Há motas que não valem nada [report]

E há outras que valem qualquer coisita...



Mais informação em breve

Isso é uma ventoinha.
Não vele mesmo nadinha

E as ventoínhas não valem nada?! Eu até tenho muito respeito por essa marca porque é um facto que tem trazido muitos e bons cromos para o mundo das motas e acho que isso tem um lado bom para todos nós

Mesmo assim, apesar de conhecer alguns desses bons cromos, não vale nadinha!

Vê lá bem que até deita fumo pelo escape!

Isso era nas antigas... Esta já respeita o Euro 4  

Os Tomateiros experimentaram a mais recente proposta da BMW para a guerra das "scrambler"!
Partilhamos aqui um resumo amador, genuíno, incompleto e desinteressado da experiência  
Pretende-se que seja um report meramente informativo, e não se admirem se amanhã defendamos opiniões exatamente contrárias às que são aqui apresentadas hoje


As scrambler eram inicialmente motas altas, com escape elevado e suspensão "mole", e com um motor com muita força em rotações baixas. Equipavam-se ainda com pneus cardados. Tudo isto, para se alcançar uma boa performance em pistas off road com obstáculos.


No entanto, o conceito mudou muito! Agora o que interessa a muitos motards é o "parecer ser" ou "parecer fazer" mantendo uma imagem revivalista. Portanto, o habitat natural das scramblers passou claramente da lama para o asfalto... Esta BMW R Nine T Scrambler segue essa tendência, sendo uma mota com muito "estilo" e com um roncar (dos Akropovic que trazem de série) que faz virar muitas cabeças.


O motor tem realmente muito boas prestações e os pneus Metzeler Karoo 3 cumprirão muito bem o serviço em off road... mas o melhor sítio para gozar do bicho, com maior prazer e segurança, será definitivamente a estrada asfaltada. A recém apresentada R Nine T Urban G/S em Milão, será uma melhor aposta para os que quiserem fazer mais off e menos asfalto e por muitos kms. No entanto, com qualquer uma destas motas, a ousadia para percorrer trajetos mais ariscos, não será para todos...


A posição de condução é bastante natural e o conforto do banco também não é mau (tendo em conta as limitações que a estética impôs!). Não será o ideal para tiradas de centenas de quilómetros, cumprindo, no entanto, com alguma naturalidade, viagens "ibéricas" relaxadas - mas sem pendura e com espaço para bagagem limitado. Porque no fundo, esta mota foi principalmente desenhada para o condutor tirar prazer em trajetos relativamente curtos.


A personalidade do motor boxer é distinta de qualquer outra configuração e a performance desta scrambler (aprox. 110 cv, 90 nm) ganha claramente para a concorrência: cerca de 55 cv e 60 nm para a nova Triumph e  75 cv e 70 nm para a Ducati). Também pelo seu maior peso, estará mais tranquila em estrada aberta do que as leves concorrentes. Já no off road, as concorrentes terão outra agilidade. Por um lado, sem a desvantagem das cabeças de motor estarem expostas a obstáculos inesperados, além disso, o movimento lateral do motor e o mono-braço é potencialmente "fatal"!). Também em off road, a suposta falta de potência das concorrentes já não será tão notória.


Percebe-se que a BMW investiu em bons materiais, como vem sendo habitual nas suas motos. No entanto, poderia haver mais algum cuidado com a disposição e fixação de cabos ao guiador e na qualidade dos punhos (parece ser um mal crónico na marca). Além disso, o facto de terem utilizado os espelhos dos últimos modelos da GS 1200 deve ter algum excelente motivo que não compreendemos bem (segurança?), caso contrário, foi de uma falta de bom gosto e de originalidade muito grandes.
O conta-quilómetros é bastante sóbrio e com algarismos pequenos mas de leitura fácil e intuitivos. Não há conta-rotações nem indicador de velocidade engrenada e a interpretação do "limite" do motor, pelas suas características, é que pode ser um pouco difícil.


Em comparação às outras BMW de motor boxer, a ciclística é muito diferente, por causa do afinação do motor, da suspensão, tamanho do guiador (que é largo) e da posição de condução. Mesmo para a R Nine T "original" diversas destas afinações e componentes são diferentes.


Para terminar, e ainda sobre os pneus... se por um lado, a estética até "pede" uns pneus de taco, no momento de ir para as curvas, os Karoo 3 são mesmo maus... Uns Pirelli Scorpion Trail II ou equivalentes seriam o ideal, mas aí a estética ficava muito comprometida... (sim, há muito boa gente que escolha os pneus com base nos rasgos do perfil...). Com as robustas jantes de raios que a scrambler traz de origem, os Metzeler Tourance ou os Continental TKC70 seriam um excelente compromisso entre a estética, utilização on road e off road "ligeiro".


Conclusão
Pela sua dimensão, motor (e preço!) este modelo demarca-se das demais scramblers e certamente proporcionará um grande prazer de condução ao proprietário, mas para a nossa vida de "mototuristas profissionais, predominantemente a dois", nenhuma scrambler será alguma vez suficientemente versátil... Seria no entanto uma excelente segunda ou terceira mota... haja dinheiro e tempo para desfrutar dela!


Classificações ponderadas (entre 0 e 5), pelo grupo de "test-riders":
Motor: 5
Transmissão: 4.5
Suspensão: 4
Travões: 5
Ciclistica: 4
Agilidade: 4
Comportamento dos pneus (Karoo) em estrada: 2.5
(Estética dos pneus: 5)
Carácter da mota 5
Originalidade: 2.5
Painel de instrumentos: 3.5
Conforto do banco: 3.5
Ergonomia 3.5
Economia/Manutenção/...: ??

Acabo por agradecer à Caetano Baviera / Aveiro pela disponibilização do modelo testado!
Novas unidades só começarão a ser entregues a partir de Fevereiro ou Março.

Valor da mota testada (serviço) - ca. 13 500 €
Valor mota nova - ca. 15 000 €

Contributos: JAraújo, Zé-Tó, Bruno Guimarães, Paulo Cardoso, Serzedo