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Passeando por caminhos Celtas - 2014
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Re: Passeando por caminhos Celtas - 2014
Mais uns bom Km´s na companhia de reportagem fenomenallllllllllllll
Parabéns e continua
Respetivo adicionado
"v"
Parabéns e continua
Respetivo adicionado
"v"
________________________
cmps curvados
JCTransalp- Zero à direita
Re: Passeando por caminhos Celtas - 2014
11 de agosto de 2014
Foi tudo muito estranho naquela manhã, como eu stresso sempre que tenho de embarcar a moto num ferry, levantei-me cedo para ir com calma até ao porto, que, estupidamente, não me lembrara de procurar no dia anterior! A minha ideia era ter todo o tempo do mundo para o procurar, trocar o papel de reserva pelo bilhete e embarcar sem stress.
Nada disso aconteceu, toda a gente parecia querer conversar comigo ao pequeno-almoço. Fazendo perguntas, querendo saber do que eu já vira na minha viagem e por aí fora! Acho que se tinha espalhado a ideia de que eu era uma grande viajante de moto, que viajava sozinha e já vira “mundos e fundos”. Valha-me Deus, tive de desiludir aquela gente e dizer-lhes que nada de especial se passava, eu apenas estava a fazer uma viagem muito menos impressionante do que outras que já fizera.
Não adiantou nada, continuaram as perguntas e, se eu não me pusesse a andar, ainda estaria lá hoje a contar histórias de tudo o que vira e vivera pela estrada fora!
Gente simpática com quem gostei de falar, não fora o meu stress em descobrir o porto e tratar de tudo a tempo.O caminho que eu faria naquele dia inspirava toda a gente…
Quando finalmente consegui seguir foi tudo uma correria. Primeiro a porta do porto que me aparecia não era aquela onde ficava o meu cais de embarque, depois entrei onde não devia e não conseguia sair! Oh pânico, com o tempo a escoar-se! “calma que é para lá estar 1 hora antes, por isso tenho essa hora a meu favor, posso ser a ultima a embarcar!”
Um guarda viu-me chegar de dentro do porto, e veio ver o que eu queria. O torniquete estava fechado e eu não podia sair! O senhor foi muito simpático, fez o desenho num mapa do caminho que eu tinha de fazer até ao Belfast Port - Victoria Terminal com direito a um livrinho sobre o que ver em Belfast. Muito bom, sobretudo quando eu já prometera a mim mesma lá voltar um dia.
As suas indicações foram tão precisas que eu, que já estava a ficar atrasada, acabei por chegar cedo ao terminal! É sempre assim, por isso eu sempre acho que stressar é uma perda de tempo!
E a minha bonequinha ficou ali sozinha, no meio de um parque infinito!
É assim que eu gosto, chegar cedo e explorar o local com calma, musica nos ouvidos e maquina em punho.
Não chovia por isso deu para eu andar mesmo por todo o lado e meter conversa com as pessoas do porto e tudo!
Quando os carros e os camiões começaram a chegar as perspetivas do parque de embarque eram cada vez mais interessantes. Comecei a perceber que eu seria a única motard a bordo!
Tudo o que eu queria é que o tempo se mantivesse estável do outro lado do mar… não queria nada ser recebida com chuva na Escócia!
Mandaram-me entrar sozinha! Que sensação de “star” só faltava o tapete vermelho!
Tratamento VIP para a minha Ninfa!
E demorou para caramba a começarem a entrar os carros! Parecia que eu seria a única a partir!
“O mar e as águas sempre me fascinam, eu poderia contar aos milhares as fotos que capto desses encontros com paisagens que me cativam com lagos, rios e mares! Naquele dia eu juntava mais um mar e uma travessia ao meu mundo de experiencias inesquecíveis: o Irish Sea. Uma faixa de Atlântico entre as duas ilhas que separa, por vezes, dois climas tão diferentes como se atravessássemos todo um planeta! Naquela travessia assim foi, em Belfast o tempo estava cheio de nuvens inspiradoras, com o sol a espreitar e provocar enquadramentos fantásticos, em Cairnryan e pela Escócia até Glasgow, o céu ameaçava cair com toda a força em cima de mim… o que acabou por acontecer mesmo.
Mas o mar, oh o mar era lindo, quase irreal, uma cor e uma calma inesperada num espaço longo entre duas grandes porções de terra que me tinham feito imaginar turbulência e ondulação fortes. Tenho de explorar melhor aquele mar e as ilhas que nele se encontram…”
(in “Passeando pela vida” – a pagina)
Naquela viagem fiz amizade com 2 senhoras de idade que viajavam sozinhas, eram irmãs e vinham da Austrália. “Não há idade para se conhecer o mundo!” dizia a mais faladora. Muito inspiradora a conversa que mantivemos, fiquei com vontade de ir até à outra ponta do planeta visita-las um dia!
A viagem foi curta e eu podia ver a chuva à minha espera, lá fora. Por isso já sai do ferry toda empacotada no fato de chuva… uma pena!
Detesto não poder parar e ver o que há, como tudo é. É uma frustração entrar num país e nem poder ver como é a entrada! Já me acontecera isso ao entrar na República da Irlanda, depois na Irlanda do Norte e agora na Escócia! Raios de chuva!
Mas na Escócia a chuva viria a revelar-se bastante inspiradora! Entre umas nuvens e outras eu teria tempo de captar enquadramentos muito curiosos, com nuvens monstruosas, por vezes, o que me agrada sempre!
Logo ali fica Kirkoswald, uma aldeia muito fofinha onde o mau tempo e a ventania pareciam nada perturbar!
Aproveitei uma aberta para desenhar uns cavalos muito simpáticos, de jaqueta vestida, que encontrei num campo. Faltava-me um cavalo na minha coleção de animais, que já contava com ovelhas, vacas normais e vacas cabeludas, patos, cisnes e um esquilo que se metera comigo algures!
E os cemitérios com as suas igrejas em ruinas, continuavam a fascinar-me! Iria visitar mais uns quantos pela Escócia fora!
Mais à frente ficava a Crossraguel Abbey, uma construção do séc. XIII em ruinas. Tinha de pagar bilhete para visitar! Como? Com aquele tempo foleiro, pagar para andar à chuva a ver ruinas? Nem pensar!
Vi-a da rua e pronto! Se eu fosse a pagar para ver todas as ruinas que me aparecessem no caminho, precisaria de um orçamento de viagem inteiro só para isso!
Ok, tive pena porque era muito bonita, mas nem um céu azul eu tinha para fazer umas fotos decentes, por isso, fotografei da rua e segui caminho!
Só parei em Glasgow. O tempo piorara, com chuva mais intensa e rajadas muito fortes de vento, o que tira um bocado o prazer de conduzir.
Glasgow… já fui infeliz ali, quando em 2011 a minha motita avariou e eu fiquei tão desamparada sem ela. Estacionei a Ninfa junto do parque onde a Magnífica colapsou naquela época. Não me apetecia nada pôr esta moto no lugar onde a outra se sentiu tão mal!
O parque era aquele edifício amarelo às riscas e lembro-me de estar lá dentro, espreitar cá para fora e ver um estacionamento para motos, onde havia uma Pan European estacionada. Desta vez foi a minha moto que ficou no estacionamento da rua!
Fiquei hospedada no mesmo hostel onde fiquei há 3 anos e, como quem chega a casa, fui passear pela cidade ao anoitecer. Afinal eu acabei por conhecer bem aquelas ruas em dias de espera que ali passei…
A ponte pedonal sobre o rio Clyde fica particularmente bonita de noite, com iluminação em vermelho!
E o rio, com as luzes da cidade, é sempre tão bonito!
Fui passeando pela zona comercial The City Centre, muito inspiradora com as luzes!
Encontrei edifícios que conhecera durante o dia e que de noite eram bem curiosos!
E the George Square, a praça principal de Glasgow, onde 3 anos antes vira a “lavoura” das filmagens com Brad Pitt do filme dos zombies que estriou há cerca de um ano por cá! !
Acabara por se pôr uma noite bonita e havia gente a passear por ali e a tirar fotos como eu. Lá estava o mausoléu aos heróis de Guerra da cidade.
Eu já fotografara aqueles leões e voltei a faze-lo. São giros!
Eu gosto de fotografar de noite, quando as luzes provocam enquadramentos dramáticos!
“Há 3 anos, quando me passeava pela Queen’s Street, em Glasgow, deparei-me pela primeira vez com a Gallery of Modern Art – GoMA, um edifício neoclássico imponente! Eu gosto bastante daquele estilo, por isso admirei a construção em todos os ângulos! Em frente fica a estátua equestre do Duke de Wellington e ostentava na época um cone de trânsito na cabeça! Pensei que tivesse sido um ato de vandalismo, depois acabei por descobrir que aquilo era arte e desta vez descobri que é um símbolo! Representa a atitude de despreocupação da cidade em relação à autoridade. Aquele cone já foi substituído por diversas vezes para manutenção, já foi pintado para comemorações, (dos jogos olímpicos, por exemplo) e já foi substituído por um chapéu (para honrar patrocínios da equipa de futebol)! Desta vez, ao voltar ali, lá estava o cone às riscas vermelhas e brancas na cabeça do homem e a novidade é que o cavalo também tinha direito a um só para si, em amarelo! Aqueles escoceses batem mal!”
(in “Passeando pela vida” – a Página)
E fui dormir… esperando secretamente que o tempo se mantivesse suficientemente estável para me permitir dar umas voltas por ali e depois seguir para norte sem muita chuva, nem céus depressivos de nevoas até ao chão… Desta vez eu queria ver a Escócia sem preocupações, nem avarias, nem aborrecimentos…
Não seria bem assim, mas eu ainda não sabia!
E foi o fim do 14º dia de viagem!
Foi tudo muito estranho naquela manhã, como eu stresso sempre que tenho de embarcar a moto num ferry, levantei-me cedo para ir com calma até ao porto, que, estupidamente, não me lembrara de procurar no dia anterior! A minha ideia era ter todo o tempo do mundo para o procurar, trocar o papel de reserva pelo bilhete e embarcar sem stress.
Nada disso aconteceu, toda a gente parecia querer conversar comigo ao pequeno-almoço. Fazendo perguntas, querendo saber do que eu já vira na minha viagem e por aí fora! Acho que se tinha espalhado a ideia de que eu era uma grande viajante de moto, que viajava sozinha e já vira “mundos e fundos”. Valha-me Deus, tive de desiludir aquela gente e dizer-lhes que nada de especial se passava, eu apenas estava a fazer uma viagem muito menos impressionante do que outras que já fizera.
Não adiantou nada, continuaram as perguntas e, se eu não me pusesse a andar, ainda estaria lá hoje a contar histórias de tudo o que vira e vivera pela estrada fora!
Gente simpática com quem gostei de falar, não fora o meu stress em descobrir o porto e tratar de tudo a tempo.O caminho que eu faria naquele dia inspirava toda a gente…
Quando finalmente consegui seguir foi tudo uma correria. Primeiro a porta do porto que me aparecia não era aquela onde ficava o meu cais de embarque, depois entrei onde não devia e não conseguia sair! Oh pânico, com o tempo a escoar-se! “calma que é para lá estar 1 hora antes, por isso tenho essa hora a meu favor, posso ser a ultima a embarcar!”
Um guarda viu-me chegar de dentro do porto, e veio ver o que eu queria. O torniquete estava fechado e eu não podia sair! O senhor foi muito simpático, fez o desenho num mapa do caminho que eu tinha de fazer até ao Belfast Port - Victoria Terminal com direito a um livrinho sobre o que ver em Belfast. Muito bom, sobretudo quando eu já prometera a mim mesma lá voltar um dia.
As suas indicações foram tão precisas que eu, que já estava a ficar atrasada, acabei por chegar cedo ao terminal! É sempre assim, por isso eu sempre acho que stressar é uma perda de tempo!
E a minha bonequinha ficou ali sozinha, no meio de um parque infinito!
É assim que eu gosto, chegar cedo e explorar o local com calma, musica nos ouvidos e maquina em punho.
Não chovia por isso deu para eu andar mesmo por todo o lado e meter conversa com as pessoas do porto e tudo!
Quando os carros e os camiões começaram a chegar as perspetivas do parque de embarque eram cada vez mais interessantes. Comecei a perceber que eu seria a única motard a bordo!
Tudo o que eu queria é que o tempo se mantivesse estável do outro lado do mar… não queria nada ser recebida com chuva na Escócia!
Mandaram-me entrar sozinha! Que sensação de “star” só faltava o tapete vermelho!
Tratamento VIP para a minha Ninfa!
E demorou para caramba a começarem a entrar os carros! Parecia que eu seria a única a partir!
“O mar e as águas sempre me fascinam, eu poderia contar aos milhares as fotos que capto desses encontros com paisagens que me cativam com lagos, rios e mares! Naquele dia eu juntava mais um mar e uma travessia ao meu mundo de experiencias inesquecíveis: o Irish Sea. Uma faixa de Atlântico entre as duas ilhas que separa, por vezes, dois climas tão diferentes como se atravessássemos todo um planeta! Naquela travessia assim foi, em Belfast o tempo estava cheio de nuvens inspiradoras, com o sol a espreitar e provocar enquadramentos fantásticos, em Cairnryan e pela Escócia até Glasgow, o céu ameaçava cair com toda a força em cima de mim… o que acabou por acontecer mesmo.
Mas o mar, oh o mar era lindo, quase irreal, uma cor e uma calma inesperada num espaço longo entre duas grandes porções de terra que me tinham feito imaginar turbulência e ondulação fortes. Tenho de explorar melhor aquele mar e as ilhas que nele se encontram…”
(in “Passeando pela vida” – a pagina)
Naquela viagem fiz amizade com 2 senhoras de idade que viajavam sozinhas, eram irmãs e vinham da Austrália. “Não há idade para se conhecer o mundo!” dizia a mais faladora. Muito inspiradora a conversa que mantivemos, fiquei com vontade de ir até à outra ponta do planeta visita-las um dia!
A viagem foi curta e eu podia ver a chuva à minha espera, lá fora. Por isso já sai do ferry toda empacotada no fato de chuva… uma pena!
Detesto não poder parar e ver o que há, como tudo é. É uma frustração entrar num país e nem poder ver como é a entrada! Já me acontecera isso ao entrar na República da Irlanda, depois na Irlanda do Norte e agora na Escócia! Raios de chuva!
Mas na Escócia a chuva viria a revelar-se bastante inspiradora! Entre umas nuvens e outras eu teria tempo de captar enquadramentos muito curiosos, com nuvens monstruosas, por vezes, o que me agrada sempre!
Logo ali fica Kirkoswald, uma aldeia muito fofinha onde o mau tempo e a ventania pareciam nada perturbar!
Aproveitei uma aberta para desenhar uns cavalos muito simpáticos, de jaqueta vestida, que encontrei num campo. Faltava-me um cavalo na minha coleção de animais, que já contava com ovelhas, vacas normais e vacas cabeludas, patos, cisnes e um esquilo que se metera comigo algures!
E os cemitérios com as suas igrejas em ruinas, continuavam a fascinar-me! Iria visitar mais uns quantos pela Escócia fora!
Mais à frente ficava a Crossraguel Abbey, uma construção do séc. XIII em ruinas. Tinha de pagar bilhete para visitar! Como? Com aquele tempo foleiro, pagar para andar à chuva a ver ruinas? Nem pensar!
Vi-a da rua e pronto! Se eu fosse a pagar para ver todas as ruinas que me aparecessem no caminho, precisaria de um orçamento de viagem inteiro só para isso!
Ok, tive pena porque era muito bonita, mas nem um céu azul eu tinha para fazer umas fotos decentes, por isso, fotografei da rua e segui caminho!
Só parei em Glasgow. O tempo piorara, com chuva mais intensa e rajadas muito fortes de vento, o que tira um bocado o prazer de conduzir.
Glasgow… já fui infeliz ali, quando em 2011 a minha motita avariou e eu fiquei tão desamparada sem ela. Estacionei a Ninfa junto do parque onde a Magnífica colapsou naquela época. Não me apetecia nada pôr esta moto no lugar onde a outra se sentiu tão mal!
O parque era aquele edifício amarelo às riscas e lembro-me de estar lá dentro, espreitar cá para fora e ver um estacionamento para motos, onde havia uma Pan European estacionada. Desta vez foi a minha moto que ficou no estacionamento da rua!
Fiquei hospedada no mesmo hostel onde fiquei há 3 anos e, como quem chega a casa, fui passear pela cidade ao anoitecer. Afinal eu acabei por conhecer bem aquelas ruas em dias de espera que ali passei…
A ponte pedonal sobre o rio Clyde fica particularmente bonita de noite, com iluminação em vermelho!
E o rio, com as luzes da cidade, é sempre tão bonito!
Fui passeando pela zona comercial The City Centre, muito inspiradora com as luzes!
Encontrei edifícios que conhecera durante o dia e que de noite eram bem curiosos!
E the George Square, a praça principal de Glasgow, onde 3 anos antes vira a “lavoura” das filmagens com Brad Pitt do filme dos zombies que estriou há cerca de um ano por cá! !
Acabara por se pôr uma noite bonita e havia gente a passear por ali e a tirar fotos como eu. Lá estava o mausoléu aos heróis de Guerra da cidade.
Eu já fotografara aqueles leões e voltei a faze-lo. São giros!
Eu gosto de fotografar de noite, quando as luzes provocam enquadramentos dramáticos!
“Há 3 anos, quando me passeava pela Queen’s Street, em Glasgow, deparei-me pela primeira vez com a Gallery of Modern Art – GoMA, um edifício neoclássico imponente! Eu gosto bastante daquele estilo, por isso admirei a construção em todos os ângulos! Em frente fica a estátua equestre do Duke de Wellington e ostentava na época um cone de trânsito na cabeça! Pensei que tivesse sido um ato de vandalismo, depois acabei por descobrir que aquilo era arte e desta vez descobri que é um símbolo! Representa a atitude de despreocupação da cidade em relação à autoridade. Aquele cone já foi substituído por diversas vezes para manutenção, já foi pintado para comemorações, (dos jogos olímpicos, por exemplo) e já foi substituído por um chapéu (para honrar patrocínios da equipa de futebol)! Desta vez, ao voltar ali, lá estava o cone às riscas vermelhas e brancas na cabeça do homem e a novidade é que o cavalo também tinha direito a um só para si, em amarelo! Aqueles escoceses batem mal!”
(in “Passeando pela vida” – a Página)
E fui dormir… esperando secretamente que o tempo se mantivesse suficientemente estável para me permitir dar umas voltas por ali e depois seguir para norte sem muita chuva, nem céus depressivos de nevoas até ao chão… Desta vez eu queria ver a Escócia sem preocupações, nem avarias, nem aborrecimentos…
Não seria bem assim, mas eu ainda não sabia!
E foi o fim do 14º dia de viagem!
Última edição por Gracinda Ramos em Sáb Out 11 2014, 23:52, editado 1 vez(es)
________________________
Beijucas!
Viajar é mais assustador para quem fica do que para quem vai!
https://passeandopelavida.com/
Re: Passeando por caminhos Celtas - 2014
Mais uma grande viagem...!
Belas fotos!
Belas fotos!
________________________
João P. Teixeira
Y FZ6 N S2 (112000 km)
M Factor RR
Re: Passeando por caminhos Celtas - 2014
12 de agosto de 2014
O tempo não melhorou nadinha de ontem para hoje, a bem dizer piorou e muito, isso sim!
É deprimente acordar com um dia cheio de chuva e humidade, de cima a baixo, um dia daqueles em que nem é bom pensar sequer em tirar a máquina fotográfica para fora, sob pena de a humidade no ar dar cabo “dos seus rolamentos”!
M%//()%$da!
De novo me punha a questão, “saio ou fico no choco, a ver a água correr pelos vidros da janela?”
Decidi sair, eu decido sempre sair, na esperança de que algures, a uns quilómetros dali, o tempo esteja melhorzito… não estava e eu iria mesmo arrepender-me de ter saído de casa…
.. fui para sul!
Uma coisa que eu gosto é conduzir à chuva. Aprecio aquela sensação de atravessar o temporal sem me molhar, ouvindo musica confortavelmente, ao mesmo tempo que sinto a chuva bater em mim e o vento abanar um pouco a moto. Mas só aprecio esta sensação quando me convenço de que nada mais haverá para fazer, e foi o que aconteceu naquele dia.
O tempo não melhoraria em direção nenhuma que eu fosse, por isso decidi passear um bocado à chuva, voltar para Glasgow e enfiar-me “em casa” a escrever e a desenhar e pronto.
Há um encanto na natureza em reboliço que eu fui apreciando, percorri ruínhas estreitas que me levaram para longe de cidades ou aldeias, alegremente cantarolando ao som da música, até que precisei de abastecer… e foi aí que começou o pesadelo.
Estava numa pequena localidade e a bomba era quase a única coisa que havia ali para ver. Foi ao sair dela que eu senti algo de diferente na moto.
“Puxa, a rua é bem torta por aqui!” foi o primeiro pensamento que me veio à cabeça quando ela oscilou. Mas a rua era mesmo uma ruela por isso não estranhei de todo. Acelerei, reduzi, travei e aparentemente estava tudo bem, por isso siga para o monte…
Mas ou a rua era cada vez mais torta ou a moto não estava mesmo bem!
Eu estava já no meio de lado nenhum quando processei o que não quisera processar antes… eu tinha um pneu furado!
Quando a gente teve 11 furos numa moto durante apenas um ano e meio, como me aconteceu com a minha Africa Twin, a gente sabe muito bem qual é a sensação, eu apenas não quisera acreditar, até porque num pneu tubeless demora a perceber-se um furo. Na Africa Twin sentia-se logo pois quando a camara de ar fura o pneu vai-se abaixo rapidamente e pronto!
Ora eu estava algures na Galloway Forest, com uma moto de 326kg nas mãos com o pneu de trás furado, um temporal infernal cheio de vento e chuva e Glasgow a quilómetros de distância…
Não parei sequer para ver o pneu, enquanto eu conseguisse controlar a moto eu iria seguir. A sensação era que, se parasse a olhar para a moto, perderia o ar do pneu sem avançar dali para fora, por isso eu queria continuar, como quando uma moto deixa de funcionar e a gente a deixa continuar rolando até perder de todo a velocidade e parar por ela! E assim fui andando, quase sem reduzir a velocidade, por milhas e milhas!
Eu sentia a moto oscilar, como se a rua estivesse cheia de buracos e eu não conseguisse seguir a direito, mas o que me começou a perturbar mesmo foi o barulho do pneu vazio! Era horrível e assustador! Comecei a fazer filmes de terror, imaginando a jante a trilhar o pneu, este a esmagar-se para um lado e para o outro e a moto a descontrolar-se!
Calma, um dia eu conduzi a minha Varadero por centenas de quilómetros com o pneu de trás furado, por isso eu faria o mesmo com a minha Ninfa, e ponto final! Pus a musica mais alto, para não ouvir o barulho do pneu, e segui cantarolando, o que ajuda a relaxar!
Mais de 20 milhas depois cheguei a uma localidade, Maybole! As pessoas olhavam para a moto, tal era o barulho que o pneu vazio fazia! Havia uma oficina numa estação de serviço, fui pedir ajuda!
Só aí eu vi o pneu… e vi o furo, ou antes, o que provocava o furo, e processei que 20 milhas são mais de 30 km, a distância que eu já percorrera com o pneu assim!
Os homens não queriam acreditar que eu conduzira a moto desde a Galloway Forest até ali com tamanha monstruosidade enfiada no pneu!
Não me podia resolver o problema, pois não trabalhavam com motos, por isso encheram-me o pneu e indicaram-me uma oficina mais à frente umas milhas onde me ajudariam a seguir mais para frente.
A oficina seguinte também era de carros, por isso não me resolveriam o problema lá, mas o responsável/dono era um tipo muito simpático, que ficou impressionado por me ver ali sozinha, com aquela moto enorme, depois de a conduzir por tantas milhas com o pneu assim e deu uma grande ajuda. Ele também era motard e iria tentar remover o parafuso e pôr um remendo provisório que aguentasse o ar dentro do pneu para eu poder ir até à cidade seguinte e aí sim, trocar o pneu!
Fui dar uma pequena volta pela localidade, comer algo, relaxar!
Quando voltei a moto estava com o pneu em cima! Oh maravilha!! E o senhor deu-me um presente… a principio não entendi o que ele me dera para a mão, foi preciso ele dizer-me que aquilo era o parafuso monstruoso que estava enfiado no meu pneu! Céus!
“siga por umas 4 ou 5 milhas e encontra uma oficina de pneus, peça para lhe verem a pressão e lhe indiquem a oficina que fica na estrada X” dizia o senhor “tenha cuidado, não vá para Glasgow, porque o que eu fiz é muito provisório e pode sair a qualquer momento!”
“Go on and good luck brave girl!” terminou ele, erguendo o polegar para mim…
E foi um percurso em estafeta, seguindo indicações de oficina em oficina, onde me verificavam o pneu e me indicavam a oficina seguinte, até chegar a Ayr, num “Turn left, go straight and left again!” lá estava a ultima oficina para onde cada um me foi guiando, como se estivessem coordenados entre si: uma oficina Honda!
Fui recebida com simpatia, mas só tinham um mecânico a trabalhar, por isso teria de esperar até às 3 horas para ser atendida. “No problem”, com a bosta de tempo que estava a pressa não era nenhuma! Alem de que passava da 1.00 hora e eu tinha de comer, o esforço e a preocupação sempre me enchem de fome!
Senti-me vaidosa porque a minha bonequinha despertou a atenção de quem estava, várias pessoas a vieram ver a elogiar! Era a única Pan no estacionamento e era a mais bonita moto que lá estava! A mim chamaram-me “the best rider in the world” porque cheguei com ela ali depois de mais de 40 milhas de Estrada com o pneu furado!
“Glasgow ficará para sempre lembrada como a terra do azar para mim! Se alguma vez eu disser que vou voltar à Escócia, por favor alguém me lembre de não ficar em Glasgow, apenas passar e andar!
Apenas falhou por uns 7 dias para ser exatamente 3 anos depois do tal dia 19 de agosto de 2011, quando o primeiro azar se manifestou…
Pois, e hoje foi dia de azar de novo!
Às vezes perguntam-me como farei eu se tiver um azar em viagem, estando sozinha, uma avaria um furo, qualquer coisa!
Uma avaria, tive-a cá no tal dia 19 de agosto e resolvi-a com a minha seguradora e a gente daqui.
Um furo, tive-o hoje e resolvi-o conduzindo por mais de 40 milhas até chegar onde me pudessem ajudar. Gente simpática, de oficina em oficina, lá me foram mantendo o pneu suficientemente alto para a jante não chegar ao chão, até chegar a uma oficina Honda em Ayr.
O furo? Era uma enormidade, o que foi mantendo um pouco de ar foi o próprio parafuso que o provocou. Um parafuso enorme que atravessou o pneu em dois sítios, por onde entrou e por onde saiu a ponta!
O parafuso era uma coisa monstruosa!
Tudo está bem quando acaba bem… espero!”
E fui passear por Ayr!
É uma cidade muito antiga e interessante, não fora a situação que lá me levara e o péssimo tempo que me recebera, e teria sido uma visita muito interessante a uma bonita cidade!
Foi uma alegria, porque apesar do mau tempo as ruas estavam cheias de gente e isso era tudo o que eu precisava naquele momento para me distrair e alegrar um pouco!
A Wallace Tower é quase como a torre dos Clérigos no Porto, vê-se de todos os cantos da cidade!
Deu para comer e passear, ver montras, visitar o posto de turismo e o rio Ayr, que dá o nome à cidade!
Quando voltei estava a minha bonequinha na “mesa de massagens” toda contente!
Foi quando o senhor que me atendera me veio dizer que o meu pneu da frente estava muito gasto para eu fazer todo o caminho que ainda me faltava fazer naquela viagem, por isso não me queria deixar ir embora assim e me aconselhava mudar também o pneu da frente!
Fiquei a olhar para ele! Como é que ele sabia o caminho que eu estava a fazer se eu nada lhe dissera a propósito! Então ele explicou que foi para a internet procurar pelo nome que está nos autocolantes da moto e descobriu o meu blogue “Passeando pela vida” onde estava o desenho da minha viagem.
Ora, mesmo não sabendo se eu estava na ida ou na volta, já que naquela zona a viagem cruzava sobre si própria, percebeu que eu estava muito longe de casa e que o meu pneu da frente não aguentaria de qualquer maneira, trazer-me em segurança até cá, por isso o melhor era mudar o pneu ali, pondo o par do que me estava a pôr atrás, e eu não teria mais com que me preocupar até casa!
E deixaram-me estar junto da moto e ver tudo o que faziam. pude ver os estragos do furo de perto..
E ver, por dentro, o remendo que o outro senhor fizera. injetara uma matéria tipo borracha que soldara o furo provisoriamente.
Aqueles escoceses são mesmo como nós, gente simpática que sabe conversar e argumentar. Fez-me um preço de amigo e pôs-me o par de pneus Michelin, um pneu novo que ele diz ser especialmente bom para chuva e inverno, e que eles usam muito por lá por causa do clima…
A verdade é que o piso dos pneus é muito diferente do que estou habituada com os Bridgestone!
280£ e não se fala mais disso!
Toca a pôr o pneu da frente, porque o outro estava mesmo bastante gasto e eu sabia que teria de o trocar algures mais dia, menos dia, por isso fi-lo ali mesmo e pronto!
E o pneu da frente ainda tem um piso mais curioso que o de trás!
Uma voltinha para ver se está tudo bem e a minha bonequinha estava pronta para enfrentar o mundo… se não encontrasse outro parafuso mafioso pelo chão, claro!
Se a cada vez que eu for à Escócia eu for tomar um chá a uma oficina Honda nova, o melhor é eu pensar em não ir lá muito frequentemente!
Despedi-me antes que começasse a querer comprar bugigangas pela loja e fui embora.
Uma belíssima bosta de tempo esperava-me para me acompanhar até Glasgow!
Não segui imediatamente para Glasgow, quando estou longe e vou a uma oficina com a moto, nunca parto a correr dali para longe, pode alguma coisa não estar bem com ela e eu quero estar perto para poder voltar à oficina se for necessário. Por isso fui dar uma volta… para o cemitério da terra!
Ok, eu sei que normalmente as pessoas não passeiam em cemitérios, mas eu gosto! E por lá parece que toda a gente gosta de passear em cemitérios também, por isso até me enquadro na mentalidade deles!
E uma coisa que me chamou a atenção e me fez entrar foi o cemitério dos bebés!
Eu sempre acho que a morte não é coisa de criança ou bebé, por isso sempre achei os cemitérios “normais” muito “pesados” para uma criança pequena! E ali eles têm um jardim todo enfeitado para as criancinhas, como se elas pudessem querer brincar a qualquer momento e nada lhes faltasse.
O ambiente enterneceu-me e foi isso que me fez ir ver de perto! Muito bonito…
E como por aquele país se passeia pelo cemitério como por um jardim, pode-se também conduzir por ele e foi o que eu fiz!
Lá estavam as cruzes celtas, aqui e ali. E o ambiente era muito bonito para se passear mesmo!
Ainda bem que se podia andar por ali de moto, porque aquilo era mesmo muito grande para se visitar a pé!
Finalmente lá segui para Glasgow, quando me certificara já de que tudo estava bem com a minha motita!
A Glasgow Cathedral é uma construção impressionante que eu não tinha visitado da última vez que estive na cidade e, infelizmente, desta vez encontrei-a fechada! Pousei a moto num canto e fui explorar a zona, já que a igreja estava fora de questão!
O edifício é lindo, é gótico e é a única catedral que sobreviveu ilesa à reforma religiosa escocesa. Foi construída no séc. XII, dedicada a Saint Mungo, e hoje não é católica.
Por trás, depois de atravessarmos uma ponte pedonal, fica a Glasgow Necropolis, que se estende por uma grande colina em construções extraordinárias que fazem dela muito mais que um mero cemitério.
E sim, fui visitar mais um cemitério!
Aquilo é um verdadeiro jardim de esculturas imponentes e impressionantes!
E juntei mais duas ou três cruzes celtas à minha já extensa coleção… tão lindas!
Um jardim vitoriano que é um memorial aos patriarcas e comerciantes da cidade e que contém os restos dos grandes nomes da época. Hoje é um dos cemitérios mais importantes da Europa e é, por isso, uma grande atração para os visitantes do Reino Unido!
Com o tempo escuro e chuvoso a visita ao local tornou-se muito mais inspiradora e as perspetivas da cidade e da catedral eram espantosas, para quem olhava lá de cima. Inspirador!
E foi o fim de um dia esgotante, fui-me enfiar no bar do hostel a comer e a beber porque estes dias em que nada se faz para além de apanhar chuva e resolver problemas, esgotam um viajante!
E foi o fim do 15º dia de viagem…
O tempo não melhorou nadinha de ontem para hoje, a bem dizer piorou e muito, isso sim!
É deprimente acordar com um dia cheio de chuva e humidade, de cima a baixo, um dia daqueles em que nem é bom pensar sequer em tirar a máquina fotográfica para fora, sob pena de a humidade no ar dar cabo “dos seus rolamentos”!
M%//()%$da!
De novo me punha a questão, “saio ou fico no choco, a ver a água correr pelos vidros da janela?”
Decidi sair, eu decido sempre sair, na esperança de que algures, a uns quilómetros dali, o tempo esteja melhorzito… não estava e eu iria mesmo arrepender-me de ter saído de casa…
.. fui para sul!
Uma coisa que eu gosto é conduzir à chuva. Aprecio aquela sensação de atravessar o temporal sem me molhar, ouvindo musica confortavelmente, ao mesmo tempo que sinto a chuva bater em mim e o vento abanar um pouco a moto. Mas só aprecio esta sensação quando me convenço de que nada mais haverá para fazer, e foi o que aconteceu naquele dia.
O tempo não melhoraria em direção nenhuma que eu fosse, por isso decidi passear um bocado à chuva, voltar para Glasgow e enfiar-me “em casa” a escrever e a desenhar e pronto.
Há um encanto na natureza em reboliço que eu fui apreciando, percorri ruínhas estreitas que me levaram para longe de cidades ou aldeias, alegremente cantarolando ao som da música, até que precisei de abastecer… e foi aí que começou o pesadelo.
Estava numa pequena localidade e a bomba era quase a única coisa que havia ali para ver. Foi ao sair dela que eu senti algo de diferente na moto.
“Puxa, a rua é bem torta por aqui!” foi o primeiro pensamento que me veio à cabeça quando ela oscilou. Mas a rua era mesmo uma ruela por isso não estranhei de todo. Acelerei, reduzi, travei e aparentemente estava tudo bem, por isso siga para o monte…
Mas ou a rua era cada vez mais torta ou a moto não estava mesmo bem!
Eu estava já no meio de lado nenhum quando processei o que não quisera processar antes… eu tinha um pneu furado!
Quando a gente teve 11 furos numa moto durante apenas um ano e meio, como me aconteceu com a minha Africa Twin, a gente sabe muito bem qual é a sensação, eu apenas não quisera acreditar, até porque num pneu tubeless demora a perceber-se um furo. Na Africa Twin sentia-se logo pois quando a camara de ar fura o pneu vai-se abaixo rapidamente e pronto!
Ora eu estava algures na Galloway Forest, com uma moto de 326kg nas mãos com o pneu de trás furado, um temporal infernal cheio de vento e chuva e Glasgow a quilómetros de distância…
Não parei sequer para ver o pneu, enquanto eu conseguisse controlar a moto eu iria seguir. A sensação era que, se parasse a olhar para a moto, perderia o ar do pneu sem avançar dali para fora, por isso eu queria continuar, como quando uma moto deixa de funcionar e a gente a deixa continuar rolando até perder de todo a velocidade e parar por ela! E assim fui andando, quase sem reduzir a velocidade, por milhas e milhas!
Eu sentia a moto oscilar, como se a rua estivesse cheia de buracos e eu não conseguisse seguir a direito, mas o que me começou a perturbar mesmo foi o barulho do pneu vazio! Era horrível e assustador! Comecei a fazer filmes de terror, imaginando a jante a trilhar o pneu, este a esmagar-se para um lado e para o outro e a moto a descontrolar-se!
Calma, um dia eu conduzi a minha Varadero por centenas de quilómetros com o pneu de trás furado, por isso eu faria o mesmo com a minha Ninfa, e ponto final! Pus a musica mais alto, para não ouvir o barulho do pneu, e segui cantarolando, o que ajuda a relaxar!
Mais de 20 milhas depois cheguei a uma localidade, Maybole! As pessoas olhavam para a moto, tal era o barulho que o pneu vazio fazia! Havia uma oficina numa estação de serviço, fui pedir ajuda!
Só aí eu vi o pneu… e vi o furo, ou antes, o que provocava o furo, e processei que 20 milhas são mais de 30 km, a distância que eu já percorrera com o pneu assim!
Os homens não queriam acreditar que eu conduzira a moto desde a Galloway Forest até ali com tamanha monstruosidade enfiada no pneu!
Não me podia resolver o problema, pois não trabalhavam com motos, por isso encheram-me o pneu e indicaram-me uma oficina mais à frente umas milhas onde me ajudariam a seguir mais para frente.
A oficina seguinte também era de carros, por isso não me resolveriam o problema lá, mas o responsável/dono era um tipo muito simpático, que ficou impressionado por me ver ali sozinha, com aquela moto enorme, depois de a conduzir por tantas milhas com o pneu assim e deu uma grande ajuda. Ele também era motard e iria tentar remover o parafuso e pôr um remendo provisório que aguentasse o ar dentro do pneu para eu poder ir até à cidade seguinte e aí sim, trocar o pneu!
Fui dar uma pequena volta pela localidade, comer algo, relaxar!
Quando voltei a moto estava com o pneu em cima! Oh maravilha!! E o senhor deu-me um presente… a principio não entendi o que ele me dera para a mão, foi preciso ele dizer-me que aquilo era o parafuso monstruoso que estava enfiado no meu pneu! Céus!
“siga por umas 4 ou 5 milhas e encontra uma oficina de pneus, peça para lhe verem a pressão e lhe indiquem a oficina que fica na estrada X” dizia o senhor “tenha cuidado, não vá para Glasgow, porque o que eu fiz é muito provisório e pode sair a qualquer momento!”
“Go on and good luck brave girl!” terminou ele, erguendo o polegar para mim…
E foi um percurso em estafeta, seguindo indicações de oficina em oficina, onde me verificavam o pneu e me indicavam a oficina seguinte, até chegar a Ayr, num “Turn left, go straight and left again!” lá estava a ultima oficina para onde cada um me foi guiando, como se estivessem coordenados entre si: uma oficina Honda!
Fui recebida com simpatia, mas só tinham um mecânico a trabalhar, por isso teria de esperar até às 3 horas para ser atendida. “No problem”, com a bosta de tempo que estava a pressa não era nenhuma! Alem de que passava da 1.00 hora e eu tinha de comer, o esforço e a preocupação sempre me enchem de fome!
Senti-me vaidosa porque a minha bonequinha despertou a atenção de quem estava, várias pessoas a vieram ver a elogiar! Era a única Pan no estacionamento e era a mais bonita moto que lá estava! A mim chamaram-me “the best rider in the world” porque cheguei com ela ali depois de mais de 40 milhas de Estrada com o pneu furado!
“Glasgow ficará para sempre lembrada como a terra do azar para mim! Se alguma vez eu disser que vou voltar à Escócia, por favor alguém me lembre de não ficar em Glasgow, apenas passar e andar!
Apenas falhou por uns 7 dias para ser exatamente 3 anos depois do tal dia 19 de agosto de 2011, quando o primeiro azar se manifestou…
Pois, e hoje foi dia de azar de novo!
Às vezes perguntam-me como farei eu se tiver um azar em viagem, estando sozinha, uma avaria um furo, qualquer coisa!
Uma avaria, tive-a cá no tal dia 19 de agosto e resolvi-a com a minha seguradora e a gente daqui.
Um furo, tive-o hoje e resolvi-o conduzindo por mais de 40 milhas até chegar onde me pudessem ajudar. Gente simpática, de oficina em oficina, lá me foram mantendo o pneu suficientemente alto para a jante não chegar ao chão, até chegar a uma oficina Honda em Ayr.
O furo? Era uma enormidade, o que foi mantendo um pouco de ar foi o próprio parafuso que o provocou. Um parafuso enorme que atravessou o pneu em dois sítios, por onde entrou e por onde saiu a ponta!
O parafuso era uma coisa monstruosa!
Tudo está bem quando acaba bem… espero!”
E fui passear por Ayr!
É uma cidade muito antiga e interessante, não fora a situação que lá me levara e o péssimo tempo que me recebera, e teria sido uma visita muito interessante a uma bonita cidade!
Foi uma alegria, porque apesar do mau tempo as ruas estavam cheias de gente e isso era tudo o que eu precisava naquele momento para me distrair e alegrar um pouco!
A Wallace Tower é quase como a torre dos Clérigos no Porto, vê-se de todos os cantos da cidade!
Deu para comer e passear, ver montras, visitar o posto de turismo e o rio Ayr, que dá o nome à cidade!
Quando voltei estava a minha bonequinha na “mesa de massagens” toda contente!
Foi quando o senhor que me atendera me veio dizer que o meu pneu da frente estava muito gasto para eu fazer todo o caminho que ainda me faltava fazer naquela viagem, por isso não me queria deixar ir embora assim e me aconselhava mudar também o pneu da frente!
Fiquei a olhar para ele! Como é que ele sabia o caminho que eu estava a fazer se eu nada lhe dissera a propósito! Então ele explicou que foi para a internet procurar pelo nome que está nos autocolantes da moto e descobriu o meu blogue “Passeando pela vida” onde estava o desenho da minha viagem.
Ora, mesmo não sabendo se eu estava na ida ou na volta, já que naquela zona a viagem cruzava sobre si própria, percebeu que eu estava muito longe de casa e que o meu pneu da frente não aguentaria de qualquer maneira, trazer-me em segurança até cá, por isso o melhor era mudar o pneu ali, pondo o par do que me estava a pôr atrás, e eu não teria mais com que me preocupar até casa!
E deixaram-me estar junto da moto e ver tudo o que faziam. pude ver os estragos do furo de perto..
E ver, por dentro, o remendo que o outro senhor fizera. injetara uma matéria tipo borracha que soldara o furo provisoriamente.
Aqueles escoceses são mesmo como nós, gente simpática que sabe conversar e argumentar. Fez-me um preço de amigo e pôs-me o par de pneus Michelin, um pneu novo que ele diz ser especialmente bom para chuva e inverno, e que eles usam muito por lá por causa do clima…
A verdade é que o piso dos pneus é muito diferente do que estou habituada com os Bridgestone!
280£ e não se fala mais disso!
Toca a pôr o pneu da frente, porque o outro estava mesmo bastante gasto e eu sabia que teria de o trocar algures mais dia, menos dia, por isso fi-lo ali mesmo e pronto!
E o pneu da frente ainda tem um piso mais curioso que o de trás!
Uma voltinha para ver se está tudo bem e a minha bonequinha estava pronta para enfrentar o mundo… se não encontrasse outro parafuso mafioso pelo chão, claro!
Se a cada vez que eu for à Escócia eu for tomar um chá a uma oficina Honda nova, o melhor é eu pensar em não ir lá muito frequentemente!
Despedi-me antes que começasse a querer comprar bugigangas pela loja e fui embora.
Uma belíssima bosta de tempo esperava-me para me acompanhar até Glasgow!
Não segui imediatamente para Glasgow, quando estou longe e vou a uma oficina com a moto, nunca parto a correr dali para longe, pode alguma coisa não estar bem com ela e eu quero estar perto para poder voltar à oficina se for necessário. Por isso fui dar uma volta… para o cemitério da terra!
Ok, eu sei que normalmente as pessoas não passeiam em cemitérios, mas eu gosto! E por lá parece que toda a gente gosta de passear em cemitérios também, por isso até me enquadro na mentalidade deles!
E uma coisa que me chamou a atenção e me fez entrar foi o cemitério dos bebés!
Eu sempre acho que a morte não é coisa de criança ou bebé, por isso sempre achei os cemitérios “normais” muito “pesados” para uma criança pequena! E ali eles têm um jardim todo enfeitado para as criancinhas, como se elas pudessem querer brincar a qualquer momento e nada lhes faltasse.
O ambiente enterneceu-me e foi isso que me fez ir ver de perto! Muito bonito…
E como por aquele país se passeia pelo cemitério como por um jardim, pode-se também conduzir por ele e foi o que eu fiz!
Lá estavam as cruzes celtas, aqui e ali. E o ambiente era muito bonito para se passear mesmo!
Ainda bem que se podia andar por ali de moto, porque aquilo era mesmo muito grande para se visitar a pé!
Finalmente lá segui para Glasgow, quando me certificara já de que tudo estava bem com a minha motita!
A Glasgow Cathedral é uma construção impressionante que eu não tinha visitado da última vez que estive na cidade e, infelizmente, desta vez encontrei-a fechada! Pousei a moto num canto e fui explorar a zona, já que a igreja estava fora de questão!
O edifício é lindo, é gótico e é a única catedral que sobreviveu ilesa à reforma religiosa escocesa. Foi construída no séc. XII, dedicada a Saint Mungo, e hoje não é católica.
Por trás, depois de atravessarmos uma ponte pedonal, fica a Glasgow Necropolis, que se estende por uma grande colina em construções extraordinárias que fazem dela muito mais que um mero cemitério.
E sim, fui visitar mais um cemitério!
Aquilo é um verdadeiro jardim de esculturas imponentes e impressionantes!
E juntei mais duas ou três cruzes celtas à minha já extensa coleção… tão lindas!
Um jardim vitoriano que é um memorial aos patriarcas e comerciantes da cidade e que contém os restos dos grandes nomes da época. Hoje é um dos cemitérios mais importantes da Europa e é, por isso, uma grande atração para os visitantes do Reino Unido!
Com o tempo escuro e chuvoso a visita ao local tornou-se muito mais inspiradora e as perspetivas da cidade e da catedral eram espantosas, para quem olhava lá de cima. Inspirador!
E foi o fim de um dia esgotante, fui-me enfiar no bar do hostel a comer e a beber porque estes dias em que nada se faz para além de apanhar chuva e resolver problemas, esgotam um viajante!
E foi o fim do 15º dia de viagem…
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Beijucas!
Viajar é mais assustador para quem fica do que para quem vai!
https://passeandopelavida.com/
Re: Passeando por caminhos Celtas - 2014
13 de agosto de 2014
Oh, quando eu abri os olhos e vi que estava sol, saltei da cama sem nem para o relógio olhar, tomei o meu “very-fast-duche” e saí a correr! Ainda não eram 7 horas da manhã e eu já andava na rua! E que lindo dia me esperava!
Depois de toda a chuva e de todo o aborrecimento do dia anterior, qualquer nesga de céu azul faria a minha felicidade!
Passei à porta do stand da Honda onde a minha Magnifica esteve internada
E segui, antes que a Ninfa se desse ao luxo de querer fazer uma visita!
Claro que passei pelo Riverside Museum, que estava a ser inaugurado da última vez que lá passei!
Muito interessante a construção, sobretudo com o sol a fazer reflexos nos vidros da entrada! Uma extensão do Glasgow Museum of Transport que, claro estava fechado àquela hora, o que me permitiu meter a moto onde quis para fotografar!
E fui fazendo uma visita às construções mais futuristas da cidade, que tinha já visto um dia, mas no autocarro panorâmico!
O Scottish Exhibition and Conference Centre, tattoo para os amigos!
A bola gigante que integra o Glasgow Science Centre
Com a moto por perto vê-se melhor a sua real dimensão!
E a construção meio arredondada, meio plana de vidro, do corpo principal do Centre, com vista para o rio Clyde.
Tudo aquilo fica no cais de Glasgow, o Glasgow Harbour. Ali ao lado está o edifício quadrado, tão vulgar perto das construções futuristas, da BBC Scotland.
E rumei para norte, o dia em que eu iria voltar a Skye era um dia de sol! Quanta alegria!
Pouca estrada depois cheguei à margem do Loch Lomond e foi delicioso.
Parei vezes sem conta, voltei para trás em alguns momentos, fotografei, sentei-me sem nada fazer, apenas a olhar e desenhei…
Uma espécie de euforia silenciosa percorria o meu coração, 3 anos antes eu prometera a mim mesma voltar ali de moto, depois de ter visitado o lago em mini-coach, quando a Magnifica avariou.
Nada foi tão sentido como desta vez, em que pude decidir o que fazer a cada segundo, a cada batida do meu coração. É essa liberdade que me preenche e me faz querer voltar aos lugares sozinha, em silêncio com todo um mundo que preenche o meu imaginário e alegra o meu encantamento!
Saia da estrada principal e deixava a minha bonequinha a todo o momento para ir ver de perto as perspetivas deslumbrantes do lago!
E as margens têm também os seus encantos, casinhas de bonecas autênticas sucedem-se fazendo apetecer entrar e apreciar o mundo visto de lá!
Atravessava depois o Queen Elizabeth Forest Park, onde montes de gente caminhava ou se preparava para caminhar por todos os lados! O tempo começava a ameaçar chuva de novo e o frio era bastante! Tive de parar para tomar algo quente e encher-me de roupa!
A passarada não tem medo de ninguém e foram vários os passaritos que vieram depenicar as migalhas do meu pão!
O sol não voltou cheio de força, mas também não choveu, foi espreitando aqui e ali enquanto eu me fui aproximando de Glen Coe!
Oh aquelas paisagens sempre me fazem sonhar!
Montes que são ondas vertiginosas e me fazem parar a todo o momento, a cada vez que lá passo!
Uma das minhas ânsias era voltar ali e desenhar e foi o que fui fazendo a cada vez que parava e não havia ninguém por perto!
Porque às vezes havia chineses aos magotes, que se espalhavam pela paisagem para se fotografarem uns aos outros lá no meio. Uma chatice porque aquela paisagem é quase sagrada e merecia uma silenciosa contemplação!
Então a minha moto despertava-lhes a atenção e, de repente, parecia tão interessante como toda beleza que nos envolvia!
E enquanto eu apreciava a paisagem deslumbrante, um monte deles apreciava a minha moto, tiravam fotos junto dela e tudo, como se fosse a maior atração da Escócia! Pediam-me para montar, e eu deixava, desde que deixassem a paisagem livre de gente para mim!
O tempo que eu andei por ali a passear!
Não havia muitos carros e as pessoas que caminhavam eram insignificantes no meio da grandiosidade da planície.
O Glen Coe é um vale encantado… é o que sinto ao passear por ele!
Grandioso, frequentemente considerado um dos lugares mais espetaculares e belos da Escócia, desta vez eu quis vê-lo de outros ângulos.
Desviei-me da estrada nacional que toda a gente faz, não há muitas para escolher por ali e as que há não têm saída, mas vale a pena ir por qualquer uma e apreciar o silêncio feito de encantos que aqueles recantos têm para nos dar.
E o céu já não estava azul... mas as nuvens podem ser também inspiradoras, sobretudo quando se passeia por um Glen que, como dizem por lá, “shows a grim grandeur"!
Fui parando, fui andando, fui fotografando e fui desenhando e tive vontade de ficar a cada paragem.
E a paz que eu senti da primeira vez que ali andei voltou a acontecer e a vontade de voltar instalou-se quando eu estava apenas a chegar!
Uma das coisas que eu mais queria era estar com tempo e calma na ilha de Skye e desenhar e pintar aqueles vales de Glen Coe. Era essa uma das grandes motivações da viagem que me levou da Irlanda para a Escócia. E eu dei-me o tempo necessário para o fazer, mesmo que o tempo não ajudasse.
Mas o tempo ajudou e eu pude estar em cada sito, e não apenas passar, e fotografar e desenhar e viver aqueles pequenas grandes emoções que parecem querer explodir no peito, quando as paisagens se sucedem quase irreais de tão perfeitas e belas.
Alguém exclamava de cá, no meu Facebook, “Escócia outra vez?”
E eu respondia mentalmente “A beleza não tem «outra vez» tem «sempre»!”
(continua)
Oh, quando eu abri os olhos e vi que estava sol, saltei da cama sem nem para o relógio olhar, tomei o meu “very-fast-duche” e saí a correr! Ainda não eram 7 horas da manhã e eu já andava na rua! E que lindo dia me esperava!
Depois de toda a chuva e de todo o aborrecimento do dia anterior, qualquer nesga de céu azul faria a minha felicidade!
Passei à porta do stand da Honda onde a minha Magnifica esteve internada
E segui, antes que a Ninfa se desse ao luxo de querer fazer uma visita!
Claro que passei pelo Riverside Museum, que estava a ser inaugurado da última vez que lá passei!
Muito interessante a construção, sobretudo com o sol a fazer reflexos nos vidros da entrada! Uma extensão do Glasgow Museum of Transport que, claro estava fechado àquela hora, o que me permitiu meter a moto onde quis para fotografar!
E fui fazendo uma visita às construções mais futuristas da cidade, que tinha já visto um dia, mas no autocarro panorâmico!
O Scottish Exhibition and Conference Centre, tattoo para os amigos!
A bola gigante que integra o Glasgow Science Centre
Com a moto por perto vê-se melhor a sua real dimensão!
E a construção meio arredondada, meio plana de vidro, do corpo principal do Centre, com vista para o rio Clyde.
Tudo aquilo fica no cais de Glasgow, o Glasgow Harbour. Ali ao lado está o edifício quadrado, tão vulgar perto das construções futuristas, da BBC Scotland.
E rumei para norte, o dia em que eu iria voltar a Skye era um dia de sol! Quanta alegria!
Pouca estrada depois cheguei à margem do Loch Lomond e foi delicioso.
Parei vezes sem conta, voltei para trás em alguns momentos, fotografei, sentei-me sem nada fazer, apenas a olhar e desenhei…
Uma espécie de euforia silenciosa percorria o meu coração, 3 anos antes eu prometera a mim mesma voltar ali de moto, depois de ter visitado o lago em mini-coach, quando a Magnifica avariou.
Nada foi tão sentido como desta vez, em que pude decidir o que fazer a cada segundo, a cada batida do meu coração. É essa liberdade que me preenche e me faz querer voltar aos lugares sozinha, em silêncio com todo um mundo que preenche o meu imaginário e alegra o meu encantamento!
Saia da estrada principal e deixava a minha bonequinha a todo o momento para ir ver de perto as perspetivas deslumbrantes do lago!
E as margens têm também os seus encantos, casinhas de bonecas autênticas sucedem-se fazendo apetecer entrar e apreciar o mundo visto de lá!
Atravessava depois o Queen Elizabeth Forest Park, onde montes de gente caminhava ou se preparava para caminhar por todos os lados! O tempo começava a ameaçar chuva de novo e o frio era bastante! Tive de parar para tomar algo quente e encher-me de roupa!
A passarada não tem medo de ninguém e foram vários os passaritos que vieram depenicar as migalhas do meu pão!
O sol não voltou cheio de força, mas também não choveu, foi espreitando aqui e ali enquanto eu me fui aproximando de Glen Coe!
Oh aquelas paisagens sempre me fazem sonhar!
Montes que são ondas vertiginosas e me fazem parar a todo o momento, a cada vez que lá passo!
Uma das minhas ânsias era voltar ali e desenhar e foi o que fui fazendo a cada vez que parava e não havia ninguém por perto!
Porque às vezes havia chineses aos magotes, que se espalhavam pela paisagem para se fotografarem uns aos outros lá no meio. Uma chatice porque aquela paisagem é quase sagrada e merecia uma silenciosa contemplação!
Então a minha moto despertava-lhes a atenção e, de repente, parecia tão interessante como toda beleza que nos envolvia!
E enquanto eu apreciava a paisagem deslumbrante, um monte deles apreciava a minha moto, tiravam fotos junto dela e tudo, como se fosse a maior atração da Escócia! Pediam-me para montar, e eu deixava, desde que deixassem a paisagem livre de gente para mim!
O tempo que eu andei por ali a passear!
Não havia muitos carros e as pessoas que caminhavam eram insignificantes no meio da grandiosidade da planície.
O Glen Coe é um vale encantado… é o que sinto ao passear por ele!
Grandioso, frequentemente considerado um dos lugares mais espetaculares e belos da Escócia, desta vez eu quis vê-lo de outros ângulos.
Desviei-me da estrada nacional que toda a gente faz, não há muitas para escolher por ali e as que há não têm saída, mas vale a pena ir por qualquer uma e apreciar o silêncio feito de encantos que aqueles recantos têm para nos dar.
E o céu já não estava azul... mas as nuvens podem ser também inspiradoras, sobretudo quando se passeia por um Glen que, como dizem por lá, “shows a grim grandeur"!
Fui parando, fui andando, fui fotografando e fui desenhando e tive vontade de ficar a cada paragem.
E a paz que eu senti da primeira vez que ali andei voltou a acontecer e a vontade de voltar instalou-se quando eu estava apenas a chegar!
Uma das coisas que eu mais queria era estar com tempo e calma na ilha de Skye e desenhar e pintar aqueles vales de Glen Coe. Era essa uma das grandes motivações da viagem que me levou da Irlanda para a Escócia. E eu dei-me o tempo necessário para o fazer, mesmo que o tempo não ajudasse.
Mas o tempo ajudou e eu pude estar em cada sito, e não apenas passar, e fotografar e desenhar e viver aqueles pequenas grandes emoções que parecem querer explodir no peito, quando as paisagens se sucedem quase irreais de tão perfeitas e belas.
Alguém exclamava de cá, no meu Facebook, “Escócia outra vez?”
E eu respondia mentalmente “A beleza não tem «outra vez» tem «sempre»!”
(continua)
Re: Passeando por caminhos Celtas - 2014
Extraordinário e ainda só vi até ao 9º dia.
Esta viagem pode ter tido um custo, mas não tem preço!
Re: Passeando por caminhos Celtas - 2014
Minha companhia nos dias aborrecidos da Tv !
Dentro de estudio a fazer programas a falar de economia deprime qualquer um! Assim resta-me viajar virtualmente com a Gracinda! é sempre até "desligar" do que estou a fazer e só acordo para a vida quando ouço : " Olha o foco! ! ahahahah
Obrigado pelo entretem e "companhia" !
Dentro de estudio a fazer programas a falar de economia deprime qualquer um! Assim resta-me viajar virtualmente com a Gracinda! é sempre até "desligar" do que estou a fazer e só acordo para a vida quando ouço : " Olha o foco! ! ahahahah
Obrigado pelo entretem e "companhia" !
________________________
Boas curvas!
Pedro Santos
*Fazer600 99 *Yamaha Thunderace 1000cc *Daelim S2 125cc *Fazer600 02
santos466- Zero à direita
Re: Passeando por caminhos Celtas - 2014
13 de agosto de 2014 – continuando
Os lagos sucedem-se e as pequenas povoações quase não se percebem na imensidão da paisagem. Casinhas pequenas, que se alinham discretamente junto a ruínhas estreitas, como se tivessem sido postas ali apenas para embelezarem o quadro. Claro que quando se vê uma casinha pitoresca com 2 motos à porta, ninguém consegue ficar indiferente!
Do outo lado da rua ficava o Loch Lochy, com uma luminosidade quase sobrenatural a torna-lo espetacular!
E de lago em lago fui-me deliciando de beleza! Desviei-me do meu caminho em busca de algo…
Cada enquadramento é um quadro perfeito que merecia ser pintado e tornado eterno na minha memória…
… mesmo o céu não estando azul, mesmo as nuvens ameaçando derramar-se a qualquer momento!
E encontrei-o, o Castle Stalker! Aparece numa curva da estrada, quando nada mais há no nosso lado direito e o lago fica livre no nosso raio de visão. Lá estava ele lá em baixo!
“Eu desviei-me bastante do meu caminho só para ir até ao Loch Laich encontrar o Stalker castel! Ele foi uma fortaleza do séc. XIV e conservou até hoje o seu ar de torre fortificada que lhe dá um toque de mistério. Da rua a gente vê-o lá em baixo, numa pequena ilhota de maré, e é inevitável parar e ficar a olhar! A minha motita serviu de suporte para eu o desenhar e perdi-me no tempo contemplando-o. Não estava aberto a visitas mas o seu encanto está também na paisagem que o envolve, se calhar mais que no seu interior… tão lindo, tão perfeito no seu enquadramento”
(in “Passeando pela vida” a página)
Eu iria passar ali de novo, por isso segui na direção de Fort Williams, porque a paisagem chama para continuar
com o Loch Linnhe, sempre encantador, a acompanhar o meu caminho!
O Commando Memorial estava cheio de gente, ao contrário da última vez que ali estive em que o pude visitar sozinha, com um sol inspirador como companhia!
Embora a magia que sentira da última vez se tenha perdido, com a presença de tanta gente, foi gratificante a sensação de que os homens a quem o memorial é dedicado não estão esquecidos…
O Memorial foi dedicado aos soldados que perderam a vida na II Guerra e posteriormente foi adicionado o Garden of Remembrance, onde têm vindo a ser colocadas as cinzas dos sobreviventes da mesma guerra.
Ali também têm sido colocadas as cinzas, e objetos de homenagem, de outros soldados que morreram em guerras mais recentes, como a Guerra das Maldivas, a Guerra do Afeganistão ou a Guerra no Iraque!
É grandiosa a escultura…
O povo chegava aos magotes, agora camionetas de turistas, mais do que gente devota ao local!
Segui para Skye com o sol a brincar com as nuvens e e o lago e a fazer parecer o crepúsculo, quando ainda havia tanto dia para viver!
Quando eu fiz aquele caminho da última vez, era de manhã cedo e eu sentia-me a entrar num mundo paradisíaco, em que tudo conspirava para me maravilhar!
Desta vez era fim de tarde a sensação era a mesma! Não há hora para aquele caminho nos surpreender mais ou mesmos, simplesmente é maravilhoso!
O Loch Loyne é apenas uma nesga de água no meio de tantos outros lagos que por ali há, mas a sua beleza é impressionante, porque pode ser visto da berma da estrada, com os montes a enquadra-lo tão perfeitamente que, se tivesse sido deliberadamente desenhado para ser belo, não teria ficado melhor!
Mesmo quando o sol e as nuvens o tentam tornar sombrio, nada perturba o seu encanto!
Coisas curiosas que encontro na berma da estrada! Se alguém ali ainda está à espera de um lembrete daqueles, já deverá ter pregado muito susto a muita gente pelo país acima! Eheheheh
O caminho de Skye é mesmo o caminho do céu!
E a placa esperada, aquela onde a minha Magnifica também teve a sua foto histórica! Skye à vista!
A seguir fica o Eilean Donan Castle…
Um dos castelos do meu coração mesmo antes de o conhecer! Eu queria vê-lo ao entardecer, sem multidões por perto e, se possível, com um céu lindo, um pôr-do-sol e iria voltar ali mal o céu estivesse do meu agrado… esperando que isso acontecesse durante os dias que destinara para estar por perto!
Por isso estive ali um pouco, tirei algumas fotos mas nem tentei desenhar. Havia multidões de gente e o ambiente não era inspirador, por isso!
Fui andando e olhando-o de longe
“Deus queira que haja um dia, um momento apenas, em que eu o possa ver como quero, enquanto estou perto…”
era tudo o que eu conseguia pensar, enquanto me custava seguir o meu caminho sem o ter desenhado uma vez sequer…
Então, quando a multidão não se interessava mais pela paisagem, a ponte de Skye aparecia ao longe!
“ Eu podia ver a ponte de Skye ao longe, por entre a penumbra do entardecer, e as nuvens tornavam-na quase misteriosa. Do outro lado a ilha de Skye parecia apenas a outra margem de um rio, de um lago! Chamam àquelas águas Loch Alsh, mas é um braço de mar que separa a ilha da Escócia e divide um paraíso em dois! Eu estava perto do meu destino e não me apressava em chegar, parei a moto mais uma vez, sentei-me na beira do muro e fiquei ali muito tempo, a ver a noite chegar. Eu sabia que precisava daqueles momentos para reviver sensações, matar saudades e criar novas memórias… A serenidade que sinto por aqueles caminhos é feita de um encanto que não se esgota em pequenas visitas, por isso eu quis voltar e por isso voltarei, seguramente, de novo…”
(in “Passeando pela vida” a página)
A minha casa era do outro lado da ponte…
E foi o fim do 16º dia de viagem…. dormindo no paraíso!
Os lagos sucedem-se e as pequenas povoações quase não se percebem na imensidão da paisagem. Casinhas pequenas, que se alinham discretamente junto a ruínhas estreitas, como se tivessem sido postas ali apenas para embelezarem o quadro. Claro que quando se vê uma casinha pitoresca com 2 motos à porta, ninguém consegue ficar indiferente!
Do outo lado da rua ficava o Loch Lochy, com uma luminosidade quase sobrenatural a torna-lo espetacular!
E de lago em lago fui-me deliciando de beleza! Desviei-me do meu caminho em busca de algo…
Cada enquadramento é um quadro perfeito que merecia ser pintado e tornado eterno na minha memória…
… mesmo o céu não estando azul, mesmo as nuvens ameaçando derramar-se a qualquer momento!
E encontrei-o, o Castle Stalker! Aparece numa curva da estrada, quando nada mais há no nosso lado direito e o lago fica livre no nosso raio de visão. Lá estava ele lá em baixo!
“Eu desviei-me bastante do meu caminho só para ir até ao Loch Laich encontrar o Stalker castel! Ele foi uma fortaleza do séc. XIV e conservou até hoje o seu ar de torre fortificada que lhe dá um toque de mistério. Da rua a gente vê-o lá em baixo, numa pequena ilhota de maré, e é inevitável parar e ficar a olhar! A minha motita serviu de suporte para eu o desenhar e perdi-me no tempo contemplando-o. Não estava aberto a visitas mas o seu encanto está também na paisagem que o envolve, se calhar mais que no seu interior… tão lindo, tão perfeito no seu enquadramento”
(in “Passeando pela vida” a página)
Eu iria passar ali de novo, por isso segui na direção de Fort Williams, porque a paisagem chama para continuar
com o Loch Linnhe, sempre encantador, a acompanhar o meu caminho!
O Commando Memorial estava cheio de gente, ao contrário da última vez que ali estive em que o pude visitar sozinha, com um sol inspirador como companhia!
Embora a magia que sentira da última vez se tenha perdido, com a presença de tanta gente, foi gratificante a sensação de que os homens a quem o memorial é dedicado não estão esquecidos…
O Memorial foi dedicado aos soldados que perderam a vida na II Guerra e posteriormente foi adicionado o Garden of Remembrance, onde têm vindo a ser colocadas as cinzas dos sobreviventes da mesma guerra.
Ali também têm sido colocadas as cinzas, e objetos de homenagem, de outros soldados que morreram em guerras mais recentes, como a Guerra das Maldivas, a Guerra do Afeganistão ou a Guerra no Iraque!
É grandiosa a escultura…
O povo chegava aos magotes, agora camionetas de turistas, mais do que gente devota ao local!
Segui para Skye com o sol a brincar com as nuvens e e o lago e a fazer parecer o crepúsculo, quando ainda havia tanto dia para viver!
Quando eu fiz aquele caminho da última vez, era de manhã cedo e eu sentia-me a entrar num mundo paradisíaco, em que tudo conspirava para me maravilhar!
Desta vez era fim de tarde a sensação era a mesma! Não há hora para aquele caminho nos surpreender mais ou mesmos, simplesmente é maravilhoso!
O Loch Loyne é apenas uma nesga de água no meio de tantos outros lagos que por ali há, mas a sua beleza é impressionante, porque pode ser visto da berma da estrada, com os montes a enquadra-lo tão perfeitamente que, se tivesse sido deliberadamente desenhado para ser belo, não teria ficado melhor!
Mesmo quando o sol e as nuvens o tentam tornar sombrio, nada perturba o seu encanto!
Coisas curiosas que encontro na berma da estrada! Se alguém ali ainda está à espera de um lembrete daqueles, já deverá ter pregado muito susto a muita gente pelo país acima! Eheheheh
O caminho de Skye é mesmo o caminho do céu!
E a placa esperada, aquela onde a minha Magnifica também teve a sua foto histórica! Skye à vista!
A seguir fica o Eilean Donan Castle…
Um dos castelos do meu coração mesmo antes de o conhecer! Eu queria vê-lo ao entardecer, sem multidões por perto e, se possível, com um céu lindo, um pôr-do-sol e iria voltar ali mal o céu estivesse do meu agrado… esperando que isso acontecesse durante os dias que destinara para estar por perto!
Por isso estive ali um pouco, tirei algumas fotos mas nem tentei desenhar. Havia multidões de gente e o ambiente não era inspirador, por isso!
Fui andando e olhando-o de longe
“Deus queira que haja um dia, um momento apenas, em que eu o possa ver como quero, enquanto estou perto…”
era tudo o que eu conseguia pensar, enquanto me custava seguir o meu caminho sem o ter desenhado uma vez sequer…
Então, quando a multidão não se interessava mais pela paisagem, a ponte de Skye aparecia ao longe!
“ Eu podia ver a ponte de Skye ao longe, por entre a penumbra do entardecer, e as nuvens tornavam-na quase misteriosa. Do outro lado a ilha de Skye parecia apenas a outra margem de um rio, de um lago! Chamam àquelas águas Loch Alsh, mas é um braço de mar que separa a ilha da Escócia e divide um paraíso em dois! Eu estava perto do meu destino e não me apressava em chegar, parei a moto mais uma vez, sentei-me na beira do muro e fiquei ali muito tempo, a ver a noite chegar. Eu sabia que precisava daqueles momentos para reviver sensações, matar saudades e criar novas memórias… A serenidade que sinto por aqueles caminhos é feita de um encanto que não se esgota em pequenas visitas, por isso eu quis voltar e por isso voltarei, seguramente, de novo…”
(in “Passeando pela vida” a página)
A minha casa era do outro lado da ponte…
E foi o fim do 16º dia de viagem…. dormindo no paraíso!
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Beijucas!
Viajar é mais assustador para quem fica do que para quem vai!
https://passeandopelavida.com/
Re: Passeando por caminhos Celtas - 2014
nunomsp escreveu:
Extraordinário e ainda só vi até ao 9º dia.
Esta viagem pode ter tido um custo, mas não tem preço!
Obrigada!
Gostei muito dessa tua frase porque diz exatamente o que eu sinto a cada dia que regresso a um momento desta viagem para relembrar e contar como foi!
santos466 escreveu:Minha companhia nos dias aborrecidos da Tv !
Dentro de estudio a fazer programas a falar de economia deprime qualquer um! Assim resta-me viajar virtualmente com a Gracinda! é sempre até "desligar" do que estou a fazer e só acordo para a vida quando ouço : " Olha o foco! ! ahahahah
Obrigado pelo entretem e "companhia" !
Obrigada!
É bom saber que vão viajando comigo!
Embora eu tenha sido a "protagonista deste filme" também o vou vivendo a cada dia, partindo para longe do meu mundo de trabalho muito facilmente!
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Beijucas!
Viajar é mais assustador para quem fica do que para quem vai!
https://passeandopelavida.com/
Re: Passeando por caminhos Celtas - 2014
14 de agosto de 2014
“Um dia eu elegi a Iha de Skye como um dos paraísos do meu coração. Desde esse dia eu quis lá voltar e sentir de novo, sem pressas, tudo o que me apaixonara. Este ano eu voltei e as emoções foram mais fortes ainda e eu vou querer lá voltar de novo! Há uma paz por ali, que eu apenas pressenti há 3 anos atrás, e que desta vez me preencheu! Deixava a moto na berma da estrada e percorria caminhos, que eram apenas vestígios, no meio dos campos privados, e a falésia era logo ali. Um arrepio de êxtase percorria a minha espinha e eu sentava-me, apenas a contemplar. Quanta beleza pode encerrar um momento de solidão e paz? Toda a beleza do mundo…”
(in “Passeando pela vida” – a página)
E eu estava lá a dormir!
Por isso dar a volta à ilha seria como dar a volta ao jardim do meu hostel!
Na realidade eu passaria todo o dia a explorar caminhos que me tinham deixado curiosa desde a última vez que ali estivera, por isso, chovesse ou fizesse sol, eu iria andar pela ilha até anoitecer!
O dia não estava a coisa mais solarenga, mas não estava a chover o que já era uma grande coisa!
Todos os caminhos são lindos por ali, em cada curva do caminho, um lago, um braço de mar, uma montanha, aparecem para tornar tudo mais irreal e fantástico. E o céu meio encoberto? Apenas acrescenta um toque de mistério e encanto ao quadro!
E o silêncio da manhã? Apenas torna tudo mais irreal ainda...
Uma das coisas que eu aprecio em Skye, e um pouco por toda a Escócia, é a sensação de andar a passear sozinha por um jardim infinito, porque onde houver uma ruínha, um caminho ou um trilho eu posso ir, sem que uma multidão de turistas enlouquecidos perturbe o meu passeio! E isso é fantástico!
Quando cheguei a Portree, embora tivesse feito pouco mais de 25 milhas, tinha já a sensação de ter feito centenas de quilómetros, por tantos caminhos e paisagens cheios de beleza que passara!
G
O tempo não prometia chuva, apenas havia que esperar que o ceu se abrisse um pouco para que toda a paisagem se iluminasse!
Uma coisa que eu aprendi é que não vale a pena pedir café naquele país, pois é sempre uma experiencia horrível tentar beber uma mistura mal saborosa servida em doses de litro! Por isso eu pedia sempre chá…
Parei no cafezinho central onde já me habituei a ficar um pouco. Também não há muita escolha por ali. Portree é a principal e maior cidade da ilha, onde vive mais de um terço de toda a população de Skye, por isso não há muito por onde escolher para se parar e tomar algo quente!
O porto da cidade é muito bonito, com casinhas coloridas alinhadas e um ponto privilegiado para o apreciar, no outro lado, elevado sobre a colina!
Passeei um pouco por ali, antes de seguir para o meu passeio pela ilha…
Não há muitas estradas para se escolher, apenas se segue a única na nossa frente e a paisagem vai-se revelando como uma sequência de cenários de encantar, provocando uma enorme vontade de parar a qualquer momento e simplesmente olhar!
Ao longe o The Old Man of Storr, aquela colina é inconfundível, com os pináculos de pedra espetados para o céu!
Um dia tenho de subir até ali!
Há caminhos que se percorrem até à grande pedra, só tenho de ir preparada para a caminhada, sem pressas nem pesos! Desta vez estava fora de questão faze-lo porque a vontade era de explorar outros caminhos, mais à frente, que me estavam a chamar mais!
Dali a paisagem era deslumbrante, com o sol a querer aparecer e a provocar efeitos de contraluz na máquina, por isso eu podia imaginar que, vista lá de cima, deveria ser de cortar a respiração!
E um dos encantos de Skye são os recortes vertiginosos da costa sobre o mar. A gente pode vê-los da estrada a cada passo!
Mas pode também caminhar até às bermas, de vez em quando!
Claro que eu fui parando nos pontos turísticos, onde toda a gente pára, e há tabuletas explicativas sobre o que se está a ver e tal, mesmo já lá tendo estado!
Porque também não é por acaso que foram decretados como pontos de interesse! As paisagens captadas dali são um espanto! E, se olharmos em redor, de um lado temos a falésia e o mar, mas atrás de nós continua visível o Old Man of Storr ao longe.
Havia gente por ali a caminhar e a fotografar a paisagem como eu, mas eu queria mais! Eu queria ver outras perspetivas, outras encostas! Por isso segui até onde ninguém estava, ninguém vai se não souber onde é, pousei a moto e subi! Um caminho quase impercetível através de um terreno privado, que subia bem acima do nível da estrada. Um espacinho entre os toros que seguravam a rede que delimitava a propriedade, permitia que passasse uma pessoa não muito gorda! E eu passei!
E lá em cima estava... a beleza e a paz absoluta...
Do outro lado daquele “morro” elevado, estava a falésia impressionante, onde de um lado estava o mar e do outro, um lago, criando a sensação de impossibilidade que só uma imagem fantástica consegue provocar em nós!
Que coisa linda, que momento exuberante! Com o mar muito abaixo dos meus pés, lindo!
No regresso para a moto quase não encontrava o caminho, depois de ter andado por ali não estava fácil descobrir a abertura na vedação para descer para a rua!
Mais à frente fica the Kilt Rock viw, onde toda a gente para, e voltei a encontrar os turistas todos que não se veem nas ruas mas estão nestes pontos!
Um grupo de motards ingleses veio falar comigo, gente simpática que ficou um pouco deslumbrada ao descobrir que eu estava mesmo ali sozinha, vinda de tão longe, com uma moto tão grande!
Trocamos informações sobre o que ver e o que já tínhamos visto e descobrimos que eu conhecia muito do seu país! Fiquei orgulhosa de mim! (Puxa, não tenho nenhuma foto do momento! Eu bem digo que sou tímida e ninguém acredita!
Na realidade eu tenho dificuldade em fotografar as pessoas com medo que elas não gostem! )
O nome Kilt Rock vem da associação das colunas de basalto verticais às pregas de um kilt, com cortes de pedra horizontais a formar o padrão, o tartã. Inicialmente eu pensava que era a catarata que era associada à saia, mas depois percebi que, embora ela possa ajudar, é a falésia que provoca o nome!
Estava a chegar ao ponto que eu queria explorar devidamente.
Ok, "devidamente" mas sem caminhada, que terá de ficar para uma próxima vez, (quem sabe quando eu voltar para ir até ao Old Man of Storr), mas com uma estrada magnífica para fazer!
Fosse ela mais longa que eu a percorrê-la-ia repetidas vezes na mesma!
Chega-se a Quiraing, anda-se por ali um pouco, as casinhas são encantadoras, fazem-se algumas fotos lindas, que mais parecem tiradas de um livro de encantar. Ok, alguns desenhos também, que aquelas casinhas têm de fazer parte da minha coleção de “desenhos de casas lindas de todos os países que visitei”!
E… a montanha me espanta, de novo, logo a seguir!
“A sensação de voltar a um sítio que me encantou é aquela que nos faz sentir conhecedores dos encantos que nos cativaram, de fazer caminhos que já percorremos e seguir por aqueles que nos chamaram a atenção mas não pudémos ver, porque o encanto estava por todo o lado e havia que fazer escolhas.
Passear por Quiraing até ao cume Trotternish foi atravessar o coração de Skye, cheio de silêncio e deslumbramento, como se nada nem ninguém conseguisse nunca perturbar toda aquela imensa paz! As vezes que eu parei, apenas para olhar, apenas para estar? As vezes que eu parei para fotografar, desenhar… fui e voltei, de um lado da ilha até ao outro e a cada perspetiva novos encantos se revelaram… um pouco do meu coração ficou ali, para sempre!”
(in “Passeando pela vida” – a Página)
E apenas o silêncio é digno de acompanhar tal paisagem! Acho que esse silêncio se pode sentir mesmo nas fotos…
Havia gente por ali, muitas pessoas param os carros e vão caminhar até ao cume, mas a montanha apenas tudo silencia e nada mais se ouve para além do leve som do vento….
Parei, desenhei, fotografei, segui até ao outro lado da ilha…
e voltei pelo mesmo caminho, só para ver tudo de outro ângulo!
Eu tive vontade de caminhar por aquela montanha com todos os caminhantes que ali se reuniam, e seguiam e… mas eu não podia!
Como conseguira depois continuar a conduzir com as pernas doridas? Para o fazer tenho de ficar tempo suficiente por lá depois, para recuperar do desgaste da caminhada, por solos íngremes e difíceis…
Não faz mal, eu vou voltar e vou escalar aquilo! Assim a vida mo permita!
E segui para Quiraing, para continuar as minhas explorações deslumbrantes!
Oh, aquela estrada é linda….
Pelo caminho, alem do milhão de fotos que fui tirando, ainda pude acrescentar mais uma ovelha ou uma vaca à minha coleção de animais desenhados em viagem!
Os bichos naquele país são uns atrevidos, não têm qualquer medo do ser humano e ficam assim, pasmados a olhar! E eu aproveito-me do seu ar de espanto para os desenhar!
E no meio de lado nenhum… há uma cabine telefónica! Não é espantoso?
De regresso ao ponto de partida, com o mar em baias encantadoras em Quiraing…. As pessoas olham para mim com curiosidade!
Eu sorrio e solto um “hello”, recebo logo um sorriso como resposta, acompanhado com um aceno de mão. As pessoas simples são iguais em todos os países!
(continua)
“Um dia eu elegi a Iha de Skye como um dos paraísos do meu coração. Desde esse dia eu quis lá voltar e sentir de novo, sem pressas, tudo o que me apaixonara. Este ano eu voltei e as emoções foram mais fortes ainda e eu vou querer lá voltar de novo! Há uma paz por ali, que eu apenas pressenti há 3 anos atrás, e que desta vez me preencheu! Deixava a moto na berma da estrada e percorria caminhos, que eram apenas vestígios, no meio dos campos privados, e a falésia era logo ali. Um arrepio de êxtase percorria a minha espinha e eu sentava-me, apenas a contemplar. Quanta beleza pode encerrar um momento de solidão e paz? Toda a beleza do mundo…”
(in “Passeando pela vida” – a página)
E eu estava lá a dormir!
Por isso dar a volta à ilha seria como dar a volta ao jardim do meu hostel!
Na realidade eu passaria todo o dia a explorar caminhos que me tinham deixado curiosa desde a última vez que ali estivera, por isso, chovesse ou fizesse sol, eu iria andar pela ilha até anoitecer!
O dia não estava a coisa mais solarenga, mas não estava a chover o que já era uma grande coisa!
Todos os caminhos são lindos por ali, em cada curva do caminho, um lago, um braço de mar, uma montanha, aparecem para tornar tudo mais irreal e fantástico. E o céu meio encoberto? Apenas acrescenta um toque de mistério e encanto ao quadro!
E o silêncio da manhã? Apenas torna tudo mais irreal ainda...
Uma das coisas que eu aprecio em Skye, e um pouco por toda a Escócia, é a sensação de andar a passear sozinha por um jardim infinito, porque onde houver uma ruínha, um caminho ou um trilho eu posso ir, sem que uma multidão de turistas enlouquecidos perturbe o meu passeio! E isso é fantástico!
Quando cheguei a Portree, embora tivesse feito pouco mais de 25 milhas, tinha já a sensação de ter feito centenas de quilómetros, por tantos caminhos e paisagens cheios de beleza que passara!
G
O tempo não prometia chuva, apenas havia que esperar que o ceu se abrisse um pouco para que toda a paisagem se iluminasse!
Uma coisa que eu aprendi é que não vale a pena pedir café naquele país, pois é sempre uma experiencia horrível tentar beber uma mistura mal saborosa servida em doses de litro! Por isso eu pedia sempre chá…
Parei no cafezinho central onde já me habituei a ficar um pouco. Também não há muita escolha por ali. Portree é a principal e maior cidade da ilha, onde vive mais de um terço de toda a população de Skye, por isso não há muito por onde escolher para se parar e tomar algo quente!
O porto da cidade é muito bonito, com casinhas coloridas alinhadas e um ponto privilegiado para o apreciar, no outro lado, elevado sobre a colina!
Passeei um pouco por ali, antes de seguir para o meu passeio pela ilha…
Não há muitas estradas para se escolher, apenas se segue a única na nossa frente e a paisagem vai-se revelando como uma sequência de cenários de encantar, provocando uma enorme vontade de parar a qualquer momento e simplesmente olhar!
Ao longe o The Old Man of Storr, aquela colina é inconfundível, com os pináculos de pedra espetados para o céu!
Um dia tenho de subir até ali!
Há caminhos que se percorrem até à grande pedra, só tenho de ir preparada para a caminhada, sem pressas nem pesos! Desta vez estava fora de questão faze-lo porque a vontade era de explorar outros caminhos, mais à frente, que me estavam a chamar mais!
Dali a paisagem era deslumbrante, com o sol a querer aparecer e a provocar efeitos de contraluz na máquina, por isso eu podia imaginar que, vista lá de cima, deveria ser de cortar a respiração!
E um dos encantos de Skye são os recortes vertiginosos da costa sobre o mar. A gente pode vê-los da estrada a cada passo!
Mas pode também caminhar até às bermas, de vez em quando!
Claro que eu fui parando nos pontos turísticos, onde toda a gente pára, e há tabuletas explicativas sobre o que se está a ver e tal, mesmo já lá tendo estado!
Porque também não é por acaso que foram decretados como pontos de interesse! As paisagens captadas dali são um espanto! E, se olharmos em redor, de um lado temos a falésia e o mar, mas atrás de nós continua visível o Old Man of Storr ao longe.
Havia gente por ali a caminhar e a fotografar a paisagem como eu, mas eu queria mais! Eu queria ver outras perspetivas, outras encostas! Por isso segui até onde ninguém estava, ninguém vai se não souber onde é, pousei a moto e subi! Um caminho quase impercetível através de um terreno privado, que subia bem acima do nível da estrada. Um espacinho entre os toros que seguravam a rede que delimitava a propriedade, permitia que passasse uma pessoa não muito gorda! E eu passei!
E lá em cima estava... a beleza e a paz absoluta...
Do outro lado daquele “morro” elevado, estava a falésia impressionante, onde de um lado estava o mar e do outro, um lago, criando a sensação de impossibilidade que só uma imagem fantástica consegue provocar em nós!
Que coisa linda, que momento exuberante! Com o mar muito abaixo dos meus pés, lindo!
No regresso para a moto quase não encontrava o caminho, depois de ter andado por ali não estava fácil descobrir a abertura na vedação para descer para a rua!
Mais à frente fica the Kilt Rock viw, onde toda a gente para, e voltei a encontrar os turistas todos que não se veem nas ruas mas estão nestes pontos!
Um grupo de motards ingleses veio falar comigo, gente simpática que ficou um pouco deslumbrada ao descobrir que eu estava mesmo ali sozinha, vinda de tão longe, com uma moto tão grande!
Trocamos informações sobre o que ver e o que já tínhamos visto e descobrimos que eu conhecia muito do seu país! Fiquei orgulhosa de mim! (Puxa, não tenho nenhuma foto do momento! Eu bem digo que sou tímida e ninguém acredita!
Na realidade eu tenho dificuldade em fotografar as pessoas com medo que elas não gostem! )
O nome Kilt Rock vem da associação das colunas de basalto verticais às pregas de um kilt, com cortes de pedra horizontais a formar o padrão, o tartã. Inicialmente eu pensava que era a catarata que era associada à saia, mas depois percebi que, embora ela possa ajudar, é a falésia que provoca o nome!
Estava a chegar ao ponto que eu queria explorar devidamente.
Ok, "devidamente" mas sem caminhada, que terá de ficar para uma próxima vez, (quem sabe quando eu voltar para ir até ao Old Man of Storr), mas com uma estrada magnífica para fazer!
Fosse ela mais longa que eu a percorrê-la-ia repetidas vezes na mesma!
Chega-se a Quiraing, anda-se por ali um pouco, as casinhas são encantadoras, fazem-se algumas fotos lindas, que mais parecem tiradas de um livro de encantar. Ok, alguns desenhos também, que aquelas casinhas têm de fazer parte da minha coleção de “desenhos de casas lindas de todos os países que visitei”!
E… a montanha me espanta, de novo, logo a seguir!
“A sensação de voltar a um sítio que me encantou é aquela que nos faz sentir conhecedores dos encantos que nos cativaram, de fazer caminhos que já percorremos e seguir por aqueles que nos chamaram a atenção mas não pudémos ver, porque o encanto estava por todo o lado e havia que fazer escolhas.
Passear por Quiraing até ao cume Trotternish foi atravessar o coração de Skye, cheio de silêncio e deslumbramento, como se nada nem ninguém conseguisse nunca perturbar toda aquela imensa paz! As vezes que eu parei, apenas para olhar, apenas para estar? As vezes que eu parei para fotografar, desenhar… fui e voltei, de um lado da ilha até ao outro e a cada perspetiva novos encantos se revelaram… um pouco do meu coração ficou ali, para sempre!”
(in “Passeando pela vida” – a Página)
E apenas o silêncio é digno de acompanhar tal paisagem! Acho que esse silêncio se pode sentir mesmo nas fotos…
Havia gente por ali, muitas pessoas param os carros e vão caminhar até ao cume, mas a montanha apenas tudo silencia e nada mais se ouve para além do leve som do vento….
Parei, desenhei, fotografei, segui até ao outro lado da ilha…
e voltei pelo mesmo caminho, só para ver tudo de outro ângulo!
Eu tive vontade de caminhar por aquela montanha com todos os caminhantes que ali se reuniam, e seguiam e… mas eu não podia!
Como conseguira depois continuar a conduzir com as pernas doridas? Para o fazer tenho de ficar tempo suficiente por lá depois, para recuperar do desgaste da caminhada, por solos íngremes e difíceis…
Não faz mal, eu vou voltar e vou escalar aquilo! Assim a vida mo permita!
E segui para Quiraing, para continuar as minhas explorações deslumbrantes!
Oh, aquela estrada é linda….
Pelo caminho, alem do milhão de fotos que fui tirando, ainda pude acrescentar mais uma ovelha ou uma vaca à minha coleção de animais desenhados em viagem!
Os bichos naquele país são uns atrevidos, não têm qualquer medo do ser humano e ficam assim, pasmados a olhar! E eu aproveito-me do seu ar de espanto para os desenhar!
E no meio de lado nenhum… há uma cabine telefónica! Não é espantoso?
De regresso ao ponto de partida, com o mar em baias encantadoras em Quiraing…. As pessoas olham para mim com curiosidade!
Eu sorrio e solto um “hello”, recebo logo um sorriso como resposta, acompanhado com um aceno de mão. As pessoas simples são iguais em todos os países!
(continua)
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Beijucas!
Viajar é mais assustador para quem fica do que para quem vai!
https://passeandopelavida.com/
Re: Passeando por caminhos Celtas - 2014
Boas ,
Que dizer mais ?????!!!!
SIMPLESMENTE FABULÁSTICO !!!!!!
Mais um para o regresso ...
Bjukas
Que dizer mais ?????!!!!
SIMPLESMENTE FABULÁSTICO !!!!!!
Mais um para o regresso ...
Bjukas
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CARLOS PIRES
Mama Sumae !!
Carlospira- Zero à direita
Re: Passeando por caminhos Celtas - 2014
Carlospira escreveu:Boas ,
Que dizer mais ?????!!!!
SIMPLESMENTE FABULÁSTICO !!!!!!
Mais um para o regresso ...
Bjukas
Obrigada!
Este foi um dos "dias do meio" desta viagem, quer dizer que vou começar a descer para casa por mais 17 dias!
Isso quer dizer que ainda falta tanto que... haja paciencia, pois tem muita coisa para ver!
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Re: Passeando por caminhos Celtas - 2014
Até fiquei com a ideia de que estavas na ilha da Madeira ..........
Mais 1 M
Mais 1 M
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MY LIFE IS A HELL!!!
Elisio FJR- Já sai à rua a conduzir.
Re: Passeando por caminhos Celtas - 2014
Mulher do (carago) toma lá eum
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---Até 100 Deus nos protege, A mais de 100 Deus poderá acolhernos..." Padre Zé Fernando"
Re: Passeando por caminhos Celtas - 2014
14 de agosto de 2014 – continuando
A estrada fica perto do limite da terra e do início do mar e recorta-se em falésias impressionantes que a gente pode ver enquanto conduz calmamente. Mas eu queria chegar até perto do mar, ver os limites da terra junto da ponta dos meus pés, por isso procurei no meu GPS onde estava uma ruela que me levasse até lá.
Não faltam por ali ruelas, mas que não vão a lado nenhum, para além das casitas das pessoas, no meio da planície. Era preciso escolher uma que fosse para mais longe da rua principal e para mais perto da falésia.
Lá estava ela, estreita e a perder-se de vista pelo meio dos campos, e o que me esperava era tão lindo quanto eu suspeitara e a sensação muito mais espantosa do que sonhara…
Só o silêncio era música de fundo apropriada para aquele momento…
Sentei-me na berma do precipício agradecendo o facto de não ter vertigens e perdi-me em momentos de puro prazer para os sentidos…
Muito tempo depois voltei para a moto, podia vê-la à minha espera, depois de um terreno “minado” com buracos de patas de vaca, que formavam poças de água e ficavam escondidos por baixo da relva espeça e onde eu ia enfiando os pés, a todo o momento…
E o caminho continuava contornando a ilha, cheio de beleza.
Voltei a sair da estrada mais comum, onde anda toda a gente que visita a ilha, para seguir por ruelas encantadoras e estreitinhas, mais à frente, ali, onde a ilha se recorta e retorce para uma enorme saliência e direção a norte de novo!
Havia miúdos na rua que me fizeram uma festa ao passar, e havia casinhas com telhados de colmo e o mar ali à beira, com terra do outro lado…
Havia vacas no pasto e eu pousei a moto para ir por ali abaixo!
mas as vaquinhas não eram das peludas, não tinham graça… voltei a parar vezes sem conta por causa delas até as encontrar!
The Two Churches Walk aparece na berma da ruínha.
Um percurso aconselhado que leva de uma igreja até outra passando pelos cemitérios inspiradores… mais cemitérios! Eu continuava o meu percurso de rato de cemitério?
Mas não fiz a caminhada, apenas visitei aquele cemitério e a St Mary’s Church porque me fascina sendo o lugar de enterro do clã MacLeod.
O cemitério em seu redor é espantoso (para mim) com a relva fofa por todo o lado e as tumbas espalhadas de forma alectória, pelo menos aparentemente, já que não se percebe nenhuma ordem ou vestígio de enfileiramento.
E lá estava a igreja dos MacLeod! Puxa, que sensação!
E estava a cruz celta também…
Havia outras cá fora.
Alguns nomes conseguem-se ler ainda e eu dediquei-me aos Mac que são mato por ali:
MacKenzies, MacSweens, MacLeans, MacDonalds, MacAskills, MacPhies, MacRailds,MacKinnons
E seguindo começava a ver o enorme Cuillin Ridge…
Eu iria vê-lo por muito tempo no meu caminho, como acontecera da ultima vez que estive na ilha, mas ainda não seria desta vez que eu iria até ele…
e então, num pasto na berma da estrada lá estava elas, a minha vaquinhas queridas!
“Um dia eu dei-me conta de que ainda não tinha visto as minhas vaquinhas adoráveis! Distraida com tudo eu nem sabia se tinha já passado por alguma, porque normalmente elas estão no meio de rebanhos de vacas “normais” e nem devia ter dado por elas. Que pena! Então, meti-me por ruelas e de repente elas estavam por todos os lados, mesmo em rebanhos só de vaquinhas peludas, todas da mesma raça. Acho mesmo que devem ser mais inteligentes que as outras, ou então, o facto de terem tanto pelo fê-las desenvolver capacidades diferentes, como não se coçarem sacudindo a cauda e sim usando a pata de trás, como os cães! Tão queridinhas, ficavam ali a olhar para mim, por entre a espessa franja, como se esperassem pela foto. Adoro-as!”
(in “Passeando pela vida” – a página)
Com um ventinho a afastar a franja a gente pode ver que têm uma carinha parecida com as outras!
Mas com a franja no lugar quase nem parecem vacas, lembram mesmo cachorros grandes! Então quando se põem a coçar as orelhas são deliciosas!
Logo a seguir estava a quietude de um caminho que ninguém faz e de uma paisagem que é de um paraíso.
“Há momentos de mar inesquecíveis na minha história, porque sempre ele me chama cá dentro, desde o dia em que eu nasci em frente a ele! O mar e o sol, o mar e as nuvens, paro na berma da rua estreita e fico a olhar. Não vem ninguém, por aquelas ruínhas estreitas parece nunca vir ninguém, o que me permite sempre abandonar a moto e descer pelos campos, andar pelo meio das vacas, aproximar-me da falésia e apreciar o momento, como se o tempo parasse e nada mais houvesse para fazer na minha vida. Momentos de paz!”
(in “Passeando pela vida” – a página)
E as ovelhas estão por todos os lados, dando um toque de branco a todo aquele verde!
E de novo o Cuillin Ridge ao fundo!
Um cadeia de montes impressionante, não tanto pela sua altura mas mais pela sua imponência e localização, sendo um dos 40 pontos das National Scenic Areas da Escócia. E é mesmo um conjunto cénico!
A minha motita ficava parada na berma de qualquer estrada enquanto eu me perdia em explorações pelos terrenos fora…
Numa próxima visita à ilha eu irei até lá, eu quero ver aquele monte de perto…
Desta vez eu estava cheia de fome e queria comer antes do sol se pôr.
Não, eu não me iria transformar em lobo ao anoitecer, nem temia que alguém se transformasse! Eu apenas queria ver um pôr-do-sol muito especial…
Por isso fui jantar ao restaurante junto da pousada de juventude, onde tinha net e tudo. A comida era muito boa, 3 mini hambúrgueres deliciosos com uma cerveja local a acompanhar!
Gostei do aspeto do prato, uma rodela em ardósia, muito bem arranjadinho !
E segui para o Eilean Donan Castle, que eu não podia perder aquele dia lindo, que tanto desejara e por que tanto suspirara!
“A hora estava a chegar e o Eilean Donan Castle ficava a pouco mais de 15 milhas do meu hostel em Skye, por isso fui para lá. Eu sabia que não me podia dar ao luxo de desperdiçar um fim de dia tão fantástico como aquele se tornara! E o entardecer que me esperava era muito mais encantador do que eu pudera desejar, porque o céu estava cheio de nuvens translucidas, que se transformavam em rendas luminosas penduradas no céu com o sol como fundo. Nada mais me importou para além do que os meus olhos viam e fiz vários desenhos sem nem me preocupar com quem se aproximava e olhava. Simplesmente eu não conseguia quebrar o encantamento, nem impedir-me de captar compulsivamente cada momento mágico que o sol encenava para mim, à medida que se ia indo embora…”
(in “Passeando pela vida” – a Página)
Eu queria tanto captar o que via, imortalizar aquele momento....
Da última vez que ali estive desenhei-o de fugida, encostada ao muro, da parte de fora, como quem rouba algo! Mas desta vez foi uma alegria!
Rapei do meu livrinho, dos pinceis e das canetas e desenhei sobre a moto um pouco do que via...
E o sol reservara-me os cenários que eu tanto queria encontrar! Uma das razões porque eu decidira ficar 3 noites da Ilha de Skye era para ter mais probabilidades de encontrar um belo pôr-do-sol no castelo e ele não me fez esperar!
Eu não tinha a certeza se queria visitar o castelo por dentro! Ele está sempre cheio de gente e se eu o visitasse seria apenas para poder atravessar a ponte e chegar perto da construção! Então tive uma surpresa, depois de encerrarem as visitas a ponte está aberta e a gente pode ir até à ilhota, passear em torno do castelo e tirar as fotos que quiser! WhoW!
Era tudo o que eu queria!
Deu tempo para desenhar em técnicas diferentes e tudo!
Porque tudo ali é inspirador!
Demorei todo o tempo do mundo a atravessar aquela ponte, com a máquina ao peito e sempre parando para desenhar ou fotografar!
O sol completava o quadro e criava novos enquadramentos a cada minuto que passava, no seu caminho para o crepúsculo! Que coisa linda!
Uns espanhóis usando kilt fotografavam-se em todos os cantos e esquinas.
Andei por ali a passear um pouco, a luminosidade do sol poente era extraordinária e proporcionava enquadramentos muito bonitos!
E voltava ao castelo…
com o sol já no seu ocaso…
Segui para Skye quase contrariada! O quanto me custou deixar aquele entardecer perfeito! Ao longe eu via a ponte de Skye e parei para a fotografar…
Parei quantas vezes?
Há momentos que eu queria que fossem, senão eternos, muito duradoiros! Eu queria ficar ali por muito tempo, por muitos desenhos, por muitos momentos de paz! Eu queria …
“Momentos de paz, era tudo o que eu procurava nesta viagem, e encontrei verdadeiros momentos de encantamento! Sonhos que se realizam, sem pressas, sem lamentos, sem ansiedade, porque o que não vir não me fará falta, se eu viver bem o que vou conseguindo ver! A Ilha de Skye ficará para sempre gravada nas minhas memórias de viagem!”
(in “Passeando pela vida” – a Página)
E foi o fim do 17º de viagem….
A estrada fica perto do limite da terra e do início do mar e recorta-se em falésias impressionantes que a gente pode ver enquanto conduz calmamente. Mas eu queria chegar até perto do mar, ver os limites da terra junto da ponta dos meus pés, por isso procurei no meu GPS onde estava uma ruela que me levasse até lá.
Não faltam por ali ruelas, mas que não vão a lado nenhum, para além das casitas das pessoas, no meio da planície. Era preciso escolher uma que fosse para mais longe da rua principal e para mais perto da falésia.
Lá estava ela, estreita e a perder-se de vista pelo meio dos campos, e o que me esperava era tão lindo quanto eu suspeitara e a sensação muito mais espantosa do que sonhara…
Só o silêncio era música de fundo apropriada para aquele momento…
Sentei-me na berma do precipício agradecendo o facto de não ter vertigens e perdi-me em momentos de puro prazer para os sentidos…
Muito tempo depois voltei para a moto, podia vê-la à minha espera, depois de um terreno “minado” com buracos de patas de vaca, que formavam poças de água e ficavam escondidos por baixo da relva espeça e onde eu ia enfiando os pés, a todo o momento…
E o caminho continuava contornando a ilha, cheio de beleza.
Voltei a sair da estrada mais comum, onde anda toda a gente que visita a ilha, para seguir por ruelas encantadoras e estreitinhas, mais à frente, ali, onde a ilha se recorta e retorce para uma enorme saliência e direção a norte de novo!
Havia miúdos na rua que me fizeram uma festa ao passar, e havia casinhas com telhados de colmo e o mar ali à beira, com terra do outro lado…
Havia vacas no pasto e eu pousei a moto para ir por ali abaixo!
mas as vaquinhas não eram das peludas, não tinham graça… voltei a parar vezes sem conta por causa delas até as encontrar!
The Two Churches Walk aparece na berma da ruínha.
Um percurso aconselhado que leva de uma igreja até outra passando pelos cemitérios inspiradores… mais cemitérios! Eu continuava o meu percurso de rato de cemitério?
Mas não fiz a caminhada, apenas visitei aquele cemitério e a St Mary’s Church porque me fascina sendo o lugar de enterro do clã MacLeod.
O cemitério em seu redor é espantoso (para mim) com a relva fofa por todo o lado e as tumbas espalhadas de forma alectória, pelo menos aparentemente, já que não se percebe nenhuma ordem ou vestígio de enfileiramento.
E lá estava a igreja dos MacLeod! Puxa, que sensação!
E estava a cruz celta também…
Havia outras cá fora.
Alguns nomes conseguem-se ler ainda e eu dediquei-me aos Mac que são mato por ali:
MacKenzies, MacSweens, MacLeans, MacDonalds, MacAskills, MacPhies, MacRailds,MacKinnons
E seguindo começava a ver o enorme Cuillin Ridge…
Eu iria vê-lo por muito tempo no meu caminho, como acontecera da ultima vez que estive na ilha, mas ainda não seria desta vez que eu iria até ele…
e então, num pasto na berma da estrada lá estava elas, a minha vaquinhas queridas!
“Um dia eu dei-me conta de que ainda não tinha visto as minhas vaquinhas adoráveis! Distraida com tudo eu nem sabia se tinha já passado por alguma, porque normalmente elas estão no meio de rebanhos de vacas “normais” e nem devia ter dado por elas. Que pena! Então, meti-me por ruelas e de repente elas estavam por todos os lados, mesmo em rebanhos só de vaquinhas peludas, todas da mesma raça. Acho mesmo que devem ser mais inteligentes que as outras, ou então, o facto de terem tanto pelo fê-las desenvolver capacidades diferentes, como não se coçarem sacudindo a cauda e sim usando a pata de trás, como os cães! Tão queridinhas, ficavam ali a olhar para mim, por entre a espessa franja, como se esperassem pela foto. Adoro-as!”
(in “Passeando pela vida” – a página)
Com um ventinho a afastar a franja a gente pode ver que têm uma carinha parecida com as outras!
Mas com a franja no lugar quase nem parecem vacas, lembram mesmo cachorros grandes! Então quando se põem a coçar as orelhas são deliciosas!
Logo a seguir estava a quietude de um caminho que ninguém faz e de uma paisagem que é de um paraíso.
“Há momentos de mar inesquecíveis na minha história, porque sempre ele me chama cá dentro, desde o dia em que eu nasci em frente a ele! O mar e o sol, o mar e as nuvens, paro na berma da rua estreita e fico a olhar. Não vem ninguém, por aquelas ruínhas estreitas parece nunca vir ninguém, o que me permite sempre abandonar a moto e descer pelos campos, andar pelo meio das vacas, aproximar-me da falésia e apreciar o momento, como se o tempo parasse e nada mais houvesse para fazer na minha vida. Momentos de paz!”
(in “Passeando pela vida” – a página)
E as ovelhas estão por todos os lados, dando um toque de branco a todo aquele verde!
E de novo o Cuillin Ridge ao fundo!
Um cadeia de montes impressionante, não tanto pela sua altura mas mais pela sua imponência e localização, sendo um dos 40 pontos das National Scenic Areas da Escócia. E é mesmo um conjunto cénico!
A minha motita ficava parada na berma de qualquer estrada enquanto eu me perdia em explorações pelos terrenos fora…
Numa próxima visita à ilha eu irei até lá, eu quero ver aquele monte de perto…
Desta vez eu estava cheia de fome e queria comer antes do sol se pôr.
Não, eu não me iria transformar em lobo ao anoitecer, nem temia que alguém se transformasse! Eu apenas queria ver um pôr-do-sol muito especial…
Por isso fui jantar ao restaurante junto da pousada de juventude, onde tinha net e tudo. A comida era muito boa, 3 mini hambúrgueres deliciosos com uma cerveja local a acompanhar!
Gostei do aspeto do prato, uma rodela em ardósia, muito bem arranjadinho !
E segui para o Eilean Donan Castle, que eu não podia perder aquele dia lindo, que tanto desejara e por que tanto suspirara!
“A hora estava a chegar e o Eilean Donan Castle ficava a pouco mais de 15 milhas do meu hostel em Skye, por isso fui para lá. Eu sabia que não me podia dar ao luxo de desperdiçar um fim de dia tão fantástico como aquele se tornara! E o entardecer que me esperava era muito mais encantador do que eu pudera desejar, porque o céu estava cheio de nuvens translucidas, que se transformavam em rendas luminosas penduradas no céu com o sol como fundo. Nada mais me importou para além do que os meus olhos viam e fiz vários desenhos sem nem me preocupar com quem se aproximava e olhava. Simplesmente eu não conseguia quebrar o encantamento, nem impedir-me de captar compulsivamente cada momento mágico que o sol encenava para mim, à medida que se ia indo embora…”
(in “Passeando pela vida” – a Página)
Eu queria tanto captar o que via, imortalizar aquele momento....
Da última vez que ali estive desenhei-o de fugida, encostada ao muro, da parte de fora, como quem rouba algo! Mas desta vez foi uma alegria!
Rapei do meu livrinho, dos pinceis e das canetas e desenhei sobre a moto um pouco do que via...
E o sol reservara-me os cenários que eu tanto queria encontrar! Uma das razões porque eu decidira ficar 3 noites da Ilha de Skye era para ter mais probabilidades de encontrar um belo pôr-do-sol no castelo e ele não me fez esperar!
Eu não tinha a certeza se queria visitar o castelo por dentro! Ele está sempre cheio de gente e se eu o visitasse seria apenas para poder atravessar a ponte e chegar perto da construção! Então tive uma surpresa, depois de encerrarem as visitas a ponte está aberta e a gente pode ir até à ilhota, passear em torno do castelo e tirar as fotos que quiser! WhoW!
Era tudo o que eu queria!
Deu tempo para desenhar em técnicas diferentes e tudo!
Porque tudo ali é inspirador!
Demorei todo o tempo do mundo a atravessar aquela ponte, com a máquina ao peito e sempre parando para desenhar ou fotografar!
O sol completava o quadro e criava novos enquadramentos a cada minuto que passava, no seu caminho para o crepúsculo! Que coisa linda!
Uns espanhóis usando kilt fotografavam-se em todos os cantos e esquinas.
Andei por ali a passear um pouco, a luminosidade do sol poente era extraordinária e proporcionava enquadramentos muito bonitos!
E voltava ao castelo…
com o sol já no seu ocaso…
Segui para Skye quase contrariada! O quanto me custou deixar aquele entardecer perfeito! Ao longe eu via a ponte de Skye e parei para a fotografar…
Parei quantas vezes?
Há momentos que eu queria que fossem, senão eternos, muito duradoiros! Eu queria ficar ali por muito tempo, por muitos desenhos, por muitos momentos de paz! Eu queria …
“Momentos de paz, era tudo o que eu procurava nesta viagem, e encontrei verdadeiros momentos de encantamento! Sonhos que se realizam, sem pressas, sem lamentos, sem ansiedade, porque o que não vir não me fará falta, se eu viver bem o que vou conseguindo ver! A Ilha de Skye ficará para sempre gravada nas minhas memórias de viagem!”
(in “Passeando pela vida” – a Página)
E foi o fim do 17º de viagem….
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Beijucas!
Viajar é mais assustador para quem fica do que para quem vai!
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Re: Passeando por caminhos Celtas - 2014
15 de agosto de 2014
Ao acordar o tempo estava tão ranhoso que eu nem sabia em que direção ir! Tentei descobrir onde andava o sol para não ir na direção errada e passar uma bosta de dia enfiada num fato de chuva a ver coisa nenhuma para além de chuva e nevoeiro!
O que eu queria ver estava visto, eu tinha aproveitado bem o sol até ali, por isso qualquer direção que eu fosse seria boa para mim!
Quando passo no Eilean Donan Castle nunca consigo ficar indiferente, entro de fugida no parque e dou uma olhada, ele estava lindo!
E fui seguindo na direção de Loch Nesse. Eu tinha de lá ir, estando tão perto, para vê-lo mais uma vez!
As suas águas são negras de tão profundas e a sua configuração é longa, estendendo-se ao longo da falha geológica, a Falha de Great Glen, por cerca de 40 km!
Há recantos espantosos no lago, onde as aguas negras formam espelhos
E há o Loch Ness Centre & Exhibition, que desta vez eu fui visitar e… honestamente não vale a pena! Pequenos filmes de documentários criados, alongando a história de sala em sala, com efeitos visuais básicos e primários, criados apenas com a finalidade de prender o visitante e convence-lo de que valeu a pena pagar o bilhete… mas não valeu, de todo! Enfim…
O tempo estava fraco e deprimente, estava na hora de rumar para sul, a ver se tinha mais sorte na minha busca pelo sol.
E, ao meter-me por ruelas, lá estavam as minhas amigas vaquinhas de franja!
São tão simpáticas e bonitinhas que voltei a desenhar mais uma ou duas!
Apetece mesmo brincar com elas como se fossem cães!
O tempo estava a ameaçar chuva e eu desorientei-me! Nem sabia mais o que fazer, queria visitar o Urquhart Castle que fica logo ali, numa saliência do terreno sobranceira ao Loch Ness, mas a multidão era tanta e o tempo tão reles, que desisti! Em dias de sol ou, pelo menos, de boa visibilidade, ele tem uma boa vista sobre o lago, mas naquele dia nada se veria, para além da quantidade de pessoas que por ali andava, por isso decidi ir para sul, à procura do sol!
Passeando pela margem do Loch mais famoso da zona…
O Nessie não quis nada comigo e não se mostrou para mim…
As águas daquele lago são tão negras quanto espantosas!
“O Loch Ness estava triste e só. O lago é tão profundo que as suas águas são negras e sombrias e, naquele dia, pareciam mesmo mais negras do que nunca. Uma ponta de tristeza apoderou-se de mim, eu queria tanto ter um pouco de sol naquele momento… parei num recanto da sua margem e procurei que a cor das flores animasse o meu enquadramento. Revivi a ultima vez que ali passei, quando partia para casa e o tempo estava cinzento, depois de vários dias de sol radioso. Afinal são apenas perspetivas e sensações diferentes sobre o mesmo local… mas que fazem um efeito sobre mim!”
(in “Passeando pela vida” – a Página)
Ele é tão profundo que se perde a visibilidade rapidamente nos seus mais de 200 metros de profundidade e na turfa que o escurece! Por isso o Nessie se esconde tão bem lá no fundo da escuridão do lago!
E ao longo da falha geológica outros lagos se alinham, estreitos e compridos, como o Loch Ness.
O Loch Lochy e o Loch Linnhe seguem-se em filinha…
E não havia maneira do céu se abrir e aparecer um pouco de sol, por isso fui descendo o mapa, com a paisagem sombria mas linda a acompanhar a minha busca!
Aos poucos comecei a pressentir uma luminosidade agradável por trás das nuvens cinzentas, andava eu a explorar rios e riachos que ladeiam o Loch Linnhe!
E voltei a passar pelo Castle Stalker. Ainda olhei para ele, mas eu passaria ali de novo no regresso e podia ser que aí me desse para parar e desenhar!
Porque eu tinha outro castelo em mente naquele momento, o Dunstaffnage Castle.
Havia motos e sol e um relvado delicioso à minha espera! Só por isso já valera a pena ter ido até ali!
O castelo fica junto à Baía com o mesmo nome, numa curva entre a foz do Loch Etive e o Loch Linnhe, Lin para os amigos.
É que por aquelas terras os lagos têm foz, desaguam uns nos outros e alguns são até lagos-mar, isto é, abertos para o mar!
O castelo é uma construção do séc. XIII, cheio de história.
Depois do caminho ladeado de uma relva perfeita e fofa, lá estava ele, em cima de um grande rochedo que mais parecia ter sido arrancado de um lado qualquer e levado para ali, com o castelo em cima e tudo.
O conjunto apenas não parecia ter nascido ali!
Mas nasceu!
Ali foi o reduto do clã MacDougall, no tempo das lutas pela independência da Escócia e foi mesmo tomado por Robert the Bruce, rei da Escócia e sucessor de William Wallace, o mesmo do Bravehart, na luta pela libertação do país do jugo da Inglaterra.
O Castelo não tem muito o que ver lá dentro, o seu encanto está no exterior e nos enquadramentos que permite!
Com a baía ao longe e um pouco de sol a animar!
É isso que me aborrece, cobrarem bilhete para vermos meia dúzia de muros em pé! Outros castelos mostram muito mais e são de visita libre! Não entendo o critério!
Pronto, ok, tive a honra de pisar o solo que Robert the Bruce pisou, mas ele também pisou o jardim e esse era de borla para visitar!
E, do jardim, o Castelo era bem mais interessante do que do interior!
Oh, eu tinha de aproveitar o sol!
Sentei-me por ali, no relvado fofo, e fui desenhando, uma e outra perspetiva, com o sol a aquecer-me as costas!
Ali ao lado fica a capela do Castelo.
E já que tinha pago bilhete para andar por ali, fiz um belissimo picnic no meio da relva, com o sol a animar o momento! Ao menos gozei o bilhete e aproveitei o sol!
Quando finalmente me decidi voltar para casa, ainda fui podendo ver perspetivas da baía e do Castelo, muito bonitas!
Voltei a passar no Castle Stalker, como imaginara na ida e, embalada pelos desenhos que fizera em Dunstaffnage, finalmente desenhei o castelinho no meio da água!
Os lagos estão por todos os lados e até me dei ao luxo de escolher quais acompanhariam o meu regresso a Skye!
As nuvens cinzentas estavam no mesmo sitio à minha espera…
E fui para casa, que seria ainda em Skye naquele dia…
E foi o fim do 18º dia de viagem.
Ao acordar o tempo estava tão ranhoso que eu nem sabia em que direção ir! Tentei descobrir onde andava o sol para não ir na direção errada e passar uma bosta de dia enfiada num fato de chuva a ver coisa nenhuma para além de chuva e nevoeiro!
O que eu queria ver estava visto, eu tinha aproveitado bem o sol até ali, por isso qualquer direção que eu fosse seria boa para mim!
Quando passo no Eilean Donan Castle nunca consigo ficar indiferente, entro de fugida no parque e dou uma olhada, ele estava lindo!
E fui seguindo na direção de Loch Nesse. Eu tinha de lá ir, estando tão perto, para vê-lo mais uma vez!
As suas águas são negras de tão profundas e a sua configuração é longa, estendendo-se ao longo da falha geológica, a Falha de Great Glen, por cerca de 40 km!
Há recantos espantosos no lago, onde as aguas negras formam espelhos
E há o Loch Ness Centre & Exhibition, que desta vez eu fui visitar e… honestamente não vale a pena! Pequenos filmes de documentários criados, alongando a história de sala em sala, com efeitos visuais básicos e primários, criados apenas com a finalidade de prender o visitante e convence-lo de que valeu a pena pagar o bilhete… mas não valeu, de todo! Enfim…
O tempo estava fraco e deprimente, estava na hora de rumar para sul, a ver se tinha mais sorte na minha busca pelo sol.
E, ao meter-me por ruelas, lá estavam as minhas amigas vaquinhas de franja!
São tão simpáticas e bonitinhas que voltei a desenhar mais uma ou duas!
Apetece mesmo brincar com elas como se fossem cães!
O tempo estava a ameaçar chuva e eu desorientei-me! Nem sabia mais o que fazer, queria visitar o Urquhart Castle que fica logo ali, numa saliência do terreno sobranceira ao Loch Ness, mas a multidão era tanta e o tempo tão reles, que desisti! Em dias de sol ou, pelo menos, de boa visibilidade, ele tem uma boa vista sobre o lago, mas naquele dia nada se veria, para além da quantidade de pessoas que por ali andava, por isso decidi ir para sul, à procura do sol!
Passeando pela margem do Loch mais famoso da zona…
O Nessie não quis nada comigo e não se mostrou para mim…
As águas daquele lago são tão negras quanto espantosas!
“O Loch Ness estava triste e só. O lago é tão profundo que as suas águas são negras e sombrias e, naquele dia, pareciam mesmo mais negras do que nunca. Uma ponta de tristeza apoderou-se de mim, eu queria tanto ter um pouco de sol naquele momento… parei num recanto da sua margem e procurei que a cor das flores animasse o meu enquadramento. Revivi a ultima vez que ali passei, quando partia para casa e o tempo estava cinzento, depois de vários dias de sol radioso. Afinal são apenas perspetivas e sensações diferentes sobre o mesmo local… mas que fazem um efeito sobre mim!”
(in “Passeando pela vida” – a Página)
Ele é tão profundo que se perde a visibilidade rapidamente nos seus mais de 200 metros de profundidade e na turfa que o escurece! Por isso o Nessie se esconde tão bem lá no fundo da escuridão do lago!
E ao longo da falha geológica outros lagos se alinham, estreitos e compridos, como o Loch Ness.
O Loch Lochy e o Loch Linnhe seguem-se em filinha…
E não havia maneira do céu se abrir e aparecer um pouco de sol, por isso fui descendo o mapa, com a paisagem sombria mas linda a acompanhar a minha busca!
Aos poucos comecei a pressentir uma luminosidade agradável por trás das nuvens cinzentas, andava eu a explorar rios e riachos que ladeiam o Loch Linnhe!
E voltei a passar pelo Castle Stalker. Ainda olhei para ele, mas eu passaria ali de novo no regresso e podia ser que aí me desse para parar e desenhar!
Porque eu tinha outro castelo em mente naquele momento, o Dunstaffnage Castle.
Havia motos e sol e um relvado delicioso à minha espera! Só por isso já valera a pena ter ido até ali!
O castelo fica junto à Baía com o mesmo nome, numa curva entre a foz do Loch Etive e o Loch Linnhe, Lin para os amigos.
É que por aquelas terras os lagos têm foz, desaguam uns nos outros e alguns são até lagos-mar, isto é, abertos para o mar!
O castelo é uma construção do séc. XIII, cheio de história.
Depois do caminho ladeado de uma relva perfeita e fofa, lá estava ele, em cima de um grande rochedo que mais parecia ter sido arrancado de um lado qualquer e levado para ali, com o castelo em cima e tudo.
O conjunto apenas não parecia ter nascido ali!
Mas nasceu!
Ali foi o reduto do clã MacDougall, no tempo das lutas pela independência da Escócia e foi mesmo tomado por Robert the Bruce, rei da Escócia e sucessor de William Wallace, o mesmo do Bravehart, na luta pela libertação do país do jugo da Inglaterra.
O Castelo não tem muito o que ver lá dentro, o seu encanto está no exterior e nos enquadramentos que permite!
Com a baía ao longe e um pouco de sol a animar!
É isso que me aborrece, cobrarem bilhete para vermos meia dúzia de muros em pé! Outros castelos mostram muito mais e são de visita libre! Não entendo o critério!
Pronto, ok, tive a honra de pisar o solo que Robert the Bruce pisou, mas ele também pisou o jardim e esse era de borla para visitar!
E, do jardim, o Castelo era bem mais interessante do que do interior!
Oh, eu tinha de aproveitar o sol!
Sentei-me por ali, no relvado fofo, e fui desenhando, uma e outra perspetiva, com o sol a aquecer-me as costas!
Ali ao lado fica a capela do Castelo.
E já que tinha pago bilhete para andar por ali, fiz um belissimo picnic no meio da relva, com o sol a animar o momento! Ao menos gozei o bilhete e aproveitei o sol!
Quando finalmente me decidi voltar para casa, ainda fui podendo ver perspetivas da baía e do Castelo, muito bonitas!
Voltei a passar no Castle Stalker, como imaginara na ida e, embalada pelos desenhos que fizera em Dunstaffnage, finalmente desenhei o castelinho no meio da água!
Os lagos estão por todos os lados e até me dei ao luxo de escolher quais acompanhariam o meu regresso a Skye!
As nuvens cinzentas estavam no mesmo sitio à minha espera…
E fui para casa, que seria ainda em Skye naquele dia…
E foi o fim do 18º dia de viagem.
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Beijucas!
Viajar é mais assustador para quem fica do que para quem vai!
https://passeandopelavida.com/
Re: Passeando por caminhos Celtas - 2014
Bom dia Gracinda,
Mais um dia bem passado em companhia de fantásticas e verdejantes paisagens !!!! Como eu adoraria conhecer esses sitios...Quem sabe um dia...
Para que comece a descida com calma...aqui vai
Mais um dia bem passado em companhia de fantásticas e verdejantes paisagens !!!! Como eu adoraria conhecer esses sitios...Quem sabe um dia...
Para que comece a descida com calma...aqui vai
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CARLOS PIRES
Mama Sumae !!
Carlospira- Zero à direita
Re: Passeando por caminhos Celtas - 2014
Estive algum tempo sem poder viajar ao longo desta crónica, mas quando se volta é um regalo pode assistir e saborear esta partilha.
Muito obrigada Gracinda pela forma como permites que o teu conhecimento seja também repartido.
Um mais que merecido
Muito obrigada Gracinda pela forma como permites que o teu conhecimento seja também repartido.
Um mais que merecido
Carlos Balio- Já sai à rua a conduzir.
Re: Passeando por caminhos Celtas - 2014
Carlospira escreveu:Bom dia Gracinda,
Mais um dia bem passado em companhia de fantásticas e verdejantes paisagens !!!! Como eu adoraria conhecer esses sitios...Quem sabe um dia...
Para que comece a descida com calma...aqui vai
Olá
Vale sempre a pena ir pondo umas moeditas num porquinho e tentar ir.
Cada vez que olho para as fotos e relembro como foi... custa mais ficar aqui quieta à espera de um anova oportunidade de passear...
Carlos Balio escreveu:Estive algum tempo sem poder viajar ao longo desta crónica, mas quando se volta é um regalo pode assistir e saborear esta partilha.
Muito obrigada Gracinda pela forma como permites que o teu conhecimento seja também repartido.
Um mais que merecido
Obrigada!
São memórias que não quero perder e assim todos podem acompanhar o meu exercício de reordenar recordações...
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Beijucas!
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Re: Passeando por caminhos Celtas - 2014
A Gracinda anda a fazer uns estragos tremendos na moral do pessoal!
Ultimamente, nas ultimas pesquisas que tenho feito, inexplicavelmente, termino a ver estradas, castelos e a ler lendas sobre deferentes clãs Escoceses!
Não é justo!
Ultimamente, nas ultimas pesquisas que tenho feito, inexplicavelmente, termino a ver estradas, castelos e a ler lendas sobre deferentes clãs Escoceses!
Não é justo!
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ENDLESS ROAD
Re: Passeando por caminhos Celtas - 2014
16 de agosto de 2014
Não se pode fugir eternamente da chuva, ela acaba sempre por nos apanhar, mais aqui ou mais ali. E pelas terras altas é mesmo assim, o sol é uma sorte que temos de aproveitar bem. Isto para dizer que uma bela bosta de tempo me esperava, justamente quando eu me preparava para subir o país até ao topo norte.
E eu queria passar em alguns sítios com calma e bom tempo… nada feito!
A minha motita dormira ao relento e espreitava para mim, por entre a folhagem do jardim com um “vamos lá embora?”
Eu fizera amigas naqueles dias, gente boa com quem eu falei sei lá quantas línguas. Mulheres que viajavam sozinhas, tal como eu, arrastando as suas malas e mochilas pelo reino fora. É tão gratificante falar com gente inteligente que viaja para ver, visitar e descobrir! Fomos constatando que eu via tanta coisa mais que qualquer uma delas num dia apenas! O facto de eu ter rodas próprias permitia-me andar por todo o lado ao sabor da minha vontade, sem esperar por transporte ou caminhar por distâncias demasiado longas e sem interesse, para alcançar algo imperdível mais à frente!
Uma delas teve direito a selfie e tudo, depois de um belíssimo pequeno-almoço para aquecer a alma e nos preparar para a luta com o mau tempo!
O plano para aquele dia era subir, subir e subir, pelo mapa acima!
O sol não conseguia romper as nuvens e o espectáculo que dava na travessia da ponte de Skye era surreal!
“Hoje, ao passar a ponte de Skye, o tempo ainda não se decidira se iria estar bom ou mau e o espetáculo que a sua indecisão dava era deslumbrante! Parei a moto numa nesga na berma da estrada e captei um pouco do que os meus olhos viam... Belíssima ilha, belíssimo pais, belíssimo momento!”
(in “Passeando pela vida” – a página)
Fui andando em direcção a Invernes por caminhos que eu sabia eram lindos mas tudo o que via eram paisagens de mistério! Ok, lindas na mesma, mas misteriosas!
Há sempre um sentimento de desolação quando o tempo está tão encoberto, como se eu me sentisse perdida no meio de lado nenhum, sem muita noção de onde ir!
Acabei por ir passear para Invernes, embora não tivesse a certeza se valeria a pena!
Mas valeu!
Estava cheia de gente e animação o que me aconchegou o coração depois de tantos quilómetros de solidão no meio da chuva e nevoeiro!
Dediquei a minha atenção aos pormenores, pessoas que tocavam realejo, pessoas que faziam esculturas de areia no chão, jovens marinheiros que participavam numa campanha solidária de angariação de fundos….
Adorei o ambiente da cidade, tão diferente do ambiente que ali encontrei 3 anos antes, mesmo na época tendo estado ali com sol, a cidade estava bem menos viva!
O rio Ness, que liga o Loch Ness ao mar, atravessando Invernes… será aquela porta que permite ao Nessy ir passear para longe do lago a cada vez que o tentam captar no fundo das águas e não o encontram! Acho que o mistério existe porque o bichinho é muito inteligente!
E fui até ao castelo, onde fiz amizade com uns rapazes acrobatas que estavam a ensinar a um grupo de miúdos habilidades de Parkour. Fartei-me de os fotografar!
O castelo fica no meio do movimento da cidade com o rio de um lado e a estrada do outro. Nada de coisa isolada no topo de uma colina distante!
Em frente fica a estátua de Flora MacDonald, a heroína escocesa que eu visitei no cemitério em Skye, descobria eu na época:
“Mas o que faz este cemitério ser famoso é o jazigo de Flora MacDonald, que viveu no séc. XVIII e ficou na história como uma heroína porque ajudou Charles Edward Stuart, conhecido por “Bonnie Prince Charlie”, quando este tentou reclamar o trono de Inglaterra. Não foi bem-sucedido e Flora foi presa na Torre de Londres. Mais tarde foi libertada e emigrou para a América, mas foi morrer à sua terra, onde é até hoje aclamada pela sua coragem.”
Diz-se que no seu funeral estiveram presentes 3.000 pessoas (uma enormidade para uma ilha tão deserta ainda hoje) e que estas pessoas beberam 300 litros de whisky, há que afogar a dor!”
(in Passeando até à Escócia – 2011)
O rio visto dali é muito bonito, com a cidade de ambos os lados…
Coisas giras que fui encontrando pela cidade. Reajo sempre que encontro a nossa bandeira, claro!
Desta vez num bar onde tomei mais um pequeno-almoço! É um pormenor que eu aprecio, o facto de servirem pequenos-almoços durante todo o dia, o que é uma grande coisa, considerando que ele é composto por comida consistente, tipo almoço e se não houver mais nada que agrade para comer, um pequeno-almoço composto de tanta coisa é muito bem-vindo!
Lá me fui preparando para seguir viagem, olhando para trás e pensando na pena que era não ter um pouco de sol!
Então passei junto da catedral e constatei que nunca lá tinha entrado!
Um grupo de turistas ingleses estava a descer do seu autocarro e fizeram-me uma festa, a mim e à moto. Aproveitei a algazarra e parei ali mesmo, em cima do passeio.
A Saint Andrew Cathedral of Invernes é neogótica, do séc. XIX e é linda! Construída em pedra vermelha, no exterior e granito no interior
Consegui entrar e visitar antes que os turistas enchessem aquilo tudo!
Aquela foi a primeira catedral a ser construída na Grã-Bretanha depois da Reforma! Histórica por isso!
E vesti de novo o fato de chuva e segui para norte!
Havia réstias de sol, ou seria a cor das searas que fazia parecer?
A verdade é que aquele amarelo provocava cenários fantásticos com o céu cinzento a contrastar! O tempo de chuva pode proporcionar momentos únicos, se a atmosfera se mantiver límpida e foi o que aconteceu a partir de Invernes, o sol nunca veio com força, mas a chuva também não e as paisagens tornaram-se inesquecíveis e únicas!
E sim, uma nesga de sol lá aparecia de vez em quando!
“Invernes sempre será um nome que provoca efeito sobre mim, a cada vez que o repita na minha mente, a cada vez que passe na cidade. Um nome que existe no meu imaginário desde sempre e que demorei a conhecer de perto. Capital da região de Highland, tão mítica para mim quanto a cidade. Desta vez eu segui para norte, ali onde a estrada ladeia o mar por quilómetros sem fim. O céu estava cheio de nuvens inspiradoras e a luminosidade era surreal. A Escócia sempre me recebe com momentos incomparáveis de rara beleza, e ali não foram apenas momentos foram horas e quilómetros de encantamento absoluto!”
(in “Passeando pela vida” – a página)
Pude tirar o fato de chuva logo a seguir, o tempo estava a ajudar!
Então ao longe algo prendeu a minha atenção!
Eu sabia que a Escócia tinha petróleo perto e até que Aberdeen era conhecida como "capital do petróleo da Europa", porque tem explorações no Mar do Norte e tal, mas não esperava ver poços de petróleo ali, assim, olhando da estrada para o mar, tão perto de Invernes!
Eu nem fazia ideia que ali também se explorava o bendito ouro negro!
Por isso fiquei a olhar quando apareceu aquela enorme construção flutuante, num braço de mar que me pareceu tão estreito!
Que bizarra combinação, um poço de petróleo com uma zona do planeta tão bonita e tão pouco intervencionada pelo ser humano, se pensarmos nas poucas estradas que por ali existem e na pouca população que aquele país tem.
Fiquei a olhar, como uma criança que descobre que o homem do saco afinal existe!
Fui-me enfiar no Dunrobin Castle para encher a minha memória de encanto outra vez e esquecer o petróleo!
O senhor da entrada foi-me dizendo para eu ir direta ao jardim para ver a apresentação dos falcões. Não sabia se tinha entendido bem o que ele me dissera mas ao ser recebida pelos simpáticos bichinhos, percebi logo que entendera sim!
Falcão, águia, gavião, milhafre e por ai fora, para não falar dos mochos e corujas… são aves que me fascinam!
Eles ficavam tão quietinhos que consegui desenhar rapidamente um!
Desenhei este passarinho de olhos grandes! Claro que tive de retocar tudo de memória depois, mas foi tão giro, ele ali quietinho a olhar para mim…
Podia ver o castelo lá ao longe, para lá das pessoas e dos voos rasantes das aves!
O castelo é imponente visto dos jardins, eu sempre me maravilho com um castelo…
O mar fica logo ali atrás, quase irreal para lá dos portões!
O castelo é conhecido como uma jóia das Highlands, e embora tenha origens medievais, o aspeto que tem hoje é renascentista de inspiração francesa.
Não se pode fotografar lá dentro, não sei porquê! Roubei uma ou outra foto e deixei-os para lá com os seus interiores infotografáveis!
Mas o museu, no jardim, ainda é mais chocante nesse aspeto!
Eu fui lá para ver as pedras gravadas dos Pictos, mas fui ficando chocada com os animais embalsamados que ali existem!
Foi da maneira que eu entendi que sou bem mais pequena que o pescoço de uma girafa!
O tempo não melhorava de novo, por isso despedi-me do local com mais um ou dois postais e segui caminho!
O castelo é muito mais bonito visto da parte de trás do que na entrada!
Enquanto esperava que a chuva parasse…
E voltou a brincadeira entre o sol e a chuva, que me foi permitindo curtir o caminho, cheio de paisagens encantadoras!
As casinhas a encantarem-me e a enriquecer a minha colecção de exemplares de todos os lados onde vou!
Então a estrada “chega-se” à berma do mar e segue por ali acima em sucessões de paisagens deslumbrantes!
Havia momentos em que eu tinha de parar, pois a sensação era de que atravessava um cenário quase artificial de tão bonito que era!
E a vantagem do tempo húmido é que, quando há sol à espreita, cria momentos únicos como arcos-íris que se movem connosco até se tornarem irreais!
Isso foi o que aconteceu a dado momento quando um arco-íris se formou na minha frente e, naturalmente, se afastava à minha aproximação até se “enfiar” no mar!
Deslumbrei-me!
“A natureza presenteia-nos com os espetáculos mais deslumbrantes quando menos esperamos. Quantos arcos-íris eu já vi na minha vida? Quanto eu já vi nesta viagem? Quantos eu vi hoje? Mas aquele foi de cortar a respiração! Eu via-lhe o fim, como se ele tivesse sido ali colado para mim! Parei de repente, olhei em volta, e não havia mais ninguém por perto a presenciar tal espetáculo. Que coisa linda! A escassos quilómetros do mítico John O’ Groats, tudo conspirava para que a minha visita ao local fosse inesquecível… e foi mesmo!”
(in “Passeando pela vida” – a Página)
Então cheguei…
John o' Groats é uma aldeiazinha no topo das Highlands que é considerada o ponto mais a norte de toda a Grã-Bretanha, no entanto não é! Esse ponto fica ali perto em Dunnet Head.
Desta vez eu queria ir ali! Queria passear por aquelas falésias, sentar e parar de pensar!
Na próxima vez que ali for, quando eu for embarcar para visitar as ilhas a norte, aí eu visitarei Dunnet Head….
E depois de horas a catar as falésias lá fui conhecer a famosa placa que indica que estamos no princípio ou no fim de um caminho, dependendo de onde vimos de para onde vamos!
E não, não paguei para ter uma foto junto da placa que é de pôr e tirar apenas para sacar as librar aos turistas!
Interessou-me mais a John o' Groats House", mesmo ali ao lado!
E fui para casa, que naquele dia era em Thurso, e foi o fim do 18º dia de viagem.
Não se pode fugir eternamente da chuva, ela acaba sempre por nos apanhar, mais aqui ou mais ali. E pelas terras altas é mesmo assim, o sol é uma sorte que temos de aproveitar bem. Isto para dizer que uma bela bosta de tempo me esperava, justamente quando eu me preparava para subir o país até ao topo norte.
E eu queria passar em alguns sítios com calma e bom tempo… nada feito!
A minha motita dormira ao relento e espreitava para mim, por entre a folhagem do jardim com um “vamos lá embora?”
Eu fizera amigas naqueles dias, gente boa com quem eu falei sei lá quantas línguas. Mulheres que viajavam sozinhas, tal como eu, arrastando as suas malas e mochilas pelo reino fora. É tão gratificante falar com gente inteligente que viaja para ver, visitar e descobrir! Fomos constatando que eu via tanta coisa mais que qualquer uma delas num dia apenas! O facto de eu ter rodas próprias permitia-me andar por todo o lado ao sabor da minha vontade, sem esperar por transporte ou caminhar por distâncias demasiado longas e sem interesse, para alcançar algo imperdível mais à frente!
Uma delas teve direito a selfie e tudo, depois de um belíssimo pequeno-almoço para aquecer a alma e nos preparar para a luta com o mau tempo!
O plano para aquele dia era subir, subir e subir, pelo mapa acima!
O sol não conseguia romper as nuvens e o espectáculo que dava na travessia da ponte de Skye era surreal!
“Hoje, ao passar a ponte de Skye, o tempo ainda não se decidira se iria estar bom ou mau e o espetáculo que a sua indecisão dava era deslumbrante! Parei a moto numa nesga na berma da estrada e captei um pouco do que os meus olhos viam... Belíssima ilha, belíssimo pais, belíssimo momento!”
(in “Passeando pela vida” – a página)
Fui andando em direcção a Invernes por caminhos que eu sabia eram lindos mas tudo o que via eram paisagens de mistério! Ok, lindas na mesma, mas misteriosas!
Há sempre um sentimento de desolação quando o tempo está tão encoberto, como se eu me sentisse perdida no meio de lado nenhum, sem muita noção de onde ir!
Acabei por ir passear para Invernes, embora não tivesse a certeza se valeria a pena!
Mas valeu!
Estava cheia de gente e animação o que me aconchegou o coração depois de tantos quilómetros de solidão no meio da chuva e nevoeiro!
Dediquei a minha atenção aos pormenores, pessoas que tocavam realejo, pessoas que faziam esculturas de areia no chão, jovens marinheiros que participavam numa campanha solidária de angariação de fundos….
Adorei o ambiente da cidade, tão diferente do ambiente que ali encontrei 3 anos antes, mesmo na época tendo estado ali com sol, a cidade estava bem menos viva!
O rio Ness, que liga o Loch Ness ao mar, atravessando Invernes… será aquela porta que permite ao Nessy ir passear para longe do lago a cada vez que o tentam captar no fundo das águas e não o encontram! Acho que o mistério existe porque o bichinho é muito inteligente!
E fui até ao castelo, onde fiz amizade com uns rapazes acrobatas que estavam a ensinar a um grupo de miúdos habilidades de Parkour. Fartei-me de os fotografar!
O castelo fica no meio do movimento da cidade com o rio de um lado e a estrada do outro. Nada de coisa isolada no topo de uma colina distante!
Em frente fica a estátua de Flora MacDonald, a heroína escocesa que eu visitei no cemitério em Skye, descobria eu na época:
“Mas o que faz este cemitério ser famoso é o jazigo de Flora MacDonald, que viveu no séc. XVIII e ficou na história como uma heroína porque ajudou Charles Edward Stuart, conhecido por “Bonnie Prince Charlie”, quando este tentou reclamar o trono de Inglaterra. Não foi bem-sucedido e Flora foi presa na Torre de Londres. Mais tarde foi libertada e emigrou para a América, mas foi morrer à sua terra, onde é até hoje aclamada pela sua coragem.”
Diz-se que no seu funeral estiveram presentes 3.000 pessoas (uma enormidade para uma ilha tão deserta ainda hoje) e que estas pessoas beberam 300 litros de whisky, há que afogar a dor!”
(in Passeando até à Escócia – 2011)
O rio visto dali é muito bonito, com a cidade de ambos os lados…
Coisas giras que fui encontrando pela cidade. Reajo sempre que encontro a nossa bandeira, claro!
Desta vez num bar onde tomei mais um pequeno-almoço! É um pormenor que eu aprecio, o facto de servirem pequenos-almoços durante todo o dia, o que é uma grande coisa, considerando que ele é composto por comida consistente, tipo almoço e se não houver mais nada que agrade para comer, um pequeno-almoço composto de tanta coisa é muito bem-vindo!
Lá me fui preparando para seguir viagem, olhando para trás e pensando na pena que era não ter um pouco de sol!
Então passei junto da catedral e constatei que nunca lá tinha entrado!
Um grupo de turistas ingleses estava a descer do seu autocarro e fizeram-me uma festa, a mim e à moto. Aproveitei a algazarra e parei ali mesmo, em cima do passeio.
A Saint Andrew Cathedral of Invernes é neogótica, do séc. XIX e é linda! Construída em pedra vermelha, no exterior e granito no interior
Consegui entrar e visitar antes que os turistas enchessem aquilo tudo!
Aquela foi a primeira catedral a ser construída na Grã-Bretanha depois da Reforma! Histórica por isso!
E vesti de novo o fato de chuva e segui para norte!
Havia réstias de sol, ou seria a cor das searas que fazia parecer?
A verdade é que aquele amarelo provocava cenários fantásticos com o céu cinzento a contrastar! O tempo de chuva pode proporcionar momentos únicos, se a atmosfera se mantiver límpida e foi o que aconteceu a partir de Invernes, o sol nunca veio com força, mas a chuva também não e as paisagens tornaram-se inesquecíveis e únicas!
E sim, uma nesga de sol lá aparecia de vez em quando!
“Invernes sempre será um nome que provoca efeito sobre mim, a cada vez que o repita na minha mente, a cada vez que passe na cidade. Um nome que existe no meu imaginário desde sempre e que demorei a conhecer de perto. Capital da região de Highland, tão mítica para mim quanto a cidade. Desta vez eu segui para norte, ali onde a estrada ladeia o mar por quilómetros sem fim. O céu estava cheio de nuvens inspiradoras e a luminosidade era surreal. A Escócia sempre me recebe com momentos incomparáveis de rara beleza, e ali não foram apenas momentos foram horas e quilómetros de encantamento absoluto!”
(in “Passeando pela vida” – a página)
Pude tirar o fato de chuva logo a seguir, o tempo estava a ajudar!
Então ao longe algo prendeu a minha atenção!
Eu sabia que a Escócia tinha petróleo perto e até que Aberdeen era conhecida como "capital do petróleo da Europa", porque tem explorações no Mar do Norte e tal, mas não esperava ver poços de petróleo ali, assim, olhando da estrada para o mar, tão perto de Invernes!
Eu nem fazia ideia que ali também se explorava o bendito ouro negro!
Por isso fiquei a olhar quando apareceu aquela enorme construção flutuante, num braço de mar que me pareceu tão estreito!
Que bizarra combinação, um poço de petróleo com uma zona do planeta tão bonita e tão pouco intervencionada pelo ser humano, se pensarmos nas poucas estradas que por ali existem e na pouca população que aquele país tem.
Fiquei a olhar, como uma criança que descobre que o homem do saco afinal existe!
Fui-me enfiar no Dunrobin Castle para encher a minha memória de encanto outra vez e esquecer o petróleo!
O senhor da entrada foi-me dizendo para eu ir direta ao jardim para ver a apresentação dos falcões. Não sabia se tinha entendido bem o que ele me dissera mas ao ser recebida pelos simpáticos bichinhos, percebi logo que entendera sim!
Falcão, águia, gavião, milhafre e por ai fora, para não falar dos mochos e corujas… são aves que me fascinam!
Eles ficavam tão quietinhos que consegui desenhar rapidamente um!
Desenhei este passarinho de olhos grandes! Claro que tive de retocar tudo de memória depois, mas foi tão giro, ele ali quietinho a olhar para mim…
Podia ver o castelo lá ao longe, para lá das pessoas e dos voos rasantes das aves!
O castelo é imponente visto dos jardins, eu sempre me maravilho com um castelo…
O mar fica logo ali atrás, quase irreal para lá dos portões!
O castelo é conhecido como uma jóia das Highlands, e embora tenha origens medievais, o aspeto que tem hoje é renascentista de inspiração francesa.
Não se pode fotografar lá dentro, não sei porquê! Roubei uma ou outra foto e deixei-os para lá com os seus interiores infotografáveis!
Mas o museu, no jardim, ainda é mais chocante nesse aspeto!
Eu fui lá para ver as pedras gravadas dos Pictos, mas fui ficando chocada com os animais embalsamados que ali existem!
Foi da maneira que eu entendi que sou bem mais pequena que o pescoço de uma girafa!
O tempo não melhorava de novo, por isso despedi-me do local com mais um ou dois postais e segui caminho!
O castelo é muito mais bonito visto da parte de trás do que na entrada!
Enquanto esperava que a chuva parasse…
E voltou a brincadeira entre o sol e a chuva, que me foi permitindo curtir o caminho, cheio de paisagens encantadoras!
As casinhas a encantarem-me e a enriquecer a minha colecção de exemplares de todos os lados onde vou!
Então a estrada “chega-se” à berma do mar e segue por ali acima em sucessões de paisagens deslumbrantes!
Havia momentos em que eu tinha de parar, pois a sensação era de que atravessava um cenário quase artificial de tão bonito que era!
E a vantagem do tempo húmido é que, quando há sol à espreita, cria momentos únicos como arcos-íris que se movem connosco até se tornarem irreais!
Isso foi o que aconteceu a dado momento quando um arco-íris se formou na minha frente e, naturalmente, se afastava à minha aproximação até se “enfiar” no mar!
Deslumbrei-me!
“A natureza presenteia-nos com os espetáculos mais deslumbrantes quando menos esperamos. Quantos arcos-íris eu já vi na minha vida? Quanto eu já vi nesta viagem? Quantos eu vi hoje? Mas aquele foi de cortar a respiração! Eu via-lhe o fim, como se ele tivesse sido ali colado para mim! Parei de repente, olhei em volta, e não havia mais ninguém por perto a presenciar tal espetáculo. Que coisa linda! A escassos quilómetros do mítico John O’ Groats, tudo conspirava para que a minha visita ao local fosse inesquecível… e foi mesmo!”
(in “Passeando pela vida” – a Página)
Então cheguei…
John o' Groats é uma aldeiazinha no topo das Highlands que é considerada o ponto mais a norte de toda a Grã-Bretanha, no entanto não é! Esse ponto fica ali perto em Dunnet Head.
Desta vez eu queria ir ali! Queria passear por aquelas falésias, sentar e parar de pensar!
Na próxima vez que ali for, quando eu for embarcar para visitar as ilhas a norte, aí eu visitarei Dunnet Head….
E depois de horas a catar as falésias lá fui conhecer a famosa placa que indica que estamos no princípio ou no fim de um caminho, dependendo de onde vimos de para onde vamos!
E não, não paguei para ter uma foto junto da placa que é de pôr e tirar apenas para sacar as librar aos turistas!
Interessou-me mais a John o' Groats House", mesmo ali ao lado!
E fui para casa, que naquele dia era em Thurso, e foi o fim do 18º dia de viagem.
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Re: Passeando por caminhos Celtas - 2014
LoneRider escreveu:A Gracinda anda a fazer uns estragos tremendos na moral do pessoal!
Ultimamente, nas ultimas pesquisas que tenho feito, inexplicavelmente, termino a ver estradas, castelos e a ler lendas sobre deferentes clãs Escoceses!
Não é justo!
Isso quer dizer que vais levar a Maria até à Escócia?
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Re: Passeando por caminhos Celtas - 2014
Mais 1 M para a Gracinda apesar da gasolina estar a descer!!!!!!!!
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MY LIFE IS A HELL!!!
Elisio FJR- Já sai à rua a conduzir.
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