Aragão por Lone Rider- O Papa Luna e o Monasterio de Piedra

Ola pessoal, voces conhecem o Papa Luna!?
Não!!
Pois, eu tambem não!
E não é nesta crónica que o vamos conhecer, dado de que ele morreu há muitos, muitos anos!
E porque é que ele vem no titulo da cronica?
Apetece-me!
 

 

 
Esta é Tabuenca a caminho não sei bem de onde, lá para os lados do Moncayo!





 


Aqui estão os meus dois amores, no Puerto de Chabola a 902 metros de altura.
A estrada que leva até ao proximo pueblo é retorcida, cheia de buracos e lombas e, nesta altura do ano (finais de Março), o Gelo e a Neve ainda são uma ameaça real.




 

 

Esta é Illueca, terra natal do Papa Luna!
Não seria grande coisa, de facto não é grande coisa, se não fosse pelo resistente Mosteiro Fortificado, que hoje é um Hotel e sede da Comarca de Aranda e que foi mandado construir por um dos grandes causantes do Cisma na Idade Média. O cardeal Luna foi escolhido pelo Espirito Santo para por fim às divisões eclesiasticas que impediam que se elegesse um Papa que agradasse a gregos e a troianos. Prometeu abandonar a cadeira de São Pedro se os cardeais papaveis se pusessem todos de acordo sobre um papa que unisse a Igreja de Deus.
Mas o que os outros não sabiam é que este era Aragones, ou seja, teimoso quanto baste para que se recusasse a deixar o papado, pois ele mesmo não estava muito de acordo com o novo papa eleito (um gajo aqulquer que eu nunca vi na minha vida). Sendo assim disse ao pessoal que não deixava o seu pontificio.



 

 

Cuando cá chegamos o Papa Luna já cá não estava. Dizem as más linguas que se refugiou aqui nesta fortaleza para aumentar a gloria da Igreja, mas acho que o unico que fez foi viver à custa dos rendimentos.




 


O castelo obedece ao estulo Mudejar, que não sei bem qual é (algum dia descubrirei), mas que pelo que podemos ver, recorre aos materiais que a zona nos dá. Argila e pedras.




 

 
Podemos então concluir que o castelo está feito da mesma forma de como se faziam as casa antigas!



 

 

Nada que uma ogiva nuclear não derrumbe!
Por dentro tiramos fotografias, mas infelizmente não as podemos mostrar porque foram estas as que se puderam aproveitar do antigo disco rigido.
Voçes não sabiam que o meu computador deu o peido mestre?
Pois foi....
Tinha esta cronica acabadinha de escrever, cheia de datos historicos capazes de vos por a dormir a todos em poucas milesimas de segundo, com imagens de ter vontade de apagar o computador e um montão de historias paralelas que vos deixaria fossilizados para todo o sempre, e de repente, para alivio vosso e desespero meu, o ranhoso entregou o disco rigido a sei lá quem e deixou-me a pé!




 

 
Desta vez consegui chegar lá, mas mais uma vez deixei a mota mal estancionada (será possivel!?) e tive que muda-la se sitio.
Mas prontos, não é mau de todo, o Paulo Coelho (conhecem!?) disse que chegou ao Mosteiro Piedra, sentou e chorou...
Se calhar é porque se portou pior que eu, ou então fez precisamente o que este sinal proibe e deram-lhe nos queixos!



 

 

Tradução: Zona de Pic-nic
                    Proibido comer a relva

Ok já perceberam que estive em Illueca e que vim ao Mosteiro Piedra, não já!?
O que vim cá fazer?
Bem!
Vim curtir umas curvas, umas estradas esburacadas, gastar dinheiro, queimar gasolina e (o mais importante) enganar a rapariga!



 

 

Isto é o Mosteiro (ou parte dele), mais precisamente onde os monges dormiam, andavam ás chicotadas uns aos outros, faziam penitencias e se ajoelhavam para.....
.....rezar claro está!




 

 

Esta é a torre de menagem da parte de dentro!



 

 

Esta é a mesma torre, mas desta feita, da parte de fora!



 

 
 
E esta é a minha menina com cara de quem me vai bater!
Já não me lembro bem, mas se calhar estava a merecer.
Sabem que mais!
Tenho fome.



 

 

Será que me doia alguma coisa!?
Já me recordo!!!!!


 

 

Estava este marmanjo a abraça-la e eu já estava capaz de ir-lhe aos queixos!
O que é certo é que comemos e fomos passear pelo Parque do Mosteiro que tem uma historia muito engraçada que vos passarei a contar.

 

 

 

A Peninsula Iberica foi outrora uma Ilha, uma linda e escarpada ilha no meio de um mar gelado e revoltado.
Certo dia conheceu o continente europeu e ZÁS, amor há primeira vista.
Correram um para o outro, o que deve ter demorados varios milhões de anos, e quando finalmente encontrarem-se já a Peninsula tinha arreganhado o fundo do mar todo e parido uma cordilheira inteirinha.
É preciso ter determinação para fazer isso!


Enquanto corriam um para o outro o rio, o Piedra, que tão descansado ia até ao mar, encontrou-se com um acidente geologico. A coisa foi tão acidental que o Piedra deitou as mãos há obra e começou a alterar a paisagem!
Para ver tudo isso Donzela conta com um mapa.




 

Mas eu não me fio e prefiro seguir a setas azuis.



 


O Piedra leva anos arrastrando sedimento, que tira de ali e acumula acolá. Depois é indeciso, pois não sabe bem por donde ir como veremos mais adiante.



 

 

As aguas caem desde o alto permitem aos visitantes tirar fotos deste tipo.
 


 

 

Depois estão os Guijarros!



 

 

Que nos dizem precisamente isto



 

 

Tradução: Não é o Martelo que deixa os Guijarros perfeitos. É a Água com a sua dança e a sua canção!



 

 

Parece que chegamos ao cimo mas enganamo-nos.
Apesar de este ser um dos maiores “degraus” que tem o Rio Piedra na sua descida tonta, ele já vem descendo desde muito longe!



 

 

Esta paisagem é a ideal para fazer fotos para o perfil do Facebook



 

 

O Piedra é um arquitecto e cada “degrau” que veem, é o fruto da sua obra......



 


...quer dizer...
O Baú que podem ver é obra de uma bife de vaca com a sua respectiva guarnição de batatas fritas, ovo estrelado e salada, que pus entre “peito e costas” (expressão aragonesa) há hora do almoço!




 

Baptizei esta fotografia de Véu da Noiva e a Donzela parace estar a gostar da ideia!
Porque é que fiquei subitamente com urticaria!?



 

 

E pelos vistos há mais que um!
Raios me parta lá a comichão....




 

 

Como podem ver na Imagem os sedimentos arrastrados pelo rio vão formando degraus e patamares que modificam a paisagem ao longo do tempo.
Nem as arvores estão autorizadas a influenciar a força do rio.


 

 

 
Não adianta estares a sorrir, que eu já fui há vicária uma vez e já não posso ir mais nenhuma vez!
 


 


Isto é lá do alto!
O mosteiro e seus terrenos estão em mãos particulares desde meiados do seculo XVIV que desde então, retiraram das terras o sustento da familia.
Quase um seculo depois, um dos herdeiros do primeiro comprador numa acção de exploração encontrou uma gruta, que estava econdida pelo mesmo rio.



 


Para facilitar o accesso há mesma e encurtar o caminho que faziam os trabalhadores nos terrenos este fez um tunel que descia a escarpa passando por essa gruta e levando ao ponto de calmia do Rio Piedra, donde se cultivava os diversos produtos que dava a terra.



 

 

Escavado nos mesmos sedimentos que o rio transportou, acentou, compactou e solidificou, é importante ter cuidado, pois a humidade deixa o chão muito escorregadio.



 

 

Aviso a criticos.
As fotos estão uma cáca, mas como não sou fotografo e a minha maquina está de “ralações” cortadas comigo desde que a ameacei substituir por não me ter beneficiado (esteticamente) nas fotos que me tirou.




 

 
Pessoal!
Bem vindo ao fundo do Mar!


 


Não são poeiras cosmicas, nem meduzas, nem outra coisa qualquer....
La em cima, no tecto da grua, por cima deste, passa o Rio Piedra que infiltra milhares gotas de agua, como as que podemos ver!
Chova molha tolos by Rio Piedra.



 

 

Não se vê nada!?
Fossem lá ver!
MAS AVISO JÁ.
Levem lanterna.
 


 

 

Saida da Gruta com o Piedra a refilar....




 

 
A luz ao fundo do tunel!


 

 

Se não fosse por ela, tinha-me perdido, pois a setas azuis deixaram de colaborar.


 

 

 
A “Cola da Caballo”, ou seja, Cauda de Cabalo.
Estamos agora na saida do tunel que foi feito por esse herdeiro explorador, e que nos permite contemplar a 2ª mais alta queda de agua de Aragão.



 

 

A partir de aqui o Piedra perde folego e estende-se em lagos naturais pouco profundos, de agua limpas e cristalinas, propenso há existencia de trutas!
Ora foi precisamente isso que um herdeiro, do herdeiro, do herdeiro, do herdeiro que inicalmente comprou estas terras em mil oitocentos e troco o passo decidiu fazer!



 

 

Dividiu o leito do rio em tanques e dedicou-se há piscicultura de trutas!


 

 

 
Foi então que um herdeiro, do herdeiro, do herdeiro que fez o tunel, que era herdeiro do herdeiro do gajo que comprou as terras, reconheceu o potencial turistico da coisa e transformou tudo com o sentido de que o pessoal o pudesse visitar.




 

 
 
Aproveitou tudo!
As ruinas que vamos ver...
O tunel!
Até os peixes, que agora povoam livre e tranquilamente o Lago Espelho e os tanques da extinta piscicultura.


 

 

 
E depois estão os patos, que pelo o seu atrevimento, nunca ouviram falar em arroz de pato, de certeza absoluta!
 

 

 
 
E este é o Lago Espelho!
Dá para ver porquê?


 

 

 
Outra foto, para quem ainda entendeu a metafora do nome....
 

 

 
Ora bem tinhamos descido, não é?
Pois agora temos que voltar a subir!
 

 

 
Alguem com a língua de fora!?
 

 

 
Vestigios de que o Piedra já passou por aqui...
 

 

 
Cá está ele!


 

 
 
Como podem ver, este tem cara de poucos amigos!
É um exemplar de Quebra Ossos (em vias de extinção) e que gostam de fazer os seus ninhos em sitios escarpados como este.
Pelo que pude saber ela estava aqui para conhecer um ele e fazerem aquilo que até os bichinhos gostam de fazer!
 
 

 

 
OK! Agora o Mosteiro, que está parcialmente em ruinas....
Este é o claustro!
 
 

 

 
 
Da esquerda para a direita, o Tómané, o Osvaldino e o Pintas na Tola!
 


 

 

Apos mais de 6 seculos de inactividade, este refeitorio voltará a exercer a sua função, pois parece-me que aqui se vão fazer os banquetes dos casamentos que se celebram no complexo turistico.
 
 

 

 
A cozinha....
 

 

 
O Jardim do Claustro...
 

 

 
 
Tradução: Templo destruido e suas imagens mutiladas durante o tempo compreendido entre a revolução de 1835 e o ano de 1840, em que passou para a ser propriedade privada.


 

 

Um dos altares do Claustro


 

 

A Igreja...


 

 

Altar baptismal...
 

 

 
Sacristia.
 

 

 
Nuevalos!
Espera lá!
Ainda agora estavamos no mosteiro e já aqui estamos?
 

 

 
A culpa é desta menina!
Como ameaçava chuver e ela não queria molhar os alforges, ameaçou deixar-nos a pé!
 

 

 
Ainda teve a paciencia de ver a Belen contemplar uma das catedrais de Calatayud...



 

 
Fiquei com curiosidade de conhecer a pormenor esta Cidade Mudejar.



 



Mas terá que ficar para quando visitemos o Vale do Jalon.
Prontos amigos, se ainda aí estão, espero que durmam descansados e que não tenham pesadelos por minha culpa.



Boas Curvas a todos!

Genial reportagem de um local lindíssimo, Rui. Toma lá para o cartão...

Sem dúvida... uma espetacular reportagem:venia:
Aqui vai o 135:merito:
Obrigado

Absolutely no doubt!!!

Espectacular crónica!

Mais 1 M

Rui Boas!

Excelente relato!

Vou ter que dar dois   Um agora e outro quando chegar a casa e ver as imagens (Aqui no trabalho não dão)

Abraço

Zé Carlos

138

Muito bom relato e excelentes fotos. Desde que li o Rio Piedra fiquei com enorme curiosidade de saber o local onde o autor se baseou para escrever o livro. Agora que sei vai ser uma das minhas próximas viagens( provavelmente a primeira "grande" de moto).

Obrigados amigos, por lerem e comentar!

pela excelente dica. Até fica no caminho...

E saia então o 2º agora que consegui ver as imagens!

Abraço

Zé Carlos

Boas,
Muito bom relato e excelentes fotos também.
Um abraço

Boas

muito boa crónica...tudo bem explicadinho.

  claro

abraço

Cucu!

Ainda não tinha dito nada porque ainda não consegui ver as imagens todas, li mas não vi tudo! Acho que elas devem estar a brincar comigo pois muitas recusam-se a abrir!

Mesmo assim  pelo passeio e pela narrativa, com a promessa de que hei-de cá voltar para tentar ver o que ainda não consegui ver!  

Obrigado pela partilha LoneRider. +1
Excelente relato (e fotos!).

Gracinda Ramos escreveu:Cucu!

Ainda não tinha dito nada porque ainda não consegui ver as imagens todas, li mas não vi tudo! Acho que elas devem estar a brincar comigo pois muitas recusam-se a abrir!

Mesmo assim  pelo passeio e pela narrativa, com a promessa de que hei-de cá voltar  para tentar ver o que ainda não consegui ver!   

Gracinda, desde já fica o meu pedido de desculpas, pois numa analise posterior reparei que existiam imagens repetidas e algumas que teimam em não abrir.
Problemas proprios de quem publica uma cronica depois de ter sido acusado de vender o peixe antes do tempo! 
Como já não posso editar, prometo tem mais cuidado na publicação de futuras crónicas!