Marrocos 2012 - O regresso!

(3 de Abril de 2012 – continuação)

Passar por ali ao lado de tais construções é uma sensação de verdadeiro exotismo!



o palácio parece não ter fim, ali na berma da estrada, a imagem de Ouarzazate!





E lá saímos da cidade rumo ao deserto!









O que me chocou no país foi a facilidade com que aquele gente vive e convive com o lixo! A dada altura a gente pressente a chegada a uma cidade pelo muito lixo que vai encontrando nas bermas da estrada!



A paisagem ia mudando em pormenores decorativos pelas encostas das colinas!



E de repente parece que cheguei à América!



Uma espécie de Grand Canyon marroquino!







De repente eu queria parar em todas as esquinas e tirar um milhão de fotos a cada paragem!



O que vale é que os outros também quiseram parar, senão eu só tiraria fotos de corrida!





Aquilo lá em baixo é fascinante! Grandioso!





A gente arrancava e eu voltava a parar, uma vez e outra!



Porque a cada curva do caminho os penhascos mostravam-se de ângulos mais extraordinários!



E sai uma panorâmica meio enrolada da minha máquina!



E a paisagem vai sempre mudando, com montanha diferente a cada quilometro e as casinhas no meio de nada!



Parece que encontramos diversos países num mesmo país!



A chuva voltava em força e a gente ancorou na lama da praça central de Agdz, uma terra no meio de nada mas que tinha um sapateiro que socorreu o Rui, mais a sua bota “des-solada”



A minha motita nunca se tinha visto ancorada na lama… mal ela sabia o que a esperava a partir dali!



E cá está o Rui com o pé direito enfiado no sapato provisório enquanto a botita ía dar uma voltinha reparadora



Vendo bem de perto até ficava curioso o conjunto improvável do novo par de calçado!



Fomos ficando por ali a fazer tempo e morder qualquer coisa enquanto a bota não vinha!



O restaurante onde paramos até tinha bom aspeto visto de longe!







Não sei como é que aquela gente ainda conseguia tomar mais e mais chá de menta!



Ali mesmo ao lado estava instalada a cabine telefónica mais estreitinha que eu vira na minha vida! Quem é que caberá ali dentro?



E mais isto e mais aquilo, e pimba, mais chá de menta!



E finalmente a bota regressou ao seu dono, pela mão do seu salvador!



O patrão do rapaz é que fez o preço, não foi caro e foi eficiente! Pois aquela bota ainda fez muita lama, agua e terra depois de ter sido colada e pregada ali! Afinal Marrocos não é o fim do mundo! Fazem-se coisas uteis e em cima da hora, bem feitas! Não é verdade Rui?



Bem com o Rui já muito bem calçado lá seguimos, tínhamos muito maus caminhos para percorrer ainda!



Mas o ar de cada um era de alegria! Quem se queixa de passear à chuva? Desde que seja passear é sempre melhor que trabalhar!



A cada dia passávamos frequentemente por grupos de adolescentes que voltavam das escolas!



Ao longe há sempre pormenores surpreendentes na paisagem, por vezes só parando se pode captar o que se vê! O Rui e o Elísio é que estavam sempre a “levar comigo” que ficava para trás e eles faziam questão de ser os últimos e por minha causa ficavam lá para tras!



Voltamos a atravessar um pouco de Grand Canyon



E como aquelas paisagens me fascinam!



E chegávamos a Almif (acho eu) onde almoçariamos uma farta refeição de 25 gramas de “steak” em 3 minusculos pedacinhos, acompanhados de 14 palitos de batata frita, vá lá nem mais um, não fosse alguém sentir-se mal com o estomago demasiado cheio!



Foi aqui o grande banquete! O que prova que o tascoso fumarento de berma de estrada continua a ser a melhor opção para se comer, mesmo que a carne tenha moscas!



Ao menos dei o “gosto ao dedo” e fiz por lá algumas fotos do local com piada!



Nunca me dei muito bem a comer numa mesa mais baixa do que o banco em que me sento!





A vantagem de a comida ser menos que pouca é que, embora se perca muito tempo à espera, demora-se menos que nada a comer e a seguir viagem!



E lá fomos passando por mais um e outro oásis







Putos vindos de lado nenhum esperavam que os cumprimentessemos nas bordas da estrada que já ía estando cheia de areia



E de repente… o deserto!

“Avistar as dunas do Saara a partir da estrada, vê-las lá ao fundo, depois do deserto de cascalho negro, em cambiantes de laranjas rosados… foi como avistar um paraíso superior! Como se o deserto fosse uma entidade viva, um ser avassalador que me atraía a si… percorrer todo o cascalho irregular, em ondulações por vezes violentas, foi o menor preço a pagar para chegar com a minha moto Magnífica até ele…”





Teríamos de fazer 8 km pelo cascalho negro até às dunas, onde as motos ficariam no hotel.







Um dia eu prometi à minha motita que nunca mais faria terra batida ou fora de estrada com ela! Ela não nasceu para isso e fica sempre nervosa, um dia atirou-se para o chão e tudo!
Mas ali era a exceção!



Esperamos pelo Jeep que viria buscar as penduras e indicar-nos o caminho. Há que aproveitar o tempo de espera!



Na direção oposta o sol preparava-se para se pôr





O Carlos tinha ido fazer o reconhecimento do caminho e procurar o Jeep desaparecido! Um grande guia!



E lá fomos até à grande duna, a ponta da grande manta que é o Saara! Quando lá chegamos levantava-se uma ventania que fazia o ar encher-se de areia. Coisa ruim para uma máquina fotográfica, mas linda para uma fotografia!



Os Ferraris que nos levariam às tendas já nos esperavam!



Não perdemos muito tempo, o percurso era longo e ajudaria a digerir o resto do almoço minúsculo que tivéramos… santo Deus, se a comida no deserto fosse também uma miséria eu iria morrer de fome! ?



O hotel ia ficando para trás e a hora e meia de caminho começava apenas, a passo de caracol… ok, a passo de camelo!



O grupo mantinha toda a animação de sempre, em 2 grupos de 5 camelos lá se iam trocando piadas de um grupo para o outro!



Os vestígios do sol desapareciam de uma forma muito bonita mas, lá de cima do camelo, é difícil conseguir-se a quietude suficiente para o fotografar sem tremer!



E ficou noite!







Quando chegamos às tendas a comidinha esperava-nos!



Oh quanta alegria! É que depois de almoçar pouquinho, andar de moto e depois de camelo, dá cá uma fome!





E serviram-nos 2 tajines gigantes de frango, deliciosas!





E lá estávamos todos muito contentes a encher-nos de comida!



Lá fora os Tuaregues entoavam canções e tocavam bombos à luz de candeeiros engalanados em caveiras de camelo





E fui para o “meu” quarto dormir!



Os outros ficaram ainda em volta da fogueira, juntamente com outros hospedes das tendas



Fim do 5º dia de viagem…

Fantástico!!
Belas fotografias. Algumas bastante interessantes!
Boa continuação.



Boas Curvas

Jasus... que delícia de relato...

Tenho seguido a "história" pelo fb e só agora pude ler na íntegra as crónicas. Devo dizer que é um luxo poder conhecer esta aventura em duas "versões", ou melhor em duas perspectivas da história.

O teu relato (descritivo) e o do Elísio (narrativo) completam-se na perfeição. Até nas fotografias se verifica isso. São dois olhares distintos sobre esta experiência fabulosa de viagem, que é um gosto poder conhecer... Parabéns ao dois, pelo excelente "trabalho".

Fiquei maravilhado com todos os detalhes aqui deixados que tentam transmitir o mais possível de forma neutra, o que é esta cultura, estes lugares, e o contraste que para nós representa tudo isto.

Dá para ver que se juntou um grande grupo (não em número, mas em qualidade) que nem o mau tempo conseguiu deixar "abaixo"... bom tirando aquele troço de lama, onde parece que apenas a gran turismo do Elísio se safou do banho de barro...

Estou em pulgas para me meter à estrada e ir conhecer estes lugares!

Muito obrigado pela partilha, e claro mérito, muito mérito!

Cumps!

Tens fotos espectaculares Gracinda tal como eu imaginava
Continua que estou a adorar

Beijitos

Como já terminei a minha crónica agora quero mais, este efeito (Marrocos 2012) não pode passar de forma nenhuma, seria um desperdicio!!!

Mais 1 M

Comadre Gracinda força que esta um espectaculo:D

atikman escreveu:Nice!

Um dia, quem sabe, junto-me a vocês!

Rui

Penso que já não podes voltar atrás Rui a Angela já falou com a Paula e agora só Deus dirá o exame que seja feito depressa e a mota igual ao nosso manda-chicotadas que apareça rápido temos eventos á espera e para comemorar o novo .

Fazes me lembrar cada momento com saudade

Cucu!

Obrigada amigos!

Eu fui uma melga nesta viagem, sempre a parar, sempre a sacar da maquina fotográdica, sempre a cuscar aqui e ali, mas acho que não atrasei muito o grupo (só o Elisio e o Rui!)!

Ainda bem que o grupo era todo feito de gente boa para me aturarem pacificamente!

Agora a minha crónica é mais uma memória descritiva, um diario de bordo, para que não se percam as coisas que vi, vivi e descobri!

Espero que continuem a apreciar, pois ainda me falta um bom pedaço!

Muito bom Gracinda, como já nos habituaste.

Começa a ser difícil arranjar adjectivos que ainda não tenham sido ditos, se calhar é melhor começar a usar outro idioma, que o Português já está esgotado.
Aqui vai em Francês: " magnifique " ( idioma que tu gostas )

Beijinhos
Carlos Rosa

Já agora em francês também "très bien" eheh

Fotografias espectaculares, cada uma melhor que a outra... é muito click Parabéns.

Um abraço.

Quel sublime récit!

Et vos photos ne réveillent en moi que des sensations visuelles, c’est comme si j’y étais, les parfums, la chaleur, le sable, la pluie…

Merci, Gracinda !

Resumindo, fantástico conto e fotos que não despertam em mim apenas sensações visuais!

Absolutamente espectacular! Fotos 5*! Relato 5*! Que mais se pode querer?

Um pequeno aparte. Gracinda, procure informação acerca de técnicas de fotografia HDR. Algumas das fotos ficariam absolutamente incríveis se usasse esta técnica, mesmo tendo o tempo de captura limitado. Fica a sugestão.

Rui

Correia escreveu:...a Angela já falou com a Paula...

Ah Ah, agora é que vou levar com o rolo da massa...

Assim que vier dos "states" faço exame de código. Condução antes do fim de Maio. Mota na mão em Junho!

Rui

atikman escreveu:

Assim que vier dos "states" faço exame de código. Condução antes do fim de Maio. Mota na mão em Junho!

Rui

Assim ja podes ir à concentração dos Correias como Motard , fazes como a malta faz em Faro, vão de carro cheios de capacetes coletes e casacos e depois la dentro ninguem sabe se ja alguma vez andaram de mota ou não, afinal o que conta é o "Espirito Motard"

Gracinda Ramos escreveu:
O que me chocou no país foi a facilidade com que aquele gente vive e convive com o lixo! A dada altura a gente pressente a chegada a uma cidade pelo muito lixo que vai encontrando nas bermas da estrada!

Se os pontos coloridos que aqui se notam são sacos de plástico, fizeste-me lembrar a Tunísia, onde isso também me impressionou, tal é a quantidade, fruto de uma bastante deficiente, ou inexistente, recolha de lixo !

Gracinda Ramos escreveu:
De repente eu queria parar em todas as esquinas e tirar um milhão de fotos a cada paragem!
...
A gente arrancava e eu voltava a parar, uma vez e outra!
...
Ao longe há sempre pormenores surpreendentes na paisagem, por vezes só parando se pode captar o que se vê!

Como eu te entendo !
Ainda bem que eu não fui senão era mais um a atrasar o grupo !
O Carlos tem de organizar uma nova ida a Marrocos mas só para gente que quer parar em todo o lado e que gosta de coisas velhas !
Belíssima crónica e fotos de se lhe tirar
A merecerem , pois claro !

Cucu!

Obrigada amigos pelos vossos comentários!
Gostei muito dos comentários em francês!

A minha fotografia é fotografia simples e direta, como eu lhe costumo chamar “fotografia pura”, sem filtros, manipulações, efeitos especiais ou HDR! É simplesmente assim como eu gosto!
Costumo dizer que fotografo como vejo e desenho como sinto, não uso técnicas intermédias!
Mas nunca se sabe se não experimentarei um dia!

Quanto a todos aqueles “farrapos” coloridos eram mesmo plásticos! Acho que há uma falta de sensibilidade ainda para o lixo e o cuidado de não sujar, não atirar para o chão, junto com a tal deficiente recolha de lixo!

Mas acredito que aos pouco lá se chegará por aquele país abaixo! Nós em Portugal também já fomos muito mais porquinhos do que somos hoje!


Essa da viagem para gente que quer parar em todo o lado e gosta de coisas velhas é que seria a viagem infinita! Mas eu meto um atestado e em vez de uma semana de férias na Pascoa arranjo duas, achas que chega Carlos?

Essa da viagem para gente que quer parar em todo o lado e gosta de coisas velhas é que seria a viagem infinita! Mas eu meto um atestado e em vez de uma semana de férias na Pascoa arranjo duas, achas que chega Carlos?


Já tinha pensado nisso que 8 dias são poucos para um pais tão grande e com uma grande diversidade de paisagens , temos de fazer esse estudo

carlosferreira escreveu:Essa da viagem para gente que quer parar em todo o lado e gosta de coisas velhas é que seria a viagem infinita! Mas eu meto um atestado e em vez de uma semana de férias na Pascoa arranjo duas, achas que chega Carlos?


Já tinha pensado nisso que 8 dias são poucos para um pais tão grande e com uma grande diversidade de paisagens , temos de fazer esse estudo

Isso é como tudo na vida, agora uma semana, depois duas, daqui a nada um mês e depois dois....

Muitos Parabéns Gracinda! Acabei agora de fazer uma viagem a Marrocos no sofá! Qualidade das fotos e reportagem a todos os títulos ao nível "profissional", ao que já nos habituaste!

Gracinda Ramos escreveu:Cucu!

Obrigada amigos!

Eu fui uma melga nesta viagem, sempre a parar, sempre a sacar da maquina fotográdica, sempre a cuscar aqui e ali, mas acho que não atrasei muito o grupo (só o Elisio e o Rui!)!

Ainda bem que o grupo era todo feito de gente boa para me aturarem pacificamente!

Agora a minha crónica é mais uma memória descritiva, um diario de bordo, para que não se percam as coisas que vi, vivi e descobri!

Espero que continuem a apreciar, pois ainda me falta um bom pedaço!

Esperar por ti apenas dava para andar um pouco mais rápido depois e quebrar a monotonia da velocidade constante. Como percebeste nos primeiros dias em que o Carlos ia com a mão pesada e pediste para ir atrás aquilo era quase uma corrida...

Joao Luis escreveu:

carlosferreira escreveu:Essa da viagem para gente que quer parar em todo o lado e gosta de coisas velhas é que seria a viagem infinita! Mas eu meto um atestado e em vez de uma semana de férias na Pascoa arranjo duas, achas que chega Carlos?


Já tinha pensado nisso que 8 dias são poucos para um pais tão grande e com uma grande diversidade de paisagens , temos de fazer esse estudo

Isso é como tudo na vida, agora uma semana, depois duas, daqui a nada um mês e depois dois....

Um mês? Só em Agosto!
Dois meses? Só se me pagassem... é que o dinheiro não chega mesmo para tanto!

Rui escreveu:

Esperar por ti apenas dava para andar um pouco mais rápido depois e quebrar a monotonia da velocidade constante. Como percebeste nos primeiros dias em que o Carlos ia com a mão pesada e pediste para ir atrás aquilo era quase uma corrida...

Pois, atrás corre-se para a mundial!
Mas eu já estou habituada a ficar para tras a tirar fotos e depois correr até apanhar o povo!
Só stessei quando estava com medo do pneu de tras! "Bolas que se esta coisa rebenta numa pancada numa pedra, estou frita!"

Gracinda Ramos escreveu:A minha fotografia é fotografia simples e direta, como eu lhe costumo chamar “fotografia pura”, sem filtros, manipulações, efeitos especiais ou HDR! É simplesmente assim como eu gosto!
Costumo dizer que fotografo como vejo e desenho como sinto, não uso técnicas intermédias!
Mas nunca se sabe se não experimentarei um dia!

Claro, a fotografia deve, antes de mais nada, agradar ao fotógrafo!

No entanto, e infelizmente, nenhuma máquina fotográfica consegue imitar o olho humano. O porquê disto daria tema talvez para as "catacumbas" ...

Mas o que eu gostaria de realçar, é que a manipulação de imagem pode ter dois sentidos: O estético/artistico, ou o realista. Não vou discutir o primeiro, pois cada um é como cada qual, mas no caso do segundo, o processamento de imagem serve para realçar a realidade que a máquina não conseguiu capturar dou um exemplo:








De certeza que nesta foto, as núvens não estavam como na foto de baixo. Estariam mais próximo da de cima (HDR aldrabado), penso eu. Daí que, o processamento pode e deve ajudar a transmitir a realidade conforme vista pelo fotógrafo no momento.

Obviamente que isto não passa de uma opinião e vale o que vale. Desculpe o devaneio da minha parte.

Uma coisa é certa: É preciso ir lá. Só assim as fotos saem, com HDR ou sem.

Rui

olá professora Gracinda, fico feliz de saber que tudo correu bem e que foi uma viagem memorável para uns e de regresso para outros. O amigo correia teve um precalço no inicio mas faz parte do risco e pode acontecer a qualquer um, ainda bem que tudo se resolveu pelo melhor, estou a gostar das fotos e dos comentários que acompanham as mesmas e não tenho pena de não ter ido como a maior parte dos comentadores porque já tive a minha dose de paises árabes, mas sei que tem o misticismo das histórias das mil e uma noites, e o exotismo caracterisco e tipico do Magreb. Parabens mais uma vez e vou continuar a acompanhar.