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Parque Natural Las Batuecas – Sierra de Francia e Las Hurdes (Espanha)
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Parque Natural Las Batuecas – Sierra de Francia e Las Hurdes (Espanha)
1ºdia (12/2022)
O tempo disponível para visitar a Sierra de Francia não era abundante. Como tal, urgia rentabilizá-lo e aproveitar ao máximo todos os minutos. Vencemos assim a preguiça e saímos de casa com o relógio a bater as 6h da manhã, era ainda noite cerrada. Lançámo-nos à auto-estrada, com o objectivo de chegar ao destino o mais rápido possível. Km após km, o frio e a humidade, aliados à ausência do astro rei, foram-se entranhando nos corpos que já ansiavam por uma paragem para aquecer. Deixámos a A23 junto a Castelo Branco e depois de atestarmos em Alcains, continuámos, sempre com os olhos em alerta, em busca de um café aberto. Finalmente parámos no Ponte de São Gens, onde a salamandra a lenha já trabalhava a todo o "gás", aconchegando o ambiente.
Depois do desejado café e de uma conversa animada, voltámos à estrada e quase sem dar por isso, atravessámos a fronteira, que nada mais era, que uma placa a assinalar o final do território Português e o início do Espanhol. As estradas, estavam praticamente desertas e o caminho fazia-se sem percalços. A pouco e pouco, entrávamos em território serrano e aproveitámos o Miradouro das Chopeiras para tomar o pequeno-almoço com direito a uma vista espectacular.
De baterias carregadas, era tempo de prosseguir e conforme imergíamos no território Espanhol, o dia ia alterando as suas vestes, ora mais cinzento, ora mais limpo, mas ao entrarmos no Parque Natural de Las Batuecas-Sierra de Francia, em plena comunidade de Castela e Leão, o nevoeiro envolveu-nos por completo, tornando a visibilidade francamente diminuta. Apesar de algo apreensivos, não deixámos de apreciar a beleza do cenário, onde o nevoeiro se insinuava através das árvores despidas, cujas folhas formavam um denso tapete castanho.
Continuámos a subida e acabámos por vencer o branco manto que ia ficando abaixo de nós. Com o sol a brilhar, chegámos finalmente à Peña de Francia, o pico mais alto do conjunto montanhoso, a 1723m de altitude. Ali, encontra-se o Santuário de Nossa Senhora da Peña e um antigo mosteiro dominicano, actualmente desactivado. Segundo percebemos, o edifício terá sido convertido em hotel, mas actualmente não está em funcionamento e mesmo o café/restaurante, estava fechado. Disseram-nos depois, que abre pontualmente, mas só aos fins-de-semana. Percorremos o local, encantados com a paisagem que nos rodeava. O único senão, era o frio e o vento gélido que nos impedia até de tirar os capacetes.
Voltámos ao nosso roteiro pelo Parque, que é uma verdadeira montanha russa de curvas, serras e vales construídos pelos muitos rios que os percorreram e ainda persistem. Além da sua intrincada orografia a fauna e flora naturais são de grande riqueza natural. E disso fomos testemunhas, logo no primeiro dia, quando pequenos veados cruzaram o nosso caminho ou um enorme rebanho de cabras selvagens, animal que serve de símbolo ao parque, subia as encostas da serra.
Mas nem só de natureza vive o homem…na região, encontramos também uma rede de aldeias, declaradas conjunto histórico-artístico e alguma delas, distinguidas com o galardão dos Pueblos mais bonitos de Espanha. A primeira que visitámos, já o dia passava do meio, foi San Martín del Castañar. Depois de estacionarmos à entrada da aldeia, fomos recebidos pelos inúmeros canteiros de flores que ladeavam as ruas. Todos eles, uma obra de arte, adornados ora com pinturas de animais reais e mitológicos, tradicionais dos bordados da serra, ora com provérbios ou dizeres populares. Além de bonitos, achámos uma forma muito interessante de manter viva a cultura local. Como em qualquer pueblo típico espanhol, desembocámos na Plaza Mayor, que surgia coroada por uma fonte central. Estava deserta, mas com um bocadinho de sorte, lá encontrámos um tasco aberto e conseguimos beber a nossa primeira cerveja espanhola. Percorremos depois as ruas estreitas da aldeia, que mantém com orgulho as suas antigas casas de estilo serrano, algumas brasonadas. Além das muralhas do castelo e da Torre de menagem, encontramos uma antiquíssima praça de touros e um centro de interpretação. À sua volta encontram-se também vários trilhos, como o do Bosque dos Espelhos, muito elogiado, mas que não tivemos oportunidade de percorrer.
As horas de luz começavam a escassear e apressámo-nos em direcção ao nosso destino do dia, Mogarraz, outra bela aldeia histórica e que seria a nossa base durante os dias de exploração da Sierra de Francia.
Video deste dia de viagem:
O tempo disponível para visitar a Sierra de Francia não era abundante. Como tal, urgia rentabilizá-lo e aproveitar ao máximo todos os minutos. Vencemos assim a preguiça e saímos de casa com o relógio a bater as 6h da manhã, era ainda noite cerrada. Lançámo-nos à auto-estrada, com o objectivo de chegar ao destino o mais rápido possível. Km após km, o frio e a humidade, aliados à ausência do astro rei, foram-se entranhando nos corpos que já ansiavam por uma paragem para aquecer. Deixámos a A23 junto a Castelo Branco e depois de atestarmos em Alcains, continuámos, sempre com os olhos em alerta, em busca de um café aberto. Finalmente parámos no Ponte de São Gens, onde a salamandra a lenha já trabalhava a todo o "gás", aconchegando o ambiente.
Depois do desejado café e de uma conversa animada, voltámos à estrada e quase sem dar por isso, atravessámos a fronteira, que nada mais era, que uma placa a assinalar o final do território Português e o início do Espanhol. As estradas, estavam praticamente desertas e o caminho fazia-se sem percalços. A pouco e pouco, entrávamos em território serrano e aproveitámos o Miradouro das Chopeiras para tomar o pequeno-almoço com direito a uma vista espectacular.
De baterias carregadas, era tempo de prosseguir e conforme imergíamos no território Espanhol, o dia ia alterando as suas vestes, ora mais cinzento, ora mais limpo, mas ao entrarmos no Parque Natural de Las Batuecas-Sierra de Francia, em plena comunidade de Castela e Leão, o nevoeiro envolveu-nos por completo, tornando a visibilidade francamente diminuta. Apesar de algo apreensivos, não deixámos de apreciar a beleza do cenário, onde o nevoeiro se insinuava através das árvores despidas, cujas folhas formavam um denso tapete castanho.
Continuámos a subida e acabámos por vencer o branco manto que ia ficando abaixo de nós. Com o sol a brilhar, chegámos finalmente à Peña de Francia, o pico mais alto do conjunto montanhoso, a 1723m de altitude. Ali, encontra-se o Santuário de Nossa Senhora da Peña e um antigo mosteiro dominicano, actualmente desactivado. Segundo percebemos, o edifício terá sido convertido em hotel, mas actualmente não está em funcionamento e mesmo o café/restaurante, estava fechado. Disseram-nos depois, que abre pontualmente, mas só aos fins-de-semana. Percorremos o local, encantados com a paisagem que nos rodeava. O único senão, era o frio e o vento gélido que nos impedia até de tirar os capacetes.
Voltámos ao nosso roteiro pelo Parque, que é uma verdadeira montanha russa de curvas, serras e vales construídos pelos muitos rios que os percorreram e ainda persistem. Além da sua intrincada orografia a fauna e flora naturais são de grande riqueza natural. E disso fomos testemunhas, logo no primeiro dia, quando pequenos veados cruzaram o nosso caminho ou um enorme rebanho de cabras selvagens, animal que serve de símbolo ao parque, subia as encostas da serra.
Mas nem só de natureza vive o homem…na região, encontramos também uma rede de aldeias, declaradas conjunto histórico-artístico e alguma delas, distinguidas com o galardão dos Pueblos mais bonitos de Espanha. A primeira que visitámos, já o dia passava do meio, foi San Martín del Castañar. Depois de estacionarmos à entrada da aldeia, fomos recebidos pelos inúmeros canteiros de flores que ladeavam as ruas. Todos eles, uma obra de arte, adornados ora com pinturas de animais reais e mitológicos, tradicionais dos bordados da serra, ora com provérbios ou dizeres populares. Além de bonitos, achámos uma forma muito interessante de manter viva a cultura local. Como em qualquer pueblo típico espanhol, desembocámos na Plaza Mayor, que surgia coroada por uma fonte central. Estava deserta, mas com um bocadinho de sorte, lá encontrámos um tasco aberto e conseguimos beber a nossa primeira cerveja espanhola. Percorremos depois as ruas estreitas da aldeia, que mantém com orgulho as suas antigas casas de estilo serrano, algumas brasonadas. Além das muralhas do castelo e da Torre de menagem, encontramos uma antiquíssima praça de touros e um centro de interpretação. À sua volta encontram-se também vários trilhos, como o do Bosque dos Espelhos, muito elogiado, mas que não tivemos oportunidade de percorrer.
As horas de luz começavam a escassear e apressámo-nos em direcção ao nosso destino do dia, Mogarraz, outra bela aldeia histórica e que seria a nossa base durante os dias de exploração da Sierra de Francia.
Video deste dia de viagem:
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Boas viagens!
Mário Cordeiro
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Re: Parque Natural Las Batuecas – Sierra de Francia e Las Hurdes (Espanha)
Parque Natural Las Batuecas – Sierra de Francia e Las Hurdes – 2ºdia (12/2022)
O dia acordou gelado em Mogarraz. Felizmente no El Humilladero, alojamento onde ficámos hospedados, o aquecimento não era problema. Equipamo-nos a rigor e saímos para um novo dia de explorações. As baixas temperaturas da noite, deixaram um manto de gelo no cenário em redor e apesar dos perigos inerentes exigirem uma condução ainda mais cuidadosa, não pudemos deixar de nos render à beleza que tal alvura conferia à paisagem.
A primeira paragem do dia foi em La Alberca, a mais famosa das aldeias e a primeira aldeia rural a ser declarada como conjunto histórico artístico, em 1940. O centro histórico da aldeia, é composto por um intrincado labirinto de ruas onde o casario de arquitectura típica serrana, que conjuga a pedra e a madeira, é imagem de marca. É frequente ver nas casas inscrições com a data da construção e também motivos ornamentais que já havíamos visto nas outras aldeias. Visitámos a Igreja da Asunción, do séc. XVIII e que se ergue bem no meio de uma praça onde também é estrela o Cerdo de San Antón, monumento ao porco, tão presente na cultura local. Na aldeia, existe a tradição de se criar um porco comunitário, que anda livremente pelas ruas e é alimentado pela população, até ser sorteado e abatido, aparentemente na altura das festas da aldeia. Nós, não vimos nenhum animal vivo. Apenas a escultura e os embutidos expostos nas muitas lojas da especialidade. Apesar de muito comércio estar fechado (parece que a maior parte só abre ao fim de semana), ao redor da bonita e movimentada Plaza Mayor, encontrámos várias lojinhas com produtos locais, onde conseguimos comprar o íman da praxe.
Depois de uma pausa para café, deixámos a animação de La Alberca para voltarmos às belezas naturais do parque de Las Batuecas. Seguimos pelas estradas ondulantes que rompem as serras, e que em certos troços competem com os mais famosos passos de montanha. O sol brilhava, tal como os rios ou a vasta vegetação que povoa o parque. Pinheiros, castanheiros, cerejeiras e muitos, muitos medronheiros, adornados pelo rubro fruto. Tristemente e em oposição a toda esta radiosidade, deparámo-nos também com cenários desoladores, fruto dos grandes incêndios que atingiram a região no Verão passado e cobriram de negro vários hectares de floresta.
Seguimos rumo a El Gasco, já na região de Las Hurdes, parte da Extremadura Espanhola. Aqui, queríamos finalmente estrear-nos nos trilhos, que não fazemos habitualmente por questões logísticas, ou seja, carregar equipamento. Como desta vez tínhamos espaço nas malas, conseguimos deixar a maior parte da tralha, para fazer a caminhada até ao Chorro de la Meancera. O trajecto, de exigência média-baixa, faz-se sempre com os olhos postos nos cursos de água, até chegar ao expoente máximo, uma bonita cascata no final do percurso. Aproveitámos este cenário idílico para merendar e recarregar baterias antes de voltarmos à estrada.
Mais uma vez, o tempo fugia-nos e sobravam poucas horas até a noite se abater sobre nós. No regresso à nossa base, fomos apreciando a beleza que nos rodeava. Pitorescas povoações animavam o caminho e volta e meia, surgia um miradouro que proporcionava uma vista ainda mais ampla e arrebatadora.
Chegámos a Mogarraz, já escurecia, mas ainda havia tempo para percorrer mais afincadamente as ruas desta caricata aldeia. À semelhança de La Alberca, Mogarraz, veste-se também de arquitectura serrana e comunga das mesmas actividades, como a produção e comércio de embutidos e vinho regional, mas tem uma particularidade que a distingue: nas fachadas das casas, estão pendurados retratos dos seus antigos habitantes. As pinturas, obra de um artista local, foram inspiradas nas fotografias tiradas à população em 1967, para os cartões de identidade e que foram disponibilizadas pela viúva do fotógrafo. Uma bonita homenagem que perpétua a memória daqueles que ali viveram. Depois de um dia bem mexido, decidimos recompensar-nos com a gastronomia típica. Tínhamos em mente um aclamado restaurante, o Balcón de Mogarraz, mas para nossa desilusão, só abria à hora de almoço. A alternativa não desiludiu. Fomos muito bem acolhidos pelo Óscar, o simpático funcionário do Meson Taurino Mogarraz, onde nos deliciámos com as iguarias típicas da região, como os cogumelos, servidos numa deliciosa salada ou as Patatas Meneas, um reconfortante puré de batata com toucinho. Para encerrar o repasto, ainda conseguimos dividir um Chuletón, aniquilando qualquer espaço para a sobremesa. Antes de voltarmos ao quarto, decidimos ajudar a digestão com uma caminhada por Mogarraz, que apesar do frio, mostrava-se acolhedora, sob um espectacular céu estrelado.
Fica aqui o Link do vídeo deste dia de viagem:
O dia acordou gelado em Mogarraz. Felizmente no El Humilladero, alojamento onde ficámos hospedados, o aquecimento não era problema. Equipamo-nos a rigor e saímos para um novo dia de explorações. As baixas temperaturas da noite, deixaram um manto de gelo no cenário em redor e apesar dos perigos inerentes exigirem uma condução ainda mais cuidadosa, não pudemos deixar de nos render à beleza que tal alvura conferia à paisagem.
A primeira paragem do dia foi em La Alberca, a mais famosa das aldeias e a primeira aldeia rural a ser declarada como conjunto histórico artístico, em 1940. O centro histórico da aldeia, é composto por um intrincado labirinto de ruas onde o casario de arquitectura típica serrana, que conjuga a pedra e a madeira, é imagem de marca. É frequente ver nas casas inscrições com a data da construção e também motivos ornamentais que já havíamos visto nas outras aldeias. Visitámos a Igreja da Asunción, do séc. XVIII e que se ergue bem no meio de uma praça onde também é estrela o Cerdo de San Antón, monumento ao porco, tão presente na cultura local. Na aldeia, existe a tradição de se criar um porco comunitário, que anda livremente pelas ruas e é alimentado pela população, até ser sorteado e abatido, aparentemente na altura das festas da aldeia. Nós, não vimos nenhum animal vivo. Apenas a escultura e os embutidos expostos nas muitas lojas da especialidade. Apesar de muito comércio estar fechado (parece que a maior parte só abre ao fim de semana), ao redor da bonita e movimentada Plaza Mayor, encontrámos várias lojinhas com produtos locais, onde conseguimos comprar o íman da praxe.
Depois de uma pausa para café, deixámos a animação de La Alberca para voltarmos às belezas naturais do parque de Las Batuecas. Seguimos pelas estradas ondulantes que rompem as serras, e que em certos troços competem com os mais famosos passos de montanha. O sol brilhava, tal como os rios ou a vasta vegetação que povoa o parque. Pinheiros, castanheiros, cerejeiras e muitos, muitos medronheiros, adornados pelo rubro fruto. Tristemente e em oposição a toda esta radiosidade, deparámo-nos também com cenários desoladores, fruto dos grandes incêndios que atingiram a região no Verão passado e cobriram de negro vários hectares de floresta.
Seguimos rumo a El Gasco, já na região de Las Hurdes, parte da Extremadura Espanhola. Aqui, queríamos finalmente estrear-nos nos trilhos, que não fazemos habitualmente por questões logísticas, ou seja, carregar equipamento. Como desta vez tínhamos espaço nas malas, conseguimos deixar a maior parte da tralha, para fazer a caminhada até ao Chorro de la Meancera. O trajecto, de exigência média-baixa, faz-se sempre com os olhos postos nos cursos de água, até chegar ao expoente máximo, uma bonita cascata no final do percurso. Aproveitámos este cenário idílico para merendar e recarregar baterias antes de voltarmos à estrada.
Mais uma vez, o tempo fugia-nos e sobravam poucas horas até a noite se abater sobre nós. No regresso à nossa base, fomos apreciando a beleza que nos rodeava. Pitorescas povoações animavam o caminho e volta e meia, surgia um miradouro que proporcionava uma vista ainda mais ampla e arrebatadora.
Chegámos a Mogarraz, já escurecia, mas ainda havia tempo para percorrer mais afincadamente as ruas desta caricata aldeia. À semelhança de La Alberca, Mogarraz, veste-se também de arquitectura serrana e comunga das mesmas actividades, como a produção e comércio de embutidos e vinho regional, mas tem uma particularidade que a distingue: nas fachadas das casas, estão pendurados retratos dos seus antigos habitantes. As pinturas, obra de um artista local, foram inspiradas nas fotografias tiradas à população em 1967, para os cartões de identidade e que foram disponibilizadas pela viúva do fotógrafo. Uma bonita homenagem que perpétua a memória daqueles que ali viveram. Depois de um dia bem mexido, decidimos recompensar-nos com a gastronomia típica. Tínhamos em mente um aclamado restaurante, o Balcón de Mogarraz, mas para nossa desilusão, só abria à hora de almoço. A alternativa não desiludiu. Fomos muito bem acolhidos pelo Óscar, o simpático funcionário do Meson Taurino Mogarraz, onde nos deliciámos com as iguarias típicas da região, como os cogumelos, servidos numa deliciosa salada ou as Patatas Meneas, um reconfortante puré de batata com toucinho. Para encerrar o repasto, ainda conseguimos dividir um Chuletón, aniquilando qualquer espaço para a sobremesa. Antes de voltarmos ao quarto, decidimos ajudar a digestão com uma caminhada por Mogarraz, que apesar do frio, mostrava-se acolhedora, sob um espectacular céu estrelado.
Fica aqui o Link do vídeo deste dia de viagem:
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Boas viagens!
Mário Cordeiro
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Re: Parque Natural Las Batuecas – Sierra de Francia e Las Hurdes (Espanha)
3º e 4º dia (12/2022)
Apesar do nosso alojamento não ter garagem, nem estacionamento privativo, foi possível deixar a moto mesmo junto à entrada, num cantinho onde dormiu as três noites que ficámos em Mogarraz. Depois do ritual matinal de tirarmos a capa que a protegia da geada durante a noite, chegava a ansiedade para ver se pegaria à primeira ou se o frio faria das suas. Nota 10 para a nossa montada, que nunca nos deixou apeados. São Pedro, também foi benevolente. No 3º dia de passeio, continuámos com temperaturas baixas, mas a chuva manteve-se à parte, apesar de ao longo do dia as nuvens se irem aglomerando nos céus.
Era sábado e as estradas da montanha, nas quais passámos grande parte do dia, estavam ainda mais desertas. Volta e meia surgia um ou outro humano a recolher lenha, mas pouco mais que isso. A parte da manhã, foi praticamente dedicada a este contemplar da natureza, onde o isolamento é expressão maior e a civilização aparece apenas de vez em quando. Este isolamento, fez com que só conseguíssemos beber café já perto do meio-dia, em Nuñomoral, a capital da comarca de Las Hurdes.
Deslizámos entre as regiões vizinhas de Las Batuecas e Las Hurdes, onde o cenário ia mudando, ora verde, ora negro, marca dos incêndios, mas sempre impressionante. Avistámos inúmeros cursos de água, mais tímidos ou mais exuberantes, não fosse esta uma região rasgada por vários rios, como o França, Batuecas, Hurdano ou o Alagón. Este último, afluente do Tejo, foi alvo da intervenção da engenharia moderna, com a construção de uma grande barragem, por onde também passámos. A barragem de Gabriel y Galán, assim baptizada como homenagem ao poeta salamantino e apaixonado pela região serrana, foi edificada entre 1952 e 1961. A sua construção, À semelhança de outras, obrigou ao abandono de uma localidade, Granadilla, pelo risco de inundações. Apesar de a população ter sido desalojada, Granadilla acabou por nunca ficar submersa. Aproveitámos o café junto à barragem para fazer uma pausa…beber uma caña e petiscar uma tortilla. Decidimos ir até a aldeia fantasma, Granadilla, protegida por uma enorme muralha. Estava de facto deserta e fechada…afinal havia horário para a visitar e nós chegamos na hora da siesta.
De volta aos contornos serranos, aproveitámos os últimos resquícios de luz para visitar outra aldeia histórica, Miranda del Castañar. Deixámos a moto junto às muralhas e lá fomos percorrer as antiquíssimas ruas. Embora bonita, encontrava-se praticamente deserta e com o comércio todo fechado. Foi a custo, que encontrámos um café aberto. Mas a procura compensou e lá demos com o aconchegante bar A Mandragora, onde a bonita decoração, a música e claro, a cerveja, nos permitiu desfrutar de uns momentos de puro relaxe. De volta a Mogarraz, ainda tínhamos uma tarefa a cumprir. Explorar as típicas lojas de enchidos. Com pena nossa, não havia espaço para um presunto, mas lá conseguimos meter uns embutidos na mala!
E eis que chegou Domingo e com ele, a hora de deixar a Sierra de Francia. Como que a chorar a nossa partida, os céus cobriram-se de nuvens, que derramavam a chuva prometida. Pela última vez, admirámos os tradicionais bordados serranos que enfeitavam as paredes do El Humilladero e despedimo-nos de Mogarraz! Os kms que se seguiram, foram feitos debaixo de chuva. Ora mais forte, ora mais fraca, mas quase sempre presente até perto de Badajoz. Ao entrarmos em Portugal, no entanto, o sol já brilhava e dirigimo-nos a Avis. Ali os nossos amigos preparavam um maravilhoso almoço de codornizes e entremeadas grelhadas. Como sempre uma calorosa recepção, que agradecemos de coração. O almoço, além de delicioso, foi obviamente recheado de gargalhadas e boa conversa…a melhor maneira de terminar um passeio!
Fica aqui o Link do video deste dia de viagem:
Apesar do nosso alojamento não ter garagem, nem estacionamento privativo, foi possível deixar a moto mesmo junto à entrada, num cantinho onde dormiu as três noites que ficámos em Mogarraz. Depois do ritual matinal de tirarmos a capa que a protegia da geada durante a noite, chegava a ansiedade para ver se pegaria à primeira ou se o frio faria das suas. Nota 10 para a nossa montada, que nunca nos deixou apeados. São Pedro, também foi benevolente. No 3º dia de passeio, continuámos com temperaturas baixas, mas a chuva manteve-se à parte, apesar de ao longo do dia as nuvens se irem aglomerando nos céus.
Era sábado e as estradas da montanha, nas quais passámos grande parte do dia, estavam ainda mais desertas. Volta e meia surgia um ou outro humano a recolher lenha, mas pouco mais que isso. A parte da manhã, foi praticamente dedicada a este contemplar da natureza, onde o isolamento é expressão maior e a civilização aparece apenas de vez em quando. Este isolamento, fez com que só conseguíssemos beber café já perto do meio-dia, em Nuñomoral, a capital da comarca de Las Hurdes.
Deslizámos entre as regiões vizinhas de Las Batuecas e Las Hurdes, onde o cenário ia mudando, ora verde, ora negro, marca dos incêndios, mas sempre impressionante. Avistámos inúmeros cursos de água, mais tímidos ou mais exuberantes, não fosse esta uma região rasgada por vários rios, como o França, Batuecas, Hurdano ou o Alagón. Este último, afluente do Tejo, foi alvo da intervenção da engenharia moderna, com a construção de uma grande barragem, por onde também passámos. A barragem de Gabriel y Galán, assim baptizada como homenagem ao poeta salamantino e apaixonado pela região serrana, foi edificada entre 1952 e 1961. A sua construção, À semelhança de outras, obrigou ao abandono de uma localidade, Granadilla, pelo risco de inundações. Apesar de a população ter sido desalojada, Granadilla acabou por nunca ficar submersa. Aproveitámos o café junto à barragem para fazer uma pausa…beber uma caña e petiscar uma tortilla. Decidimos ir até a aldeia fantasma, Granadilla, protegida por uma enorme muralha. Estava de facto deserta e fechada…afinal havia horário para a visitar e nós chegamos na hora da siesta.
De volta aos contornos serranos, aproveitámos os últimos resquícios de luz para visitar outra aldeia histórica, Miranda del Castañar. Deixámos a moto junto às muralhas e lá fomos percorrer as antiquíssimas ruas. Embora bonita, encontrava-se praticamente deserta e com o comércio todo fechado. Foi a custo, que encontrámos um café aberto. Mas a procura compensou e lá demos com o aconchegante bar A Mandragora, onde a bonita decoração, a música e claro, a cerveja, nos permitiu desfrutar de uns momentos de puro relaxe. De volta a Mogarraz, ainda tínhamos uma tarefa a cumprir. Explorar as típicas lojas de enchidos. Com pena nossa, não havia espaço para um presunto, mas lá conseguimos meter uns embutidos na mala!
E eis que chegou Domingo e com ele, a hora de deixar a Sierra de Francia. Como que a chorar a nossa partida, os céus cobriram-se de nuvens, que derramavam a chuva prometida. Pela última vez, admirámos os tradicionais bordados serranos que enfeitavam as paredes do El Humilladero e despedimo-nos de Mogarraz! Os kms que se seguiram, foram feitos debaixo de chuva. Ora mais forte, ora mais fraca, mas quase sempre presente até perto de Badajoz. Ao entrarmos em Portugal, no entanto, o sol já brilhava e dirigimo-nos a Avis. Ali os nossos amigos preparavam um maravilhoso almoço de codornizes e entremeadas grelhadas. Como sempre uma calorosa recepção, que agradecemos de coração. O almoço, além de delicioso, foi obviamente recheado de gargalhadas e boa conversa…a melhor maneira de terminar um passeio!
Fica aqui o Link do video deste dia de viagem:
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Boas viagens!
Mário Cordeiro
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