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Em busca do Couto Misto
+8
vhugoabreu
TodayAdventure
Serzedo
Rui
Rui Ribeiro
Gracinda Ramos
Trophyvitor
Carlos Balio
12 participantes
Página 1 de 1
Em busca do Couto Misto
Optei por colocar neste tópico esta voltinha em Viagens Nacionais, porque como irão ver o território do Couto Misto era independente dos reinos de Espanha e de Portugal.
Como o percurso e a história é propriedade dos dois países, e o trajecto é efectuado de ambos os lados, vai daí em benefício da dúvida, e em tempos de crise, claro que tinha de considerar como produto Nacional
Assim:
De uma conversa entre amigos, em que se falou do Couto Misto, nasceu a minha curiosidade de procurar algo na internet, e porque não fazer uma visita a esse lugar? Se assim pensei, logo preparei a Rt, e munido do referido mapa lá parti numa manha que por sinal fria (durante as primeiras horas) mas que no decorrer do dia se mostrou bem quente e com inúmeros focos de incêndios, do lado espanhol (combatido por aviões), e do lado português (não vi nenhum), deve ser da crise…
Subindo o Lindoso - Barragem de Touvedo
Barragem do Lindoso com pouca água
Entrando em Espanha
Barragem do Lindoso já em terras de Espanha
Nuestros hermanos são simpáticos, até me desejavam "Boa Viaxe"
Estes tubos enormes levam a água do Rio Lima (embalse de Salas), para zonas áridas de Espanha
Nomes estranhos...
Estradinhas bem agradáveis
Aproveitei e fui conhecer Maus de Sallas
Mas voltemos falar do Couto Misto
O Couto Misto ficava localizado a norte da serra do Larouco, na bacia
intermédia do rio Salas, na Galiza (Espanha), na actual província de Ourense,
na fronteira norte do actual Concelho de Montalegre, em Portugal.
Embora se desconheça a origem de sua instituição, ligada desde a Baixa
Idade Média ao Castelo da Piconha (totalmente destruído pelas invasões espanholas), posteriormente vinculado à poderosa Casa de Bragança, constituía-se numa pequena área fronteiriça de cerca de 27 km² com organização própria, que não estava ligada nem à Coroa de Portugal e nem à da Espanha. Entre os direitos e privilégios deste pequeno território encontravam-se o de asilo para os foragidos da justiça portuguesa ou espanhola, o de não dar soldados nem para um reino nem para o outro, o de isenção de impostos, o de liberdade de comércio (como o sal, objecto de estanco até 1868), a liberdade de cultivos como o do tabaco, e outros.
Os privilégios do Couto Misto
Nacionalidade
Os habitantes do Couto Misto não se encontravam obrigados a uma ou outra
nacionalidade, podendo inclinar-se, dependendo de razões geográficas,
familiares ou tradicionais, por uma, por outra, ou por nenhuma.
O momento em que tradicionalmente se exercia essa opção era no dia das
bodas: os que optavam por Portugal bebiam um cálice de vinho pela honra
e à saúde do rei português, inscrevendo a letra "p", de Portugal, à porta
do domicílio conjugal; aqueles que optavam pela Espanha, brindavam à
honra e saúde do rei espanhol, inscrevendo a letra "g", de Galiza, em seu
domicílio. A prática foi substituída pela inscrição de outras simbologias, a
partir de meados do século XIX, quando as autoridades de ambos os países
começaram a questionar os privilégios do Couto.
Concretamente, os seus habitantes não estavam obrigados a utilizar
documentos de identidade pessoais, não estando sujeitos aos efeitos
jurídicos de uma nacionalidade: eram considerados como "mistos".
Tributos
Os habitantes do Couto Misto não eram obrigados a pagar tributos
a Portugal ou à Espanha, quer os devidos pela terra, pela prática de
actividades comerciais ou industriais, por consumo, sucessão ou outros. Esse
facto levou muitas pessoas a contrair matrimónio e se estabelecer no Couto,
para evitar o pagamento de tributos, ao mesmo tempo em que estimulou
uma dinâmica actividade comercial, classificada pelas autoridades de
ambos os países como contrabando. Entretanto, os "mistos" não podiam ser
detidos até uma légua dos limites do Couto e nem nos caminhos ou veredas
privilegiadas, ou por actividades consideradas como ilícitas.
Serviço militar
Os habitantes do Couto não contribuíam nem para o Exército português nem
para o Exército espanhol, nem em tempo de guerra.
Porte de armas
Os habitantes do Couto não necessitavam de licença para o porte de armas
de qualquer classe (de caça ou de defesa), quer dentro do Couto, quer no
caminho privilegiado.
Impressos oficiais
Os habitantes do Couto não estavam obrigados ao uso de papel selado,
podendo fazer uso de papel comum em todos os tipos de acordos e
contratos. Do mesmo modo estavam desobrigados de pagar direitos pelo
registo de propriedade, como no caso de hipotecas.
Autogoverno
Os habitantes do Couto tinham o privilégio do auto-governo, mediante
a eleição de um Juiz ou Alcaide que exercia as funções governativas,
administrativas e judiciais, auxiliado pelos homens-bons, também eleitos em
cada um dos três povoados (Santiago, Rubiás e Meaus). Além disso, havia a
possibilidade de firmar acordos em concelho aberto (assembleia).
Direito de asilo
Nem as autoridades portuguesas e nem as espanholas podiam ingressar no
Couto em perseguição de um indivíduo, excepto no caso de determinados
delitos, como o homicídio, por exemplo. Este direito, reminiscência dos
primitivos coutos de homiziados (que andam fugidos da justiça), incomodava
bastante as autoridades de ambos os países, o que historicamente, se
traduziu pela acção esporádica, quer da justiça portuguesa, quer da
espanhola, no território do Couto.
Do mesmo modo, o Couto podiam negar alojamento às forças militares de
ambos os países, prática que em diversas ocasiões não foi respeitada diante
da superioridade numérica das tropas visitantes, especialmente no século
XIX.
Feiras e mercados
Os habitantes do Couto Misto podiam frequentar as feiras das comarcas
limítrofes, comprando e vendendo todos os tipos de gado e mercadorias sem
a obrigação de pagar direitos e de apresentar guias, documentos aduaneiros
ou de qualquer tipo.
Caminho privilegiado
Os habitantes do Couto dispunham de um caminho neutro, de cerca de 6 km
de extensão, que, partindo do Couto, atravessava as terras de Calvos de
Randín, na Galiza, e de Tourém, em Portugal, seu destino. Era delimitado por
mourões ou marcos de pedra, marcados com diversos sinais, como cruzes.
Utilizado para o trânsito de pessoas e de mercadorias, as autoridades de
ambos os países não podiam realizar nenhuma apreensão dentro de seus
limites (nem de contrabando), nem de molestar seus usuários.
Cultivos
Os habitantes do Couto podiam cultivar todos os géneros, inclusive aqueles
objecto de estanco (protegidos por lei), como o tabaco, controlado com
rigor por ambos os países, por receio do prejuízo que poderiam causar às
suas Fazendas. Assim, por iniciativa de ambos, este privilégio foi perdido
desde 1850.
Outros privilégios
Os habitantes do Couto não eram obrigados a participar dos processos
eleitorais e nem dos assuntos políticos quer de Portugal quer da Espanha,
privilégio que tinha reciprocidade no respeito que as autoridades de ambos
os países sempre tiveram pelos privilégios do Couto Misto.
Fim do Couto Misto
Até à assinatura e entrada em vigor do Tratado de Lisboa (1864),
cada habitante do Couto elegia livremente a nacionalidade espanhola
ou portuguesa. A partir do Tratado, os seus domínios passaram para a
soberania da Espanha, integrados nos Concelhos de Calvos de Randín
(aldeias de Santiago e Rubiás ou Ruivães) e Baltar (aldeia de Meaus ou
Meãos). Em contrapartida, passavam para a soberania de Portugal os
chamados "povos promíscuos", até então divididos pela linha da raia, actuais
Soutelinho da Raia, Cambedo e Lama de Arcos (Chaves).
Em direcção do Couto
Já em terras do extinto Couto
Rubias
Forno comunitário de Rubias
Meaus
E como já vimos os três lugares do extinto Couto Misto, aproveitemos a paisagem e vamos até Montalegre, e como a bateria da máquina acabou, vou aproveitar algumas feitas pelo telemóvel, das quais peço que não reparem na qualidade...
Ao chegar a Montalegre, apareceu-me uma placa a indicar Vilar de Perdizes, e lá fui eu...
Montalegre
Depois de Montalegre, decidi visitar Tourem, destino pelo qual já passei diversas vezes, mas quando posso gosto de por lá passar...
Forno comunitário de Tourem, idêntico ao de Rubias, mais bem conservado a nível do primitivo telhado
Torre sineira com relógio na antiga e desactivada escola primária de Tourem, pelo menos podiam aproveitar o relógio, já passavam das 15 horas...
A partir de Tourem, fiz novamente o percurso em sentido inverso, mas desta vez por Lóbios, e entrei novamente no Lindoso, aproveitando para atestar novamente a RT que anda muito bem com gasolina (mais barata) de nuestros hermanos...
E assim foi mais uma voltinha que como sempre sabe muito bem, e partilho desta forma e através destas fotos o que vi, já o que senti... deixo à vossa descoberta, mas é uma voltinha bem bonita e agradável.
Abraço
Como o percurso e a história é propriedade dos dois países, e o trajecto é efectuado de ambos os lados, vai daí em benefício da dúvida, e em tempos de crise, claro que tinha de considerar como produto Nacional
Assim:
De uma conversa entre amigos, em que se falou do Couto Misto, nasceu a minha curiosidade de procurar algo na internet, e porque não fazer uma visita a esse lugar? Se assim pensei, logo preparei a Rt, e munido do referido mapa lá parti numa manha que por sinal fria (durante as primeiras horas) mas que no decorrer do dia se mostrou bem quente e com inúmeros focos de incêndios, do lado espanhol (combatido por aviões), e do lado português (não vi nenhum), deve ser da crise…
Subindo o Lindoso - Barragem de Touvedo
Barragem do Lindoso com pouca água
Entrando em Espanha
Barragem do Lindoso já em terras de Espanha
Nuestros hermanos são simpáticos, até me desejavam "Boa Viaxe"
Estes tubos enormes levam a água do Rio Lima (embalse de Salas), para zonas áridas de Espanha
Nomes estranhos...
Estradinhas bem agradáveis
Aproveitei e fui conhecer Maus de Sallas
Mas voltemos falar do Couto Misto
O Couto Misto ficava localizado a norte da serra do Larouco, na bacia
intermédia do rio Salas, na Galiza (Espanha), na actual província de Ourense,
na fronteira norte do actual Concelho de Montalegre, em Portugal.
Embora se desconheça a origem de sua instituição, ligada desde a Baixa
Idade Média ao Castelo da Piconha (totalmente destruído pelas invasões espanholas), posteriormente vinculado à poderosa Casa de Bragança, constituía-se numa pequena área fronteiriça de cerca de 27 km² com organização própria, que não estava ligada nem à Coroa de Portugal e nem à da Espanha. Entre os direitos e privilégios deste pequeno território encontravam-se o de asilo para os foragidos da justiça portuguesa ou espanhola, o de não dar soldados nem para um reino nem para o outro, o de isenção de impostos, o de liberdade de comércio (como o sal, objecto de estanco até 1868), a liberdade de cultivos como o do tabaco, e outros.
Os privilégios do Couto Misto
Nacionalidade
Os habitantes do Couto Misto não se encontravam obrigados a uma ou outra
nacionalidade, podendo inclinar-se, dependendo de razões geográficas,
familiares ou tradicionais, por uma, por outra, ou por nenhuma.
O momento em que tradicionalmente se exercia essa opção era no dia das
bodas: os que optavam por Portugal bebiam um cálice de vinho pela honra
e à saúde do rei português, inscrevendo a letra "p", de Portugal, à porta
do domicílio conjugal; aqueles que optavam pela Espanha, brindavam à
honra e saúde do rei espanhol, inscrevendo a letra "g", de Galiza, em seu
domicílio. A prática foi substituída pela inscrição de outras simbologias, a
partir de meados do século XIX, quando as autoridades de ambos os países
começaram a questionar os privilégios do Couto.
Concretamente, os seus habitantes não estavam obrigados a utilizar
documentos de identidade pessoais, não estando sujeitos aos efeitos
jurídicos de uma nacionalidade: eram considerados como "mistos".
Tributos
Os habitantes do Couto Misto não eram obrigados a pagar tributos
a Portugal ou à Espanha, quer os devidos pela terra, pela prática de
actividades comerciais ou industriais, por consumo, sucessão ou outros. Esse
facto levou muitas pessoas a contrair matrimónio e se estabelecer no Couto,
para evitar o pagamento de tributos, ao mesmo tempo em que estimulou
uma dinâmica actividade comercial, classificada pelas autoridades de
ambos os países como contrabando. Entretanto, os "mistos" não podiam ser
detidos até uma légua dos limites do Couto e nem nos caminhos ou veredas
privilegiadas, ou por actividades consideradas como ilícitas.
Serviço militar
Os habitantes do Couto não contribuíam nem para o Exército português nem
para o Exército espanhol, nem em tempo de guerra.
Porte de armas
Os habitantes do Couto não necessitavam de licença para o porte de armas
de qualquer classe (de caça ou de defesa), quer dentro do Couto, quer no
caminho privilegiado.
Impressos oficiais
Os habitantes do Couto não estavam obrigados ao uso de papel selado,
podendo fazer uso de papel comum em todos os tipos de acordos e
contratos. Do mesmo modo estavam desobrigados de pagar direitos pelo
registo de propriedade, como no caso de hipotecas.
Autogoverno
Os habitantes do Couto tinham o privilégio do auto-governo, mediante
a eleição de um Juiz ou Alcaide que exercia as funções governativas,
administrativas e judiciais, auxiliado pelos homens-bons, também eleitos em
cada um dos três povoados (Santiago, Rubiás e Meaus). Além disso, havia a
possibilidade de firmar acordos em concelho aberto (assembleia).
Direito de asilo
Nem as autoridades portuguesas e nem as espanholas podiam ingressar no
Couto em perseguição de um indivíduo, excepto no caso de determinados
delitos, como o homicídio, por exemplo. Este direito, reminiscência dos
primitivos coutos de homiziados (que andam fugidos da justiça), incomodava
bastante as autoridades de ambos os países, o que historicamente, se
traduziu pela acção esporádica, quer da justiça portuguesa, quer da
espanhola, no território do Couto.
Do mesmo modo, o Couto podiam negar alojamento às forças militares de
ambos os países, prática que em diversas ocasiões não foi respeitada diante
da superioridade numérica das tropas visitantes, especialmente no século
XIX.
Feiras e mercados
Os habitantes do Couto Misto podiam frequentar as feiras das comarcas
limítrofes, comprando e vendendo todos os tipos de gado e mercadorias sem
a obrigação de pagar direitos e de apresentar guias, documentos aduaneiros
ou de qualquer tipo.
Caminho privilegiado
Os habitantes do Couto dispunham de um caminho neutro, de cerca de 6 km
de extensão, que, partindo do Couto, atravessava as terras de Calvos de
Randín, na Galiza, e de Tourém, em Portugal, seu destino. Era delimitado por
mourões ou marcos de pedra, marcados com diversos sinais, como cruzes.
Utilizado para o trânsito de pessoas e de mercadorias, as autoridades de
ambos os países não podiam realizar nenhuma apreensão dentro de seus
limites (nem de contrabando), nem de molestar seus usuários.
Cultivos
Os habitantes do Couto podiam cultivar todos os géneros, inclusive aqueles
objecto de estanco (protegidos por lei), como o tabaco, controlado com
rigor por ambos os países, por receio do prejuízo que poderiam causar às
suas Fazendas. Assim, por iniciativa de ambos, este privilégio foi perdido
desde 1850.
Outros privilégios
Os habitantes do Couto não eram obrigados a participar dos processos
eleitorais e nem dos assuntos políticos quer de Portugal quer da Espanha,
privilégio que tinha reciprocidade no respeito que as autoridades de ambos
os países sempre tiveram pelos privilégios do Couto Misto.
Fim do Couto Misto
Até à assinatura e entrada em vigor do Tratado de Lisboa (1864),
cada habitante do Couto elegia livremente a nacionalidade espanhola
ou portuguesa. A partir do Tratado, os seus domínios passaram para a
soberania da Espanha, integrados nos Concelhos de Calvos de Randín
(aldeias de Santiago e Rubiás ou Ruivães) e Baltar (aldeia de Meaus ou
Meãos). Em contrapartida, passavam para a soberania de Portugal os
chamados "povos promíscuos", até então divididos pela linha da raia, actuais
Soutelinho da Raia, Cambedo e Lama de Arcos (Chaves).
Em direcção do Couto
Já em terras do extinto Couto
Rubias
Forno comunitário de Rubias
Meaus
E como já vimos os três lugares do extinto Couto Misto, aproveitemos a paisagem e vamos até Montalegre, e como a bateria da máquina acabou, vou aproveitar algumas feitas pelo telemóvel, das quais peço que não reparem na qualidade...
Ao chegar a Montalegre, apareceu-me uma placa a indicar Vilar de Perdizes, e lá fui eu...
Montalegre
Depois de Montalegre, decidi visitar Tourem, destino pelo qual já passei diversas vezes, mas quando posso gosto de por lá passar...
Forno comunitário de Tourem, idêntico ao de Rubias, mais bem conservado a nível do primitivo telhado
Torre sineira com relógio na antiga e desactivada escola primária de Tourem, pelo menos podiam aproveitar o relógio, já passavam das 15 horas...
A partir de Tourem, fiz novamente o percurso em sentido inverso, mas desta vez por Lóbios, e entrei novamente no Lindoso, aproveitando para atestar novamente a RT que anda muito bem com gasolina (mais barata) de nuestros hermanos...
E assim foi mais uma voltinha que como sempre sabe muito bem, e partilho desta forma e através destas fotos o que vi, já o que senti... deixo à vossa descoberta, mas é uma voltinha bem bonita e agradável.
Abraço
Carlos Balio- Já sai à rua a conduzir.
Re: Em busca do Couto Misto
Eu quero me mudar para o Couto Misto!!!! Não pago impostos, não tenho de votar nesta corja...é só vantagens!!!
Bela volta e bela lição de história....boas fotos tb!!
Obrigado pela partilha!!
Bela volta e bela lição de história....boas fotos tb!!
Obrigado pela partilha!!
________________________
Já ronca!!!!
Trophyvitor- Já sai à rua a conduzir.
Re: Em busca do Couto Misto
Cucu!
Já tinha ouvido falar, agora que já vi um pouco... acho que vou para lá!
Parabéns pela crónica e merito por ela
Beijucas
Já tinha ouvido falar, agora que já vi um pouco... acho que vou para lá!
Parabéns pela crónica e merito por ela
Beijucas
________________________
Beijucas!
Viajar é mais assustador para quem fica do que para quem vai!
https://passeandopelavida.com/
Re: Em busca do Couto Misto
Nunca tinha ouvido falar!!
Obrigado pela partilha ...
Abraço
Obrigado pela partilha ...
Abraço
________________________
Rui Ribeiro
Rui Ribeiro- A tirar a carta
Re: Em busca do Couto Misto
Excelente lição de antropologia... Mérito
________________________
Felicidade é um modo de viajar, não um destino.
Roy Goodman
https://www.facebook.com/emergenciamotociclista?ref=hl
com4riding.blogspot.com
Andorra 1984
Férias Moto 1983
Re: Em busca do Couto Misto
Nunca tinha ouvido falar, muito bom e obrigado pela excelente partilha!!
"V"
"V"
Re: Em busca do Couto Misto
Aqui bem perto; já por lá andei! Já tinha ouvido falar das aldeias promíscuas, mas a "aulinha de história e antropologia" ensinou-me coisas que não sabia daquela zona. Na zona de Tourém, um pouco para sul, há uma povoção de que gosto muito - Pitões da Júnias - com umas cascatas onde já passei bons momentos. Toda a zona de Orense a Chaves e Verín é uma região termal com valor turístico e com algumas poças de água quente que o comum mortal pode explorar à borla. Passaste muito perto dos banhos públicos ao ar livre de Lobios, onde se está muito bem quando neva e faz frio no pico do Inverno.
Obrigado pelo relato.
Zé Paulo.
Obrigado pelo relato.
Zé Paulo.
________________________
--
Today Adventure's World: http://todayadventure.blogspot.com/
Re: Em busca do Couto Misto
Nunca tinha ouvido falar desse local…
As fotos estão bem porreiras. Parabéns
vh@
As fotos estão bem porreiras. Parabéns
vh@
________________________
Um dia lamentaremos as coisas que não fizemos e que poderíamos ter feito...
vhugoabreu- Zero à direita
Re: Em busca do Couto Misto
Boas
excelente crónica , muito bem documentada.
o sitio não conhecia.
Abraço
excelente crónica , muito bem documentada.
o sitio não conhecia.
Abraço
tdg-rui- A tirar a carta
Re: Em busca do Couto Misto
Bem bonito e com muita história, desconhecia totalmente!
Parabéns.
Parabéns.
________________________
Cumprimentos,
Vítor Ferreira
vmbf- Zero à direita
Re: Em busca do Couto Misto
Excelente crónica.
Não conhecia o sitio. Belas fotografias!
Mérito merecido.
Boas Curvas
Não conhecia o sitio. Belas fotografias!
Mérito merecido.
Boas Curvas
Re: Em busca do Couto Misto
Parabéns pela crónica.
Muito bem relatada e ilustrada com fotografias à altura.
Mais um
Um abraço.
Muito bem relatada e ilustrada com fotografias à altura.
Mais um
Um abraço.
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