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Re: Passeando pelos Balcãs... rumo à Roménia!
Obrigada!
O Tirol é um encanto permanente de ponta a ponta! Já passeei por lá vezes sem conta e sempre me surpreende! Depois a Babiera completa o quadro muito bem, sim senhor!
O Tirol é um encanto permanente de ponta a ponta! Já passeei por lá vezes sem conta e sempre me surpreende! Depois a Babiera completa o quadro muito bem, sim senhor!
Última edição por Gracinda Ramos em Sáb Dez 21 2013, 13:48, editado 1 vez(es)
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Beijucas!
Viajar é mais assustador para quem fica do que para quem vai!
https://passeandopelavida.com/
Re: Passeando pelos Balcãs... rumo à Roménia!
27 de agosto de 2013 – continuação
Ainda teria tempo de ir mais longe um pouco. A vantagem do verão é que os dias nunca mais acabam e, embora parecesse já tarde, ainda nem 2.00 horas eram, apenas as nuvens estavam baixas, o que fazia parecer fim de tarde!
Por isso peguei na moto e fui até Füssen, uma terrinha muito bonita e famosa por ter em seus domínios vários castelos, entre eles um muito famoso!
A cidadezinha é encantadora e estava cheia de gente gira, calma e apreciadora dos encantos do local, como eu gosto!
A terra dos violinos, a maior da Baviera, com direito a castelinho seu, e basílica, e rio e tudo!
Wagner passou na cidade…
Direito a chocolates bonitos também, até apetecia provar... se eu gostasse!
Oh, e casinhas deliciosas, em cores inspiradoras!
O seu castelinho ficava logo ali acima…
Eu achei que ele deveria ser interessante por dentro… mas não me apeteceu visita-lo! Apenas o olhei cá de baixo, numa viagem grande a gente simplesmente não pode ambicionar visitar tudo!
Preferi sentar-me numa esplanada cheia de gente, com um sol inspirador a aquecer-me a alma, juntamente com um delicioso café com nome português! Sim, nesta viagem tomei diversos cafés deliciosos! Será que a Europa está, finalmente, a aprender a apreciar café de jeito?
Tudo se passava naquela praça e não apetecia sair dali!
Na outra ponta da rua que desembocava na praça, estava a minha motita estacionada, logo depois de uma fonte inspiradora, com miúdos de bronze a brincar com a água!
Logo à frente fica o castelo mais famoso do lugar: o Schloss Neuschwanstein.
Ali ao lado há outro, mas não tem o mesmo protagonismo, o Schloss Hohenschwangau. É um castelo do séc XIX, onde viveu o Rei Ludwig II da Baviera, sim, o mesmo que construiu o Schloss Neuschwanstein!
Lá estava ele ao fundo, o Schloss Neuschwanstein por ele eu fora ali!
Uma pena não poder ir até lá acima na moto… tive de a deixar no parque junto das outras.
Não me apetecia nada subir aquilo tudo a pé até ao topo! A paisagem é bonita mas entrando nas zonas das árvores nada se vê, apenas se caminha subindo e isso não é de todo o que mais gosto de fazer!
Por isso apanhei uma tipoia e lá fui por ali acima ao som dos cascos dos cavalos!
O castelo é imponente de perto mas seguramente muito mais belo apreciado de longe!
As paisagens que o rodeiam são fascinantes e muito mais inspiradoras para um castelo do Drácula do que as do castelo de Bran!
E as perspetivas do castelo a partir dali também eram sugestivas!
Na entrada pode-se ver o enorme busto de Ludwig II, o louco que afinal trouxe tanta coisa à Baviera, entre arte e arquitetura e riqueza, embora houvesse tanto medo que ele levasse o pais à ruina quando o depuseram por insanidade e o mataram….
Pois… a fila para visitar o castelo estava para demorar mais de 2 horas, dizia a senhora da bilheteira… mas nem era preciso muitas explicações, bastava apreciar a feira de gente que se acumulava em filas infinitas junto dos torniquetes para entrar!
“Ao tempo que eu andava para visitar o Schloss Neuschwanstein! Hoje chego lá e tinha uma fila de 2 horas de espera! Valha-me Deus! A culpa toda foi das coisas lindas que fui explorando pelo caminho e que me fizeram chegar lá tão tarde! É que o Tirol sempre me “distrai” do meu caminho e não lamento nada o tempo que gastei a passear pelas suas montanhas deslumbrantes! Aquele castelo foi obra de um “louco”, Luís II da Baviera, e inspirou o castelo da Bela Adormecida da Disney. Claro que não o visitei, não iria esperar 2 horas para voltar para Innsbruck de noite com uma luz da moto fundida … vou ter de lá voltar com mais tempo um dia destes!”
Andei por ali a passear… claro que me sentia frustrada, deveria ter começado indo ali direta e no regresso ver o resto…
Claro que me vinguei e fiz uma pequena série de desenhos do exterior do castelo! “Já que não visito desenho!”
O “contraluz” dava um ar misterioso ao castelo e eu não conseguia para de brincar com isso!
E lá em baixo a planície inspiradora…
Decidi descer o monte a pé, dizem que para baixo todos os santos ajudam e depois poderia captar mais umas perspetivas da construção!
E por fim fui vê-lo lá de baixo. As vezes que eu parei a moto para o fotografar!
Atrás de mim ficava o Schloss Hohenschwangau ao longe.
E voltei para Innsbruck, por caminhos diferentes, regressando ao belo Tirol!
“O Tirol sempre me enche de espanto, com as suas montanhas extraordinárias e estradas serpenteantes e lagos quase artificialmente verdes!
Biberwier é um dos recantos encantadores daquelas montanhas, onde a gente pára um pouco para descansar o corpo e acaba por descansar também a vista e a mente, porque o mais insignificante recanto tem como paisagem a imagem do paraíso."
Parei e fiquei ali, deslumbrada, com a máquina fotográfica na mão, consciente de que ela nunca captaria o que os meus olhos viam! Desenhei também, mas nada se aproxima do que senti!
E fui encontrar uma capela já minha conhecida!
As vezes que eu já passei por ela!
Desta vez parei a moto e fui vê-la de perto! É no mínimo original!
Tem um Cristo feiinho lá dentro mas está muita arranjadinha e é muito bonita!
Encostado a ela tem um banco corrido onde a gente se pode sentar e apreciar esta magnifica paisagem, com a minha Ninfa lá ao findo junto à estrada!
A forma da capela é mesmo curiosa!
E por trás tem um Santo António com o menino às costas! Ou será o São João?! São Francisco, não?
E fui para casa que naquele dia ainda seria em Innsbruk, mais propriamente me Gries, no meu hotelzinho tão mimi, onde me trataram como uma princesa, com direito a jantar caprichado e uma cervejola de litro (parecia pelo menos).
E foi o fim do 30º dia de viagem…
Ainda teria tempo de ir mais longe um pouco. A vantagem do verão é que os dias nunca mais acabam e, embora parecesse já tarde, ainda nem 2.00 horas eram, apenas as nuvens estavam baixas, o que fazia parecer fim de tarde!
Por isso peguei na moto e fui até Füssen, uma terrinha muito bonita e famosa por ter em seus domínios vários castelos, entre eles um muito famoso!
A cidadezinha é encantadora e estava cheia de gente gira, calma e apreciadora dos encantos do local, como eu gosto!
A terra dos violinos, a maior da Baviera, com direito a castelinho seu, e basílica, e rio e tudo!
Wagner passou na cidade…
Direito a chocolates bonitos também, até apetecia provar... se eu gostasse!
Oh, e casinhas deliciosas, em cores inspiradoras!
O seu castelinho ficava logo ali acima…
Eu achei que ele deveria ser interessante por dentro… mas não me apeteceu visita-lo! Apenas o olhei cá de baixo, numa viagem grande a gente simplesmente não pode ambicionar visitar tudo!
Preferi sentar-me numa esplanada cheia de gente, com um sol inspirador a aquecer-me a alma, juntamente com um delicioso café com nome português! Sim, nesta viagem tomei diversos cafés deliciosos! Será que a Europa está, finalmente, a aprender a apreciar café de jeito?
Tudo se passava naquela praça e não apetecia sair dali!
Na outra ponta da rua que desembocava na praça, estava a minha motita estacionada, logo depois de uma fonte inspiradora, com miúdos de bronze a brincar com a água!
Logo à frente fica o castelo mais famoso do lugar: o Schloss Neuschwanstein.
Ali ao lado há outro, mas não tem o mesmo protagonismo, o Schloss Hohenschwangau. É um castelo do séc XIX, onde viveu o Rei Ludwig II da Baviera, sim, o mesmo que construiu o Schloss Neuschwanstein!
Lá estava ele ao fundo, o Schloss Neuschwanstein por ele eu fora ali!
Uma pena não poder ir até lá acima na moto… tive de a deixar no parque junto das outras.
Não me apetecia nada subir aquilo tudo a pé até ao topo! A paisagem é bonita mas entrando nas zonas das árvores nada se vê, apenas se caminha subindo e isso não é de todo o que mais gosto de fazer!
Por isso apanhei uma tipoia e lá fui por ali acima ao som dos cascos dos cavalos!
O castelo é imponente de perto mas seguramente muito mais belo apreciado de longe!
As paisagens que o rodeiam são fascinantes e muito mais inspiradoras para um castelo do Drácula do que as do castelo de Bran!
E as perspetivas do castelo a partir dali também eram sugestivas!
Na entrada pode-se ver o enorme busto de Ludwig II, o louco que afinal trouxe tanta coisa à Baviera, entre arte e arquitetura e riqueza, embora houvesse tanto medo que ele levasse o pais à ruina quando o depuseram por insanidade e o mataram….
Pois… a fila para visitar o castelo estava para demorar mais de 2 horas, dizia a senhora da bilheteira… mas nem era preciso muitas explicações, bastava apreciar a feira de gente que se acumulava em filas infinitas junto dos torniquetes para entrar!
“Ao tempo que eu andava para visitar o Schloss Neuschwanstein! Hoje chego lá e tinha uma fila de 2 horas de espera! Valha-me Deus! A culpa toda foi das coisas lindas que fui explorando pelo caminho e que me fizeram chegar lá tão tarde! É que o Tirol sempre me “distrai” do meu caminho e não lamento nada o tempo que gastei a passear pelas suas montanhas deslumbrantes! Aquele castelo foi obra de um “louco”, Luís II da Baviera, e inspirou o castelo da Bela Adormecida da Disney. Claro que não o visitei, não iria esperar 2 horas para voltar para Innsbruck de noite com uma luz da moto fundida … vou ter de lá voltar com mais tempo um dia destes!”
Andei por ali a passear… claro que me sentia frustrada, deveria ter começado indo ali direta e no regresso ver o resto…
Claro que me vinguei e fiz uma pequena série de desenhos do exterior do castelo! “Já que não visito desenho!”
O “contraluz” dava um ar misterioso ao castelo e eu não conseguia para de brincar com isso!
E lá em baixo a planície inspiradora…
Decidi descer o monte a pé, dizem que para baixo todos os santos ajudam e depois poderia captar mais umas perspetivas da construção!
E por fim fui vê-lo lá de baixo. As vezes que eu parei a moto para o fotografar!
Atrás de mim ficava o Schloss Hohenschwangau ao longe.
E voltei para Innsbruck, por caminhos diferentes, regressando ao belo Tirol!
“O Tirol sempre me enche de espanto, com as suas montanhas extraordinárias e estradas serpenteantes e lagos quase artificialmente verdes!
Biberwier é um dos recantos encantadores daquelas montanhas, onde a gente pára um pouco para descansar o corpo e acaba por descansar também a vista e a mente, porque o mais insignificante recanto tem como paisagem a imagem do paraíso."
Parei e fiquei ali, deslumbrada, com a máquina fotográfica na mão, consciente de que ela nunca captaria o que os meus olhos viam! Desenhei também, mas nada se aproxima do que senti!
E fui encontrar uma capela já minha conhecida!
As vezes que eu já passei por ela!
Desta vez parei a moto e fui vê-la de perto! É no mínimo original!
Tem um Cristo feiinho lá dentro mas está muita arranjadinha e é muito bonita!
Encostado a ela tem um banco corrido onde a gente se pode sentar e apreciar esta magnifica paisagem, com a minha Ninfa lá ao findo junto à estrada!
A forma da capela é mesmo curiosa!
E por trás tem um Santo António com o menino às costas! Ou será o São João?! São Francisco, não?
E fui para casa que naquele dia ainda seria em Innsbruk, mais propriamente me Gries, no meu hotelzinho tão mimi, onde me trataram como uma princesa, com direito a jantar caprichado e uma cervejola de litro (parecia pelo menos).
E foi o fim do 30º dia de viagem…
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Beijucas!
Viajar é mais assustador para quem fica do que para quem vai!
https://passeandopelavida.com/
Re: Passeando pelos Balcãs... rumo à Roménia!
Já há muito tempo que por cá não passava a deixar uma "moeda", mas continua espantástica...
Luís Azevedo- Ainda é motorato!
Re: Passeando pelos Balcãs... rumo à Roménia!
Obrigada por esta fabulosa partilha.
Mais um muito merecido
Mais um muito merecido
Carlos Balio- Já sai à rua a conduzir.
Re: Passeando pelos Balcãs... rumo à Roménia!
28 de agosto de 2013
Mais um passo longo na minha viagem a caminho de casa! Naquele dia eu atravessaria a Suíça para ir até Genève…
Eu iria fazer estradas já tão conhecidas, algumas que já fizera no ano passado, mas mesmo assim sentia-me tão entusiasmada como se não passasse no país há tempos!
Já perdi a conta das vezes que visitei ou passei na Suíça, mas tento sempre fazer coisas diferentes, dedicar minha atenção a pormenores mais distantes e foi o que voltei a fazer este ano! E por isso, embora tenha dedicado boa parte da minha viagem do ano passado ao país, sentia-me impaciente por lá voltar…
Tracei o meu caminho no mapa e fiz-me à estrada!
Claro que tomei o caminho da montanha, embora por ali todos os caminhos sejam de montanha, mas antes ainda dei uma voltinha pela terra que me acolhera, aproveitando o sol para ter uma perspetiva diferente do que vira no dia anterior!
Com sol tudo consegue ser ainda mais encantador!
A igrejinha da aldeia parecia de brincar e até o pequeno cemitério ao lado parecia mais um jardim de bonecas…
As tabuletas a receber os motards estão por ali!
E seguindo a ruínha de montanha o deslumbramento começa logo a seguir, por paisagens que no dia anterior estavam meio encobertas pelas nuvens, mas que com sol eram um encanto!
Oh a vaquinha!
É sabido que eu stresso com vacas, sobretudo quando elas se põe a olhar para mim fixamente!
Mas perece que por ali é a terra das vacas! Estava em Silz, onde as pistas de ski estão por todos os lado e as vacas parecem ser rainhas!
Pelo menos elas estão por todos os lados também e em todas as cores!
Depois é a descida, com paisagens de cortar a respiração!
Os sinais que eu esperava começaram a aparecer no chão! Oh, aquele CH tornou-me impaciente!
Estava a entrar no Liechtenstein, o 4º país mais pequeno da Europa depois do Vaticano, do Mónaco e de San Marino! Cheguei à conclusão que, dos 10 países menores da Europa só me falta visitar Malta, Chipre e o Kososvo! E qualquer um deles está na minha mira faz tempo...
Entra-se no Liechtenstein como se fosse na Suíça e tem-se a sensação de que o país é o mesmo o tempo todo!
Eu já lá tinha estado, sempre na paz e sossego de um ambiente sereno, mas, desta vez, Vaduz estava cheio de turistas, de arranca-e-pára e de obras e sei lá mais o quê!
Ainda fui até perto do castelo, que ainda não visitei, mas estava tudo sob controle, com direito a estacionar a moto longe e caminhar para caramba para a visita. Não me apeteceu nada, por isso dei meia volta e pus-me a andar!
Deixei Vaduz para trás com toda a confusão e segui para Blazers, uma cidadezinha com um castelinho no topo de uma colina, porque o Liechtensterin não é só Vaduz!
„No sul de Liechtenstein fica a vila de Balzers, com o seu castelinho medieval do séc. XII empoleirado numa pequena colina que sobressai do longo vale que segue até Vaduz. O castelo de Gutenberg esteve em ruinas por muitos séculos até que foi restaurado no início do século passado e desde então permanece lindo e imponente, do alto do seu morro. O principado é muito pequeno, apenas com 160km², e habituamo-nos à ideia que se reduz apenas à sua capital, mas há outras vilazinhas e aldeias por ali, naquele que é um dos países mais ricos do mundo! Cada vez que atravesso o país fico com a sensação de que não sai da Suíça, ou que ainda estou na Áustria, de tão pequeno que é e tão parecido com os países que o rodeiam. Ainda não lhe descobri todos os recantos e encantos, que são alguns, dado que os Alpes estão por todos os lados e as paisagens são deslumbrantes em seu redor!“
Quem o vê ali em cima não imagina que está tão perto da rua e das casas, que o têm como paisagens privilegiada!
A igrejinha é logo ao lado, com uma torre sugestiva!
Estive por ali sentada. Há momentos em que dá uma nostalgia, quando paro e me apercebo que tudo estará a chegar ao fim em poucos dias e depois a vida será como sempre foi cada vez com menos margem de manobra. Então eu tento a todo o custo captar tudo o que me rodeia, desde paisagens até emoções e sensações, porque sei que elas ficarão por muito tempo alimentado o meu imaginário em dias mais nostálgicos!
e entrei na Suíça...
Há uma série de quilómetros que eu deixara de olhar para o meu pneu da frente… eu sabia que ele estava no fim e não queria, não podia pensar muito nele ou não conseguiria conduzir direito! Eu andava a poupa-lo há tempo demais, não o queria mudar num pais desconhecido e decidira que ele teria de chegar a Genève, onde há gente que eu conheço e trata bem as minhas motitas….
E parece que as estradas conspiravam contra mim! Obras e mais obras!
Fiz um amigo que me acompanhou por boa parte do percurso!
Aproveitei que andava pelos Alpes para gastar os pneus nas bordas, só faltou andar com a moto inclinada para não gastar mais no meio!
há tabuletas muito originais por ali! Dizia aquela que eu estava a passar pela Selva!
Voltei a passar pelo Oberalppass, que é aquele que fica sempre no caminho de quem vem da Áustria e atravessa o país! Acho que o faço quase todas as vezes que vou à Suíça!
Ele vai engrenar no Furkapass, ao fundo do vale, mas no meio há uma saída para um outro passo que eu não fazia há alguns anos….
o Gottardpass!
“ No ano passado, ao passear pela Suíça, não passei no Gotthardpass, mas falei nele como um dos Passos de montanha do meu coração e várias pessoas perguntaram porquê! Pois bem, porque é lindo, é antigo e o pavimento em paralelo! Não se corre por ali, desenha-se um bailado exigente, entre a condução equilibrada e segura e o movimento de rins! Ao lado está a nova estrada alcatroada, que permite fazer o caminho rapidamente e, sobretudo, permite ver toda a beleza do Passo. Passear por ali é sempre um prazer!”
E lá estava ele, lindo, serpenteante e a pedir para ser trilhado!
O GPS mostrava o seu desenho e era muito criativo!
Parei no topo com a mesma sensação de sempre, de que a rua andava por todo o lado! Aos anos que eu não passava ai!
Lá em cima fica a estrada nova, com vista panorâmica para o velho passo!
E comecei a descida. A meio estava uma série de motas paradas com os respetivos tripulantes em magotes por perto. Bateram-me palmas quando passei!
A dada altura olha-se para cima e a estrada desaparece em muros que são quase varandas, por ali acima!
Sim, andei ali para cima e para baixo porque da primeira descida parei tantas vezes para fotografar que voltei para fazer a coisa bem feita depois!
Quando me perguntam qual a diferença entre fazer um daqueles passos de montanha e fazer as nossas estradas cheias de curvas também… para além da quantidade de curvas alucinantes alinhadas num passo daqueles, uma das grandes diferenças é o deslumbramento da paisagem dos Alpes que é sempre exuberante!
Então voltei para trás pela estrada nova para poder apreciar o passo em toda a sua dimensão e encanto!
É sem duvida um dos passos mais bonitos que conheço!
O topo do passo tem, como sempre, um ponto de acolhimento, o Hospice do Gotthard e Museu, e o National St. Gotthard Museum
Mas eu já não visitaria mais nada, agora a minha pressa era chegar a Genève e a minha aflição… era conseguir chegar mesmo sem nenhum percalço no pneu….
E eu ainda tinha de fazer muita montanha, por isso fui aproveitando para queimar pneu nos lados!
Do Furkapass via-se o Grimselpass… como ele estava diferente este ano!
Ali ao lado a nascente do Ródano… que eu tenho de visitar numa próxima oportunidade!
E a famosa curva suspensa que carateriza o Furkapass!
A gente vai andando e vendo o que deixou para trás, estradas que sobem montanhas são visíveis de muito longe!
O Grimselpass visto cá de baixo, mais uma filinha de muros que encobre uma estrada muito interessante de fazer!
Nesta altura eu já não queria saber de mais nada senão chegar a casa…. Queria parar a moto e so voltar a pegar-lhe quando tivesse pneu novo!
E assim foi… cheguei em paz a casa, que naquele dia era em Genève!
E foi o fim do 31º dia de viagem
Mais um passo longo na minha viagem a caminho de casa! Naquele dia eu atravessaria a Suíça para ir até Genève…
Eu iria fazer estradas já tão conhecidas, algumas que já fizera no ano passado, mas mesmo assim sentia-me tão entusiasmada como se não passasse no país há tempos!
Já perdi a conta das vezes que visitei ou passei na Suíça, mas tento sempre fazer coisas diferentes, dedicar minha atenção a pormenores mais distantes e foi o que voltei a fazer este ano! E por isso, embora tenha dedicado boa parte da minha viagem do ano passado ao país, sentia-me impaciente por lá voltar…
Tracei o meu caminho no mapa e fiz-me à estrada!
Claro que tomei o caminho da montanha, embora por ali todos os caminhos sejam de montanha, mas antes ainda dei uma voltinha pela terra que me acolhera, aproveitando o sol para ter uma perspetiva diferente do que vira no dia anterior!
Com sol tudo consegue ser ainda mais encantador!
A igrejinha da aldeia parecia de brincar e até o pequeno cemitério ao lado parecia mais um jardim de bonecas…
As tabuletas a receber os motards estão por ali!
E seguindo a ruínha de montanha o deslumbramento começa logo a seguir, por paisagens que no dia anterior estavam meio encobertas pelas nuvens, mas que com sol eram um encanto!
Oh a vaquinha!
É sabido que eu stresso com vacas, sobretudo quando elas se põe a olhar para mim fixamente!
Mas perece que por ali é a terra das vacas! Estava em Silz, onde as pistas de ski estão por todos os lado e as vacas parecem ser rainhas!
Pelo menos elas estão por todos os lados também e em todas as cores!
Depois é a descida, com paisagens de cortar a respiração!
Os sinais que eu esperava começaram a aparecer no chão! Oh, aquele CH tornou-me impaciente!
Estava a entrar no Liechtenstein, o 4º país mais pequeno da Europa depois do Vaticano, do Mónaco e de San Marino! Cheguei à conclusão que, dos 10 países menores da Europa só me falta visitar Malta, Chipre e o Kososvo! E qualquer um deles está na minha mira faz tempo...
Entra-se no Liechtenstein como se fosse na Suíça e tem-se a sensação de que o país é o mesmo o tempo todo!
Eu já lá tinha estado, sempre na paz e sossego de um ambiente sereno, mas, desta vez, Vaduz estava cheio de turistas, de arranca-e-pára e de obras e sei lá mais o quê!
Ainda fui até perto do castelo, que ainda não visitei, mas estava tudo sob controle, com direito a estacionar a moto longe e caminhar para caramba para a visita. Não me apeteceu nada, por isso dei meia volta e pus-me a andar!
Deixei Vaduz para trás com toda a confusão e segui para Blazers, uma cidadezinha com um castelinho no topo de uma colina, porque o Liechtensterin não é só Vaduz!
„No sul de Liechtenstein fica a vila de Balzers, com o seu castelinho medieval do séc. XII empoleirado numa pequena colina que sobressai do longo vale que segue até Vaduz. O castelo de Gutenberg esteve em ruinas por muitos séculos até que foi restaurado no início do século passado e desde então permanece lindo e imponente, do alto do seu morro. O principado é muito pequeno, apenas com 160km², e habituamo-nos à ideia que se reduz apenas à sua capital, mas há outras vilazinhas e aldeias por ali, naquele que é um dos países mais ricos do mundo! Cada vez que atravesso o país fico com a sensação de que não sai da Suíça, ou que ainda estou na Áustria, de tão pequeno que é e tão parecido com os países que o rodeiam. Ainda não lhe descobri todos os recantos e encantos, que são alguns, dado que os Alpes estão por todos os lados e as paisagens são deslumbrantes em seu redor!“
Quem o vê ali em cima não imagina que está tão perto da rua e das casas, que o têm como paisagens privilegiada!
A igrejinha é logo ao lado, com uma torre sugestiva!
Estive por ali sentada. Há momentos em que dá uma nostalgia, quando paro e me apercebo que tudo estará a chegar ao fim em poucos dias e depois a vida será como sempre foi cada vez com menos margem de manobra. Então eu tento a todo o custo captar tudo o que me rodeia, desde paisagens até emoções e sensações, porque sei que elas ficarão por muito tempo alimentado o meu imaginário em dias mais nostálgicos!
e entrei na Suíça...
Há uma série de quilómetros que eu deixara de olhar para o meu pneu da frente… eu sabia que ele estava no fim e não queria, não podia pensar muito nele ou não conseguiria conduzir direito! Eu andava a poupa-lo há tempo demais, não o queria mudar num pais desconhecido e decidira que ele teria de chegar a Genève, onde há gente que eu conheço e trata bem as minhas motitas….
E parece que as estradas conspiravam contra mim! Obras e mais obras!
Fiz um amigo que me acompanhou por boa parte do percurso!
Aproveitei que andava pelos Alpes para gastar os pneus nas bordas, só faltou andar com a moto inclinada para não gastar mais no meio!
há tabuletas muito originais por ali! Dizia aquela que eu estava a passar pela Selva!
Voltei a passar pelo Oberalppass, que é aquele que fica sempre no caminho de quem vem da Áustria e atravessa o país! Acho que o faço quase todas as vezes que vou à Suíça!
Ele vai engrenar no Furkapass, ao fundo do vale, mas no meio há uma saída para um outro passo que eu não fazia há alguns anos….
o Gottardpass!
“ No ano passado, ao passear pela Suíça, não passei no Gotthardpass, mas falei nele como um dos Passos de montanha do meu coração e várias pessoas perguntaram porquê! Pois bem, porque é lindo, é antigo e o pavimento em paralelo! Não se corre por ali, desenha-se um bailado exigente, entre a condução equilibrada e segura e o movimento de rins! Ao lado está a nova estrada alcatroada, que permite fazer o caminho rapidamente e, sobretudo, permite ver toda a beleza do Passo. Passear por ali é sempre um prazer!”
E lá estava ele, lindo, serpenteante e a pedir para ser trilhado!
O GPS mostrava o seu desenho e era muito criativo!
Parei no topo com a mesma sensação de sempre, de que a rua andava por todo o lado! Aos anos que eu não passava ai!
Lá em cima fica a estrada nova, com vista panorâmica para o velho passo!
E comecei a descida. A meio estava uma série de motas paradas com os respetivos tripulantes em magotes por perto. Bateram-me palmas quando passei!
A dada altura olha-se para cima e a estrada desaparece em muros que são quase varandas, por ali acima!
Sim, andei ali para cima e para baixo porque da primeira descida parei tantas vezes para fotografar que voltei para fazer a coisa bem feita depois!
Quando me perguntam qual a diferença entre fazer um daqueles passos de montanha e fazer as nossas estradas cheias de curvas também… para além da quantidade de curvas alucinantes alinhadas num passo daqueles, uma das grandes diferenças é o deslumbramento da paisagem dos Alpes que é sempre exuberante!
Então voltei para trás pela estrada nova para poder apreciar o passo em toda a sua dimensão e encanto!
É sem duvida um dos passos mais bonitos que conheço!
O topo do passo tem, como sempre, um ponto de acolhimento, o Hospice do Gotthard e Museu, e o National St. Gotthard Museum
Mas eu já não visitaria mais nada, agora a minha pressa era chegar a Genève e a minha aflição… era conseguir chegar mesmo sem nenhum percalço no pneu….
E eu ainda tinha de fazer muita montanha, por isso fui aproveitando para queimar pneu nos lados!
Do Furkapass via-se o Grimselpass… como ele estava diferente este ano!
Ali ao lado a nascente do Ródano… que eu tenho de visitar numa próxima oportunidade!
E a famosa curva suspensa que carateriza o Furkapass!
A gente vai andando e vendo o que deixou para trás, estradas que sobem montanhas são visíveis de muito longe!
O Grimselpass visto cá de baixo, mais uma filinha de muros que encobre uma estrada muito interessante de fazer!
Nesta altura eu já não queria saber de mais nada senão chegar a casa…. Queria parar a moto e so voltar a pegar-lhe quando tivesse pneu novo!
E assim foi… cheguei em paz a casa, que naquele dia era em Genève!
E foi o fim do 31º dia de viagem
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Beijucas!
Viajar é mais assustador para quem fica do que para quem vai!
https://passeandopelavida.com/
Re: Passeando pelos Balcãs... rumo à Roménia!
29 de agosto de 2013
• Aviso: este relato é de interesse particular e pessoal… provavelmente nada de especial dirá a quem o ler, porque o escrevi para mim e apenas tornei público para seguir a sequência da viagem… em termos turísticos vale o que vale… Espero que nao achem de todo aborrecido!
*** ***
Decidi voltar a Genève com o espírito da comemoração!
Eu que não sou nada de datas, de comemorações especiais, de “hoje estou triste ou contente por que é o dia tal” decidi visitar Genève com o espirito de “faz agora 20 anos!”
Genève será sempre aquele recanto da minha vida que ditou o ponto de viragem, o ponto em que eu pude ser eu à minha maneira, sem ninguém para cuidar ou para agradar, apenas eu e os meus sonhos e descobertas!
Em 1992 eu concorrera com um projeto de trabalho, de continuidade da minha obra, e em 1993 ganhava uma bolsa de estudos artísticos para um ano na Escola Superior de Belas Artes de Genève, hoje chamada “Haute école d'art et de design – Genève”. Não conhecia ninguém, nem na cidade nem no país, a bem dizer nem sabia muito bem onde ficava Genève! Embora eu tivesse concorrido para uma bolsa de estudos na Suíça, pensei que Genève seria uma outra forma de dizer Génova! Quanta ignorância!
Na época meti os meus livros mais importantes, os meus pinceis, as minha toneladas de latas de tinta em grandes sacos de viagem, tudo misturado com roupas, cadernos, toneladas de lápis e bonecos de peluche, e fui embora, com uma carga de mais de 50kg e uma carta de uma pessoa importante da TAP, para me deixarem viajar com todo aquele peso, sem pagar excesso de carga.
A coisa correu bem, a bolsa acabou por ser renovada e eu fiquei por lá de 1993 até 1995, estudando, pintando, escrevendo e desenhando como nunca fizera antes, pois era a primeira vez em muitos anos que eu recebia dinheiro para estudar, sem ter de ter um emprego, como acontecera por cá, durante os meus estudos…
E foi a primeira vez na minha vida que fui tratada como artista plástica e não como aluna de pintura! Que sensação e quanta responsabilidade!
E eu dediquei este dia a percorrer alguns dos meus caminhos mais queridos na cidade!
***
Comecei o dia observando finalmente o pneu da frente da minha motita…
Mal olhei para ele percebi que não olhar para ele antes foi a melhor coisa que podia ter feito, porque ele estava completamente liso e se eu tivesse constatado isso no dia anterior não teria conseguido conduzir decentemente até ali!
Bora lá visitar os meus amigos a ver se têm um sapatinho novo para a minha bonequinha!
Fui recebida com um “Olha, estou a conhecer esta moto! Quantos quilómetros já tem?”
“Olhe que não conhece!” – exclamei eu deixando o homem confuso.
“Claro que conheço a moto, já esteve aqui varias vezes com ela!” – é claro que ele lembrava-se da outra moto, a Magnífica, que foi ali varias vezes para ver pressão dos pneus e tal.
“Olhe que não foi esta! Esta é nova!”
Ficou muito surpreendido por eu ter comprado uma moto igualzinha à anterior, ficou encantado por saber que a Magnifica chegou à bonita quilometragem de 261.000km na minha mão e que continua vivendo feliz e mais tranquila na mão de outra pessoa e pediu-me meia hora para trocar o sapatinho da motita, não sem antes me dizer com ar de espanto “Diz que é nova e tem 36.000km?? Comprou usada?”
“Não, eu é que já fiz esses quilómetros todos com ela.”.
E fui passear para um recanto da cidade que fica logo ali, no ponto em que o Lago Leman se converte de novo no rio Rhone, em percursos de terra batida por entre árvores, como se estivéssemos longe da cidade, que está ali à porta.
Aquele rio sempre me fascinou, com todo o lago a descarregar nele, um lago imenso com mais de 500km² de área e diversas cidades e aldeias em seu redor e a água chega ali límpida e transparente, como se saísse da torneira naquele momento! É espantoso!
Ali ao lado há uns muros onde é permitido fazer grafittis e, no meu tempo, cheguei a fazer uns quantos a solo e com amigos! Fazer grandes pinturas sempre me apaixonou, ainda hoje não perco uma oportunidade de fazer um mural!
Como na época, hoje continua a haver por ali uma série de grafittis!
A montante fica a cidade e o lago…
E ao longe, pelo meio das casas pode-se ver o grande jato de água. Acho que ele é visível de quase todos os pontos da cidade!
E a meia hora passou, a moto devia estar pronta que aqueles homens não brincam em serviço!
E estava! Foi só pô-la na rua enquanto eu pagava e pronto!
Dá-se uma voltinha, atravessa-se a ponte e lá está o lago limpinho e transparente que até confunde!
E o jato de água!
Há números extraordinários ligados àquele jato: por aquele furinho são projetados 500 litros de água por segundo a uma velocidade de 200 km/h que a elevam a uma altitude de 140 metros, o que faz com que cheguem a estar no ar cerca de 7.000 litros para formar aquela imensa torre de água!
Quando a gente passa perto dele, se o vento mudar de direção, corremos o risco de apanhar um grande banho! Naquele dia estava pouco vento, por isso a água caia quase sobre si própria e a gente molhava-se um bocado ao passar para o outro lado, a ponta do cais! Claro que meti a máquina debaixo da blusa e passei! Eheheh
Passei muitas tardes ali sentada nos degraus do cais a estudar, a escrever e a desenhar, com aquela paisagem inspiradora como companhia…
Depois fui até Place Neuve, é ali que fica a Ópera de Genève e o Jardin des Bastions, onde fica a Universidade… onde fica tudo o que eu associo aos meus estudos e tempos de trabalho intelectual
Não era só eu que ia para ali “dar cabo da cabeça”, há sempre gente a jogar xadrez ou damas por ali e dão cabo da cabeça também!
Mas o sítio onde eu dava cabo da cabeça não era propriamente nos jogos à entrada do parque! Era mais à frente, onde me estendia no relvado e lia e escrevia por horas a fio! Pois é, quem diria que um pintor tem de ler e saber tanta coisa tão variada, como fazer uma tese sobre “Le sign et le signal visuel”?
Estamos no Jardin des Bastions, chama-se assim por ficar aos pés da muralha antiga da cidade. O jardim é lindíssimo e dá acesso ao edifício da universidade, a Uni Bastions, por isso os relvados, em tempo de primavera, estão frequentemente repletos de estudantes sentados a estudar… eu também ia para ali preparar-me para as apresentações dos meus temas em estudo….
No meio do parque, encostado à estrada que sobe na direção da zona alta da cidade, fica o muro dos reformadores, com as estátuas enormes dos 4 grandes fundadores do movimento da reforma protestante.
William Farel, João Calvino, Theodore Beza e John Knox. Os 3 primeiros diretamente ligados a Genève e sua universidade e o ultimo ao protestantismo na Escócia.
Todo o muro está cheio de referências históricas e personagens ligadas à reforma.
No chão estão os brasões das partes envolvidas mas, pessoalmente sempre adorei o de Genève, com o seu galo e a chave! Lindo!
E mesmo em frente, lá está a universidade…
Um edifício extraordinário com 450 anos, onde eu passei alguns momentos memoráveis…
neste auditório!
A perspetiva desde o “púlpito” onde a gente fala é de respeito, sobretudo se imaginarmos todas aquelas cadeiras repletas de gente preparada para nos ouvir e pôr questões…
É uma sensação pisar o mesmo chão onde Calvino pisou, falar onde ele falou!
Quase em frente fica a Uni Dufour, um edifício em betão armado inspirado em Le Corbusier. Ali fica a parte administrativa e era lá que eu, e todos os bolseiros da Confederação, eramos recebidos e tratávamos de todos os assuntos relacionados com a nossa estadia, remuneração e pequenas coisas que surgissem. Era dali que partiam todas as iniciativas para nos levar a conhecer o país, convívios e outras ofertas dirigidas a nós!
Decidi pousar a moto e apanhar o autocarro ou o “tram” (metro, será?). Na pousada de Juventude dão-nos um passe para podermos usar todos os transportes públicos da cidade e eu quis dar uso ao meu e fazer algumas linhas que eu usava quando lá vivi.
Ao contrario de cá, nada mudou! Os autocarros têm os mesmos números, fazem os mesmos trajetos e continuam a chegar exatamente à hora prevista!
A Rue de la Confederation fica logo a seguir e, quando passa a ser a Rue du Marché, lá estavam uns fulanos a desenhar no chão! Não resisti e desci ali mesmo!
Um dia saí para a rua com um grupo de alunos para pintarmos na rua e fomos precisamente para ali, com um grande rolo de papel cartonado e montes de caixas de pastel seco e fizemos uma coisa daquelas. Cada um tinha uma imagem de uma obra famosa que iria inserir numa imagem maior, ao vivo para a população ver.
A finalidade não era ganhar dinheiro, era apenas sentir a experiencia de pintar ao vivo e em conjunto. De repente as pessoas começaram a atirar moedas para cima do desenho! Aquilo era giro mas era uma chatice andar a catar moedas nas zonas onde o desenho já estava pronto pois o pastel não tinha fixador e estragavam-se pormenores ao tocar. Então eu tirei o chapéu, (sim, eu lá andava sempre de chapéu também) e pousei-o no chão, fora da zona do desenho e, espanto, as pessoas encheram-no de dinheiro por mais que uma vez! Tive de o esvaziar várias vezes! Acabamos por ir todos confraternizar com o lucro da obra e comemos bem pois, no final, o dinheiro era mesmo bastante!
Voltei a apanhar o autocarro… eu tinha de ir às Belas Artes, essa sim, a minha escola!
Aquele edifício é espantoso!
L'École des beaux-arts de Genève foi fundada em 1748, quando lá estive era chamada de École superieur d’art et design- ESAD e a partir de 2007 passou a ser a Haute école d'art et design - HEAD.
Entrei pela parte de trás… aquela escadaria sempre me fascinou!
Oh, entrar ali depois de tanto tempo teve o seu efeito…
Grandes portas de espelho, fascinaram-me! Quem teve a ideia é genial, pois a sensação que provoca é muito curiosa!
A escadaria… quantas vezes as subi carregada de tralhas, que o meu atelier era no 3º andar!
E lá estava o meu atelier… meu e de muita gente, claro!
Eu era assim na época, aqui junto com os meus meninos em dia de avaliações, uma foto que foi tirada para memória futura…
A tradição mantem-se, no final de cada semestre todos os ateliers são esvaziados do seu conteúdo, o chão limpo e as paredes pintadas de branco, para que sejam feitos os júris de avaliação.
Faz-se uma escala de todos os ateliers, de forma que cada aluno fique com uma sala para si, onde vai expor o seu trabalho para ser avaliado publicamente por um júri de 5 especialistas e toda a população que queria assistir!
Por isso o atelier estava tão limpinho e vazio naquele dia! Era agosto e os júris tinham sido no fim do ano letivo!
O mundo lá fora, olhando pela janela!
Oh aquelas portas de espelho! Lindas!
No andar de cima fica a maior parte dos ateliers, por isso os corredores estavam mais cheios das tralhas que tinham sido retiradas das salas!
Eu sentia que estava a ficar mais emocional… há coisas que tocam tão profundamente, não porque são particularmente belas, mas porque são particularmente amadas… eu podia ter ficado ali toda a minha vida… se não tivesse feito as escolhas menos acertadas…
Saí dali e fui caminhando pela redondeza. No meu caminho ficava a Igreja Russa.
Lembro-me que passava ali a cada passo, desenhei-a por diversas vezes…
Na outra ponta do quarteirão das belas Artes fica o Museu de Arte e História, com uma escultura do Henry Moore mesmo em frente!
Lembro-me que a primeira vez que a vi ali, fiquei escandalizada! Como podia uma escultura de Henry Moore estar ali “à mão” de qualquer um, onde as crianças brincam e sobem sobre ela? E ela lá continua..
em frente do imponente museu!
Dali também se vê o jato de água, lá em baixo no lago!
E a cidade velha fica logo ali
onde fica a catedral onde Calvino palestrou!
E de tantas catedrais que visitei pela minha vida fora, nunca referi uma das que mais profundamente ficou na minha memória: a Cathédrale Saint-Pierre de Genève ! Um edifício ligado à fundação da cidade, que vem do séc. IV, cheio de história até se tornar protestante no séc. XVI. Guilherme Farel pregou ali a reforma e a catedral foi despojada de tudo o que foi considerado supérfluo…
Hoje é também um edifício cívico onde tomam posse os corpos do governo cantonal.
Continua linda, lisa e limpa, como foi deixada depois de esvaziada…
É umas das catedrais que mais visitei, acho que mais do que a nossa Sé do Porto! Porque ía ali muitas vezes, passava ali algum tempo, desenhava, passeava, subia à torre, via Genève lá de cima e seguia para a escola….
Eu não sou uma pessoa religiosa mas sempre apreciei o ambiente gerado por uma catedral, sobretudo se for medieval, românica ou gótica! Eles sabiam como provocar sensações nas pessoas!
Ao fundo existe uma capela extraordinariamente bela, chamam-lhe "la chapelle des Macchabées" , porque dizem que os restos mortais dos Irmãos Macabeus estão lá. O estilo gótico num recanto de beleza que já foi usado como escola no tempo da reforma, que deixou por lá vestígios. Hoje está ali, recuperada e belíssima, onde apetece passar um bom momento de paz!
Na frente fica o largo que permite apreciar toda a imponência do edifício com a sua fachada neoclássica! Na realidade a catedral junta 3 estilos: românico, gótico e neoclássico!
Mais um passeiozinho e passei na Mairie, ou Hôtel-de-Ville, ou camara municipal da cidade. Sempre gostei muito daquele edifício, com origem no séc. XV e desenvolvido ao longo do século seguinte. Ali foi assinada a convenção de Genebra, que tem a ver com os direitos humanitários em tempo de guerra!
Mas a torre em rampa é que sempre me fascinou! Aquela rampa foi construída no séc. XVI e permite chegar lá acima sem subir um único degrau!
O edifício é lindo, histórico e imponente!
Como não podia deixar de ser… passei na minha “casa”…
Não tive coragem de entrar, nem de pedir para subir até ao quarto 12.12, lá no 12º andar, de onde eu podia ver a planície até à fronteira de França, com o Mont Salève ao fundo…
Um dia eu vou faze-lo! Vou marcar uma ou duas dormidas na Cité Universitaire, para poder viver a sensação de estar ali!
Na época eu tinha uma motoreta pequenita de dar aos pedais, cá está ela estacionada em frente à Citè. É a do lado direito, tão fofinha com o capacete pendurado no guiador… (foto digitalizada)
Dei a volta ao edifício e a minha janela fica tão lá em cima! Afinal é um 12º andar, com vista panorâmica! Lá está ela na ponta da flecha…
O edifício é antigo mas muito bem conservado e situado! A cite é composta por 3 edifícios que albergam 600 estudantes de 70 nacionalidades diferentes! É uma verdadeira cidade, com direito a sala de cinema, restaurante, discoteca, lavandaria, supermercado e sei lá mais o quê!
Então subi ao Salève… aquele monte fantástico que eu via da minha janela e que visitei por diversas vezes subindo o teleférico. De moto, há muito tempo que não subia…
“Ao tempo que eu não subia ao Salève… chamam-lhe o Balcão de Genève, porque fica mesmo a seu lado, elevando-se a mais de 1.000 m de altitude, com uma perspetiva deslumbrante sobre a cidade. Eu via-o da janela do meu quarto, quando vivia na Citè Universitaire, e ele maravilhava-me a cada amanhecer, com o rio Arve a serpentear entre mim e ele, vindo dos Alpes. Quantas vezes por ali passeei, com neve e nevoa que tornava a perspetiva da cidade misteriosa e fantástica, quantas vezes eu senti que iria recordar aqueles momentos com nostalgia e uma vontade incontrolável de voltar para trás no tempo e reviver tudo de novo… e desta vez, 20 anos depois, revivi mesmo…”
Eu nunca me cansaria de olhar aquela cidade…
(continua)
• Aviso: este relato é de interesse particular e pessoal… provavelmente nada de especial dirá a quem o ler, porque o escrevi para mim e apenas tornei público para seguir a sequência da viagem… em termos turísticos vale o que vale… Espero que nao achem de todo aborrecido!
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Decidi voltar a Genève com o espírito da comemoração!
Eu que não sou nada de datas, de comemorações especiais, de “hoje estou triste ou contente por que é o dia tal” decidi visitar Genève com o espirito de “faz agora 20 anos!”
Genève será sempre aquele recanto da minha vida que ditou o ponto de viragem, o ponto em que eu pude ser eu à minha maneira, sem ninguém para cuidar ou para agradar, apenas eu e os meus sonhos e descobertas!
Em 1992 eu concorrera com um projeto de trabalho, de continuidade da minha obra, e em 1993 ganhava uma bolsa de estudos artísticos para um ano na Escola Superior de Belas Artes de Genève, hoje chamada “Haute école d'art et de design – Genève”. Não conhecia ninguém, nem na cidade nem no país, a bem dizer nem sabia muito bem onde ficava Genève! Embora eu tivesse concorrido para uma bolsa de estudos na Suíça, pensei que Genève seria uma outra forma de dizer Génova! Quanta ignorância!
Na época meti os meus livros mais importantes, os meus pinceis, as minha toneladas de latas de tinta em grandes sacos de viagem, tudo misturado com roupas, cadernos, toneladas de lápis e bonecos de peluche, e fui embora, com uma carga de mais de 50kg e uma carta de uma pessoa importante da TAP, para me deixarem viajar com todo aquele peso, sem pagar excesso de carga.
A coisa correu bem, a bolsa acabou por ser renovada e eu fiquei por lá de 1993 até 1995, estudando, pintando, escrevendo e desenhando como nunca fizera antes, pois era a primeira vez em muitos anos que eu recebia dinheiro para estudar, sem ter de ter um emprego, como acontecera por cá, durante os meus estudos…
E foi a primeira vez na minha vida que fui tratada como artista plástica e não como aluna de pintura! Que sensação e quanta responsabilidade!
E eu dediquei este dia a percorrer alguns dos meus caminhos mais queridos na cidade!
***
Comecei o dia observando finalmente o pneu da frente da minha motita…
Mal olhei para ele percebi que não olhar para ele antes foi a melhor coisa que podia ter feito, porque ele estava completamente liso e se eu tivesse constatado isso no dia anterior não teria conseguido conduzir decentemente até ali!
Bora lá visitar os meus amigos a ver se têm um sapatinho novo para a minha bonequinha!
Fui recebida com um “Olha, estou a conhecer esta moto! Quantos quilómetros já tem?”
“Olhe que não conhece!” – exclamei eu deixando o homem confuso.
“Claro que conheço a moto, já esteve aqui varias vezes com ela!” – é claro que ele lembrava-se da outra moto, a Magnífica, que foi ali varias vezes para ver pressão dos pneus e tal.
“Olhe que não foi esta! Esta é nova!”
Ficou muito surpreendido por eu ter comprado uma moto igualzinha à anterior, ficou encantado por saber que a Magnifica chegou à bonita quilometragem de 261.000km na minha mão e que continua vivendo feliz e mais tranquila na mão de outra pessoa e pediu-me meia hora para trocar o sapatinho da motita, não sem antes me dizer com ar de espanto “Diz que é nova e tem 36.000km?? Comprou usada?”
“Não, eu é que já fiz esses quilómetros todos com ela.”.
E fui passear para um recanto da cidade que fica logo ali, no ponto em que o Lago Leman se converte de novo no rio Rhone, em percursos de terra batida por entre árvores, como se estivéssemos longe da cidade, que está ali à porta.
Aquele rio sempre me fascinou, com todo o lago a descarregar nele, um lago imenso com mais de 500km² de área e diversas cidades e aldeias em seu redor e a água chega ali límpida e transparente, como se saísse da torneira naquele momento! É espantoso!
Ali ao lado há uns muros onde é permitido fazer grafittis e, no meu tempo, cheguei a fazer uns quantos a solo e com amigos! Fazer grandes pinturas sempre me apaixonou, ainda hoje não perco uma oportunidade de fazer um mural!
Como na época, hoje continua a haver por ali uma série de grafittis!
A montante fica a cidade e o lago…
E ao longe, pelo meio das casas pode-se ver o grande jato de água. Acho que ele é visível de quase todos os pontos da cidade!
E a meia hora passou, a moto devia estar pronta que aqueles homens não brincam em serviço!
E estava! Foi só pô-la na rua enquanto eu pagava e pronto!
Dá-se uma voltinha, atravessa-se a ponte e lá está o lago limpinho e transparente que até confunde!
E o jato de água!
Há números extraordinários ligados àquele jato: por aquele furinho são projetados 500 litros de água por segundo a uma velocidade de 200 km/h que a elevam a uma altitude de 140 metros, o que faz com que cheguem a estar no ar cerca de 7.000 litros para formar aquela imensa torre de água!
Quando a gente passa perto dele, se o vento mudar de direção, corremos o risco de apanhar um grande banho! Naquele dia estava pouco vento, por isso a água caia quase sobre si própria e a gente molhava-se um bocado ao passar para o outro lado, a ponta do cais! Claro que meti a máquina debaixo da blusa e passei! Eheheh
Passei muitas tardes ali sentada nos degraus do cais a estudar, a escrever e a desenhar, com aquela paisagem inspiradora como companhia…
Depois fui até Place Neuve, é ali que fica a Ópera de Genève e o Jardin des Bastions, onde fica a Universidade… onde fica tudo o que eu associo aos meus estudos e tempos de trabalho intelectual
Não era só eu que ia para ali “dar cabo da cabeça”, há sempre gente a jogar xadrez ou damas por ali e dão cabo da cabeça também!
Mas o sítio onde eu dava cabo da cabeça não era propriamente nos jogos à entrada do parque! Era mais à frente, onde me estendia no relvado e lia e escrevia por horas a fio! Pois é, quem diria que um pintor tem de ler e saber tanta coisa tão variada, como fazer uma tese sobre “Le sign et le signal visuel”?
Estamos no Jardin des Bastions, chama-se assim por ficar aos pés da muralha antiga da cidade. O jardim é lindíssimo e dá acesso ao edifício da universidade, a Uni Bastions, por isso os relvados, em tempo de primavera, estão frequentemente repletos de estudantes sentados a estudar… eu também ia para ali preparar-me para as apresentações dos meus temas em estudo….
No meio do parque, encostado à estrada que sobe na direção da zona alta da cidade, fica o muro dos reformadores, com as estátuas enormes dos 4 grandes fundadores do movimento da reforma protestante.
William Farel, João Calvino, Theodore Beza e John Knox. Os 3 primeiros diretamente ligados a Genève e sua universidade e o ultimo ao protestantismo na Escócia.
Todo o muro está cheio de referências históricas e personagens ligadas à reforma.
No chão estão os brasões das partes envolvidas mas, pessoalmente sempre adorei o de Genève, com o seu galo e a chave! Lindo!
E mesmo em frente, lá está a universidade…
Um edifício extraordinário com 450 anos, onde eu passei alguns momentos memoráveis…
neste auditório!
A perspetiva desde o “púlpito” onde a gente fala é de respeito, sobretudo se imaginarmos todas aquelas cadeiras repletas de gente preparada para nos ouvir e pôr questões…
É uma sensação pisar o mesmo chão onde Calvino pisou, falar onde ele falou!
Quase em frente fica a Uni Dufour, um edifício em betão armado inspirado em Le Corbusier. Ali fica a parte administrativa e era lá que eu, e todos os bolseiros da Confederação, eramos recebidos e tratávamos de todos os assuntos relacionados com a nossa estadia, remuneração e pequenas coisas que surgissem. Era dali que partiam todas as iniciativas para nos levar a conhecer o país, convívios e outras ofertas dirigidas a nós!
Decidi pousar a moto e apanhar o autocarro ou o “tram” (metro, será?). Na pousada de Juventude dão-nos um passe para podermos usar todos os transportes públicos da cidade e eu quis dar uso ao meu e fazer algumas linhas que eu usava quando lá vivi.
Ao contrario de cá, nada mudou! Os autocarros têm os mesmos números, fazem os mesmos trajetos e continuam a chegar exatamente à hora prevista!
A Rue de la Confederation fica logo a seguir e, quando passa a ser a Rue du Marché, lá estavam uns fulanos a desenhar no chão! Não resisti e desci ali mesmo!
Um dia saí para a rua com um grupo de alunos para pintarmos na rua e fomos precisamente para ali, com um grande rolo de papel cartonado e montes de caixas de pastel seco e fizemos uma coisa daquelas. Cada um tinha uma imagem de uma obra famosa que iria inserir numa imagem maior, ao vivo para a população ver.
A finalidade não era ganhar dinheiro, era apenas sentir a experiencia de pintar ao vivo e em conjunto. De repente as pessoas começaram a atirar moedas para cima do desenho! Aquilo era giro mas era uma chatice andar a catar moedas nas zonas onde o desenho já estava pronto pois o pastel não tinha fixador e estragavam-se pormenores ao tocar. Então eu tirei o chapéu, (sim, eu lá andava sempre de chapéu também) e pousei-o no chão, fora da zona do desenho e, espanto, as pessoas encheram-no de dinheiro por mais que uma vez! Tive de o esvaziar várias vezes! Acabamos por ir todos confraternizar com o lucro da obra e comemos bem pois, no final, o dinheiro era mesmo bastante!
Voltei a apanhar o autocarro… eu tinha de ir às Belas Artes, essa sim, a minha escola!
Aquele edifício é espantoso!
L'École des beaux-arts de Genève foi fundada em 1748, quando lá estive era chamada de École superieur d’art et design- ESAD e a partir de 2007 passou a ser a Haute école d'art et design - HEAD.
Entrei pela parte de trás… aquela escadaria sempre me fascinou!
Oh, entrar ali depois de tanto tempo teve o seu efeito…
Grandes portas de espelho, fascinaram-me! Quem teve a ideia é genial, pois a sensação que provoca é muito curiosa!
A escadaria… quantas vezes as subi carregada de tralhas, que o meu atelier era no 3º andar!
E lá estava o meu atelier… meu e de muita gente, claro!
Eu era assim na época, aqui junto com os meus meninos em dia de avaliações, uma foto que foi tirada para memória futura…
A tradição mantem-se, no final de cada semestre todos os ateliers são esvaziados do seu conteúdo, o chão limpo e as paredes pintadas de branco, para que sejam feitos os júris de avaliação.
Faz-se uma escala de todos os ateliers, de forma que cada aluno fique com uma sala para si, onde vai expor o seu trabalho para ser avaliado publicamente por um júri de 5 especialistas e toda a população que queria assistir!
Por isso o atelier estava tão limpinho e vazio naquele dia! Era agosto e os júris tinham sido no fim do ano letivo!
O mundo lá fora, olhando pela janela!
Oh aquelas portas de espelho! Lindas!
No andar de cima fica a maior parte dos ateliers, por isso os corredores estavam mais cheios das tralhas que tinham sido retiradas das salas!
Eu sentia que estava a ficar mais emocional… há coisas que tocam tão profundamente, não porque são particularmente belas, mas porque são particularmente amadas… eu podia ter ficado ali toda a minha vida… se não tivesse feito as escolhas menos acertadas…
Saí dali e fui caminhando pela redondeza. No meu caminho ficava a Igreja Russa.
Lembro-me que passava ali a cada passo, desenhei-a por diversas vezes…
Na outra ponta do quarteirão das belas Artes fica o Museu de Arte e História, com uma escultura do Henry Moore mesmo em frente!
Lembro-me que a primeira vez que a vi ali, fiquei escandalizada! Como podia uma escultura de Henry Moore estar ali “à mão” de qualquer um, onde as crianças brincam e sobem sobre ela? E ela lá continua..
em frente do imponente museu!
Dali também se vê o jato de água, lá em baixo no lago!
E a cidade velha fica logo ali
onde fica a catedral onde Calvino palestrou!
E de tantas catedrais que visitei pela minha vida fora, nunca referi uma das que mais profundamente ficou na minha memória: a Cathédrale Saint-Pierre de Genève ! Um edifício ligado à fundação da cidade, que vem do séc. IV, cheio de história até se tornar protestante no séc. XVI. Guilherme Farel pregou ali a reforma e a catedral foi despojada de tudo o que foi considerado supérfluo…
Hoje é também um edifício cívico onde tomam posse os corpos do governo cantonal.
Continua linda, lisa e limpa, como foi deixada depois de esvaziada…
É umas das catedrais que mais visitei, acho que mais do que a nossa Sé do Porto! Porque ía ali muitas vezes, passava ali algum tempo, desenhava, passeava, subia à torre, via Genève lá de cima e seguia para a escola….
Eu não sou uma pessoa religiosa mas sempre apreciei o ambiente gerado por uma catedral, sobretudo se for medieval, românica ou gótica! Eles sabiam como provocar sensações nas pessoas!
Ao fundo existe uma capela extraordinariamente bela, chamam-lhe "la chapelle des Macchabées" , porque dizem que os restos mortais dos Irmãos Macabeus estão lá. O estilo gótico num recanto de beleza que já foi usado como escola no tempo da reforma, que deixou por lá vestígios. Hoje está ali, recuperada e belíssima, onde apetece passar um bom momento de paz!
Na frente fica o largo que permite apreciar toda a imponência do edifício com a sua fachada neoclássica! Na realidade a catedral junta 3 estilos: românico, gótico e neoclássico!
Mais um passeiozinho e passei na Mairie, ou Hôtel-de-Ville, ou camara municipal da cidade. Sempre gostei muito daquele edifício, com origem no séc. XV e desenvolvido ao longo do século seguinte. Ali foi assinada a convenção de Genebra, que tem a ver com os direitos humanitários em tempo de guerra!
Mas a torre em rampa é que sempre me fascinou! Aquela rampa foi construída no séc. XVI e permite chegar lá acima sem subir um único degrau!
O edifício é lindo, histórico e imponente!
Como não podia deixar de ser… passei na minha “casa”…
Não tive coragem de entrar, nem de pedir para subir até ao quarto 12.12, lá no 12º andar, de onde eu podia ver a planície até à fronteira de França, com o Mont Salève ao fundo…
Um dia eu vou faze-lo! Vou marcar uma ou duas dormidas na Cité Universitaire, para poder viver a sensação de estar ali!
Na época eu tinha uma motoreta pequenita de dar aos pedais, cá está ela estacionada em frente à Citè. É a do lado direito, tão fofinha com o capacete pendurado no guiador… (foto digitalizada)
Dei a volta ao edifício e a minha janela fica tão lá em cima! Afinal é um 12º andar, com vista panorâmica! Lá está ela na ponta da flecha…
O edifício é antigo mas muito bem conservado e situado! A cite é composta por 3 edifícios que albergam 600 estudantes de 70 nacionalidades diferentes! É uma verdadeira cidade, com direito a sala de cinema, restaurante, discoteca, lavandaria, supermercado e sei lá mais o quê!
Então subi ao Salève… aquele monte fantástico que eu via da minha janela e que visitei por diversas vezes subindo o teleférico. De moto, há muito tempo que não subia…
“Ao tempo que eu não subia ao Salève… chamam-lhe o Balcão de Genève, porque fica mesmo a seu lado, elevando-se a mais de 1.000 m de altitude, com uma perspetiva deslumbrante sobre a cidade. Eu via-o da janela do meu quarto, quando vivia na Citè Universitaire, e ele maravilhava-me a cada amanhecer, com o rio Arve a serpentear entre mim e ele, vindo dos Alpes. Quantas vezes por ali passeei, com neve e nevoa que tornava a perspetiva da cidade misteriosa e fantástica, quantas vezes eu senti que iria recordar aqueles momentos com nostalgia e uma vontade incontrolável de voltar para trás no tempo e reviver tudo de novo… e desta vez, 20 anos depois, revivi mesmo…”
Eu nunca me cansaria de olhar aquela cidade…
(continua)
Última edição por Gracinda Ramos em Qua Jan 01 2014, 22:16, editado 7 vez(es)
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Beijucas!
Viajar é mais assustador para quem fica do que para quem vai!
https://passeandopelavida.com/
Re: Passeando pelos Balcãs... rumo à Roménia!
Espectáculo. Lindas fotos e um relato que nos transporta para lá.
Obrigado pela partilha.
Obrigado pela partilha.
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Luis Ferro
LFerro- Zero à esquerda
Re: Passeando pelos Balcãs... rumo à Roménia!
Sempre fantasticos estes relatos e as experiências de viajem. Sou um aficionado do canal "Travel" e a Gracinda consegue ser melhor, bem podia fazer um programa de tv.
mytic- A tirar a carta
Re: Passeando pelos Balcãs... rumo à Roménia!
Oh, obrigada!
Há sempre tanta coisa que vejo e vivo numa viagem que não haveria paciencia para acompanhar um programa de tv meu!
Há sempre tanta coisa que vejo e vivo numa viagem que não haveria paciencia para acompanhar um programa de tv meu!
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Re: Passeando pelos Balcãs... rumo à Roménia!
29 de agosto de 2013 – continuação
Estava no Salève e decidi continuar o meu caminho rumo a uma cidade de encanto que eu visitei vezes sem conta, tanto quando estava em Genève, como a cada vez que passei por aqueles lados!
Segui pelo monte abaixo pelo lado oposto ao que subira, por ruas muito bonitas e deliciosas para fazer de moto,
por entre aldeias e pastos verdes com vaquinhas a pastar e tudo!
Sim, deixei a motita e fui ver as vacas! Eu só tenho medo delas quando estou em cima da moto! Quando estou no chão não tenho qualquer medo! eheheheh
E cheguei à ponte de la Caille… oh aquela ponte! Eu já passei ali com 5 das minhas 6 motos, este foi o momento em que a Ninfa lá passou!
Aquela ponte é pênsil e tem quase dois séculos. O seu piso é em ripas de madeira com pequenos espaços, o que faz com que quem tem vertigens não a consiga atravessar, pois fica suspensa sobre um abismo de 147 metros de profundidade!
As saudades que eu tenho de ver aquilo tudo cheio de neve…
Um dia terei de apanhar um avião qualquer, durante o inverno, e ir ver…
A seguir aparece o lindíssimo lago…
O Lago de Annecy é um dos amores que ficou até hoje no meu coração, juntamente com o Lago Leman! Tão lindo e misterioso, tão inesperado e surpreendente, como a cidade que lhe dá o nome!
Mas antes de ir visitar a cidade fui molhar os pés mas águas limpíssimas e apreciar os encantos da paisagem por caminhos bem inspiradores!
Rodeado de montanhas e paisagens deslumbrantes nunca se esgota em visita alguma, como se os seus encantos fossem infinitos!
Aquele lago e aquela paisagem sempre me transmitiram serenidade! É considerado um dos lagos mais bonitos do mundo e não é por acaso!
Depois do Lago Leman, é o lago que eu mais visito, sempre que posso, sempre que passo, porque a complementar a sua beleza, a cidadezinha é encantadora!
Há por ali diversos passos de montanha deslumbrantes, de onde ele é visível em toda a sua dimensão, mas neste momento apenas mostro o seu encanto próximo de mim, quando parei e molhei os pés nas suas águas!
É nestes momentos que eu tenho a certeza de que o paraíso existe…
A próxima vez que for ali tenho de ver aquilo tudo de cima, num voo em asa-delta ou parapente que será seguramente o deslumbramento total!
E estava na hora de descer até à cidade… descer de um paraíso natural para um paraíso urbano! Sim, é possível!
Até as estradas mais “banais” por ali são encantadoras!
E lá estava Annecy, a Veneza francesa, ou Veneza dos Alpes, com a sua arquitetura medieval e os seus límpidos e encantadores canais!
Annecy já pertenceu ao condado de Genève e encaixa totalmente no ambiente do país vizinho!
As perspetivas dos canais são sempre encantadoras em todos os momentos do ano!
Lembro-me de fazer os trinta e muitos quilómetros de Genève até lá, na minha motoreta, para passar ali o dia, naquele ambiente de beleza quase artificial!
Ora se eu fazia tal distância numa motoreta que não andava nada, como não poderia lá ir com motos tão grandes e potentes como as que vou tendo hoje?!
O “meu” restaurante fica ali, no lado direito, com o tolde vermelho…
Lá estava ele! É ali que eu janto de há uns anos para cá, a cada vez que visito a cidade!
É lindo por dentro!
Mas foi na esplanada que eu comi desta vez!
Claro que escolhi mexilhões! Eu lá podia passar por França sem comer dos seus deliciosos mexilhões?
Fim da visita, bora lá buscar a motita e voltar para casa… que naquela noite ainda seria em Genève…
O jato de água é lindíssimo de noite, com a iluminação a dar-lhe um toque sobrenatural de brancos translúcidos…
E fui até ao meu parque, o parque Lord Byron, onde eu passei tantos dos meus dias e dos meus serões em tempos… e de onde a cidade cintila ao longe!
Um cruzeiro apareceu na água negra e trouxe-me memórias antigas…
Na véspera da minha partida, o meu regresso a casa depois dos meus estudos acabarem, o departamento dos bolseiros organizou um jantar para a despedida. Esse jantar foi a bordo de um dos grandes cruzeiros no lago e, quando o barco passava perto do jato de água, já no regresso, era hora do jato ser desligado e, à medida que o barco passava, o véu branco da água foi recolhendo por muito tempo, cintilando na luz branca de forma verdadeiramente deslumbrante!
Essa foi a minha imagem da despedida que ficou até hoje…
E foi o fim do 32º dia de viagem…
Estava no Salève e decidi continuar o meu caminho rumo a uma cidade de encanto que eu visitei vezes sem conta, tanto quando estava em Genève, como a cada vez que passei por aqueles lados!
Segui pelo monte abaixo pelo lado oposto ao que subira, por ruas muito bonitas e deliciosas para fazer de moto,
por entre aldeias e pastos verdes com vaquinhas a pastar e tudo!
Sim, deixei a motita e fui ver as vacas! Eu só tenho medo delas quando estou em cima da moto! Quando estou no chão não tenho qualquer medo! eheheheh
E cheguei à ponte de la Caille… oh aquela ponte! Eu já passei ali com 5 das minhas 6 motos, este foi o momento em que a Ninfa lá passou!
Aquela ponte é pênsil e tem quase dois séculos. O seu piso é em ripas de madeira com pequenos espaços, o que faz com que quem tem vertigens não a consiga atravessar, pois fica suspensa sobre um abismo de 147 metros de profundidade!
As saudades que eu tenho de ver aquilo tudo cheio de neve…
Um dia terei de apanhar um avião qualquer, durante o inverno, e ir ver…
A seguir aparece o lindíssimo lago…
O Lago de Annecy é um dos amores que ficou até hoje no meu coração, juntamente com o Lago Leman! Tão lindo e misterioso, tão inesperado e surpreendente, como a cidade que lhe dá o nome!
Mas antes de ir visitar a cidade fui molhar os pés mas águas limpíssimas e apreciar os encantos da paisagem por caminhos bem inspiradores!
Rodeado de montanhas e paisagens deslumbrantes nunca se esgota em visita alguma, como se os seus encantos fossem infinitos!
Aquele lago e aquela paisagem sempre me transmitiram serenidade! É considerado um dos lagos mais bonitos do mundo e não é por acaso!
Depois do Lago Leman, é o lago que eu mais visito, sempre que posso, sempre que passo, porque a complementar a sua beleza, a cidadezinha é encantadora!
Há por ali diversos passos de montanha deslumbrantes, de onde ele é visível em toda a sua dimensão, mas neste momento apenas mostro o seu encanto próximo de mim, quando parei e molhei os pés nas suas águas!
É nestes momentos que eu tenho a certeza de que o paraíso existe…
A próxima vez que for ali tenho de ver aquilo tudo de cima, num voo em asa-delta ou parapente que será seguramente o deslumbramento total!
E estava na hora de descer até à cidade… descer de um paraíso natural para um paraíso urbano! Sim, é possível!
Até as estradas mais “banais” por ali são encantadoras!
E lá estava Annecy, a Veneza francesa, ou Veneza dos Alpes, com a sua arquitetura medieval e os seus límpidos e encantadores canais!
Annecy já pertenceu ao condado de Genève e encaixa totalmente no ambiente do país vizinho!
As perspetivas dos canais são sempre encantadoras em todos os momentos do ano!
Lembro-me de fazer os trinta e muitos quilómetros de Genève até lá, na minha motoreta, para passar ali o dia, naquele ambiente de beleza quase artificial!
Ora se eu fazia tal distância numa motoreta que não andava nada, como não poderia lá ir com motos tão grandes e potentes como as que vou tendo hoje?!
O “meu” restaurante fica ali, no lado direito, com o tolde vermelho…
Lá estava ele! É ali que eu janto de há uns anos para cá, a cada vez que visito a cidade!
É lindo por dentro!
Mas foi na esplanada que eu comi desta vez!
Claro que escolhi mexilhões! Eu lá podia passar por França sem comer dos seus deliciosos mexilhões?
Fim da visita, bora lá buscar a motita e voltar para casa… que naquela noite ainda seria em Genève…
O jato de água é lindíssimo de noite, com a iluminação a dar-lhe um toque sobrenatural de brancos translúcidos…
E fui até ao meu parque, o parque Lord Byron, onde eu passei tantos dos meus dias e dos meus serões em tempos… e de onde a cidade cintila ao longe!
Um cruzeiro apareceu na água negra e trouxe-me memórias antigas…
Na véspera da minha partida, o meu regresso a casa depois dos meus estudos acabarem, o departamento dos bolseiros organizou um jantar para a despedida. Esse jantar foi a bordo de um dos grandes cruzeiros no lago e, quando o barco passava perto do jato de água, já no regresso, era hora do jato ser desligado e, à medida que o barco passava, o véu branco da água foi recolhendo por muito tempo, cintilando na luz branca de forma verdadeiramente deslumbrante!
Essa foi a minha imagem da despedida que ficou até hoje…
E foi o fim do 32º dia de viagem…
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Beijucas!
Viajar é mais assustador para quem fica do que para quem vai!
https://passeandopelavida.com/
Re: Passeando pelos Balcãs... rumo à Roménia!
Agora tambem me trouxes-te "memorias antigas" em 1994 fui feliz em Geneve, duas noites à beira do Lac Leman num "petit chateaux" que custou bem caro naquela altura mas que enchi-me de coragem e fiquei por lá.... ja nessa altura a minha mulher gostava de "conforto"
Joao Luis- Já dorme com a moto!
Re: Passeando pelos Balcãs... rumo à Roménia!
Joao Luis escreveu:
Eras tão lindinho!
Podíamos ter-nos conhecido lá mesmo naquela altura em que eu lá estava também!
________________________
Beijucas!
Viajar é mais assustador para quem fica do que para quem vai!
https://passeandopelavida.com/
Re: Passeando pelos Balcãs... rumo à Roménia!
Só o teu relato para acabar o ano em beleza.
É muito boa toda a tua viagem, fotos, relato, etc.
Quem não fica com vontade de fazer o mesmo?
Parabéns
É muito boa toda a tua viagem, fotos, relato, etc.
Quem não fica com vontade de fazer o mesmo?
Parabéns
Re: Passeando pelos Balcãs... rumo à Roménia!
Mais um fabuloso dia, e mais não digo que fico sempre sem palavras perante estas fotos e este inigualável relato.
Obrigado mais uma vez, e aqui vai o 1016
Obrigado mais uma vez, e aqui vai o 1016
Carlos Balio- Já sai à rua a conduzir.
Re: Passeando pelos Balcãs... rumo à Roménia!
Adorei a visita guiada por Genève e Annecy e seu lago!!
Merci!!
Um par de méritos!
Merci!!
Um par de méritos!
Re: Passeando pelos Balcãs... rumo à Roménia!
Já há tempos que não vinha cá - outras andanças!!!
Continua tudo igual, SUPER!!!
Espero que ainda consigas acabar a crónica este ano!!!
Mais 1 M
Continua tudo igual, SUPER!!!
Espero que ainda consigas acabar a crónica este ano!!!
Mais 1 M
________________________
MY LIFE IS A HELL!!!
Elisio FJR- Já sai à rua a conduzir.
Re: Passeando pelos Balcãs... rumo à Roménia!
30 de agosto de 2013
Logo pela manhã fiz bosta ao limpar as viseiras do capacete pela “enésima” vez!
O Schuberth c3 é um ótimo capacete e tal, mas tem fragilidades que me surpreendem, como aquela viseira interior que é tão flexível que me pareceu sempre que poderia partir com a pressão ao ser limpa! E é verdade! Apesar de todo o cuidado com que sempre o faço… ela partiu mesmo o encaixe! Bolas, teria de procurar uma nova em Andorra!
Como em tantas outras viagens, desde a primeira vez que estive em Genève, chegou a hora de ir embora! De novo a cidade teve o ar de despedida e eu nem sabia mais do que me despedir pela última vez, desta vez!
De novo eu quis ficar e não volta, de novo a vontade de ir a todo o lado rever tudo pela última vez como da primeira vez….
E como em outras viagens, acabei por ir até ao “meu” parque… queria ver aquilo tudo de novo a partir de lá, depois da perspetiva noturna do dia anterior! Da próxima vez terei de ir ali captar um pôr-do-sol extraordinário como já captei tantos, por agora fiquei com a imagem da cidade ao sol da manhã…
Aquilo é lindo visto dali…
Há sempre uma imagem dali que me fica na memória, é inevitável!
Depois desce-se até ao lago e… hora de partir!
Oh aquele lago sempre me encanta!
E parti...
Apanhei a autoestrada, já que é para ir embora façamo-lo depressa…
Ao passar a portagem cruzei com 3 motos suíças, uma delas era uma Goldwing com sidecar e, para meu espanto, transportava algo com grandes rodas sobre ele!
Uma bicicleta?
Curioso, um casal a passear de moto com uma bicicleta amarrada ao sidecar! Atrasei a marcha para os deixar passar e apreciar o conjunto!
Então quando eles me passaram, espanto! Não era uma bicicleta, era uma cadeira de rodas mesmo!
De repente tudo fazia sentido! Nada nos impede de realizar o que sonhamos, desde que sejamos inteligentes! A Goldwing tem até marcha atrás, por isso não é preciso usar os pés para move-la, o sidecar não deixa a moto cair para o lado, e a pendura facilmente liberta a cadeira de rodas para que o condutor possa subir para ela!
Simplesmente não conseguia seguir o meu caminho e fui por muito tempo junto deles a apreciar aquela maravilha de gente!
Uma viagem por autoestrada nunca tem muito o que contar, até se sair dela e se começar a ver coisas bonitas, que é o caso dos Pirenéus!
E Andorra logo a seguir!
E começou a minha epopeia na procura de uma viseira interior para o meu capacete!
Acabei por visitar todas as casas de material para motos em Pas de la Casa, onde parece que toda a gente me conhece já! A verdade é que vou ali tanta vez que até a minha moto já é conhecida e dá sempre nas vistas!
Não havia viseiras para o meu capacete em lado nenhum, toca a subir o monte para ir para Andorra-la-Vella…
Ui, a quantidade de fotos que eu já tirei junto àquela tabuleta, acho que a cada vez que lá passo faço uma nova foto!
Não sei porquê, mas frequentemente sinto que fazer aquela estrada é como se já estivesse a passear em casa…
Parecia Natal em Andorra! Naquele restaurante parece sempre, nunca tiram as luzinhas!
A motita dormiu num parque onde uma Africa Twin ocupava mais espaço que uma Pan e uma FJR juntas! Ainda dizem que as mulheres não sabem estacionar! No que diz respeito a motos acho que poucos homens sabem estacionar a sua moto sem ocuparem todo o espaço possível!
Fiquei hospedada num hostel onde as pessoas eram muito simpáticas e comunicativas, quiseram saber muita coisa sobre mim e a minha viagem e eu aproveitei para saber informações precisas sobre Andorra e explorações que pretendo fazer por ali.
E foi o fim do 33º dia de viagem…
Logo pela manhã fiz bosta ao limpar as viseiras do capacete pela “enésima” vez!
O Schuberth c3 é um ótimo capacete e tal, mas tem fragilidades que me surpreendem, como aquela viseira interior que é tão flexível que me pareceu sempre que poderia partir com a pressão ao ser limpa! E é verdade! Apesar de todo o cuidado com que sempre o faço… ela partiu mesmo o encaixe! Bolas, teria de procurar uma nova em Andorra!
Como em tantas outras viagens, desde a primeira vez que estive em Genève, chegou a hora de ir embora! De novo a cidade teve o ar de despedida e eu nem sabia mais do que me despedir pela última vez, desta vez!
De novo eu quis ficar e não volta, de novo a vontade de ir a todo o lado rever tudo pela última vez como da primeira vez….
E como em outras viagens, acabei por ir até ao “meu” parque… queria ver aquilo tudo de novo a partir de lá, depois da perspetiva noturna do dia anterior! Da próxima vez terei de ir ali captar um pôr-do-sol extraordinário como já captei tantos, por agora fiquei com a imagem da cidade ao sol da manhã…
Aquilo é lindo visto dali…
Há sempre uma imagem dali que me fica na memória, é inevitável!
Depois desce-se até ao lago e… hora de partir!
Oh aquele lago sempre me encanta!
E parti...
Apanhei a autoestrada, já que é para ir embora façamo-lo depressa…
Ao passar a portagem cruzei com 3 motos suíças, uma delas era uma Goldwing com sidecar e, para meu espanto, transportava algo com grandes rodas sobre ele!
Uma bicicleta?
Curioso, um casal a passear de moto com uma bicicleta amarrada ao sidecar! Atrasei a marcha para os deixar passar e apreciar o conjunto!
Então quando eles me passaram, espanto! Não era uma bicicleta, era uma cadeira de rodas mesmo!
De repente tudo fazia sentido! Nada nos impede de realizar o que sonhamos, desde que sejamos inteligentes! A Goldwing tem até marcha atrás, por isso não é preciso usar os pés para move-la, o sidecar não deixa a moto cair para o lado, e a pendura facilmente liberta a cadeira de rodas para que o condutor possa subir para ela!
Simplesmente não conseguia seguir o meu caminho e fui por muito tempo junto deles a apreciar aquela maravilha de gente!
Uma viagem por autoestrada nunca tem muito o que contar, até se sair dela e se começar a ver coisas bonitas, que é o caso dos Pirenéus!
E Andorra logo a seguir!
E começou a minha epopeia na procura de uma viseira interior para o meu capacete!
Acabei por visitar todas as casas de material para motos em Pas de la Casa, onde parece que toda a gente me conhece já! A verdade é que vou ali tanta vez que até a minha moto já é conhecida e dá sempre nas vistas!
Não havia viseiras para o meu capacete em lado nenhum, toca a subir o monte para ir para Andorra-la-Vella…
Ui, a quantidade de fotos que eu já tirei junto àquela tabuleta, acho que a cada vez que lá passo faço uma nova foto!
Não sei porquê, mas frequentemente sinto que fazer aquela estrada é como se já estivesse a passear em casa…
Parecia Natal em Andorra! Naquele restaurante parece sempre, nunca tiram as luzinhas!
A motita dormiu num parque onde uma Africa Twin ocupava mais espaço que uma Pan e uma FJR juntas! Ainda dizem que as mulheres não sabem estacionar! No que diz respeito a motos acho que poucos homens sabem estacionar a sua moto sem ocuparem todo o espaço possível!
Fiquei hospedada num hostel onde as pessoas eram muito simpáticas e comunicativas, quiseram saber muita coisa sobre mim e a minha viagem e eu aproveitei para saber informações precisas sobre Andorra e explorações que pretendo fazer por ali.
E foi o fim do 33º dia de viagem…
Última edição por Gracinda Ramos em Dom Jan 05 2014, 00:04, editado 1 vez(es)
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Beijucas!
Viajar é mais assustador para quem fica do que para quem vai!
https://passeandopelavida.com/
Re: Passeando pelos Balcãs... rumo à Roménia!
Gracinda Ramos escreveu:
Então quando eles me passaram, espanto! Não era uma bicicleta, era uma cadeira de rodas mesmo!
Espetacular Sem Duvida
Joao Luis- Já dorme com a moto!
Re: Passeando pelos Balcãs... rumo à Roménia!
Mais um belo dia desta magnifica crónica, obrigada.
Bem merecido
Bem merecido
Carlos Balio- Já sai à rua a conduzir.
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