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Viagem pelo Sul da Europa 2008
Quinta-feira, 28 de Agosto de 2008
Aventura de uma vida
Um ano depois, faço-me novamente à estrada. Quase o mesmo grupo do Kuduro do ano passado, desfalcado em um membro mas não por falta de vontade, mas ganhando mais dois. Eu, o Capitão, a Mita, o Ricardo e a Inês.
Considerando o tamanho do membro que vai faltar, pondera-se a veracidade da máxima "nada se ganha, nada se perde, tudo se transforma".
O passeiozito é ambicioso, são quase 8.000km em 14 dias, fazíveis, mas provavelmente não pelo grupo que vai. Ainda assim, vai-se pelo espírito de aventura, muito pouca coisa preparada, para não variar, e concerteza a arrancar tarde e a chegar a más horas.
Com ligeiras nuances entre os participantes, o núcleo do espírito será a diversão, não o objectivo. Anda-se para lá até metade dos dias e/ou metade do orçamento.
Depois volta-se para trás.
Há quem vaticine Barcelona, há quem vaticine Badajoz, há quem vaticine Albufeira, há quem não aposte mais do que Alcântara.
As apostas estão na mesa, os dados vão ser lançados este sábado às cinco da manhã. Ou às seis. Ou quando arrancarmos, talvez lá para o meio dia, uma vez que está planeado para as seis da matina...
Aventura de uma vida
Um ano depois, faço-me novamente à estrada. Quase o mesmo grupo do Kuduro do ano passado, desfalcado em um membro mas não por falta de vontade, mas ganhando mais dois. Eu, o Capitão, a Mita, o Ricardo e a Inês.
Considerando o tamanho do membro que vai faltar, pondera-se a veracidade da máxima "nada se ganha, nada se perde, tudo se transforma".
O passeiozito é ambicioso, são quase 8.000km em 14 dias, fazíveis, mas provavelmente não pelo grupo que vai. Ainda assim, vai-se pelo espírito de aventura, muito pouca coisa preparada, para não variar, e concerteza a arrancar tarde e a chegar a más horas.
Com ligeiras nuances entre os participantes, o núcleo do espírito será a diversão, não o objectivo. Anda-se para lá até metade dos dias e/ou metade do orçamento.
Depois volta-se para trás.
Há quem vaticine Barcelona, há quem vaticine Badajoz, há quem vaticine Albufeira, há quem não aposte mais do que Alcântara.
As apostas estão na mesa, os dados vão ser lançados este sábado às cinco da manhã. Ou às seis. Ou quando arrancarmos, talvez lá para o meio dia, uma vez que está planeado para as seis da matina...
________________________
Rui "Ventoinha" Coelho
HDFLSTC '89
XV1100 '93 na Kustomville Kustomworks, em corte e costura
Um motard que conduziu uma Virago será sempre um motard do carago...
"Que um anjo esteja sempre no vosso ombro quando percorrerem o asfalto"
http://paiventoinha.blogspot.com
A Brianna está-me a fazer
Ventoinha- Zero à esquerda
Re: Viagem pelo Sul da Europa 2008
Sexta-feira, 29 de Agosto de 2008
Viagem: Preliminares
Como é óbvio, nada podia correr de feição. Mas isto já é tradição, mesmo...
Assim sendo, os preliminares da viagem.
Dois dias antes de arrancar, indo da oficina para casa, depois da revisão, gasóleo numa rotunda que fez com que me espalhasse ao comprido. No chão, e a ver a moto bater dum lado, saltar, e bater do outro, cheguei a temer o pior, e pensei "já foste... outra vez". Veio-me logo o fantasma de dois anos antes que me abortou a viagem similar dois dias antes de a começar. Mas vá lá, foram só uns poucos arranhões que não impediram nada. Está pronta para outra.
O Capitão tinha um cartão Visa feito especialmente para a viagem, para não ficar apeado. No dia anterior à viagem, cinco da tarde, vai buscar a moto com o pneu novo. Fica apeado com o cartão, engolido pela máquina. Cinco da tarde. Sexta Feira. Era uma vez...
Ou não. Voltas e mais voltas, lá consegue outra vez o cartão, com a promessa que na segunda feira já estará activo... Eventualmente... Ou não.
Siga para sair da oficina. Sem gasolina. Sem dinheiro para gasolina. Sem maneira de sair de onde está. Pânico.
Oito e trocos lá se consegue safar.
O pior ainda foi a Meta, que iria connosco. Mas quis o destino que ela levasse com um carro em cima no dia anterior, que lhe desfez a moto e a deixasse algo maltratada. Primeira baixa na viagem. Tinhamos sido reduzidos a três motos mais uma que eventualmente (ou não) viria ter connosco em Espanha.
A ver.
Dez da noite fazem-se compras para a viagem que irá ter lugar no dia seguinte, de madrugada, com início às cinco da manhã. comida, tendas, e outros acessórios.
Preparar as copisas, fazer as malas, tudo practicamente pronto.
São quatro e quarenta e cinco da manhã. É para arrancar às cinco. Se calhar é melhor deitar-me um bocadito para descansar.
Viagem: Preliminares
Como é óbvio, nada podia correr de feição. Mas isto já é tradição, mesmo...
Assim sendo, os preliminares da viagem.
Dois dias antes de arrancar, indo da oficina para casa, depois da revisão, gasóleo numa rotunda que fez com que me espalhasse ao comprido. No chão, e a ver a moto bater dum lado, saltar, e bater do outro, cheguei a temer o pior, e pensei "já foste... outra vez". Veio-me logo o fantasma de dois anos antes que me abortou a viagem similar dois dias antes de a começar. Mas vá lá, foram só uns poucos arranhões que não impediram nada. Está pronta para outra.
O Capitão tinha um cartão Visa feito especialmente para a viagem, para não ficar apeado. No dia anterior à viagem, cinco da tarde, vai buscar a moto com o pneu novo. Fica apeado com o cartão, engolido pela máquina. Cinco da tarde. Sexta Feira. Era uma vez...
Ou não. Voltas e mais voltas, lá consegue outra vez o cartão, com a promessa que na segunda feira já estará activo... Eventualmente... Ou não.
Siga para sair da oficina. Sem gasolina. Sem dinheiro para gasolina. Sem maneira de sair de onde está. Pânico.
Oito e trocos lá se consegue safar.
O pior ainda foi a Meta, que iria connosco. Mas quis o destino que ela levasse com um carro em cima no dia anterior, que lhe desfez a moto e a deixasse algo maltratada. Primeira baixa na viagem. Tinhamos sido reduzidos a três motos mais uma que eventualmente (ou não) viria ter connosco em Espanha.
A ver.
Dez da noite fazem-se compras para a viagem que irá ter lugar no dia seguinte, de madrugada, com início às cinco da manhã. comida, tendas, e outros acessórios.
Preparar as copisas, fazer as malas, tudo practicamente pronto.
São quatro e quarenta e cinco da manhã. É para arrancar às cinco. Se calhar é melhor deitar-me um bocadito para descansar.
________________________
Rui "Ventoinha" Coelho
HDFLSTC '89
XV1100 '93 na Kustomville Kustomworks, em corte e costura
Um motard que conduziu uma Virago será sempre um motard do carago...
"Que um anjo esteja sempre no vosso ombro quando percorrerem o asfalto"
http://paiventoinha.blogspot.com
A Brianna está-me a fazer
Ventoinha- Zero à esquerda
Re: Viagem pelo Sul da Europa 2008
Sábado, 30 de Agosto de 2008
Viagem: Dia 0 - Alverca ->Toca da Raposa
Cinco da manhã, levantar, que são horas de arrancar, depois de uma noite bem dormida de quase quinze minutos.
Chegam os outros viajantes, o Capitão e o Papamuros com a Inês, não necessariamente por essa ordem nem a horas, sequer.
Deitam-se enquanto eu acabo de fazer as malas e preparar a burra para arrancar. Mais conversa, menos conversa, decide-se queimar o primeiro dia para ir visitar a nossa desafortunada companheira de viagem à Tábua, e são oito e picos quando arrancamos.
Menos mal, estamos só três horas atrasados.
Viagem sem grandes precalços até à Tábua, onde entrámos pela casa adentro da Meta, que não estava à espera. Valeu bem a pena, só pela cara dela quando nos viu, que a miúda ficou toda contente pela surpresa. Ainda num cafezito pelo caminho, calhou-nos um pacote de açúcar que dizia "Um dia ainda faço 300km só para estar contigo". Simbólico, no mínimo. Guardámos para ela. Estrategicamente, chegámos à hora do almoço, pelo que foi uma refeição poupada na viagem. Agradecimentos ao Antero, o respectivo da Meta, pelo excelente repasto.
Uma vez que estavamos na zona, decidiu-se ir à cata da terra do Zé Luis, dono da tasca que fechou (vide uns postzitos abaixo) para lhe ir secar a adega. com isto, decisão de ficar por aquela zona essa noite, a sugestão da Meta, na Toca da Raposa, camping para Motociclistas. Porreiro. Fica este não o primeiro dia, mas conhecido como o Dia 0. Preparados para partir à aventura de descobrir uma terra da qual não sabemos nem o nome nem a localização, só mesmo que fica ali práqueles lados, e sem saber se o Zé lá está sequer, preparamo-nos para partir.
Não sem antes o Papamuros se encostar a uns cactos perto da casa, a que se seguiu uma sessão de "apanha o pico com a pinça" entre o Capitão e o Papamuros, com este ultimo especialmente a mostrar a veia de bebé chorão. Foi uma cena um tanto ou quanto apaneliradazita, com fotos no mínimo, reveladoras.
Monta-se nas motos e segue-se à procura de Sobreiro, para lá de Góis. Foram uns km interessantes, em termos de curvas e paisagem, que aquela zona tem em abundância.
Encontrou-se Sobreira, não se encontrou foi o Zé. Que mais tarde se descobriu que tinmha a casa era na Sobreda. Completamente do outro lado, uns 80km. E que nem sequer estava por lá, estava já em Lisboa...
Salvaram-se umas minis algures numa terreola por ali, e volta-se então a Tábua para ir ter com a Meta.
Mas como é lógico, ninguém sabia ir ter a Tábua, e demos por nós em Oliveira do Hospital, onde pacientemente a avariada Meta foi ter connosco.
Siga para a Toca da Raposa, onde fomos acolhidos espectacularmente, recomendo vivamente uma visita.
Instalação das tendas, com a estreia da Super Tenda que se monta sozinha adquirida por mim e pelo Capitão. Não é o segundo apregoado que demora a montar, mas são poucos mais, bastante menos que os quinze minutos levados pelo casal Poderosa. O suficiente para nos adiantarmos em algumas cervejas.
Segue-se para um jantarito de comida típica, (leia-se pizza), ver a desgraça que foi a bola dos azuis contra os vermelhos. Um Jack Daniels antes do recolher enquanto se decide que no dia seguinte se vai arrancar às sete da manhã até Huesca, outro camping motard a 700km, que fica no nosso (novo) caminho.
O suficiente para se descartar o Gato Lindo, que nem se dignou, depois de tantos dias a combinar, dar uma palavrinha a dizer que afinal não vinha. A vida é assim. Ficamos reduzidos a três motos, por força das circunstâncias, e, no fundo, os três iniciais.
Por enquanto...
À noite, o ataque das melgas assassinas, carnívoras, com vontade de nem deixar os ossos.
Primeiro dia, 365km feitos.
Pouco abaixo dos 1341km programados.
All set and ready to go
Algures a caminho de Tábua, onde encontramos o açúcar
IP3 a caminho da Mita
A nossa desafortunada companheira de viagem e a Inês
A caça aos picos do cacto, tão delicados que eles são
Algures no Sobreiro ou arredores, à procura da Sobreda
Viagem: Dia 0 - Alverca ->Toca da Raposa
Cinco da manhã, levantar, que são horas de arrancar, depois de uma noite bem dormida de quase quinze minutos.
Chegam os outros viajantes, o Capitão e o Papamuros com a Inês, não necessariamente por essa ordem nem a horas, sequer.
Deitam-se enquanto eu acabo de fazer as malas e preparar a burra para arrancar. Mais conversa, menos conversa, decide-se queimar o primeiro dia para ir visitar a nossa desafortunada companheira de viagem à Tábua, e são oito e picos quando arrancamos.
Menos mal, estamos só três horas atrasados.
Viagem sem grandes precalços até à Tábua, onde entrámos pela casa adentro da Meta, que não estava à espera. Valeu bem a pena, só pela cara dela quando nos viu, que a miúda ficou toda contente pela surpresa. Ainda num cafezito pelo caminho, calhou-nos um pacote de açúcar que dizia "Um dia ainda faço 300km só para estar contigo". Simbólico, no mínimo. Guardámos para ela. Estrategicamente, chegámos à hora do almoço, pelo que foi uma refeição poupada na viagem. Agradecimentos ao Antero, o respectivo da Meta, pelo excelente repasto.
Uma vez que estavamos na zona, decidiu-se ir à cata da terra do Zé Luis, dono da tasca que fechou (vide uns postzitos abaixo) para lhe ir secar a adega. com isto, decisão de ficar por aquela zona essa noite, a sugestão da Meta, na Toca da Raposa, camping para Motociclistas. Porreiro. Fica este não o primeiro dia, mas conhecido como o Dia 0. Preparados para partir à aventura de descobrir uma terra da qual não sabemos nem o nome nem a localização, só mesmo que fica ali práqueles lados, e sem saber se o Zé lá está sequer, preparamo-nos para partir.
Não sem antes o Papamuros se encostar a uns cactos perto da casa, a que se seguiu uma sessão de "apanha o pico com a pinça" entre o Capitão e o Papamuros, com este ultimo especialmente a mostrar a veia de bebé chorão. Foi uma cena um tanto ou quanto apaneliradazita, com fotos no mínimo, reveladoras.
Monta-se nas motos e segue-se à procura de Sobreiro, para lá de Góis. Foram uns km interessantes, em termos de curvas e paisagem, que aquela zona tem em abundância.
Encontrou-se Sobreira, não se encontrou foi o Zé. Que mais tarde se descobriu que tinmha a casa era na Sobreda. Completamente do outro lado, uns 80km. E que nem sequer estava por lá, estava já em Lisboa...
Salvaram-se umas minis algures numa terreola por ali, e volta-se então a Tábua para ir ter com a Meta.
Mas como é lógico, ninguém sabia ir ter a Tábua, e demos por nós em Oliveira do Hospital, onde pacientemente a avariada Meta foi ter connosco.
Siga para a Toca da Raposa, onde fomos acolhidos espectacularmente, recomendo vivamente uma visita.
Instalação das tendas, com a estreia da Super Tenda que se monta sozinha adquirida por mim e pelo Capitão. Não é o segundo apregoado que demora a montar, mas são poucos mais, bastante menos que os quinze minutos levados pelo casal Poderosa. O suficiente para nos adiantarmos em algumas cervejas.
Segue-se para um jantarito de comida típica, (leia-se pizza), ver a desgraça que foi a bola dos azuis contra os vermelhos. Um Jack Daniels antes do recolher enquanto se decide que no dia seguinte se vai arrancar às sete da manhã até Huesca, outro camping motard a 700km, que fica no nosso (novo) caminho.
O suficiente para se descartar o Gato Lindo, que nem se dignou, depois de tantos dias a combinar, dar uma palavrinha a dizer que afinal não vinha. A vida é assim. Ficamos reduzidos a três motos, por força das circunstâncias, e, no fundo, os três iniciais.
Por enquanto...
À noite, o ataque das melgas assassinas, carnívoras, com vontade de nem deixar os ossos.
Primeiro dia, 365km feitos.
Pouco abaixo dos 1341km programados.
All set and ready to go
Algures a caminho de Tábua, onde encontramos o açúcar
IP3 a caminho da Mita
A nossa desafortunada companheira de viagem e a Inês
A caça aos picos do cacto, tão delicados que eles são
Algures no Sobreiro ou arredores, à procura da Sobreda
________________________
Rui "Ventoinha" Coelho
HDFLSTC '89
XV1100 '93 na Kustomville Kustomworks, em corte e costura
Um motard que conduziu uma Virago será sempre um motard do carago...
"Que um anjo esteja sempre no vosso ombro quando percorrerem o asfalto"
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A Brianna está-me a fazer
Ventoinha- Zero à esquerda
Re: Viagem pelo Sul da Europa 2008
Excelente... continua com o resto que está a ser bastante interessante.
Um abraço.
Um abraço.
Re: Viagem pelo Sul da Europa 2008
Ventoinha escreveu:Sexta-feira, 29 de Agosto de 2008
Viagem: Preliminares
Esya foto é Brutal, lembro-me bem dela
Joao Luis- Já dorme com a moto!
Re: Viagem pelo Sul da Europa 2008
Domingo, 31 de Agosto de 2008
Viagem: Dia 1 - Toca da Raposa -> Soria
Saída programada no máximo para as sete e meia. Capitão acorda para ver que dormiu em cima do telemóvel. Cristais líquidos às cores e um buraco negro onde deveria estar a imagem do ecrã no telemóvel. Primeira baixa, resolvida com um telemóvel que eu eu tinha a mais. Depois de se arrumarem as coisas nas motos, a prova de fogo: fechar as tendas auto-montáveis. Ventoinha, com a sua destreza inigualável, supera o obstáculo, surpreendendo tudo e todos.
Oito e meia estamos a arrancar da Toca da Raposa. Não está muito mal, só uma hora de atraso.... Hoje vai ser um dia bom. O tempo está agradável. Já andámos quase 30km, quando paramos no café central de onde judas perdeu as botas, para sermos informados que o Papamuros deixou a naifa espetada na árvore lá no camping. Porreiro. O gajo volta para trás, dá tempo de beber um cafezito enquanto se espera por ele.
E já agora o pequeno almoço.
E umas lambretas.
E de ver a corrida de 125 do MotoGP.
Porra, o gajo não chega?!
Hora e trocos depois, lá chega, andeu perdido nem sabe bem onde. Ainda deu para ver o Talmaci ganhar a prova, antes de arrancar. São onze e meia. Quatro horas de atraso. Agora sim, estamos a voltar ao normal.
Em Vilar Formoso, paramos para o que pensavamos que iria ser o ultimo café e a ultima cerveja da viagem, que a partir dali ia ser àgua amarela com gás e água de lavar os pés, e tudo a preço de oiro...
Passamos a fronteira, e paramos à uma da tarde num tasco para ver o MotoGP. Chegamos à conclusão de que talvez não fosse pior comprar um mapa para a viagem, just in case...
Depois de ver o Stoner espalhar-se ao comprido e o Rossi ganhar, seguimos viagem com destino ao camping motard de Huesca, logo ali abaixo dos Pirinéus.
Ou tentamos.
Porque o Capitão torna-se o homem do leme, e vai tudo atrás dele... novamente até à fronteira.
Meia volta, e siga novamente no caminho certo. Em princípio.
Ainda antes da paragem seguinte, uma paragem à beira da estrada em que o Ventoinha salva o alforge esquerdo do Papamuros, prestes a arder, está caído sobre o escape. Dejá vu?...
Paragem estratégica em Simancas, para esticar as patas um bocado, e espreitar um bocado as partes medievais da terreola.
Segue-se viagem até Aranda del Duero, onde paramos numa bomba de gasolina abandonada para jantar. Estreiam-se os enlatados da viagem. Não se vê vivalma em lado nenhum. Começa o crepúsculo.
E é então que nos vemos num filme série B do Tarantino. Um a um, Zombies começam a aparecer de todo o lado. Querem-nos comer o cérebro. Vêm do nada, e juntam-se ali ao pé de nós, cada vez em maior número.
...
Afinal não são Zombies.
São velhos. Dezenas de velhos que vieram ninguém sabe de onde. Apareceram do nada. E não parecem querer comer-nos o cérebro.
Pelo sim, pelo não, acabamos de comer e seguimos viagem.
Em Soria, a uns bons 200 e trocos km do destino programado, resolvemos caçar um parque de campismo, que está frio para continuar a andar e o cansaço aperta. Ainda tentamos uma pensãozita de 2 estrelas, mas a €55 por quarto a cair de podre, preferimos o campismo.
Que nem é mau de todo. Montam-se tendas, tenta-se ir beber um Jack Daniels ao bar que fecha no momento em que entramos. Estranho...
À noite, frio descomunal. Se isto continua assim, ainda vou ter que me dar ao trabalho de realmente desembrulhar o saco cama.
555km hoje.
920 km no total.
Menos 460km em dois dias do que aquilo que tinhamos previsto para o primeiro dia.
Nada de estranho.
Salvando alforge
Três motos... ok, duas motos e mais qualquer coisita
Capitão
Papamuros e Inês
Ventoinha
Algures
Simancas
Mais algures
Viagem: Dia 1 - Toca da Raposa -> Soria
Saída programada no máximo para as sete e meia. Capitão acorda para ver que dormiu em cima do telemóvel. Cristais líquidos às cores e um buraco negro onde deveria estar a imagem do ecrã no telemóvel. Primeira baixa, resolvida com um telemóvel que eu eu tinha a mais. Depois de se arrumarem as coisas nas motos, a prova de fogo: fechar as tendas auto-montáveis. Ventoinha, com a sua destreza inigualável, supera o obstáculo, surpreendendo tudo e todos.
Oito e meia estamos a arrancar da Toca da Raposa. Não está muito mal, só uma hora de atraso.... Hoje vai ser um dia bom. O tempo está agradável. Já andámos quase 30km, quando paramos no café central de onde judas perdeu as botas, para sermos informados que o Papamuros deixou a naifa espetada na árvore lá no camping. Porreiro. O gajo volta para trás, dá tempo de beber um cafezito enquanto se espera por ele.
E já agora o pequeno almoço.
E umas lambretas.
E de ver a corrida de 125 do MotoGP.
Porra, o gajo não chega?!
Hora e trocos depois, lá chega, andeu perdido nem sabe bem onde. Ainda deu para ver o Talmaci ganhar a prova, antes de arrancar. São onze e meia. Quatro horas de atraso. Agora sim, estamos a voltar ao normal.
Em Vilar Formoso, paramos para o que pensavamos que iria ser o ultimo café e a ultima cerveja da viagem, que a partir dali ia ser àgua amarela com gás e água de lavar os pés, e tudo a preço de oiro...
Passamos a fronteira, e paramos à uma da tarde num tasco para ver o MotoGP. Chegamos à conclusão de que talvez não fosse pior comprar um mapa para a viagem, just in case...
Depois de ver o Stoner espalhar-se ao comprido e o Rossi ganhar, seguimos viagem com destino ao camping motard de Huesca, logo ali abaixo dos Pirinéus.
Ou tentamos.
Porque o Capitão torna-se o homem do leme, e vai tudo atrás dele... novamente até à fronteira.
Meia volta, e siga novamente no caminho certo. Em princípio.
Ainda antes da paragem seguinte, uma paragem à beira da estrada em que o Ventoinha salva o alforge esquerdo do Papamuros, prestes a arder, está caído sobre o escape. Dejá vu?...
Paragem estratégica em Simancas, para esticar as patas um bocado, e espreitar um bocado as partes medievais da terreola.
Segue-se viagem até Aranda del Duero, onde paramos numa bomba de gasolina abandonada para jantar. Estreiam-se os enlatados da viagem. Não se vê vivalma em lado nenhum. Começa o crepúsculo.
E é então que nos vemos num filme série B do Tarantino. Um a um, Zombies começam a aparecer de todo o lado. Querem-nos comer o cérebro. Vêm do nada, e juntam-se ali ao pé de nós, cada vez em maior número.
...
Afinal não são Zombies.
São velhos. Dezenas de velhos que vieram ninguém sabe de onde. Apareceram do nada. E não parecem querer comer-nos o cérebro.
Pelo sim, pelo não, acabamos de comer e seguimos viagem.
Em Soria, a uns bons 200 e trocos km do destino programado, resolvemos caçar um parque de campismo, que está frio para continuar a andar e o cansaço aperta. Ainda tentamos uma pensãozita de 2 estrelas, mas a €55 por quarto a cair de podre, preferimos o campismo.
Que nem é mau de todo. Montam-se tendas, tenta-se ir beber um Jack Daniels ao bar que fecha no momento em que entramos. Estranho...
À noite, frio descomunal. Se isto continua assim, ainda vou ter que me dar ao trabalho de realmente desembrulhar o saco cama.
555km hoje.
920 km no total.
Menos 460km em dois dias do que aquilo que tinhamos previsto para o primeiro dia.
Nada de estranho.
Salvando alforge
Três motos... ok, duas motos e mais qualquer coisita
Capitão
Papamuros e Inês
Ventoinha
Algures
Simancas
Mais algures
________________________
Rui "Ventoinha" Coelho
HDFLSTC '89
XV1100 '93 na Kustomville Kustomworks, em corte e costura
Um motard que conduziu uma Virago será sempre um motard do carago...
"Que um anjo esteja sempre no vosso ombro quando percorrerem o asfalto"
http://paiventoinha.blogspot.com
A Brianna está-me a fazer
Ventoinha- Zero à esquerda
Re: Viagem pelo Sul da Europa 2008
Segunda-feira, 1 de Setembro de 2008
Viagem: Dia 2 - Soria -> Andorra
Saída prevista para as oito da manhã, como combinado na noite anterior, antes do recolher obrigatório. Ao acordar, dou com a Inês, dedicada, a limpar a mosquitada espanhola das ópticas das motos todas. Houvera de servir para alguma coisa trazer uma mulher na viagem!
Arrumar as trouxas, pequeno almoço, e desiste-se de se marcar metas, já está visto que não dá em nada. Hoje vamos para onde calhar.
Às dez, fazemo-nos à estrada. Melhor, só estamos com duas horas de atraso hoje, isto está a melhorar...
Uns kms à frente, pára-se para atestar as burras, e compra-se uns cafezitos auto-aquecíveis para a viagem, que tanto jeito deram no kuduru do ano passado.
Descanso mal posto, e harley no chão. Fabuloso. Primeira queda da viagem. Que sejam todas assim. Levanta-se, nada de mais, só a precisar de um apertozito na peseira de apoio. Siga a marinha.
Etapa grande, 217km sem parar. Isto promete hoje... Duas horas e trocos sempre a andar, quase até Huesca. Estação de serviço, mais uns enlatados, uma pequena sestazita enquanto a XJ se atesta de óleo. E percebe-se que nos perdemos outra vez, não era para Huesca que queríamos ir, era para Lleida. Nada de anormal. Papamuros começa a ponderar a hipótese de obrar para o objectivo Croácia, e fazer a costa espanhola em vez disso. A hipótese esvai-se em fumo rapidamente, e decide-se destino de hoje: Carcassonne. Volta-se uns kms para trás, e siga pa bingo.
Como nota, refira-se que até agora a Harley tem sido a mais poupadinha, a fazer 5l aos 100.
A meio caminho de Lleida, saltam os óculos de aviador do Capitão, ficaram algures no deserto espanhol. O que inviabiliza para já viajar de noite. Isso descobre-se numa paragem para atestar e descansar, que está um sol abrasador, contrariamente às espectativas de chuva vaticinadas. Trinca-se mais qualquer coisa, bebem-se umas coisas parecidas com cerveja, e siga.
Passa-se por Lleida, com um sol a torrar. É uma cidadezita com piada, e vê-se que entrámos na Catalunha... tudo deixa de estar escrito em espanhol, é só catalão por todo o lado, placas, anuncios, tudo.
Na ultima paragem para atestar, a meia duzia de km de Andorra, decide-se mesmo ficar por ali, Andorra. Segue-se caminho, e encontramos já no início dos Pirinéus, à beira da estrada, um Museu da Moto. Espectáculo, qualquwr coisa para ver, parece bem porreiro!!!
Fechou há quinze minutos.
Para não variar.
Siga.
Começa então realmente a viagem a valer a pena pelas estradas. Principalmente logo a seguir a Organya. Uma estrada fabulosa, com curvas porreiríssimas, que deu um gozo enorme fazer, quase até Andorra. Passar os Pirinéus pela primeira vez é um espectáculo, as paisagens são deslumbrantes, e as estradas do melhor.
Chegamos a Andorra ao anoitecer, a tempo de encontrar um camping a 15 euritos. Menos mal. Tenda automontável para mim e o Capitão, mais 15 minutos para o casal maravilha montar a deles. Morfes de enlatados, com misturas, e nova receita de migas com atum e salsicha com bacon à lá Ventoinha. Um must.
Surpresa da noite quando saímos à procura de um tasco para afogar a viagem: o Bar L'Amic. É de tugas, e com coisas tugas. Saem meia duzia de minis pró balcão, super bock, espectáculo!
Uns dedos de conversa, umas minis no bucho, xixi, cama.
Decide-se acordar amanhã mais tarde, às dez, passar a manhã em Andorra nas compras, e seguir logo a seguir ao almoço para Carcassonne, que não é assim tão longe como isso.
Hoje fizeram-se 505km.
1425km no total.
Ao terceiro dia de viagem já conseguimos fazer mais do que era suposto termos feito no primeiro dia.
Acordar bem disposto pela manhã
Almoço dos guerreiros
Almoço do outro guerreiro
Para onde vamos? De onde vimos? Onde estamos?
Óleo na XJ, como seria de esperar...
O descanso merecido do Guerreiro
Pirinéus ao longe
Foto artística
Outra foto artística
Para onde vamos? De onde vimos? Quem somos? Onde estamos?
Porque é que eu pareço deficiente? (N.B.: If it walks like a duck...)
Barragem quase à chegada a Andorra
Exercício de Narcisismo
Os Pirinéus já aqui à porta
Viagem: Dia 2 - Soria -> Andorra
Saída prevista para as oito da manhã, como combinado na noite anterior, antes do recolher obrigatório. Ao acordar, dou com a Inês, dedicada, a limpar a mosquitada espanhola das ópticas das motos todas. Houvera de servir para alguma coisa trazer uma mulher na viagem!
Arrumar as trouxas, pequeno almoço, e desiste-se de se marcar metas, já está visto que não dá em nada. Hoje vamos para onde calhar.
Às dez, fazemo-nos à estrada. Melhor, só estamos com duas horas de atraso hoje, isto está a melhorar...
Uns kms à frente, pára-se para atestar as burras, e compra-se uns cafezitos auto-aquecíveis para a viagem, que tanto jeito deram no kuduru do ano passado.
Descanso mal posto, e harley no chão. Fabuloso. Primeira queda da viagem. Que sejam todas assim. Levanta-se, nada de mais, só a precisar de um apertozito na peseira de apoio. Siga a marinha.
Etapa grande, 217km sem parar. Isto promete hoje... Duas horas e trocos sempre a andar, quase até Huesca. Estação de serviço, mais uns enlatados, uma pequena sestazita enquanto a XJ se atesta de óleo. E percebe-se que nos perdemos outra vez, não era para Huesca que queríamos ir, era para Lleida. Nada de anormal. Papamuros começa a ponderar a hipótese de obrar para o objectivo Croácia, e fazer a costa espanhola em vez disso. A hipótese esvai-se em fumo rapidamente, e decide-se destino de hoje: Carcassonne. Volta-se uns kms para trás, e siga pa bingo.
Como nota, refira-se que até agora a Harley tem sido a mais poupadinha, a fazer 5l aos 100.
A meio caminho de Lleida, saltam os óculos de aviador do Capitão, ficaram algures no deserto espanhol. O que inviabiliza para já viajar de noite. Isso descobre-se numa paragem para atestar e descansar, que está um sol abrasador, contrariamente às espectativas de chuva vaticinadas. Trinca-se mais qualquer coisa, bebem-se umas coisas parecidas com cerveja, e siga.
Passa-se por Lleida, com um sol a torrar. É uma cidadezita com piada, e vê-se que entrámos na Catalunha... tudo deixa de estar escrito em espanhol, é só catalão por todo o lado, placas, anuncios, tudo.
Na ultima paragem para atestar, a meia duzia de km de Andorra, decide-se mesmo ficar por ali, Andorra. Segue-se caminho, e encontramos já no início dos Pirinéus, à beira da estrada, um Museu da Moto. Espectáculo, qualquwr coisa para ver, parece bem porreiro!!!
Fechou há quinze minutos.
Para não variar.
Siga.
Começa então realmente a viagem a valer a pena pelas estradas. Principalmente logo a seguir a Organya. Uma estrada fabulosa, com curvas porreiríssimas, que deu um gozo enorme fazer, quase até Andorra. Passar os Pirinéus pela primeira vez é um espectáculo, as paisagens são deslumbrantes, e as estradas do melhor.
Chegamos a Andorra ao anoitecer, a tempo de encontrar um camping a 15 euritos. Menos mal. Tenda automontável para mim e o Capitão, mais 15 minutos para o casal maravilha montar a deles. Morfes de enlatados, com misturas, e nova receita de migas com atum e salsicha com bacon à lá Ventoinha. Um must.
Surpresa da noite quando saímos à procura de um tasco para afogar a viagem: o Bar L'Amic. É de tugas, e com coisas tugas. Saem meia duzia de minis pró balcão, super bock, espectáculo!
Uns dedos de conversa, umas minis no bucho, xixi, cama.
Decide-se acordar amanhã mais tarde, às dez, passar a manhã em Andorra nas compras, e seguir logo a seguir ao almoço para Carcassonne, que não é assim tão longe como isso.
Hoje fizeram-se 505km.
1425km no total.
Ao terceiro dia de viagem já conseguimos fazer mais do que era suposto termos feito no primeiro dia.
Acordar bem disposto pela manhã
Almoço dos guerreiros
Almoço do outro guerreiro
Para onde vamos? De onde vimos? Onde estamos?
Óleo na XJ, como seria de esperar...
O descanso merecido do Guerreiro
Pirinéus ao longe
Foto artística
Outra foto artística
Para onde vamos? De onde vimos? Quem somos? Onde estamos?
Porque é que eu pareço deficiente? (N.B.: If it walks like a duck...)
Barragem quase à chegada a Andorra
Exercício de Narcisismo
Os Pirinéus já aqui à porta
________________________
Rui "Ventoinha" Coelho
HDFLSTC '89
XV1100 '93 na Kustomville Kustomworks, em corte e costura
Um motard que conduziu uma Virago será sempre um motard do carago...
"Que um anjo esteja sempre no vosso ombro quando percorrerem o asfalto"
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A Brianna está-me a fazer
Ventoinha- Zero à esquerda
Re: Viagem pelo Sul da Europa 2008
Terça-feira, 2 de Setembro de 2008
Viagem: Dia 3 - Andorra -> Carcassonne
E no quarto dia, acorda-se pela primeira vez mais cedo do que o previsto. Bom presságio. Nove da matina, tudo a pé. Desce-se ao supermercado do camping para fazer umas compritas pró caminho.
Volta-se às tendas porque ninguém levou dinheiro.
Desce-se ao supermercado para fazer umas compritas pró caminho parte II.
Siga até ao L'Amic para um café Delta, uma mini Super Bock e um favaios, agora é que é de vez, apreciar boas coisas tugas antes de seguir viagem. Na TV, descobre-se que em Lleida estão chuvas torrenciais, e caíu uma tromba d'água, que deixou um rasto de destruição por onde passou. Ontem passámos por lá com um sol impecável, a torrar, mesmo... É o aviso de que a tempestade persegue-nos de perto, um aviso para o que estava para vir um bocadito mais tarde.
Manhã em Andorra, a dar um giro e abastecer de cousitas maibaratas que na tugalândia.
On a sidenote, o funcionamento do TeleGPS, sempre impecável.
Numa rua obscura de Andorra, liga-se ao Coño, a saber onde ficam os Armazéns Pirinéus. Digo que acabei de passar o Restaurante Ponte de Lima, ao que ele me responde, de Lisboa, que tenho que subir a rua, virar já não malembro bem adonde, depois segunda à esquerda, etc e coiso. enfim, funcionou, e lá fomos dar com aquilo, com as indicações precisas e preciosas.
Volta-se ao camping, com o intuito de trincar qualquer cousa rápido, e arrancar, que a aguita do céu parece que vem aí, e é melhor dar de fuga o quanto antes.
Mas o quanto antes demora mais do que devia, entre morfes e palhaçadas, e começa mesmo a pingar, forte. O aviso de Lleida não serviu para nada. Foi só meia horita que estivemos à espera que parasse, e aprendemos a lição.... ou não. Duas e meia, arrancamos, com paragem prevista em Paz de La Casa para compritas de ultima hora.
Pelo meio, para-se numa loja de motos à procura de uns óculos para o Capitão, não há, e mandam-nos para uma loja da Harley uns km mais abaixo. Não convencidos de lá encontrar nenhuma pechincha, lá vamos. Confirma-se à chegada: €190 por um par de óculos. Estes gajos das harleys andam como as motos... perderam muitos parafusos pelo caminho, concerteza!!!
Ainda por cima, com o tempo perdido, a chuva apanha-nos outra vez. Siga para Paz de la Casa outra vez.
Conselho: Há a possibilidade de ir para Paz de la Casa por túnel, ou pelas montanhas. Por túnel ganha-se uma horita ou mais, talvez. Nós escolhemos as montanhas. Eu aconselho toda a gente a escolher as montanhas, porque apesar de ser um percurso algo complicado, apesar de divertido, é de uma beleza fantástica, a estrada, e a vista lá de cima.
Aí se pára, aí se encontram uns óculos de aviador para o Capitão poder navegar de noite, aí se ri a bandeiras despregadas (já agora, porquê das bandeiras despregadas? de onde vem isto? o que tem o facto de uma, ou várias, neste caso, bandeiras sem pregos a ver com o riso? para pensar, noutra altura, e escrever uma tese sobre isso...) a ver um canito que não era tão canito assim entrar numa loja de motos e aliviar-se solidamente (leia-se: largar um castanho) dentro da loja. E ver uma mulher agarrar num papel, e agarrar no castanho, e durante alguns minutos andar rua acima rua abaixo com o presente na mão, aparentemente sem saber o que fazer com aquilo.
Aí se atestam as burras com gasolina a 1.11. Ah era tão bom que cá fosse assim também...
Quatro e meia atravessamos a fronteira, sem qualquer revisão alfandegária, apesar de eles andarem por ali em força. Vacas mesmo à beira da estrada (vacas, mesmo, não das vacas que depois vi na volta à entrada de Espanha, mas isso é lá mais prá frente), a olhar os veículos a passar, mesmo encostadas aos rails.
Andorra deixa saudades, nunca lá tinha ido, e adorei a beleza natural daquilo. Fiquei fã de solo montanhoso.
Estrada dos Pirinéus franceses, outra delícia... Curvas, paisagem, asfalto, tudo muito bom, para mais uma horita ou duas de condução divertida.
Encontra-se um McDonald's, e para-se para uma refeição quente, que já não se tinha há uns dias, e descansar um bocadito.
Anda-se mais um pouco por terreolas tudo com aspecto medieval, até chegarmos ao expoente máximo da zona, em Carcassonne, por volta das oito e meia da noite. À chegada, a vista do castelo assombra-nos e deixa-nos sem fôlego. Está espectacular. Um camping porreirinho, barato, monta-se as tendas, e siga até ao castelo para umas fresquinhas, um poker de dados, em que a unica mulher do bando arrasa com a competição.
Novamente se fala em voltar para trás, e descer a costa espanhola. Continuo a insistir que se siga em frente, e decide-se ir até ao Mónaco no dia seguinte, com a plena convicção de que se chegarmos a Marselha já é muito, depois de uma manhã passada no castelo.
À saída, Ventoinha tem um ataque de riso e quase morre sufocado. Pouco depois, Capitão sobe um monte ingreme com a promessa de uma cerveja pelo Papamuros. Ao descer, perde-a, se não quiser ir a pé para o camping, já que deixou lá a moto e veio à minha pendura. Teve que a pagar para poder ir de cu tremido.
Assim que saímos do castelo, apagam-se todas as luzes. Fomos despejados, ou estavam só à espera que saíssemos? Isto são meia noite e trocos.
Hoje fizemos a espectacularidade de 227km.
Totaliza 1652km.
De notar que pela primeira vez na viagem, e ultima, cumprimos em grupo o objectivo a que nos propusemos.
Camping fun
Exercício de narcisismo, com a ponta do nariz preta
Dilúvio em Lleida, onde passámos ontem com sol fantástico
O filme? O Capitão Gancho
Saída de andorra, com os pinguços a começar a ameaçar
Gasosa a preço de chuva
Uma das terreolas medievais, já em França
Viagem: Dia 3 - Andorra -> Carcassonne
E no quarto dia, acorda-se pela primeira vez mais cedo do que o previsto. Bom presságio. Nove da matina, tudo a pé. Desce-se ao supermercado do camping para fazer umas compritas pró caminho.
Volta-se às tendas porque ninguém levou dinheiro.
Desce-se ao supermercado para fazer umas compritas pró caminho parte II.
Siga até ao L'Amic para um café Delta, uma mini Super Bock e um favaios, agora é que é de vez, apreciar boas coisas tugas antes de seguir viagem. Na TV, descobre-se que em Lleida estão chuvas torrenciais, e caíu uma tromba d'água, que deixou um rasto de destruição por onde passou. Ontem passámos por lá com um sol impecável, a torrar, mesmo... É o aviso de que a tempestade persegue-nos de perto, um aviso para o que estava para vir um bocadito mais tarde.
Manhã em Andorra, a dar um giro e abastecer de cousitas maibaratas que na tugalândia.
On a sidenote, o funcionamento do TeleGPS, sempre impecável.
Numa rua obscura de Andorra, liga-se ao Coño, a saber onde ficam os Armazéns Pirinéus. Digo que acabei de passar o Restaurante Ponte de Lima, ao que ele me responde, de Lisboa, que tenho que subir a rua, virar já não malembro bem adonde, depois segunda à esquerda, etc e coiso. enfim, funcionou, e lá fomos dar com aquilo, com as indicações precisas e preciosas.
Volta-se ao camping, com o intuito de trincar qualquer cousa rápido, e arrancar, que a aguita do céu parece que vem aí, e é melhor dar de fuga o quanto antes.
Mas o quanto antes demora mais do que devia, entre morfes e palhaçadas, e começa mesmo a pingar, forte. O aviso de Lleida não serviu para nada. Foi só meia horita que estivemos à espera que parasse, e aprendemos a lição.... ou não. Duas e meia, arrancamos, com paragem prevista em Paz de La Casa para compritas de ultima hora.
Pelo meio, para-se numa loja de motos à procura de uns óculos para o Capitão, não há, e mandam-nos para uma loja da Harley uns km mais abaixo. Não convencidos de lá encontrar nenhuma pechincha, lá vamos. Confirma-se à chegada: €190 por um par de óculos. Estes gajos das harleys andam como as motos... perderam muitos parafusos pelo caminho, concerteza!!!
Ainda por cima, com o tempo perdido, a chuva apanha-nos outra vez. Siga para Paz de la Casa outra vez.
Conselho: Há a possibilidade de ir para Paz de la Casa por túnel, ou pelas montanhas. Por túnel ganha-se uma horita ou mais, talvez. Nós escolhemos as montanhas. Eu aconselho toda a gente a escolher as montanhas, porque apesar de ser um percurso algo complicado, apesar de divertido, é de uma beleza fantástica, a estrada, e a vista lá de cima.
Aí se pára, aí se encontram uns óculos de aviador para o Capitão poder navegar de noite, aí se ri a bandeiras despregadas (já agora, porquê das bandeiras despregadas? de onde vem isto? o que tem o facto de uma, ou várias, neste caso, bandeiras sem pregos a ver com o riso? para pensar, noutra altura, e escrever uma tese sobre isso...) a ver um canito que não era tão canito assim entrar numa loja de motos e aliviar-se solidamente (leia-se: largar um castanho) dentro da loja. E ver uma mulher agarrar num papel, e agarrar no castanho, e durante alguns minutos andar rua acima rua abaixo com o presente na mão, aparentemente sem saber o que fazer com aquilo.
Aí se atestam as burras com gasolina a 1.11. Ah era tão bom que cá fosse assim também...
Quatro e meia atravessamos a fronteira, sem qualquer revisão alfandegária, apesar de eles andarem por ali em força. Vacas mesmo à beira da estrada (vacas, mesmo, não das vacas que depois vi na volta à entrada de Espanha, mas isso é lá mais prá frente), a olhar os veículos a passar, mesmo encostadas aos rails.
Andorra deixa saudades, nunca lá tinha ido, e adorei a beleza natural daquilo. Fiquei fã de solo montanhoso.
Estrada dos Pirinéus franceses, outra delícia... Curvas, paisagem, asfalto, tudo muito bom, para mais uma horita ou duas de condução divertida.
Encontra-se um McDonald's, e para-se para uma refeição quente, que já não se tinha há uns dias, e descansar um bocadito.
Anda-se mais um pouco por terreolas tudo com aspecto medieval, até chegarmos ao expoente máximo da zona, em Carcassonne, por volta das oito e meia da noite. À chegada, a vista do castelo assombra-nos e deixa-nos sem fôlego. Está espectacular. Um camping porreirinho, barato, monta-se as tendas, e siga até ao castelo para umas fresquinhas, um poker de dados, em que a unica mulher do bando arrasa com a competição.
Novamente se fala em voltar para trás, e descer a costa espanhola. Continuo a insistir que se siga em frente, e decide-se ir até ao Mónaco no dia seguinte, com a plena convicção de que se chegarmos a Marselha já é muito, depois de uma manhã passada no castelo.
À saída, Ventoinha tem um ataque de riso e quase morre sufocado. Pouco depois, Capitão sobe um monte ingreme com a promessa de uma cerveja pelo Papamuros. Ao descer, perde-a, se não quiser ir a pé para o camping, já que deixou lá a moto e veio à minha pendura. Teve que a pagar para poder ir de cu tremido.
Assim que saímos do castelo, apagam-se todas as luzes. Fomos despejados, ou estavam só à espera que saíssemos? Isto são meia noite e trocos.
Hoje fizemos a espectacularidade de 227km.
Totaliza 1652km.
De notar que pela primeira vez na viagem, e ultima, cumprimos em grupo o objectivo a que nos propusemos.
Camping fun
Exercício de narcisismo, com a ponta do nariz preta
Dilúvio em Lleida, onde passámos ontem com sol fantástico
O filme? O Capitão Gancho
Saída de andorra, com os pinguços a começar a ameaçar
Gasosa a preço de chuva
Uma das terreolas medievais, já em França
________________________
Rui "Ventoinha" Coelho
HDFLSTC '89
XV1100 '93 na Kustomville Kustomworks, em corte e costura
Um motard que conduziu uma Virago será sempre um motard do carago...
"Que um anjo esteja sempre no vosso ombro quando percorrerem o asfalto"
http://paiventoinha.blogspot.com
A Brianna está-me a fazer
Ventoinha- Zero à esquerda
Re: Viagem pelo Sul da Europa 2008
Ventoinha, boas!
Espectaculo ou espetaculo (já não sei bem)
Esta crónica corre o risco de ficar nos anais do MD
Mais um
Abraço e boas curvas!!
Espectaculo ou espetaculo (já não sei bem)
Esta crónica corre o risco de ficar nos anais do MD
Mais um
Abraço e boas curvas!!
Zecacbr- Já conduz... mal!
Re: Viagem pelo Sul da Europa 2008
Quarta-feira, 3 de Setembro de 2008
Viagem: Dia 4 - Carcassonne -> Marselha
Primeira noite porreira num camping, sem frio de maior ou melgas. Acorda-se já relativamente tarde, umas dez horas, e já o resto do pessoal está a pé, o casalito já foi inclusivé visitar o castelo e anda por lá.
Refresca-se a sovaqueira, e ala para o castelo dar uma voltinha. Aquilo é realmente lindo, tudo por dentro, um Óbidos ao cubo, mais cuidado, mas também mais turístico. Muito Hans Christian anderson. O Castelo dentro e fora faz-nos pensar que estamos em Camelot. Lojas onde me perco, cheias de figuras e armas medievais, e se pudesse levava tudo.
Limito-me a uma espada de uma espécie de esferovite cor de rosa para a piquena, e para mim, uma réplica de uma espada do Séc XII, bem afiada, que dá um aspecto porreiro posteriormente na moto, na viagem. Mais umas voltas por dentro das muralhas, e abanca-se numa esplanada a beber umas loiras, e a decidir o próximo destino. De Lisboa vêm notícias algo alarmantes. Podemos seguir em frente, como previsto, e iremos apanhar tempestade e trovoada. Ou podemos voltar para trás e fazer a costa espanhola, e apanhar trovoada e tempestade. À novamente equacionada hipótese de voltar para trás, segue-se em frente.
Desce-se do castelo em direcção às motos, não sem antes passar à beira das muralhas do castelo para apanhar amoras, que por lá havia em abundância, para o almoço.
Passa um comboio turistico, e a malta mete-se a fazer um duelo à beira da estrada, com a espada réplica e a espada cor de rosa, com o Papamuros a relatar para os turistas "And on your left side now, you can see a medieval sword fight". Um sucesso fotográfico para o pessoal no comboio.
Duas da tarde, já no camping, almoça-se, improvisando novas receitas de enlatado. Uma pequena sestazita, que o calor e a barriga cheia estavam a convidar, e às três e meia ala que é cardoso.
Para sair de Carcassonne, menos mal, foi só uma meia horita, debaixo de um sol ardente, que não adivinhava nada chuva nenhuma.
Mas depois, mais 50km à frente, começam os primeiros borrifos. Receosos, os valentes param para vestir os fatos de chuva. Menos eu, convicto que vestir o fato de chuva dava muito trabalho e ia ser uma perda de tempo. No final do dia, alguém ia ter razão.
Certo é que um bocado mais à frente, o calor abrasador faz-se sentir outra vez, e os fatos de chuva não ajudavam grande coisa a dissipá-lo, para gáudio do gajo que não ouviu os conselhos dos outros.
A meio caminho, em algures, uma terra de sonho, para a a qual ainda estivemos tentados a fazer um desvio, mas decidimos mantermo-nos no plano original (do dia, que o original mesmo que demorou tantos meses a fazer foi às favas ainda antes de arrancar com as motos no primeiro dia). Atravessamos o sul de França sempre por nacionais, atravessando terreola atrás de terreola, por estradas bem conservadas, na sua maioria, e bem bonitas. Vêem-se motos por todo o lado, todos practicamente sem excepção cumprimentam, coisa que há muito se perdeu em terras portuguesas, e os automobilistas facilitam a passagem constantemente, e com agrado. O país mais civilizado em relação a motos por onde passei, sem duvida.
Em Montpellier, visto o avançado da hora, decidimos ir pela AE até Marselha, a ver se não ficamos apeados.
Continuamos pela nacional.
Perdemo-nos em Algures.
Voltamos para trás para outro Algures.
Sem saber como, lá chegamos a Nimes, e aí, apanhamos a AE. Mas fazemos uns 20km, e desistimos de AE, seguimos pela nacional.
É noite já quando chegamos a Marselha, e a saída que escolhemos para entrar não terá sido talvez a mais feliz. Damos por nós algures numa mistura entre Casal Ventoso, Picheleira e Martim Moniz de Marselha, sem saber como sair dali.
Uns km mais à frente, Polícia. Porreiro, ali concerteza em segurança conseguimos alguma informação.
Passamos discreta e rapidamente pelo posto, quando vejo que está fechado e completamente vandalizado. Muito acolhedora, esta cidade...
Mais à frente ainda, o quartel dos bombeiros, menos mal, está aberto. São onze da noite, paramos as motos à entrada para ir tentar falar com eles (leia-se: mandar a Inês falar com eles, que é a unica que fala francês).
Dentro do quartel, andam feitos malucos a fazer stunt riding com as motos dos bombeiros.
De repente, tocam as sirenes, e saem disparados dois camiões dos bombeiros de dentro do quartel. Por precaução, desviamos as motos o mais possível, antes que sejam atropeladas.
Consegue-se finalmente chegar à conversa com os bombeiros. Ao perceber que somos portugueses, um deles ilumina o rosto, afirmando que sabe falar português.
Alto e bom som, exclama "car****!". E pronto, o seu vocabulário luso limita-se a essa palavra. Já não é mau.
Informam-nos que camping por ali é mais do tipo esquece lá isso, não existe, e o mais perto fica a 30km... para trás.
Porreiro.
Com o avançar da hora, havemos de ter uma sorte fabulosa.
A tentar sair, o Papamuros finalmenmte consegue fazer o que tentava desde quase o início da viagem: fornicar o alforge, mas desta vez, com ajuda da mota do Capitão. Remenda-se o que se pode, e siga para Carry.
Carry é uma pequena vila à beira-mar plantada, turística, com parque de campismo, vários hotéis e motéis, uma marina, um jardim bonito, um bar medieval porreirinho.
Pena é que às dez tudo fecha, menos o jardim e o bar, que dura até às três.
Isso descobre-se depois de várias voltas por Carry à procura de sítio para dormir.
Acaba-se por se decidir pelo jardim, que até tem uns banquinhos de pedra com aspecto confortável e fofinho.
Afogam-se as mágoas do dia no bar, o Carry The King, conhecemos o Claude, o bêbado lá da terra, que nos paga os copos, e tenta conversar connosco (tenta, porque a comunicação foi practicamente inexistente, não por falta de insistência da parte dele ou vontade nossa... mas se francês já é mais ou menos difícil de entender para nós, francês enrolado é pior ainda).
Sem jantar, que entretanto nos esquecemos dele, enfraquecidos pelo cansaço, e duas canecas e trocos para cada um, foi o suficiente para todos apanharem uma bubadeira, que acabou por dar para a parvoeira. Os pormenores ficaram um pouco perdidos, mas as gargalhadas corriam soltas nas gargantas dos aventureiros.
O bar fecha quando finalmente nos conseguem expulsar por volta das três e trocos da matina. Aquele jardim está bastante mais acolhedor agora do que parecia há umas duas horas atrás.
O casalito esperto resolve ficar nos bancos do jardim, enquanto eu e o Capitão armados em espertos resolvemos ficar na relva bem mais apelativa.
Capitão adormece sentado.
Eu acordo passado uma hora, por causa do efeito diurético do sumo de cevada. Enquanto trato do assunto, começo a ouvir uns sons esquisitos, algo metálicos, na noite: "Tchk.... Tchk.... Tchk..Tchk..TchkTchkTchkTchk........"
Porra.
Acordo o Capitão a pontapé, e salvo-o mesmo à ultima da hora.
Raispartóraio dos regadores.
Resto da noite no banco de jardim, a sonhar com os anjos, e a rezar para não acordar com as costas partidas.
Hoje fizeram-se 397km, muitos deles às voltas em Carry e Marselha à procura de poiso.
No total vamos com 2049km.
E havia de ser o "nosso" ultimo total.
Carcassonne, de espada cor de rosinha
Carcassonne, curiosidades
Carcassonne, apanha da amora
Carcassonne, apanha da amora com instrumentos próprios
Mais Carcassonne, à espera do comboio dos turistas
Excalibur
Stretching.... ou pelo menos, quero acreditar que sim...
Vai chover, é melhor meter o fato de chuva
Vai chover, é melhor meter o fato de chuva...
Vai chover?! Vai tu!!! Quem és tu para me mandar ir chover?!
Ameaço de chuva a caminho
Bela terra à qual ainda poderámos uma visita
Capitão Zarolho, menos mal, que estes óculos, que já eram os segundos, ainda tiveram arranjo
Nacional, em Algures, até Marselha
O tasco em Carry
O tasco em Carry
O sorriso com que correram connosco do tasco
Ele não está a mandar mensagens... Ele adormeceu assim.
Os vagabundos, na cama fofinha dessa noite
O outro vagabundo a quem salvei a pele ao pontapé
Viagem: Dia 4 - Carcassonne -> Marselha
Primeira noite porreira num camping, sem frio de maior ou melgas. Acorda-se já relativamente tarde, umas dez horas, e já o resto do pessoal está a pé, o casalito já foi inclusivé visitar o castelo e anda por lá.
Refresca-se a sovaqueira, e ala para o castelo dar uma voltinha. Aquilo é realmente lindo, tudo por dentro, um Óbidos ao cubo, mais cuidado, mas também mais turístico. Muito Hans Christian anderson. O Castelo dentro e fora faz-nos pensar que estamos em Camelot. Lojas onde me perco, cheias de figuras e armas medievais, e se pudesse levava tudo.
Limito-me a uma espada de uma espécie de esferovite cor de rosa para a piquena, e para mim, uma réplica de uma espada do Séc XII, bem afiada, que dá um aspecto porreiro posteriormente na moto, na viagem. Mais umas voltas por dentro das muralhas, e abanca-se numa esplanada a beber umas loiras, e a decidir o próximo destino. De Lisboa vêm notícias algo alarmantes. Podemos seguir em frente, como previsto, e iremos apanhar tempestade e trovoada. Ou podemos voltar para trás e fazer a costa espanhola, e apanhar trovoada e tempestade. À novamente equacionada hipótese de voltar para trás, segue-se em frente.
Desce-se do castelo em direcção às motos, não sem antes passar à beira das muralhas do castelo para apanhar amoras, que por lá havia em abundância, para o almoço.
Passa um comboio turistico, e a malta mete-se a fazer um duelo à beira da estrada, com a espada réplica e a espada cor de rosa, com o Papamuros a relatar para os turistas "And on your left side now, you can see a medieval sword fight". Um sucesso fotográfico para o pessoal no comboio.
Duas da tarde, já no camping, almoça-se, improvisando novas receitas de enlatado. Uma pequena sestazita, que o calor e a barriga cheia estavam a convidar, e às três e meia ala que é cardoso.
Para sair de Carcassonne, menos mal, foi só uma meia horita, debaixo de um sol ardente, que não adivinhava nada chuva nenhuma.
Mas depois, mais 50km à frente, começam os primeiros borrifos. Receosos, os valentes param para vestir os fatos de chuva. Menos eu, convicto que vestir o fato de chuva dava muito trabalho e ia ser uma perda de tempo. No final do dia, alguém ia ter razão.
Certo é que um bocado mais à frente, o calor abrasador faz-se sentir outra vez, e os fatos de chuva não ajudavam grande coisa a dissipá-lo, para gáudio do gajo que não ouviu os conselhos dos outros.
A meio caminho, em algures, uma terra de sonho, para a a qual ainda estivemos tentados a fazer um desvio, mas decidimos mantermo-nos no plano original (do dia, que o original mesmo que demorou tantos meses a fazer foi às favas ainda antes de arrancar com as motos no primeiro dia). Atravessamos o sul de França sempre por nacionais, atravessando terreola atrás de terreola, por estradas bem conservadas, na sua maioria, e bem bonitas. Vêem-se motos por todo o lado, todos practicamente sem excepção cumprimentam, coisa que há muito se perdeu em terras portuguesas, e os automobilistas facilitam a passagem constantemente, e com agrado. O país mais civilizado em relação a motos por onde passei, sem duvida.
Em Montpellier, visto o avançado da hora, decidimos ir pela AE até Marselha, a ver se não ficamos apeados.
Continuamos pela nacional.
Perdemo-nos em Algures.
Voltamos para trás para outro Algures.
Sem saber como, lá chegamos a Nimes, e aí, apanhamos a AE. Mas fazemos uns 20km, e desistimos de AE, seguimos pela nacional.
É noite já quando chegamos a Marselha, e a saída que escolhemos para entrar não terá sido talvez a mais feliz. Damos por nós algures numa mistura entre Casal Ventoso, Picheleira e Martim Moniz de Marselha, sem saber como sair dali.
Uns km mais à frente, Polícia. Porreiro, ali concerteza em segurança conseguimos alguma informação.
Passamos discreta e rapidamente pelo posto, quando vejo que está fechado e completamente vandalizado. Muito acolhedora, esta cidade...
Mais à frente ainda, o quartel dos bombeiros, menos mal, está aberto. São onze da noite, paramos as motos à entrada para ir tentar falar com eles (leia-se: mandar a Inês falar com eles, que é a unica que fala francês).
Dentro do quartel, andam feitos malucos a fazer stunt riding com as motos dos bombeiros.
De repente, tocam as sirenes, e saem disparados dois camiões dos bombeiros de dentro do quartel. Por precaução, desviamos as motos o mais possível, antes que sejam atropeladas.
Consegue-se finalmente chegar à conversa com os bombeiros. Ao perceber que somos portugueses, um deles ilumina o rosto, afirmando que sabe falar português.
Alto e bom som, exclama "car****!". E pronto, o seu vocabulário luso limita-se a essa palavra. Já não é mau.
Informam-nos que camping por ali é mais do tipo esquece lá isso, não existe, e o mais perto fica a 30km... para trás.
Porreiro.
Com o avançar da hora, havemos de ter uma sorte fabulosa.
A tentar sair, o Papamuros finalmenmte consegue fazer o que tentava desde quase o início da viagem: fornicar o alforge, mas desta vez, com ajuda da mota do Capitão. Remenda-se o que se pode, e siga para Carry.
Carry é uma pequena vila à beira-mar plantada, turística, com parque de campismo, vários hotéis e motéis, uma marina, um jardim bonito, um bar medieval porreirinho.
Pena é que às dez tudo fecha, menos o jardim e o bar, que dura até às três.
Isso descobre-se depois de várias voltas por Carry à procura de sítio para dormir.
Acaba-se por se decidir pelo jardim, que até tem uns banquinhos de pedra com aspecto confortável e fofinho.
Afogam-se as mágoas do dia no bar, o Carry The King, conhecemos o Claude, o bêbado lá da terra, que nos paga os copos, e tenta conversar connosco (tenta, porque a comunicação foi practicamente inexistente, não por falta de insistência da parte dele ou vontade nossa... mas se francês já é mais ou menos difícil de entender para nós, francês enrolado é pior ainda).
Sem jantar, que entretanto nos esquecemos dele, enfraquecidos pelo cansaço, e duas canecas e trocos para cada um, foi o suficiente para todos apanharem uma bubadeira, que acabou por dar para a parvoeira. Os pormenores ficaram um pouco perdidos, mas as gargalhadas corriam soltas nas gargantas dos aventureiros.
O bar fecha quando finalmente nos conseguem expulsar por volta das três e trocos da matina. Aquele jardim está bastante mais acolhedor agora do que parecia há umas duas horas atrás.
O casalito esperto resolve ficar nos bancos do jardim, enquanto eu e o Capitão armados em espertos resolvemos ficar na relva bem mais apelativa.
Capitão adormece sentado.
Eu acordo passado uma hora, por causa do efeito diurético do sumo de cevada. Enquanto trato do assunto, começo a ouvir uns sons esquisitos, algo metálicos, na noite: "Tchk.... Tchk.... Tchk..Tchk..TchkTchkTchkTchk........"
Porra.
Acordo o Capitão a pontapé, e salvo-o mesmo à ultima da hora.
Raispartóraio dos regadores.
Resto da noite no banco de jardim, a sonhar com os anjos, e a rezar para não acordar com as costas partidas.
Hoje fizeram-se 397km, muitos deles às voltas em Carry e Marselha à procura de poiso.
No total vamos com 2049km.
E havia de ser o "nosso" ultimo total.
Carcassonne, de espada cor de rosinha
Carcassonne, curiosidades
Carcassonne, apanha da amora
Carcassonne, apanha da amora com instrumentos próprios
Mais Carcassonne, à espera do comboio dos turistas
Excalibur
Stretching.... ou pelo menos, quero acreditar que sim...
Vai chover, é melhor meter o fato de chuva
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Vai chover?! Vai tu!!! Quem és tu para me mandar ir chover?!
Ameaço de chuva a caminho
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Capitão Zarolho, menos mal, que estes óculos, que já eram os segundos, ainda tiveram arranjo
Nacional, em Algures, até Marselha
O tasco em Carry
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Os vagabundos, na cama fofinha dessa noite
O outro vagabundo a quem salvei a pele ao pontapé
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Rui "Ventoinha" Coelho
HDFLSTC '89
XV1100 '93 na Kustomville Kustomworks, em corte e costura
Um motard que conduziu uma Virago será sempre um motard do carago...
"Que um anjo esteja sempre no vosso ombro quando percorrerem o asfalto"
http://paiventoinha.blogspot.com
A Brianna está-me a fazer
Ventoinha- Zero à esquerda
Re: Viagem pelo Sul da Europa 2008
Poora meu..tu já viajas ainda o Rossi ganhava corridas!!!!!
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Já ronca!!!!
Trophyvitor- Já sai à rua a conduzir.
Re: Viagem pelo Sul da Europa 2008
Gostando...
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Felicidade é um modo de viajar, não um destino.
Roy Goodman
https://www.facebook.com/emergenciamotociclista?ref=hl
com4riding.blogspot.com
Andorra 1984
Férias Moto 1983
Re: Viagem pelo Sul da Europa 2008
Tambem gostava de ter esse espirito, textos muito hilariantes e divertidos e bem pensados, pois embora faça parecer expontãneo, não o é. As fotos escolhidas juntamente com os comentários fizeram-me rir.
Parabens pela crónica onde o destino é o acaso e o que importa mesmo é a viagem. agora falta o resto....
Parabens pela crónica onde o destino é o acaso e o que importa mesmo é a viagem. agora falta o resto....
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Adeus Cabo Verde, Olá Caracas
Paulosantos- Zero à direita
Re: Viagem pelo Sul da Europa 2008
Espectáculo!!!
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Cumprimentos,
MAzevedo
"Acorda arrependido mas não durmas com vontade!
mazevedo- Zero à direita
Re: Viagem pelo Sul da Europa 2008
Sexta-feira, 5 de Setembro de 2008
Viagem: Dias 5 e 6 - Marselha -> Faaker See
Ainda antes de acordar, ao longe, ainda ouço duas personagens a chamar pelo Gregório, não vou mencionar nomes, mas salvaguardo a idoneidade da Inês.
O banco de jardim foi uma boa companhia, mas às seis e meia está na hora da despedida.
Decide-se regressar à base, cada um com as suas diferentes razões, inquestionáveis, fazendo a costa espanhola.
Umas voltas em Carry e arredores a saber como se sai dali, procura-se local para abastecer não só as burras, mas também o estômago.
Mais uns 30 km para trás, e pára-se num supermercado para atestar o estômago, as burras, e o saco dos enlatados para o resto da viagem.
Aqui dá-se então a ruptura. O apelo da estrada foi demais para mim, e voltar para trás ficou fora de questão. Pelo menos um pulinho até ao Mónaco, e depois talvez se equacione voltar atrás e ir ter com o pessoal. São meia duzia de km até ao Mónaco, não chega a 400...
Eles voltam para trás, e eu sigo sozinho. São onze e meia da matina.
Primeira vez na vida que pego num mapa com intenção de realmente o utilizar. Vamos lá a ver como é que estas coisas funcionam, já é altura de me fazer homenzinho.
Sigo viagem até Marselha, e é a primeira vez que viajo assim, sozinho.
As ultimas palavras do Capitão ecoam ainda nos meus ouvidos, e fazem todo o sentido para mim. Acho que foi das coisas que me deram mais força para seguir em frente, e ele provavelmente nem se apercebeu disso: "A biker's job is never done."
Sigo para a aventura.
Em Marselha, passo a saída que usámos na noite anterior, e sigo até ao final da estrada. Em vez do Casal Ventoso, deparo-me com um jardim magnífico, um mini Central Park, que recebe os que chegam à cidade. Onde poderíamos ter ficado na noite anterior, bem mais confortáveis. Típico.
Passo pela marina, passo pelo contro da cidade, passo pela cidade toda, que se revela ser bem mais do que os guetos onde andámos ontem à noite. Saindo da cidade, apanho nacionais até à costa, incluindo uma estrada de meter medo até St Tropez, com curvas apertadas, numa serra, sem nada de protecção na berma, só mesmo o precipício... mas mesmo assim, bastante divertida.
Em St Tropez, fiquei algo decepcionado, estava à espera de mais alguma coisa do que a baía de Cascais um bocado mais organizada. Mas pouco mais é do que isso, juntamente com toda a linha marítima da marginal até St Maxime, e com a areia das praias, o espaço nas praias, e os calhaus bem piores do que a nossa orla costeira. Aí paro, e falo com o TeleGPS (aka Coño) a pedir-lhe uma rota do Mónaco até Faaker See, Áustria, em km, só por descargo de consciência , porque devem ser muitos, e se eu não chegar lá até a manhã de amanhã, nem valçe a pena ir. Em Fajus, uma das muitas terreolas ao longo da marginal (equivalente ao nosso Estoril, algures por aí) apanho finalmente a estrada para Cannes.
E aí, sim, fico maravilhado.
Uma subida de montanha tipo Serra da Estrela, com alcatrão bom, curvas qb, e o mar à direita. São uns 30km para se fazer com muita calma, simplesmente a apreciar o caminho, a estrada, a paisagem. Ajuda um bocado a lavar a alma, e a fazer com que valha a pena fazer a viagem nem que seja sozinho. Chegada a Cannes, uma Vilamoura muito bem arranjadinha, muito gira para se dar uma voltinha. Segue-se pela nacional até Nice, outra cidade que eventualmente valerá um dia uma visita mais aprofundada, e chega-se ao Mónaco já ao anoitecer, 9 e trocos da noite.
Mónaco à noite vale a pena. Todo o luxo, todas as luzes piscam por todo o lado, tudo grita turismo e dinheiro. É bonito de se ver. O palácio, o casino, a marina, os bares, os hotéis, os stands da Lamborghini, Aston Martin e afins, tudo tem o seu lugar, e tudo. Depois de uma volta pela cidade, que inclui o famoso circuito urbano de Fórmula1.
Uma cerveja de €6.5 no Bambi, bar do dono da HD no Mónaco, já com a confirmação do TeleGPS que afinal dali não chegam a ser 800km. O que me mete a pensar: é pouco mais do que Lisboa-Jerez, que já se fez várias vezes, e de uma assentada. Porque não?
Ali acaba-se de beber a cerveja e se decide que me vou meter à estrada pela noite fora, atravessar Itália o mais rapidamente possível, para chegar à Áustria a tempo de aproveitar a festa em Faaker See que acaba esse fim de semana. A European Bike Week da Harley-Davidson.
Ponho-me à estrada perto já das dez da noite. Uma hora depois, atesta-se a burra e o bandulho. De novo na estrada até Milão, numa AE surpreendente, com boa curvas, largas, e um sem fim de túneis e viadutos, para mais de cem. Pouco passado Milão, começam a cair uns pinguços. Mesmo a horas de me deitar uma horita ou duas numa estação de serviço, a descansar os olhos e o corpo.
Acordo com o tipo lá de cima a tirar fotografias. Sigo viagem com o céu em ameaço de tempestade, com trovoada durante boa parte da noite. O céu está lindo com os raios constantes durou até Piacenza. A chuva acaba por não cair. Em Brescia, a começar a amanhecer, vejo os primeiros grupos de HD's que se dirigem para Faaker See, tudo italianos. Junto-me a eles para ganhar ritmo e companhia. Até Veneza, vai aparecendo um grupo ou outro de HD's às quais me vou juntando, ora a uns, ora a outros. Mas depois, de Veneza até Udine, e daí para a frente, pareciam enxames, vindos de todo o lado. Mais HD's do que quaisquer outros veículos na estrada, nunca tinha visto nada assim, a não já em Faro ou Jerez. Mas ali, ainda estavamos a umas boas centenas de km de Faaker See...
Já a poucos km da fronteira, novamente entre túneis e viadutos, nos Alpes, começa a dar o sono outra vez. Falta pouco, mas também não faz sentido nenhum arriscar. Uma curta paragem numa área de repouso, e fecha-se os olhos mesmo em cima da moto durante uma meia horita, mais do que suficiente. Acordo com uns borrifos de ameaço de chuva, suficientes para meter a adrenalina a correr, e arrancar novamente.
Na estação de serviço, trinca-se qualquer coisa, sandes que tinha trazido de Marselha, atesta-se a moto, e segue-se para fazer os ultimos km até à Áustria. Entre as paisagens montanhosas deslumbrantes dos Alpes, passo a fronteira, e passo também a placa que dizia Faaker See...
Porra.
Inversão de marcha manhosa, e lá tenho eu que voltar a Itália antes de conseguir inverter a marcha outra vez.
Desta feita, com mais atenção. Os céus estão a ficar negros, a ameaçar chuva novamente.
Sigo as motos até Faaker See, por entre prados verdejantes, e casas típicas. Ao chegar a Faaker See, um sol fabuloso. Todas as nuvens, todos os ameaços de chuva ficaram para trás. Junto com todo o cansaço da viagem, junto com tudo. Sinto-me renovado, estou renovado. As montanhas e o lago fazem um postal magnífico. Mais motos do que eu alguma vez tinha visto estendem-se até onde a vista alcança. A musica dos motores é constante. Sinto que cheguei a casa.
Dou uma volta a tentar perceber como aquilo funciona, e paro no Other Place, bar dos Hell's Angels improvisado ali, do chapter austríaco. A primeira cerveja de muitas. Carota, €3.70, mas de meio litro. E das poucas cervejas boas que bebi fora do país. Tirando o Brasil, não me lembro de ter encontrado cerveja boa sem ser em Portugal. Ah, e Cabo Verde. Era Super Bock.
Depois da cerveja, de dois dedos de conversa com o pessoal, e de apreciar longamente o momento, siga para tentar descobrir alojamento, depois de 2 dias ao relento. Não tanto por causa disso, mais porque o corpo exige um banho, e tendo ficado sem tenda, que seguiu com os viajantes, convém ter um sítio para depositar a tralha, a fim de poder andar por ali à vontade.
Sem grandes esperanças de encontrar alguma coisa, acabam por me indicar uma pensão a dois minutos de moto de Faaker See, a €30. Um achado, nunca pensei que houvesse ainda alguma coisa livre, já que aquele eventu dura já há cinco dias quando eu cá chego...
Depois de alguns zig's quando houvera de ter feito zag's, lá chego à casa. Por fora, até tem muito bom aspecto. Bato à porta. Nada. Dou a volta, bato à outra porta. Nada.
Entro por ali adentro à papo seco, a avisar que estou a chegar.
Nada.
Subo as escadas, à espera de ver um austríaco de caçadeira em punho a pensar que lhe estou a assaltar a casa.
Nada.
De um dos quartos oiço uma tv, e bato à porta.
Sai-me lá de dentro um velho austríaco, de cigarro ao canto da boca, bêbado até à quinta casa, a falar estrangeiro comigo. Eu não falo estrangeiro. Ele não fala lingua de gente, nem inglês.
Mas pelos vistos, tal como a musica e as motos, a linguagem do álcool também é universal, e acabamos por nos entender (acho). €30, e um quartito sem casa banho, mas com uma cama, menos mal, e uma vista fantástica sobre o lago.
Um banho, largar a tralha, e siga para a festa, que se ouve ao longe, da varanda...
Agora, o encontro:
Quem já foi a Jerez, tente imaginar Puerto de Sta Maria em fim de semana de MotoGP. Mas com motos em vez de tupperwares por todo o lado. Sem as parvoeiras de rateres e burns a cada esquina. Com musica que vem dos motores das Harleys, em vez dos guinchos histéricos dos tupperwares.
Agora, troquem Puerto de Sta Maria, uma terreola que até é engraçada, por um lago enorme, lindíssimo, ladeado por uma estrada com 10km de perímetro, exclusiva para motos, só com um sentido. Tudo num vale, com montanhas à volta. à beira dessa estrada, a organização de tudo, as tendas enormes, as ruas com tudo e mais alguma coisa. Não consigo ter palavras suficientes para descrever tudo, e as fotografias não fazem minimamente juz à realidade. Só tenho pena de só poder aproveitar dois dias daquilo, que não vai dar para ver um terço de tudo. Mas vai valer bem a pena...
Entretanto, estou em contacto com os outros viajantes, que chegaram a Barcelona, ou arredores, e banham-se na piscina do parque de campismo.
O resto da manhã, tarde e noite é para apreciar devidamente o ambiente, amanhã logo tiro fotos disto tudo.
Noite adentro, motos, cerveja e musica, dois dedos de conversa aqui e ali, e algumas voltas ao recinto.
Por volta das sete da matina, entro no meu quarto aos SS's... Cerveja boa!!!
Há uma semana a dormir no chão e em bancos de jardim, já nem sabia o que era uma cama...
Ao chegar a Faaker See, tinha feito desde Marselha, 1201km.
Um total de 3250km.
Em Faaker See, às voltas no recinto, fiz mais 58km. Sendo o perímetro de 10km, mais coisa menos coisa, se quero ir 500m para trás, tenho que fazer 9,5km. Que faço com prazer, faz parte da festa, e aquela estrada nunca cansa.
Acabo a noite (dia?) com um total de 3308km.
Jardim à entrada de Marselha
Stand Ducati nos subúrbios de Marselha
Stand Ducati nos arredores de St Tropez.
Descubra as diferenças.
Estrada até Cannes
Nice ao anoitecer
Mónaco, depois do circuito
Hotel no Mónaco
Para quem se queixa da confusão da 25 de Abril:
Saída da portagem a chegar a Veneza, pela manhã
Estação de serviço perto de Udine, onde se vende aparentemente, de tudo...
Tempo a chegar à Áustria
Alpes
Já na Áustria, a placa com o destino final, e o tempo prometedor
Já instalado, foto artística
Primeira cerveja, no Other Place
Vista da varanda do quarto, já com bom tempo. Parece que ainda hoje quase oiço os motores lá ao fundo quando olho para esta foto
Amostra do ambiente
Exercício de narcisismo às sete da matina, a caminho da caminha
Viagem: Dias 5 e 6 - Marselha -> Faaker See
Ainda antes de acordar, ao longe, ainda ouço duas personagens a chamar pelo Gregório, não vou mencionar nomes, mas salvaguardo a idoneidade da Inês.
O banco de jardim foi uma boa companhia, mas às seis e meia está na hora da despedida.
Decide-se regressar à base, cada um com as suas diferentes razões, inquestionáveis, fazendo a costa espanhola.
Umas voltas em Carry e arredores a saber como se sai dali, procura-se local para abastecer não só as burras, mas também o estômago.
Mais uns 30 km para trás, e pára-se num supermercado para atestar o estômago, as burras, e o saco dos enlatados para o resto da viagem.
Aqui dá-se então a ruptura. O apelo da estrada foi demais para mim, e voltar para trás ficou fora de questão. Pelo menos um pulinho até ao Mónaco, e depois talvez se equacione voltar atrás e ir ter com o pessoal. São meia duzia de km até ao Mónaco, não chega a 400...
Eles voltam para trás, e eu sigo sozinho. São onze e meia da matina.
Primeira vez na vida que pego num mapa com intenção de realmente o utilizar. Vamos lá a ver como é que estas coisas funcionam, já é altura de me fazer homenzinho.
Sigo viagem até Marselha, e é a primeira vez que viajo assim, sozinho.
As ultimas palavras do Capitão ecoam ainda nos meus ouvidos, e fazem todo o sentido para mim. Acho que foi das coisas que me deram mais força para seguir em frente, e ele provavelmente nem se apercebeu disso: "A biker's job is never done."
Sigo para a aventura.
Em Marselha, passo a saída que usámos na noite anterior, e sigo até ao final da estrada. Em vez do Casal Ventoso, deparo-me com um jardim magnífico, um mini Central Park, que recebe os que chegam à cidade. Onde poderíamos ter ficado na noite anterior, bem mais confortáveis. Típico.
Passo pela marina, passo pelo contro da cidade, passo pela cidade toda, que se revela ser bem mais do que os guetos onde andámos ontem à noite. Saindo da cidade, apanho nacionais até à costa, incluindo uma estrada de meter medo até St Tropez, com curvas apertadas, numa serra, sem nada de protecção na berma, só mesmo o precipício... mas mesmo assim, bastante divertida.
Em St Tropez, fiquei algo decepcionado, estava à espera de mais alguma coisa do que a baía de Cascais um bocado mais organizada. Mas pouco mais é do que isso, juntamente com toda a linha marítima da marginal até St Maxime, e com a areia das praias, o espaço nas praias, e os calhaus bem piores do que a nossa orla costeira. Aí paro, e falo com o TeleGPS (aka Coño) a pedir-lhe uma rota do Mónaco até Faaker See, Áustria, em km, só por descargo de consciência , porque devem ser muitos, e se eu não chegar lá até a manhã de amanhã, nem valçe a pena ir. Em Fajus, uma das muitas terreolas ao longo da marginal (equivalente ao nosso Estoril, algures por aí) apanho finalmente a estrada para Cannes.
E aí, sim, fico maravilhado.
Uma subida de montanha tipo Serra da Estrela, com alcatrão bom, curvas qb, e o mar à direita. São uns 30km para se fazer com muita calma, simplesmente a apreciar o caminho, a estrada, a paisagem. Ajuda um bocado a lavar a alma, e a fazer com que valha a pena fazer a viagem nem que seja sozinho. Chegada a Cannes, uma Vilamoura muito bem arranjadinha, muito gira para se dar uma voltinha. Segue-se pela nacional até Nice, outra cidade que eventualmente valerá um dia uma visita mais aprofundada, e chega-se ao Mónaco já ao anoitecer, 9 e trocos da noite.
Mónaco à noite vale a pena. Todo o luxo, todas as luzes piscam por todo o lado, tudo grita turismo e dinheiro. É bonito de se ver. O palácio, o casino, a marina, os bares, os hotéis, os stands da Lamborghini, Aston Martin e afins, tudo tem o seu lugar, e tudo. Depois de uma volta pela cidade, que inclui o famoso circuito urbano de Fórmula1.
Uma cerveja de €6.5 no Bambi, bar do dono da HD no Mónaco, já com a confirmação do TeleGPS que afinal dali não chegam a ser 800km. O que me mete a pensar: é pouco mais do que Lisboa-Jerez, que já se fez várias vezes, e de uma assentada. Porque não?
Ali acaba-se de beber a cerveja e se decide que me vou meter à estrada pela noite fora, atravessar Itália o mais rapidamente possível, para chegar à Áustria a tempo de aproveitar a festa em Faaker See que acaba esse fim de semana. A European Bike Week da Harley-Davidson.
Ponho-me à estrada perto já das dez da noite. Uma hora depois, atesta-se a burra e o bandulho. De novo na estrada até Milão, numa AE surpreendente, com boa curvas, largas, e um sem fim de túneis e viadutos, para mais de cem. Pouco passado Milão, começam a cair uns pinguços. Mesmo a horas de me deitar uma horita ou duas numa estação de serviço, a descansar os olhos e o corpo.
Acordo com o tipo lá de cima a tirar fotografias. Sigo viagem com o céu em ameaço de tempestade, com trovoada durante boa parte da noite. O céu está lindo com os raios constantes durou até Piacenza. A chuva acaba por não cair. Em Brescia, a começar a amanhecer, vejo os primeiros grupos de HD's que se dirigem para Faaker See, tudo italianos. Junto-me a eles para ganhar ritmo e companhia. Até Veneza, vai aparecendo um grupo ou outro de HD's às quais me vou juntando, ora a uns, ora a outros. Mas depois, de Veneza até Udine, e daí para a frente, pareciam enxames, vindos de todo o lado. Mais HD's do que quaisquer outros veículos na estrada, nunca tinha visto nada assim, a não já em Faro ou Jerez. Mas ali, ainda estavamos a umas boas centenas de km de Faaker See...
Já a poucos km da fronteira, novamente entre túneis e viadutos, nos Alpes, começa a dar o sono outra vez. Falta pouco, mas também não faz sentido nenhum arriscar. Uma curta paragem numa área de repouso, e fecha-se os olhos mesmo em cima da moto durante uma meia horita, mais do que suficiente. Acordo com uns borrifos de ameaço de chuva, suficientes para meter a adrenalina a correr, e arrancar novamente.
Na estação de serviço, trinca-se qualquer coisa, sandes que tinha trazido de Marselha, atesta-se a moto, e segue-se para fazer os ultimos km até à Áustria. Entre as paisagens montanhosas deslumbrantes dos Alpes, passo a fronteira, e passo também a placa que dizia Faaker See...
Porra.
Inversão de marcha manhosa, e lá tenho eu que voltar a Itália antes de conseguir inverter a marcha outra vez.
Desta feita, com mais atenção. Os céus estão a ficar negros, a ameaçar chuva novamente.
Sigo as motos até Faaker See, por entre prados verdejantes, e casas típicas. Ao chegar a Faaker See, um sol fabuloso. Todas as nuvens, todos os ameaços de chuva ficaram para trás. Junto com todo o cansaço da viagem, junto com tudo. Sinto-me renovado, estou renovado. As montanhas e o lago fazem um postal magnífico. Mais motos do que eu alguma vez tinha visto estendem-se até onde a vista alcança. A musica dos motores é constante. Sinto que cheguei a casa.
Dou uma volta a tentar perceber como aquilo funciona, e paro no Other Place, bar dos Hell's Angels improvisado ali, do chapter austríaco. A primeira cerveja de muitas. Carota, €3.70, mas de meio litro. E das poucas cervejas boas que bebi fora do país. Tirando o Brasil, não me lembro de ter encontrado cerveja boa sem ser em Portugal. Ah, e Cabo Verde. Era Super Bock.
Depois da cerveja, de dois dedos de conversa com o pessoal, e de apreciar longamente o momento, siga para tentar descobrir alojamento, depois de 2 dias ao relento. Não tanto por causa disso, mais porque o corpo exige um banho, e tendo ficado sem tenda, que seguiu com os viajantes, convém ter um sítio para depositar a tralha, a fim de poder andar por ali à vontade.
Sem grandes esperanças de encontrar alguma coisa, acabam por me indicar uma pensão a dois minutos de moto de Faaker See, a €30. Um achado, nunca pensei que houvesse ainda alguma coisa livre, já que aquele eventu dura já há cinco dias quando eu cá chego...
Depois de alguns zig's quando houvera de ter feito zag's, lá chego à casa. Por fora, até tem muito bom aspecto. Bato à porta. Nada. Dou a volta, bato à outra porta. Nada.
Entro por ali adentro à papo seco, a avisar que estou a chegar.
Nada.
Subo as escadas, à espera de ver um austríaco de caçadeira em punho a pensar que lhe estou a assaltar a casa.
Nada.
De um dos quartos oiço uma tv, e bato à porta.
Sai-me lá de dentro um velho austríaco, de cigarro ao canto da boca, bêbado até à quinta casa, a falar estrangeiro comigo. Eu não falo estrangeiro. Ele não fala lingua de gente, nem inglês.
Mas pelos vistos, tal como a musica e as motos, a linguagem do álcool também é universal, e acabamos por nos entender (acho). €30, e um quartito sem casa banho, mas com uma cama, menos mal, e uma vista fantástica sobre o lago.
Um banho, largar a tralha, e siga para a festa, que se ouve ao longe, da varanda...
Agora, o encontro:
Quem já foi a Jerez, tente imaginar Puerto de Sta Maria em fim de semana de MotoGP. Mas com motos em vez de tupperwares por todo o lado. Sem as parvoeiras de rateres e burns a cada esquina. Com musica que vem dos motores das Harleys, em vez dos guinchos histéricos dos tupperwares.
Agora, troquem Puerto de Sta Maria, uma terreola que até é engraçada, por um lago enorme, lindíssimo, ladeado por uma estrada com 10km de perímetro, exclusiva para motos, só com um sentido. Tudo num vale, com montanhas à volta. à beira dessa estrada, a organização de tudo, as tendas enormes, as ruas com tudo e mais alguma coisa. Não consigo ter palavras suficientes para descrever tudo, e as fotografias não fazem minimamente juz à realidade. Só tenho pena de só poder aproveitar dois dias daquilo, que não vai dar para ver um terço de tudo. Mas vai valer bem a pena...
Entretanto, estou em contacto com os outros viajantes, que chegaram a Barcelona, ou arredores, e banham-se na piscina do parque de campismo.
O resto da manhã, tarde e noite é para apreciar devidamente o ambiente, amanhã logo tiro fotos disto tudo.
Noite adentro, motos, cerveja e musica, dois dedos de conversa aqui e ali, e algumas voltas ao recinto.
Por volta das sete da matina, entro no meu quarto aos SS's... Cerveja boa!!!
Há uma semana a dormir no chão e em bancos de jardim, já nem sabia o que era uma cama...
Ao chegar a Faaker See, tinha feito desde Marselha, 1201km.
Um total de 3250km.
Em Faaker See, às voltas no recinto, fiz mais 58km. Sendo o perímetro de 10km, mais coisa menos coisa, se quero ir 500m para trás, tenho que fazer 9,5km. Que faço com prazer, faz parte da festa, e aquela estrada nunca cansa.
Acabo a noite (dia?) com um total de 3308km.
Jardim à entrada de Marselha
Stand Ducati nos subúrbios de Marselha
Stand Ducati nos arredores de St Tropez.
Descubra as diferenças.
Estrada até Cannes
Nice ao anoitecer
Mónaco, depois do circuito
Hotel no Mónaco
Para quem se queixa da confusão da 25 de Abril:
Saída da portagem a chegar a Veneza, pela manhã
Estação de serviço perto de Udine, onde se vende aparentemente, de tudo...
Tempo a chegar à Áustria
Alpes
Já na Áustria, a placa com o destino final, e o tempo prometedor
Já instalado, foto artística
Primeira cerveja, no Other Place
Vista da varanda do quarto, já com bom tempo. Parece que ainda hoje quase oiço os motores lá ao fundo quando olho para esta foto
Amostra do ambiente
Exercício de narcisismo às sete da matina, a caminho da caminha
________________________
Rui "Ventoinha" Coelho
HDFLSTC '89
XV1100 '93 na Kustomville Kustomworks, em corte e costura
Um motard que conduziu uma Virago será sempre um motard do carago...
"Que um anjo esteja sempre no vosso ombro quando percorrerem o asfalto"
http://paiventoinha.blogspot.com
A Brianna está-me a fazer
Ventoinha- Zero à esquerda
Re: Viagem pelo Sul da Europa 2008
Brutal ! Gostei !
Cumprimentos,
vh@
Cumprimentos,
vh@
________________________
Um dia lamentaremos as coisas que não fizemos e que poderíamos ter feito...
vhugoabreu- Zero à direita
Re: Viagem pelo Sul da Europa 2008
Ventoinha Hi,
Só hoje é que cheguei aqui!!! Grande viagem, grande aventura e espectacular crónica sem espinhas (como diz o Pedro Vulcan)!!! (esta ultima as fotos estão muito pequenas!!!!!!)!!!
Estou a adorar!
E claro, estou contente de agora seres membro do M&D e tão activo!!! Para mim és o membro revelação so ano (até ao momento)
Claro que só ganhaste 1 M!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Só hoje é que cheguei aqui!!! Grande viagem, grande aventura e espectacular crónica sem espinhas (como diz o Pedro Vulcan)!!! (esta ultima as fotos estão muito pequenas!!!!!!)!!!
Estou a adorar!
E claro, estou contente de agora seres membro do M&D e tão activo!!! Para mim és o membro revelação so ano (até ao momento)
Claro que só ganhaste 1 M!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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MY LIFE IS A HELL!!!
Elisio FJR- Já sai à rua a conduzir.
Re: Viagem pelo Sul da Europa 2008
Catanos, pá, assim fico encavacado...
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Rui "Ventoinha" Coelho
HDFLSTC '89
XV1100 '93 na Kustomville Kustomworks, em corte e costura
Um motard que conduziu uma Virago será sempre um motard do carago...
"Que um anjo esteja sempre no vosso ombro quando percorrerem o asfalto"
http://paiventoinha.blogspot.com
A Brianna está-me a fazer
Ventoinha- Zero à esquerda
Re: Viagem pelo Sul da Europa 2008
Sábado, 6 de Setembro de 2008
Viagem: Dia 7 - Faaker See
Outra que já não me lembrava de fazer há já nem sei quanto tempo. Acordar às duas da tarde. Bendito defeito genético que me fez nascer sem o gene da ressaca, senão, tava bem lixado, hoje...
Ainda não a 100%, a sentir os efeitos do álcool da noite anterior (leia-se ainda meio grogue) e com o pescoço dorido, fruto de boa parte da noite a regressar aos bons velhos tempos de ventoinhar, graças a uma das barracas que esteve a noite inteira a passar musica de jeito, coisa que já não se vê em lado nenhum, sigo novamente para a festa lá em baixo, que a música dos motores chama-me.
Mais umas voltas, mais umas cervejas, mais dois dedos de conversa, inclusivamente com tugas que lá estão a fazer de segurança, e vou dar um giro novamente até ao Other Place. A meio caminha, encontro um tuga emigrado na Áustria, que veio de Road King, muito porreiro. Ficamos na conversa um bom bocado, trocamos mails, e ele pede-me para fazer um roteiro em Portugal para uns amigos que ele vai trazer para conhecer o país, de harley. Porreiro, tenho que tratar disso.
De resto, pouco mais há a dizer. Foi curtir a tarde e a noite fora. De referir a enormidade numérica de bares, não os consegui correr todos, de barracas nas inúmeras feiras com material, de vários bike shows espalhados ali à volta, com belas transformações, ainda também a Triumph, que estava lá representada também, sendo a unica marca extra-harley/buell presente, com um espaço generoso, bar, tenda de espectáculos, recinto de stunt riding, e stand de motos.
Mais para a noite, dois concertos memoráveis: Thunderbolts, que fazem covers de AC/DC, num registo fabuloso, nunca pensei que alguém conseguisse imitar na perfeição a voz do Brian Johnson, nem os tiques do Angus Young, e por fim, Fun Loving Criminals, primeira vez que os vi ao vivo, e fiquei maravilhado.
O resto da noite prolongou-se na cerveja e na musica, embora estivesse à espera de mais um pouco para o ultimo dia, mas os ameaços de chuva afugentaram muita gente, bem como as ressacas de dias anteriores. A malta dos ferros não é de ferro, pelos vistos...
Gamaram-me o chapéu...
54km à volta de Faaker See.
3362km no total
Entrada no recinto Jack Daniels
Entrada
Ambiente
Ambiente no recinto Jack Daniels
Entrada do Choppers Bar
Camião Harley-Davidson
No Comments
Orange County Choppers
Jack Daniels Bar: Lata de Jack Daniels com Cola
(Estragar JD, quanto a mim, mas a lata é gira)
Jack Daniels Bar
Relax no Jack Daniels Bar
Rota à volta do lago, zona da confusão
Rota à volta do lago, zona da confusão
Rota à volta do lago, zona da confusão
Rota à volta do lago, zona da confusão
Rota à volta do lago, zona da confusão
Rota à volta do lago, zona da confusão
Rota à volta do lago, Celts MC
Rota à volta do lago: Harleys, Triumphs, Bófia, o Autocarro dedicado à zona
Rota à volta do lago, zona da confusão
Rota à volta do lago: HD matrícula HD
Rota à volta do lago: Triumph customizada, 3 escapes
Rota à volta do lago: Boss Hoss, motor 8 Cilindros
Rota à volta do lago: noite
Rota à volta do lago: zona verde
Rota à volta do lago: paisagem e casa típica
Rota à volta do lago: o Lago Faak
Rota à volta do lago: zona verde
Rota à volta do lago: zona verde
Rota à volta do lago: um Spider, Trike, mas ao contrário
Rota à volta do lago: zona verde
Rota à volta do lago: narcisismo na zona verde
Rota à volta do lago: os Alpes ali tão perto
Bike show em todo o lado: Jack Daniels Bar
Bike show em todo o lado: Jack Daniels Bar
Bike show em todo o lado: HD Polícia de Massachussets
Bike show em todo o lado: Better than sex
Bike show em todo o lado: Hells Angels
Bikes em todo o lado: Triumph Rocket III
Bike show em todo o lado: Indian
Bike show em todo o lado: Best Show Bike
Bike show em todo o lado
Bike show em todo o lado: Dragters
Bike show em todo o lado: Dragster Suzuki
Bike show em todo o lado: Dragster
Bike show em todo o lado: Dragster HellFire
Bike show em todo o lado
Bike show em todo o lado: Crossbones
Bike show em todo o lado: Che
Bike show em todo o lado
Bike show em todo o lado: Clone da Gothica
Bike show em todo o lado
Bike show em todo o lado: The Precious.
Aquilo brilhante nas jantes são cristais Swarowski
Bike show em todo o lado: Blue Special
Bike show em todo o lado
Bike show em todo o lado: Rust Chopper
Funny
Bike show em todo o lado: Indian
Bike show em todo o lado: Boss Hoss
Bike show em todo o lado
Viagem: Dia 7 - Faaker See
Outra que já não me lembrava de fazer há já nem sei quanto tempo. Acordar às duas da tarde. Bendito defeito genético que me fez nascer sem o gene da ressaca, senão, tava bem lixado, hoje...
Ainda não a 100%, a sentir os efeitos do álcool da noite anterior (leia-se ainda meio grogue) e com o pescoço dorido, fruto de boa parte da noite a regressar aos bons velhos tempos de ventoinhar, graças a uma das barracas que esteve a noite inteira a passar musica de jeito, coisa que já não se vê em lado nenhum, sigo novamente para a festa lá em baixo, que a música dos motores chama-me.
Mais umas voltas, mais umas cervejas, mais dois dedos de conversa, inclusivamente com tugas que lá estão a fazer de segurança, e vou dar um giro novamente até ao Other Place. A meio caminha, encontro um tuga emigrado na Áustria, que veio de Road King, muito porreiro. Ficamos na conversa um bom bocado, trocamos mails, e ele pede-me para fazer um roteiro em Portugal para uns amigos que ele vai trazer para conhecer o país, de harley. Porreiro, tenho que tratar disso.
De resto, pouco mais há a dizer. Foi curtir a tarde e a noite fora. De referir a enormidade numérica de bares, não os consegui correr todos, de barracas nas inúmeras feiras com material, de vários bike shows espalhados ali à volta, com belas transformações, ainda também a Triumph, que estava lá representada também, sendo a unica marca extra-harley/buell presente, com um espaço generoso, bar, tenda de espectáculos, recinto de stunt riding, e stand de motos.
Mais para a noite, dois concertos memoráveis: Thunderbolts, que fazem covers de AC/DC, num registo fabuloso, nunca pensei que alguém conseguisse imitar na perfeição a voz do Brian Johnson, nem os tiques do Angus Young, e por fim, Fun Loving Criminals, primeira vez que os vi ao vivo, e fiquei maravilhado.
O resto da noite prolongou-se na cerveja e na musica, embora estivesse à espera de mais um pouco para o ultimo dia, mas os ameaços de chuva afugentaram muita gente, bem como as ressacas de dias anteriores. A malta dos ferros não é de ferro, pelos vistos...
Gamaram-me o chapéu...
54km à volta de Faaker See.
3362km no total
Entrada no recinto Jack Daniels
Entrada
Ambiente
Ambiente no recinto Jack Daniels
Entrada do Choppers Bar
Camião Harley-Davidson
No Comments
Orange County Choppers
Jack Daniels Bar: Lata de Jack Daniels com Cola
(Estragar JD, quanto a mim, mas a lata é gira)
Jack Daniels Bar
Relax no Jack Daniels Bar
Rota à volta do lago, zona da confusão
Rota à volta do lago, zona da confusão
Rota à volta do lago, zona da confusão
Rota à volta do lago, zona da confusão
Rota à volta do lago, zona da confusão
Rota à volta do lago, zona da confusão
Rota à volta do lago, Celts MC
Rota à volta do lago: Harleys, Triumphs, Bófia, o Autocarro dedicado à zona
Rota à volta do lago, zona da confusão
Rota à volta do lago: HD matrícula HD
Rota à volta do lago: Triumph customizada, 3 escapes
Rota à volta do lago: Boss Hoss, motor 8 Cilindros
Rota à volta do lago: noite
Rota à volta do lago: zona verde
Rota à volta do lago: paisagem e casa típica
Rota à volta do lago: o Lago Faak
Rota à volta do lago: zona verde
Rota à volta do lago: zona verde
Rota à volta do lago: um Spider, Trike, mas ao contrário
Rota à volta do lago: zona verde
Rota à volta do lago: narcisismo na zona verde
Rota à volta do lago: os Alpes ali tão perto
Bike show em todo o lado: Jack Daniels Bar
Bike show em todo o lado: Jack Daniels Bar
Bike show em todo o lado: HD Polícia de Massachussets
Bike show em todo o lado: Better than sex
Bike show em todo o lado: Hells Angels
Bikes em todo o lado: Triumph Rocket III
Bike show em todo o lado: Indian
Bike show em todo o lado: Best Show Bike
Bike show em todo o lado
Bike show em todo o lado: Dragters
Bike show em todo o lado: Dragster Suzuki
Bike show em todo o lado: Dragster
Bike show em todo o lado: Dragster HellFire
Bike show em todo o lado
Bike show em todo o lado: Crossbones
Bike show em todo o lado: Che
Bike show em todo o lado
Bike show em todo o lado: Clone da Gothica
Bike show em todo o lado
Bike show em todo o lado: The Precious.
Aquilo brilhante nas jantes são cristais Swarowski
Bike show em todo o lado: Blue Special
Bike show em todo o lado
Bike show em todo o lado: Rust Chopper
Funny
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Bike show em todo o lado: Boss Hoss
Bike show em todo o lado
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Rui "Ventoinha" Coelho
HDFLSTC '89
XV1100 '93 na Kustomville Kustomworks, em corte e costura
Um motard que conduziu uma Virago será sempre um motard do carago...
"Que um anjo esteja sempre no vosso ombro quando percorrerem o asfalto"
http://paiventoinha.blogspot.com
A Brianna está-me a fazer
Ventoinha- Zero à esquerda
Re: Viagem pelo Sul da Europa 2008
Boa! Adorei as fotos
Cumprimentos,
vh@
Cumprimentos,
vh@
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Um dia lamentaremos as coisas que não fizemos e que poderíamos ter feito...
vhugoabreu- Zero à direita
Re: Viagem pelo Sul da Europa 2008
Mais 1 M para o Ventoinha, desta vez pelo respeito sempre presente pela cerveja que é a prova viva que Deus nos ama e nos quer ver felizes!!! Há outras coisas na vida, é certo, mas como já disse por aqui a cerveja melhora-as todas!!!
Não sei como é que vou fazer em Marrocos!!!!!!!!!!!!!!!!!
Não sei como é que vou fazer em Marrocos!!!!!!!!!!!!!!!!!
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MY LIFE IS A HELL!!!
Elisio FJR- Já sai à rua a conduzir.
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