Ir a Lisboa comer caracóis... 05/07/2015

Foi no ano passado que alguma malta que se conheceu no Google+ lançou o desafio de se ir comer uma caracolada a Lisboa, visto que um dos melhores cozinheiros de caracóis lá vive e assim foi... passado este tempo todo o desafio tornou-se realidade, foi marcada a data de 5 de Julho para o pic-nic no Parque das Nações e o principal gajo que propôs o desafio faltou porque tinha de ir trabalhar.

Km's: +/- 560

Combustível: 41,52€

Almoço: 23,10€

Portagens (só regresso): 13,90€

Como para um pic-nic cada um leva um pouco e pouco a pouco se faz muito, também nós levamos uma contribuição para o pessoal comer, se bem que as estrelas principais foram os caracóis (que estavam uma delícia), mas vamos por partes... vamos começar pela viagem, decidimos ir para baixo no próprio dia e sempre a evitar portagens e sem GPS (que sinceramente não fez falta nenhuma). Para estar pelas 16h00m no Parque das Nações teríamos de sair de casa por volta das 09h00m da manhã, à hora estipulada para a partida lá estávamos nós em cima da mota a engrenar a primeira e arrancar!!

O trajecto foi mais ou menos este... deve ter sido, a ideia foi tentar seguir sempre a N1 até bem lá a baixo, o principal objectivo era não pagar portagens.

Até aqui nada de mais, fomos sempre direitinhos até chegar à Curia.

Aqui paramos para beber um leite achocolatado, colocar a máquina ao pescoço da pendura e prosseguir caminho, após esta paragem e ao fim de 8 minutos lá arrancamos novamente, já não nos apetecia estar parados mais tempo e diga-se de passagem que andar de mota sabe tão bem...





Há que ler os valores nutricionais, é que para engordar já basta logo à tarde! Ou talvez eu estivesse apenas a desembrulhar o pacote para espetar a palhinha e beber... o que por si só queima calorias.



Por falar em calorias, no outro dia calhou numa conversa no Google+ e já tinha tido esta conversa com mais malta sobre: Quantas calorias queimava uma pessoa a andar de mota?

Ora, descobri que uma pessoa a andar de mota queima mais calorias que estar parado, o que por si só é uma excelente justificação para andar de mota, o website está em inglês, mas podem encontrar os dados aqui -> CalorieLab, ora, também é verdade que devem ter feito o teste com uma pessoa a andar normalmente, por isso quanto mais a concentração na condução mais calorias se queimam, mas chega de conversa e vamos lá continuar o passeio.



Seguimos caminho até Coimbra, onde não paramos...









E lá fomos pelas belas estradas "novas" que por lá há.



Cada vez que passo aqui sinto que algo não foi tratado como devia!



E este edifício de escritórios está impecável, chama bastante a atenção.



Por aí a baixo o que não falta são estradas em obras, se bem que certos locais já as mereciam e ainda nem sombra de obras existe.





E volta a desviar para a N1, caso contrário lá se terá de pagar portagem.



Estradas muito agradáveis de se percorrer e cada vez que vamos andando mais para baixo mais o terreno e os cheiros se vão tornando diferentes, é algo que apreciamos muito, quando percorremos desde manhã cedo até ao fim do dia de ponta a ponta e vemos todo o terreno mudar do verde e montanhoso, para o menos verde e mais plano.





E chegamos à Batalha, aqui já paramos para dar uma voltita a pé, esticar as pernas e tirar umas fotografias, penso que nunca o fizemos por estas bandas... acho eu, pelo menos não me lembro de ter parado a mota aqui.





E depois de estacionar a mota e ver um clássico, lá fomos ver o Mosteiro Santa Maria da Vitória (mais conhecido por Mosteiro da Batalha), cuja história remonta ao ano de 1385.



Isto é qualquer coisa, está aqui muito trabalho, muitas horas e muito suor!





Os vitrais que remontam ao século XV, tanto quanto se sabe foi o primeiro edifício português a receber este tipo de arte.



E continuemos a visita por aqui e por ali...



Os belos reflexos no chão do mosteiro, o vitrais fazem com que o mosteiro possua toda uma mística que o envolve tanto por dentro como por fora, tanto de dia como de noite.





Um túmulo de D. João I e D. Filipa de Lencastre. Este edifício já foi um dos verdadeiros panteões, oficialmente temos dois, o de Coimbra e o de Lisboa.



E pessoal a tirar fotografias é coisa que não falta, mas não admira pois o edifício é imponente e a obra feita impressiona qualquer um!



O exterior é trabalhado de uma forma espectacular e do que estive a reparar, não existem dois iguais.



Olha eu todo catita e o D. Nuno Álvares Pereira ao fundo... desconfio que esta estátua não foi feita à escala.



As homenagens perto da zona do mosteiro.



E adeus Batalha, até um dia...



Por esta altura decidimos ir percorrendo a estrada até que fossem 13h00m, a seguir iríamos estar atentos à passagem de um bom local para comer... fomos andando e andando, passando por um lugar e por outro, vendo as viaturas que se encontrassem estacionadas à porta dos locais para comer.

Pelo caminho pensamos sobre a causa de muitas destas estruturas se encontrarem fechadas e a decair não se deveu apenas à crise, mas também à construção de infra-estruturas que levaram a que muita gente deixasse de utilizar as estradas nacionais, são muitas ao longo do percurso, inclusive restaurantes que tinham capacidade para muitas pessoas.



Entretanto a Zarolha fez os 4400 km's!



E lá se começam a ver coisas que não estamos habituados... rectas sem fim à vista!



Bem... os requisitos para ver se o local vale a pena já aprendemos à muito quais são:

- Quantos mais carros parados na entrada, melhor o lugar é! Isto porque se tem muitos carros, é provável que o local seja conhecido pela comida e não seja caro (desde que os carros à porta não sejam daqueles que custam o preço de uma casa).

Lá encontramos um restaurante assim, com muitos carros de gamas variadas e ao parar verificamos que os preços estavam na média.

O almoço foi um polvo à lagareiro que era uma maravilha, estava bem servida a dose, com entradas, vinho da casa, sumo e cafés.



Com as barrigas bem cheias, lá seguimos caminho, dizendo adeus ao restaurante "O Bigodes"!



E fomos vender raparigas... vender não fomos, mas passamos na Venda delas!



As ventoinhas, sempre a ajudar para que não se sinta tanto calor.



E cá está!! Ainda dizem que o nosso Governo não sabe poupar, olhem só esta maravilha, em vez de arranjar a estrada, compensa muito mais colocar meia dúzia de sinais pela estrada fora a indicar durante quantos km's a estrada vai estar em más condições.



E as rectas... Quando cheguei ao fim desta pensei que se calhar já não sabia fazer curvas, quem vem pela nacional com medo de desgastar o pneu irregularmente na auto-estrada, com medo que fique quadrado, olhem que por aqui não é muito diferente!



Ainda demos um saltinho a Alcoentre, um lugar bem simpático.



E vimos paisagens bem bonitas.



A estrada era só para nós... até parecia reservada, eheheh.





E já faltou mais para chegar ao destino...



A paisagem totalmente diferente do norte, tudo muito mais plano e as curvas mais largas.



Seguimos em direcção a Vila Franca de Xira...



E chegamos a Vila Franca de Xira, por aqui eu ia jurar que me tinha cruzado com um dos membros do Motos&Destinos, o Vadio da XT na sua Yamaha XT... fizemos o cumprimento motard, mas fica a dúvida se seria ou não ele!



Aqui é o local onde há sempre alguém a meter-se à frente quando vamos fotografar algo!



Esta foi pura sorte que ninguém se meteu à frente, mas foi por segundos.



Estavam a construir algo em terra, ou para para cavalos, ou para touros... ou para ambos.





E siga viagem que já não falta o mesmo que faltava à uma hora atrás... nem à um minuto atrás.



Também existem rotundas estranhas como no norte, penso que destas existem em todo o país, mas é curioso, uma rotunda é um lugar onde as pessoas deveriam entrar com atenção e não ter coisas que desconcentrem bem no meio delas.



Quando estamos por baixo da Ponte Vasco da Gama, é sinal que estamos perto do local para comer.



E cá estamos, a Zarolha pode agora descansar durante umas horas.







E logo a seguir é olhar para o lado e já mais alguém se alapou no chão a descansar...



O local para os comes e bebes.



E o pessoal entretanto chegou, por isso toca a montar a tenda para começar a morfar.



Os famosos caracóis... que delícia.



A mesa bem composta e não estava aqui tudo, mais coisas foram colocadas a seu devido tempo, como o chouriço assado e sobremesas.



Depois era ora de vir embora, por volta das 18h50m, lá tivemos de dar à sola, à vinda não há muita história para contar, foi entrar na A1 andar, andar, andar, sempre a uma média de 110km/h a 115km/h, parar para descansar, andar, andar, andar, parar para abastecer, andar, andar, andar a uma média de 120km/h e chegar por volta das 22h30m!



No final foi um dia muito bem passado, com muita coisa vista, com muitos km's de mota feitos, muito bom convívio, comida e caracóis divinais, não se pode pedir muito mais de tão bem passado.

Muito obrigado a todos que participaram, cozinheiros, comedores e carregadores! E também obrigado a todos os que nos visitam, fazendo com que o blog ultrapassa-se as 40.000 visualizações desde que se encontra na plataforma do Wordpress.

The END.

Texto: Fábio Pereira (Serzedo)

Fotografias: Célia Coelho (Pendurinha) e Serzedo

Texto com os mapas no blog -> Post no blog "Mototurismo a dois"

"V"

Mas que bela aventura por caminhos meus conhecidos. Gostei de reviver a N1 , já há algum tempo que não a faço. De facto dá dó ver o estado de abandono que se encontra em alguns troços, bem como os sinais da crise á beira da estrada.
Então foste ao "supra sumo" das Bifanas e comes-te polvo? eheheh o João Luis se sabe............

Também me tornei um dos alvos dos defensores dos caracois crús (não querem que sejam cozidos)

Saia mais um 

Obrigado, ainda bem que gostaste, ainda hoje disse a mais pessoas, é bom ver que despertamos boas memórias através das crónicas, dá vontade de fazer cada vez mais e melhor.

Então lá é onde se comem boas bifanas?  Essa não sabia, mais um motivo para outro passeio é experimentar às bifanas.

Olha que quanto aos caracóis... Eles não se queixaram a mim, por isso não sei de nada.

"V"

belo passeio, se fosses um caracol não chegavas a tempo hehehehe
por acaso nunca comi...mas trocava por uma amêijoa
mérito

Tanto a N1 como a N2 deviam ser declaradas como bem de interesse cultural.

ricmags escreveu:belo passeio, se fosses um caracol não chegavas a tempo hehehehe
por acaso nunca comi...mas trocava por uma amêijoa
mérito

Obrigado.

A primeira vez que comi foi em casa, mas era daqueles grandes, esses são um pouco estranhos (mas também vinham congelados), depois comi destes pequenos nos Correias e ADOREI, o molho é um espectáculo, agora olha... se houver eu como. É uma questão de pegar e experimentar!

LoneRider escreveu:Tanto a N1 como a N2 deviam ser declaradas como bem de interesse cultural.

Sim... podiam ser declaradas, mas penso que não ia dar em nada.

Já agora, o troço da N2 entre Almodôvar e São Brás de Alportel é classificada como Estrada Património, pois tem muito bom património que envolve todo esse troço.

"V"

É isso mesmo @zecacbr, os caracóis são para comer crus!!!   

http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/accao-directa/associacao-lanca-campanha-em-defesa-dos-caracois

E como para além disso, como estás sempre a fazer-me sentir (um bocadinho) nostálgico com esses 4 cilindros, não levas mérito   

Agora a brincar, parabéns pelo passeio   



Abraço

Obrigado.

Epá... os cientistas provaram que as plantas também podem sentir medo, qualquer dia também vão querer proibir a alface.

"V"

Sai uma sugestão, quando a malta de Alcobaça vai à Batalha leva um fardo de palha e dá ao cavalo, rivalidades da terra.....
Outra Sugestão, Vendas Das Raparigas é assim chamada porque era ali que as raparigas vendiam as frutas e hortícolas da região aos viajantes que seguiam para Lisboa e de Lisboa para Norte

Ah....e no Bigodes come-se sempre bem mas eu la prefiro cozido à portuguesa, e bifanas claro

Agora fiquei muito mais esclarecido.

"V"

caracóis é sempre bom... e com boa companhia, fica ainda melhor.
essa voltinha já me abriu o apetite... mas menos rectas é sempre melhor

smvalmeida escreveu:caracóis é sempre bom... e com boa companhia, fica ainda melhor.
essa voltinha já me abriu o apetite... mas menos rectas é sempre melhor

Todos os convívios e passeios são bons desde que a companhia seja boa e por isso mesmo é que este foi um dia espectacular.

Quanto a curvas, senti um pouco a falta delas, mas nada que o retorno ao norte não resolvesse.

"V"

Boas,

Bom e bonito passeio ( pelo petisco...) pois a falta de curvas...

Levas mais um para ver se a próxima "estória" tem muitas e belas curvas !!!

Obrigado. O próximo esperemos que tenha mais curvas, para ver se o pneu não fica quadrado.

"V"