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[Crónica com história] De norte a sul, sem contribuir para nenhuma PPP
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jacare
Rui
Joao Luis
Carlos Balio
zephex
tiagoecsilva
rjvieira
gemadovo
efepe
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[Crónica com história] De norte a sul, sem contribuir para nenhuma PPP
Depois de ler este post (https://motosedestinos.forumeiros.com/t2289-melhores-reportagens#40825) e confessar a minha preguiça em postar relatos de viagem, pus os dedos a caminho e escrevi.
Esta crónica historiada vai ser feita a duas mãos. Eu vou escrever e o Tiago vai colocar as fotos a seguir.
Ora, então, cá vai.
Tudo começou uns meses antes, quando eu e o Tiago Silva começámos a pensar em fazer uma viagenzita. Ele tinha comprado a Transalp há pouco e eu tinha feito a N2 - a mais longa estrada em novembro.
E pegámos mesmo por aí. A ideia era fazer a N2 (sim, toda a gente já o fez) com muita calma. Com tempo para parar, fotografias, copos, cigarros e o que mais houvesse. Com o avançar do tempo, juntaram-se mais dois amigos: o Rui e o Eduardo.
E pronto. 5 de junho encontrámo-nos no Edifício Transparente (Porto) e partimos para a etapa 0, que nos ligaria a Chaves. A3 até Braga e depois Nacional 103 até Chaves. Tudo com muita calma, para apreciar as paisagens, absorver os cheiros e tirar fotografias.
Dia 1.
O objetivo era fazer Chaves-Penacova.
Combinámos que não íamos ter hora para sair. À medida que acordássemos, tomávamos o pequeno almoço, preparávamos as motas, etc.
Era o início da Viagem. Motas atestadas de tralha e partimos. Primeira paragem: km 0. Tinha de ser. A partir daqui era o GPS que nos guiava e a memória que eu tinha de novembro. Eu era o cabeça da viagem, depois o Eduardo, Tiago e o Rui a fechar.
A primeira paragem seria a Régua, para almoço. Era um trajeto curto e ficaríamos com um terço do percurso para o dia cumprido. E assim foi. Curva e contracurva e lá fomos descendo. Esta parte da estrada era meio para o "técnica". Eram curvas lentas. Parámos no km 69 para cigarro e fotografia (claro!).
Depois foi seguir até à Régua e arranjar sítio para comer. Comemos bem. Aliás, comemos e bebemos bem. Tão bem que acabámos por arrochar num jardim junto ao restaurante.
Lá acordámos e seguimos. O Tiago passou para a frente. E deu mais ritmo à viagem. Até que encontrámos o Colo do Pito. Parámos para dar a conhecer ao mundo que ele existe.
Depois das gargalhadas da praxe, mais caminho.
A paragem seguinte foi em Castro Daire. Mesmo no centro. Era feriado religioso e chegámos mesmo a tempo de assistir à procissão. Descansámos mais um pouco e tirámos mais fotos.
Continuámos até à tonelada de rotundas em Viseu (fico admirado pela quantidade delas em Portugal...são piores que cogumelos). Deu para parar mais um pouco numa sombra, fazer as chamadas da praxe e fazer pose para a foto.
A seguir, o objetivo era encontrar o sítio onde a N2 se "afunda" na albufeira da barragem da Aguieira. Procurámos, procurámos, procurámos... NADA. Continuámos o caminho. Penacova era a meta e já estávamos atrasados... às oito e pico lá chegámos. Pensão, arrumar mota e jantar.
Depois do jantar fomos brindados com chuva. Moderada. Mas era suficiente para nos molharmos. Felizmente já tínhamos decidido que as motas ficavam paradas depois de cada dia. Chegámos perto da pensão e estava uma padaria aberta. Sentámo-nos para uma cerveja. Começámos a falar com os donos, que se faziam acompanhar de copos de bebidas nascidas e criadas na Escócia. "Aquelas motas são vossas?". "Sim, são!". "Hmmm... sabem que andam praí uns miúdos que andam a roubar motas. Ainda um destes dias um cliente daqui ficou sem a dele. Os putos foram apanhados, a mota apareceu, mas eles andam por aí outra vez. Não querem deixar a mota dentro da padaria? Só têm de as tirar antes das 7 da manhã!". "Não, deixe estar. Deve ser tranquilo".
Pagámos a cerveja e as águas e fomos ao quartos. Começámos a falar. "Pá, que achas? Deixamos as motas lá fora? Às tantas era melhor prendê-las a um poste." "Mas eu não trouxe cadeado. Só mesmo o de disco!" "E eu não tenho nada!" "Bem, vamos prender as motas umas às outras. Temos ali aquele passeio gigante. Isto não deve ter assim tanta gente como isso." "Vamos fazer isso". E lá fomos nós pegar nas motas, com as rodas da frente todas juntas. Corrente posta à volta e lá fomos nós dormir.
Dia 2.
De Penacova, íamos atirar-nos até ao Alentejo: Montemor-o-Novo era o ponto de chegada.
Acordámos. Eu e o Rui tínhamos partilhado o quarto virado para a rua. O Eduardo e o Tiago ficaram virados para outro lado.
Abro a janela e desato a rir. Havia algum movimento no meio daquela vila. Aliás, tanto movimento que as motas atrapalhavam o acesso das senhoras de idade à CGD. Pequeno almoço, café e tornar a carregar as motas.
Continuámos a curtir a estrada e as paisagens. É impressionante como este país é mesmo bonito. Decidimos parar em Góis. Eu tinha lá ido uma vez a uma concentração. Achei bonito, mas atestado de motos e gente perde alguma piada. Lá estivemos meia horinha e saímos para encontrar uma aldeia de Xisto que o Tiago tinha ido-há-não-sei-quanto-tempo-mas-que-pensava-que-era-do-outro-lado. Perguntei. E foram 3 minutos da minha vida que nunca mais voltam. O transeunte tinha sido taxista. E esteve a explicar tudo de modo tão pormenorizado que desistimos de lá ir. A paragem seguinte foi numa "estação de serviço". Uma das fotos mais engraçadas que temos é de lá, todos em estilo motherfuckers.
Depois vieram as curvas da Lousã. Curvas a descer, rápidas, com árvores de todos os lados e um piso em bom estado. A Picha marcou o fim destas curvas e a Venda da Gaita provou que estávamos mesmo na nacional 2.
Vila de Rei foi a seguir. É o centro geodésico de Portugal. Eu fiquei sem palavras. Durante 5 minutos, limitei-me a olhar tudo em volta. Só.
Este dia estava a correr muito bem. A estrada era mais rápida que a do primeiro dia, as curvas mais engraçadas. Estávamos num bom ritmo.
E entrámos na zona dos arrozais, passámos o Tejo. A paisagem mudava. Aliás, a seguir aos arrozais o caminho começou a ficar secante. Era, definitivamente, o Alentejo. Retas, retas, retas, retas, retas... até que começámos a ver água. Ui! Albufeira da barragem de Montargil! Ui!, tem aqui um sítio para pararmos! "Para, para!", teria dito o Tiago dentro do capacete. Paramos, claro.
Motas junto à água, deitamo-nos nas sombras das montadas para descansar de tanta reta. Devemos ter ficado mais de meia hora. Depois seguimos para Montemor-o-Novo.
Chegámos relativamente cedo. Ainda não eram nove da noite. O sítio onde ficámos era uma casa de hóspedes (conceito que desconhecia). A receber-nos estava uma senhora dos seus 70 anos. "Olá! Olhem, eu ia por-vos na parte da frente, mas estão cá os meus netinhos. E como sei que eles fazem barulho, vocês vão ficar na parte de trás, pode ser?" Como éramos 3, ficámos todos no mesmo quarto. Simples, asseado e a nossa mestre de cerimónias tinha sido mesmo muito simpática e atenciosa. Saímos para jantar um pouco para o tarde. Deviam ser quase dez. Restaurantes abertos a fazerem comida... muito poucos. Descobrimos um bar/restaurante. "Bem, vamos lá ver." E comemos e bebemos (muito) bem. Era para aí uma da manhã. "Vamos dormir".
Dia 3.
E lá vamos até Faro.
Acordámos, mais uma vez, depois das dez. Pequeno almoço alentejano, motas com a tralha e siga outra vez, que havia o Caldeirão para fazer.
Mas até lá eram retas. Outra vez o raio das retas. Parámos em Almodóvar, se não em engano para carregar energias. Este foi o dia em que menos fotografias do caminho tirámos. Até porque era tudo igual.
E chegámos ao Caldeirão. A máquina voltou a ficar arrumada, porque tantas curvas pediam que a caixa de velocidades estivesse sempre a mexer.
Só parámos a meio para um cigarro e apreciar a vista.
E siga para Faro, que era dia de jogo de Portugal.
A chegada a Faro foi engraçada. Eu com o último km da N2 apontado... mas não o encontrámos. Acabámos por parar num café a pedir informações. Era um clã motard, os highlanders. Foram tão porreiros que nos pagaram uma cerveja, deram-nos indicações sobre onde comer, etc, etc. Valeu mesmo a pena não encontrar o último quilómetro.
E depois foi pousar motos, apreciar a piscina, jantar, uns copitos e dormir.
Dia 4.
Faro-Tróia-Lisboa
Queríamos passar com as motas em Tróia. Era algo que o Tiago queria fazer e nós achámos que podia ser engraçado. Mas até lá tínhamos caminho para fazer. Como optámos por almoçar com a família do Tiago, saímos tarde do Algarve. E decidimos fazer a serra de Monchique.
O caminho foi muito engraçado. Mas cansativo. Estava muito calor, a estrada tinha o piso em pior estado que o desejável. E continuamos a andar. Estrada, estrada, estrada até chegarmos a Tróia, que foi a hora tardia... Lá esperámos pelo ferry e pumba! Estávamos na margem norte do Tejo. Aqui despedimo-nos. O Tiago e o Eduardo foram para o Seixal. Eu segui para Lisboa. Ainda havia muito Santo António e churrasco para gozar .
Desta viagem há a referir: o bacalhau que comemos em Penacova, num restaurante chamado “O Cota”, se não estou em erro. As migas em Montemor, extremamente bem regadas e acompanhadas de outras tantas iguarias locais.
Do vinho, penso que ninguém tem a certeza se o bebeu.
E pronto. Termina a minha primeira crónica de viagem. Espero que tenham gostado. Voltem sempre
Esta crónica historiada vai ser feita a duas mãos. Eu vou escrever e o Tiago vai colocar as fotos a seguir.
Ora, então, cá vai.
Tudo começou uns meses antes, quando eu e o Tiago Silva começámos a pensar em fazer uma viagenzita. Ele tinha comprado a Transalp há pouco e eu tinha feito a N2 - a mais longa estrada em novembro.
E pegámos mesmo por aí. A ideia era fazer a N2 (sim, toda a gente já o fez) com muita calma. Com tempo para parar, fotografias, copos, cigarros e o que mais houvesse. Com o avançar do tempo, juntaram-se mais dois amigos: o Rui e o Eduardo.
E pronto. 5 de junho encontrámo-nos no Edifício Transparente (Porto) e partimos para a etapa 0, que nos ligaria a Chaves. A3 até Braga e depois Nacional 103 até Chaves. Tudo com muita calma, para apreciar as paisagens, absorver os cheiros e tirar fotografias.
Dia 1.
O objetivo era fazer Chaves-Penacova.
Combinámos que não íamos ter hora para sair. À medida que acordássemos, tomávamos o pequeno almoço, preparávamos as motas, etc.
Era o início da Viagem. Motas atestadas de tralha e partimos. Primeira paragem: km 0. Tinha de ser. A partir daqui era o GPS que nos guiava e a memória que eu tinha de novembro. Eu era o cabeça da viagem, depois o Eduardo, Tiago e o Rui a fechar.
A primeira paragem seria a Régua, para almoço. Era um trajeto curto e ficaríamos com um terço do percurso para o dia cumprido. E assim foi. Curva e contracurva e lá fomos descendo. Esta parte da estrada era meio para o "técnica". Eram curvas lentas. Parámos no km 69 para cigarro e fotografia (claro!).
Depois foi seguir até à Régua e arranjar sítio para comer. Comemos bem. Aliás, comemos e bebemos bem. Tão bem que acabámos por arrochar num jardim junto ao restaurante.
Lá acordámos e seguimos. O Tiago passou para a frente. E deu mais ritmo à viagem. Até que encontrámos o Colo do Pito. Parámos para dar a conhecer ao mundo que ele existe.
Depois das gargalhadas da praxe, mais caminho.
A paragem seguinte foi em Castro Daire. Mesmo no centro. Era feriado religioso e chegámos mesmo a tempo de assistir à procissão. Descansámos mais um pouco e tirámos mais fotos.
Continuámos até à tonelada de rotundas em Viseu (fico admirado pela quantidade delas em Portugal...são piores que cogumelos). Deu para parar mais um pouco numa sombra, fazer as chamadas da praxe e fazer pose para a foto.
A seguir, o objetivo era encontrar o sítio onde a N2 se "afunda" na albufeira da barragem da Aguieira. Procurámos, procurámos, procurámos... NADA. Continuámos o caminho. Penacova era a meta e já estávamos atrasados... às oito e pico lá chegámos. Pensão, arrumar mota e jantar.
Depois do jantar fomos brindados com chuva. Moderada. Mas era suficiente para nos molharmos. Felizmente já tínhamos decidido que as motas ficavam paradas depois de cada dia. Chegámos perto da pensão e estava uma padaria aberta. Sentámo-nos para uma cerveja. Começámos a falar com os donos, que se faziam acompanhar de copos de bebidas nascidas e criadas na Escócia. "Aquelas motas são vossas?". "Sim, são!". "Hmmm... sabem que andam praí uns miúdos que andam a roubar motas. Ainda um destes dias um cliente daqui ficou sem a dele. Os putos foram apanhados, a mota apareceu, mas eles andam por aí outra vez. Não querem deixar a mota dentro da padaria? Só têm de as tirar antes das 7 da manhã!". "Não, deixe estar. Deve ser tranquilo".
Pagámos a cerveja e as águas e fomos ao quartos. Começámos a falar. "Pá, que achas? Deixamos as motas lá fora? Às tantas era melhor prendê-las a um poste." "Mas eu não trouxe cadeado. Só mesmo o de disco!" "E eu não tenho nada!" "Bem, vamos prender as motas umas às outras. Temos ali aquele passeio gigante. Isto não deve ter assim tanta gente como isso." "Vamos fazer isso". E lá fomos nós pegar nas motas, com as rodas da frente todas juntas. Corrente posta à volta e lá fomos nós dormir.
Dia 2.
De Penacova, íamos atirar-nos até ao Alentejo: Montemor-o-Novo era o ponto de chegada.
Acordámos. Eu e o Rui tínhamos partilhado o quarto virado para a rua. O Eduardo e o Tiago ficaram virados para outro lado.
Abro a janela e desato a rir. Havia algum movimento no meio daquela vila. Aliás, tanto movimento que as motas atrapalhavam o acesso das senhoras de idade à CGD. Pequeno almoço, café e tornar a carregar as motas.
Continuámos a curtir a estrada e as paisagens. É impressionante como este país é mesmo bonito. Decidimos parar em Góis. Eu tinha lá ido uma vez a uma concentração. Achei bonito, mas atestado de motos e gente perde alguma piada. Lá estivemos meia horinha e saímos para encontrar uma aldeia de Xisto que o Tiago tinha ido-há-não-sei-quanto-tempo-mas-que-pensava-que-era-do-outro-lado. Perguntei. E foram 3 minutos da minha vida que nunca mais voltam. O transeunte tinha sido taxista. E esteve a explicar tudo de modo tão pormenorizado que desistimos de lá ir. A paragem seguinte foi numa "estação de serviço". Uma das fotos mais engraçadas que temos é de lá, todos em estilo motherfuckers.
Depois vieram as curvas da Lousã. Curvas a descer, rápidas, com árvores de todos os lados e um piso em bom estado. A Picha marcou o fim destas curvas e a Venda da Gaita provou que estávamos mesmo na nacional 2.
Vila de Rei foi a seguir. É o centro geodésico de Portugal. Eu fiquei sem palavras. Durante 5 minutos, limitei-me a olhar tudo em volta. Só.
Este dia estava a correr muito bem. A estrada era mais rápida que a do primeiro dia, as curvas mais engraçadas. Estávamos num bom ritmo.
E entrámos na zona dos arrozais, passámos o Tejo. A paisagem mudava. Aliás, a seguir aos arrozais o caminho começou a ficar secante. Era, definitivamente, o Alentejo. Retas, retas, retas, retas, retas... até que começámos a ver água. Ui! Albufeira da barragem de Montargil! Ui!, tem aqui um sítio para pararmos! "Para, para!", teria dito o Tiago dentro do capacete. Paramos, claro.
Motas junto à água, deitamo-nos nas sombras das montadas para descansar de tanta reta. Devemos ter ficado mais de meia hora. Depois seguimos para Montemor-o-Novo.
Chegámos relativamente cedo. Ainda não eram nove da noite. O sítio onde ficámos era uma casa de hóspedes (conceito que desconhecia). A receber-nos estava uma senhora dos seus 70 anos. "Olá! Olhem, eu ia por-vos na parte da frente, mas estão cá os meus netinhos. E como sei que eles fazem barulho, vocês vão ficar na parte de trás, pode ser?" Como éramos 3, ficámos todos no mesmo quarto. Simples, asseado e a nossa mestre de cerimónias tinha sido mesmo muito simpática e atenciosa. Saímos para jantar um pouco para o tarde. Deviam ser quase dez. Restaurantes abertos a fazerem comida... muito poucos. Descobrimos um bar/restaurante. "Bem, vamos lá ver." E comemos e bebemos (muito) bem. Era para aí uma da manhã. "Vamos dormir".
Dia 3.
E lá vamos até Faro.
Acordámos, mais uma vez, depois das dez. Pequeno almoço alentejano, motas com a tralha e siga outra vez, que havia o Caldeirão para fazer.
Mas até lá eram retas. Outra vez o raio das retas. Parámos em Almodóvar, se não em engano para carregar energias. Este foi o dia em que menos fotografias do caminho tirámos. Até porque era tudo igual.
E chegámos ao Caldeirão. A máquina voltou a ficar arrumada, porque tantas curvas pediam que a caixa de velocidades estivesse sempre a mexer.
Só parámos a meio para um cigarro e apreciar a vista.
E siga para Faro, que era dia de jogo de Portugal.
A chegada a Faro foi engraçada. Eu com o último km da N2 apontado... mas não o encontrámos. Acabámos por parar num café a pedir informações. Era um clã motard, os highlanders. Foram tão porreiros que nos pagaram uma cerveja, deram-nos indicações sobre onde comer, etc, etc. Valeu mesmo a pena não encontrar o último quilómetro.
E depois foi pousar motos, apreciar a piscina, jantar, uns copitos e dormir.
Dia 4.
Faro-Tróia-Lisboa
Queríamos passar com as motas em Tróia. Era algo que o Tiago queria fazer e nós achámos que podia ser engraçado. Mas até lá tínhamos caminho para fazer. Como optámos por almoçar com a família do Tiago, saímos tarde do Algarve. E decidimos fazer a serra de Monchique.
O caminho foi muito engraçado. Mas cansativo. Estava muito calor, a estrada tinha o piso em pior estado que o desejável. E continuamos a andar. Estrada, estrada, estrada até chegarmos a Tróia, que foi a hora tardia... Lá esperámos pelo ferry e pumba! Estávamos na margem norte do Tejo. Aqui despedimo-nos. O Tiago e o Eduardo foram para o Seixal. Eu segui para Lisboa. Ainda havia muito Santo António e churrasco para gozar .
Desta viagem há a referir: o bacalhau que comemos em Penacova, num restaurante chamado “O Cota”, se não estou em erro. As migas em Montemor, extremamente bem regadas e acompanhadas de outras tantas iguarias locais.
Do vinho, penso que ninguém tem a certeza se o bebeu.
E pronto. Termina a minha primeira crónica de viagem. Espero que tenham gostado. Voltem sempre
________________________
A curtir o caminho...
efepe- A tirar a carta
gemadovo- Zero à direita
Re: [Crónica com história] De norte a sul, sem contribuir para nenhuma PPP
Também já estive no Colo do Pito na altura com a Hornet... claro que também tirei foto O pessoal dessa aldeia já deve estar habituado.
Parabéns pelo relato, agora fico a aguardar as fotos.
Mais um
Um abraço.
Parabéns pelo relato, agora fico a aguardar as fotos.
Mais um
Um abraço.
Re: [Crónica com história] De norte a sul, sem contribuir para nenhuma PPP
Ora cá vão as belas das fotos, pela ordem da viagem.
Para todos nós, acabou por se transformar numa espécie de volta a Portugal, uma vez que no dia anterior ao encontro deste quarteto maravilha parti do Seixal rumo ao Porto. O Chico, o "Paizinho" e o Oliveira tiveram que voltar ao Porto após a viagem. O Chico deu a volta grande, por Barcelona, mas avião não conta . Foi a minha primeira viagem, como referiu o Xico, nunca a esquecerei.
Para todos nós, acabou por se transformar numa espécie de volta a Portugal, uma vez que no dia anterior ao encontro deste quarteto maravilha parti do Seixal rumo ao Porto. O Chico, o "Paizinho" e o Oliveira tiveram que voltar ao Porto após a viagem. O Chico deu a volta grande, por Barcelona, mas avião não conta . Foi a minha primeira viagem, como referiu o Xico, nunca a esquecerei.
Re: [Crónica com história] De norte a sul, sem contribuir para nenhuma PPP
Saiem 2 , um para o Francisco e outro para o Tiago!
Obrigado pela partilha desta fantástica aventura.
Excelente texto com fotos a condizer.
Nota: só consigo ver as fotos no telemovel... não sei o que se passa...
Cumps.
José Paulo
Obrigado pela partilha desta fantástica aventura.
Excelente texto com fotos a condizer.
Nota: só consigo ver as fotos no telemovel... não sei o que se passa...
Cumps.
José Paulo
zephex- Zero à direita
Re: [Crónica com história] De norte a sul, sem contribuir para nenhuma PPP
Muito bom sim senhores
Como reconhecimento aqui vai um merecido
Abraço
Como reconhecimento aqui vai um merecido
Abraço
Carlos Balio- Já sai à rua a conduzir.
Re: [Crónica com história] De norte a sul, sem contribuir para nenhuma PPP
Malta, as fotos estavam pesadotas e demoravam um pouco a carregar. Mas já otimizei, deve estar melhor agora.
Abr
Abr
Re: [Crónica com história] De norte a sul, sem contribuir para nenhuma PPP
Esta não podia ficar de fora. Chico, conta a história.
Re: [Crónica com história] De norte a sul, sem contribuir para nenhuma PPP
Espetaculo sim senhor, para começar o dia de trabalho
Joao Luis- Já dorme com a moto!
Re: [Crónica com história] De norte a sul, sem contribuir para nenhuma PPP
Excelente. Apesar de vos ter dado o merecido mérito, vocês têm que arranjar forma de se juntarem para distribuir as fotos pelo texto e tornar uma crónica 5 estrelas em 6 estrelas.
________________________
Felicidade é um modo de viajar, não um destino.
Roy Goodman
https://www.facebook.com/emergenciamotociclista?ref=hl
com4riding.blogspot.com
Andorra 1984
Férias Moto 1983
Re: [Crónica com história] De norte a sul, sem contribuir para nenhuma PPP
Cá vai a história desta "foto de grupo".
Estávamos nós a chegar às Cerdeirinhas, perto de Vieira do Minho, quando decidi parar para tomar um café e fumar um cigarrinho. Era também altura do pôr os autocolantes nas motas (sim, porque nós até nisso penśamos).
Seja como for, entrámos no café, cada um tomoou o seu café e eis quando aparece um grande grupos de trabalhadores, que tinham acabado de almoçar, e ainda transportavam o seu palitinho.
O Eduardo sugeriu a fotografia com todo o grupo, que já se tinha acercado das motas para as "apreciar". E foi quando um deles teve uma das melhores tiradas. Foi algo do género: "Ei meus, se tivesse os pneus na minha ninja ia com vocês até ao Algarve".
Estávamos nós a chegar às Cerdeirinhas, perto de Vieira do Minho, quando decidi parar para tomar um café e fumar um cigarrinho. Era também altura do pôr os autocolantes nas motas (sim, porque nós até nisso penśamos).
Seja como for, entrámos no café, cada um tomoou o seu café e eis quando aparece um grande grupos de trabalhadores, que tinham acabado de almoçar, e ainda transportavam o seu palitinho.
O Eduardo sugeriu a fotografia com todo o grupo, que já se tinha acercado das motas para as "apreciar". E foi quando um deles teve uma das melhores tiradas. Foi algo do género: "Ei meus, se tivesse os pneus na minha ninja ia com vocês até ao Algarve".
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A curtir o caminho...
efepe- A tirar a carta
Re: [Crónica com história] De norte a sul, sem contribuir para nenhuma PPP
Rui escreveu:Excelente. Apesar de vos ter dado o merecido mérito, vocês têm que arranjar forma de se juntarem para distribuir as fotos pelo texto e tornar uma crónica 5 estrelas em 6 estrelas.
Quem me dera conseguir fazer isso. Mas como eu, durante a viagem, praticamente não fotografei, não sei muito bem fazer corresponder todas as imagens à narrativa. Daí ter dividido este trabalho com o Tiago. Mas da próxima, prometo que não parto a máquina fotográfica.
Espero que o Toura sirva para me ajudar nisso
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A curtir o caminho...
efepe- A tirar a carta
Re: [Crónica com história] De norte a sul, sem contribuir para nenhuma PPP
Porreiro!
Pena é as fotos não estarem intercaladas com o texto ou legendadas para identificarem os lugares.
Pena é as fotos não estarem intercaladas com o texto ou legendadas para identificarem os lugares.
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"A sorte protege os audazes"
jacare- Zero à direita
Re: [Crónica com história] De norte a sul, sem contribuir para nenhuma PPP
Mérito aos dois pela partilha, mas ouçam as sábias palavras do Rui, que a malta agradece!
Luís Azevedo- Ainda é motorato!
Re: [Crónica com história] De norte a sul, sem contribuir para nenhuma PPP
Parabéns aos dois agora só falta juntar as fotos com o relato
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http://pelomundoem2rodas.blogspot.pt/
https://www.youtube.com/user/micasimba/videos
carlosferreira- Motociclista a começar.
Re: [Crónica com história] De norte a sul, sem contribuir para nenhuma PPP
têm razão. Mas fazê-lo online é complicado (falta-me a paciência). Na volta faço um ficheiro e partilho o link
O prometido é devido. Quem quiser ler a crónica com as fotos no sítio certo, só tem de clicar no link http://goo.gl/4KFUb
O prometido é devido. Quem quiser ler a crónica com as fotos no sítio certo, só tem de clicar no link http://goo.gl/4KFUb
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A curtir o caminho...
efepe- A tirar a carta
Re: [Crónica com história] De norte a sul, sem contribuir para nenhuma PPP
Muito fixe... parece ser um grupo de viagem à maneira.
Dá vontade de pegar na mota e arrancar já.
"V"
Dá vontade de pegar na mota e arrancar já.
"V"
Re: [Crónica com história] De norte a sul, sem contribuir para nenhuma PPP
Claro que tive que dar dois M's, um ao Efepe e outro ao Tiago!!!
Efepe, um preguiçoso é um gajo que não finge que trabalha!!!
Efepe, um preguiçoso é um gajo que não finge que trabalha!!!
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MY LIFE IS A HELL!!!
Elisio FJR- Já sai à rua a conduzir.
Re: [Crónica com história] De norte a sul, sem contribuir para nenhuma PPP
Elisio FJR escreveu:Claro que tive que dar dois M's, um ao Efepe e outro ao Tiago!!!
Efepe, um preguiçoso é um gajo que não finge que trabalha!!!
Mas depois da crónica... acho que não tem desculpas para não continuar a fazer mais umas.
"V"
Re: [Crónica com história] De norte a sul, sem contribuir para nenhuma PPP
Elisio FJR escreveu:Claro que tive que dar dois M's, um ao Efepe e outro ao Tiago!!!
Efepe, um preguiçoso é um gajo que não finge que trabalha!!!
eheh!
Obrigado pelos M's.
Fábio, pode ser que para a semana haja outra
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A curtir o caminho...
efepe- A tirar a carta
Re: [Crónica com história] De norte a sul, sem contribuir para nenhuma PPP
efepe escreveu:Elisio FJR escreveu:Claro que tive que dar dois M's, um ao Efepe e outro ao Tiago!!!
Efepe, um preguiçoso é um gajo que não finge que trabalha!!!
eheh!
Obrigado pelos M's.
Fábio, pode ser que para a semana haja outra
Venha ela.
"V"
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