é Marrocos, e nestas coisas, cada um pede a sua propina.
Depois de muitos protestos, acabaram por aceitar, e o grupo seguiu todo junto com o Youssef.
Logo a primeira vista das cascatas é absolutamente magnífica, e teria valido a viagem, mas havia muitas mais!
Continuámos por um carreiro, nem sempre fácil,
e o Youssef foi explicando como vivem ainda hoje os Berbéres, e entretanto alguém perguntou porque é que as oliveiras tinham marcas coloridas. Segundo ele, é a forma de cada família identificar as suas oliveiras, já que ali não há propriedade do terreno, mas sim das árvores.
Também nos chamou á atenção para pequenas grutas que se avistavam na montanha, e que seriam as suas habitações.
Chegámos a uma zona de lazer, onde havia mesas e cadeiras, e um vendedor de sumos e laranjas, que era obviamente familiar do Youssef, junto de uma espécie de varanda à beira de uma lagoa com uma cascata, e fizemos uma pausa para hidratar e descansar. Havia corajosos a saltar para dentro da lagoa lamacenta, e os americanos não se fizeram rogados:
O frigorífico:
O local era muito bonito, mas havia ainda muito para escalar, e seguimos caminho.
Uma oferta de alojamento 100% Berbére:
E chegámos à base das cascatas, e o cenário é magnífico!
Não há como descrever!
alguns do nosso grupo atravessaram de barcaça, mas nós optámos pela "ponte".
Por mim ficava lá, só a admirar a beleza :-)
E almoçámos num restaurante de um familiar do Youssef (como não poderia deixar de ser), com esta vista fabulosa:
Claro que o almoço foi mais uma tagine, e esta era das picantes!
E depois de almoço chegou a hora de começar a subida de regresso, mas pelo caminho ainda passámos por um local onde havia macacos, e lá estava um Berbére com um saquinho de amendoins e a mão estendida para a propina. Houve um holandês que se fartou de dar amendoins e tirar fotos com o macaco em cima da cabeça, e quando chegou a hora de pagar a "propina", seguiu viagem sem pagar!...
Gostei da forma como tinham o "mobiliário urbano" bem enquadrado:
Regressámos a Marraquexe.
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