Procurar
Entrar
Últimos assuntos
» [Signal # Telegram] Motos & Destinospor Serzedo Seg Nov 25 2024, 00:23
» Tour Alpes 2024 - Alpes franceses
por José Luiz Qua Out 16 2024, 15:25
» Descubra a beleza de Ponte da Barca: Um passeio encantador pelo coração do Minho
por parchao Sex Abr 26 2024, 07:14
» Normandia
por Cesar Filipe Qui Abr 25 2024, 12:32
» Natureza SELVAGEM : QUEDAS de Água do Gerês Xurés
por parchao Dom Abr 07 2024, 14:07
» Motovloggers em Evolução: Desconstruindo Hábitos
por parchao Seg Mar 04 2024, 20:52
» Mota, Estradas e Paisagens: Da Régua a Amarante - Portugal
por parchao Ter Fev 27 2024, 14:24
» [Notícia] PR promulga diploma que adia inspeções obrigatórias para motociclos
por Serzedo Dom Dez 31 2023, 14:56
» Almoço de amigos 2023
por Serzedo Qui Dez 21 2023, 14:52
» Sertã Autêntica: Uma Viagem pela História e Cultura 4k
por parchao Dom Dez 10 2023, 19:56
» Explorar a Rota Atlântica: Uma Experiência de Mota Inesquecível
por parchao Qui Nov 30 2023, 08:31
» Passeio em Algodres: Olhar Íntimo sobre Esta Aldeia Distinta
por parchao Sáb Nov 25 2023, 15:14
» [Cancelado] Encontro de Natal M&D 2023
por Serzedo Seg Nov 20 2023, 11:58
» Sobrevoo Sereno: Descobrindo os Encantos Aéreos dos Lagos do Sabor
por parchao Sáb Nov 04 2023, 15:42
» Roteiro por Mogadouro: História, Cultura e Natureza 4k
por parchao Sáb Nov 04 2023, 15:40
» Explorando o Coração de Portugal: Pedrógão Grande 4k
por parchao Sex Out 20 2023, 19:31
» Rota Panorâmica: Aventura de Moto na Serra da Estrela 4k
por parchao Dom Set 03 2023, 08:38
» Sierra de Gredos (Espanha)
por Serzedo Qui Ago 24 2023, 09:39
» De Moto por Marrocos!
por Swift Qua Ago 23 2023, 11:35
» Ribeira de Pena - Portugal - Aventura Única e Memorável - 4k
por parchao Sáb Ago 19 2023, 14:42
» Parque Natural Las Batuecas – Sierra de Francia e Las Hurdes (Espanha)
por Swift Sex Ago 18 2023, 15:43
» Miranda do Douro - Parque Natural - Bragança - Portugal - 4k
por parchao Dom Ago 13 2023, 20:17
» Nagoselo do Douro -Portugal-Imponentes Paisagens-4k
por parchao Dom Ago 13 2023, 20:15
» Voltinha até ao Alpes Franceses
por Cesar Filipe Dom Ago 06 2023, 18:32
» como transportar moto do brasil para portugal
por Akio Yamaguchi Sáb Jul 22 2023, 20:08
» [Notícia] Linhas brancas para ajudar motociclistas nas curvas
por nunomsp Dom Jul 09 2023, 14:43
» Descubra a magia de Góis 4k
por parchao Sex Jul 07 2023, 19:53
» EN 304 Motor Boxer - Bike Sound
por parchao Qui Jun 15 2023, 17:40
» Ruinas Sanatório Albergaria Grandella Portugal Montachique 4k
por parchao Qui Jun 15 2023, 17:38
» Senhora da Graça-Monte Farinha-Aerial View-portugal 4k video
por parchao Seg maio 29 2023, 18:03
» Freixo de Espada à Cinta - Douro Internacional - Portugal-4k
por parchao Qui maio 11 2023, 18:51
» Mêda - Guarda - Portugal 4k
por parchao Qui maio 11 2023, 18:49
» [Notícia] IPO de motociclos
por Serzedo Qui maio 11 2023, 13:08
» Penacova Coimbra Portugal - Roteiro do Arista 4K
por parchao Sáb Abr 22 2023, 17:03
» Alguma volta programada?
por PTex Dom Mar 12 2023, 23:22
» Sebolido Boneca Penafiel Douro Porto Portugal 4k
por parchao Sex Mar 10 2023, 20:23
» EN 221 Motor boxer - BMW R1200RT - BIKE SOUND
por Velasquez Qua Mar 08 2023, 21:35
» Vila Nova de Foz Côa - Beautiful Place to Visit in Portugal 4k
por parchao Dom Fev 19 2023, 11:27
» Visita Barcelos (4K) - Beauty of Portugal from Every Angle
por parchao Dom Fev 19 2023, 09:45
» Está frio, mas ainda assim...
por Serzedo Qui Jan 26 2023, 10:13
» Retrospetiva 2022 - A Terapia do Ano (DJI 4k)
por parchao Seg Jan 16 2023, 19:52
» Monsaraz - Alentejo - Enorme varanda do Alqueva 4k
por parchao Ter Dez 27 2022, 13:51
» 5 BELOS ROTEIROS NO MINHO
por o_mototurista Sáb Dez 24 2022, 14:25
» 5 BELOS ROTEIROS EM TRÁS-OS-MONTES
por o_mototurista Sáb Dez 24 2022, 14:23
» Evento de Natal M&D 2022 ( Datas 3 e 4 de Dezembro 2022)
por Serzedo Ter Dez 13 2022, 15:13
Doação por Paypal
N2 by Vanvan.... and back.
+11
Carlospira
santos466
nunomsp
efepe
zephex
ricmags
Carlos Balio
carlosrosa
Rambo
LoneRider
Capt.Akimoto
15 participantes
Página 1 de 2
Página 1 de 2 • 1, 2
N2 by Vanvan.... and back.
Boas a todos.
Esta é a primeira crónica de viagem que publico em qualquer meio de comunicação, por isso, esperem alguma falta de refinamento.
Apesar de já ter a minha quota parte de viagens nos últimos anos, de moto ou não, nunca tinha escrito nada tão "elaborado" fora os apontamentos e diários de viagem. Resolvi fazê-lo, não só por divertimento, mas também para poder receber feedback sobre tudo o que rodeia a crónica e aprender algo novo sobre viajar e, essencialmente, viajar de moto.
Apresento também a minha moto, um modelo 125cc, Suzuki Vanvan RV125. Pequeno motor, grande alma. É, de facto, pouco comum ver viajantes com este tipo de motos por esse mundo fora, mas eles até existem. Por mim, é a moto que tenho e apesar do handicap nunca me deixei afectar por isso e, dentro das suas limitações, sempre cumpriu. Não quero de modo algum criar comparações dúbias com outras motos e situações, até peço que me integrem neste belo mundo do viajar de moto, "apenas" procuro informação, sabedoria e divertimento. Todas as motos têm os seus prós e contras (regras de mercado) e, certamente, irei falar nesses aspectos da minha moto e até mesmo sobre mim e minha curva de adaptação à viagem.
Posto isto, embora!
Prólogo
O primeiro dia de viagem, foi como um prólogo para o que viria nos dias seguintes. O objectivo principal era a N2, na sua plenitude, e no caminho de volta, completamente ao acaso. Por isso, este primeiro dia foi apenas para chegar ao acampamento de Penedones, Montalegre, para iniciar a mítica estrada na manhã seguinte.
O dia até começara um pouco mal. Acordei muito mal disposto e com ligeira diarreia, talvez consequências da forte jantarada e seguinte segurar de balcão na noite anterior mais os amigos do futebol. O tempo também não era o mais famoso, embrulhado, e ainda com previsão de chuva mais para o fim do dia. Com o arrastar do meu corpo pela casa e igual rapidez nos últimos preparativos na moto, lá perdi a manhã quase toda e saí com um atraso de mais de duas horas.
Assim, não me vou alongar com este dia, mas sintetizando, ainda deu para ser picado por uma abelha, visitar um ou outro sitio nos arredores de Montalegre e o seu castelo.
(Montalegre)
Etapa 1
Ficara instalado no campismo de Penedones, Montalegre, nessa noite. Acordei com o bater das gotas de água na tenda que escorriam das folhas das duas árvores que me iam tentando abrigar. Agradeço-lhes. Chovera muito durante a noite e o mesmo sucedeu durante toda a manhã. Esperei uma calmaria para sair da tenda e preparar tudo com diligência, facto consumado apenas por volta das 11:00. A ideia inicial seria chegar a Viseu nesse fim de tarde, mas com o atrasar da partida e com o tempo chuvoso que se iria sentir algo me dizia que já não iria ser possível.
Lá parti, com ligeira murrinha, mas feliz da vida. A estrada que tomara era a fantástica N103 em direção a Chaves. A secção de curvas era exuberante e o cenário ficava a condizer, ainda com aquele cheiro matinal das serras do norte.
Pensei que iria rapar um barbeiro o dia todo, mas a temperatura acabou por amenizar.
(Isto promete)
(N103)
Entretanto lá cheguei a Chaves. Aproveitei para almoçar e visitar a zona do castelo.
Enquanto almoçava, chovia, e eu olhava pela janela para as montanhas lá mais a oriente cobertas num nevoeiro fantasmagórico. No decorrer do almoço, esse nevoeiro foi-se dissipando e tornou-se nitidamente visível a montanha. Parecia-me boas notícias em relação à chuva, mas em breve iria ser surpreendido.
Situei-me no kilómetro zero após o almoço e começou a chover bem. Fotografia da praxe e monta na moto! Era deste momento que eu estava ansioso, começar a N2 em direção a Faro, uma pequena aventura de condução na mais longa estrada nacional, um autêntico postal de turismo de um Portugal realmente genuíno e naturalmente amável. Tal como a Volta a França, competição que deixei de seguir para começar esta viagem.
Pouco depois de Chaves veio a tal surpresa. Em pleno Julho, caiu uma forte chuvada, daquelas que só se lembra em Novembro. Já tinha vestido a capa de chuva uns kilómetros antes, mas enxarquei as calças todinhas. Sim, facilitei em não trazer protecção de chuva para as pernas. Mas mesmo assim, a chuva era tão forte e batia-me no queixo de uma maneira tão descomunal que quando encontrei um abrigo, aproveitei. Mais uma vez, sim, facilitei, e aprendi com isso.
Na verdade, apesar de não ter equipamento de chuva, tomei algumas medidas um pouco rudimentares para proteger a bagagem, ou seja, os sacos de plástico forte já estavam a justificar o porquê de virem comigo. Quanto á roupa, como já disse, os membros inferiores estiveram completamente desprotegidos, mas o casaco demasiado espartano cumpriu muito bem. Mesmo antes de vestir a capinha de chuva verifiquei a roupa que trazia por dentro e confirmei que estava seca.
(Um pouquinho de sol era um mimo)
(O km 0. Não tardou a cair um diluvio)
Entretanto lá abrandou a chuva e antes de Vila Real lá sorriu o sol, timidamente, mas fornecendo um calorzinho agradável. Para quem viaja de moto, a chuva faz parte, obviamente, mas não deixo de manifestar o meu aborrecimento em relação a ela. Descansei um pouco em Vila Real e sensivelmente pelo km 69 foi um festim de curvas.
O traçado entre Vila Real e Lamego é absolutamente excitante e mesmo a paragem na Régua não diminuiu os meus elevados ânimos. A combinar, adoro aquela paisagem do Douro, terras de excepcionais binhos, não só os do Porto, mas aqueles exactamente do sitio onde estava, do calibre de um Cabeça de Burro que me faz as delicias das noites em que a equipa ganha, mas também quando perde.
(Alguém conhecido??)
(Ali estava quentinho)
(O km mais sexy da N2)
(Eu ia, mas não me deixaram levar a Suzuki)
Ao fim da tarde cheguei a Lamego. Ok, não era de facto o local onde queria chegar neste primeiro dia, mas teria de servir. E se serviu! Nunca tinha estado em Lamego e fiquei encantado. No seu centro histórico percorri uma longa, mas estreita e atractiva rua que, apesar de estar em requalificação, mantinha os traços de outros tempos. Lá no topo, não muito mais do que uma torre esperava por mim. Entrei nela, recolhi informação oferecida aos turistas e desci. A Sé Catedral é um monumento lindíssimo. Gótica, mas com evidentes alterações durante o Renascimento. Aliás, as pinturas dessa época que ornamentam o tecto estavam em fase de restauro, o que me parece bem.
Visita à Nossa Senhora dos Remédios, mas subir aqueles escadas não foi hoje. Numa próxima, em corrida.
Decidi pernoitar no campismo próximo. Sitio muito agradável e sossegado. Penso que seria eu o único hospede português naquela noite. Tanto em tendas, como em caravanas e Defenders bem marcados por aventuras dos dias anteriores, o parque-estalagem, estava praticamente ocupado por franceses, holandeses e germânicos. Armei a tenda, o abrigo entenda-se, encostei-me ao barzinho que tinha no meio do parque, acompanhado por um enorme pastor alemão, segurança das instalações, mas de simpatia agradável. Pedi um fino, bebi uma mine.
(Lamego)
(Olá??)
(Venho já....)
Esta é a primeira crónica de viagem que publico em qualquer meio de comunicação, por isso, esperem alguma falta de refinamento.
Apesar de já ter a minha quota parte de viagens nos últimos anos, de moto ou não, nunca tinha escrito nada tão "elaborado" fora os apontamentos e diários de viagem. Resolvi fazê-lo, não só por divertimento, mas também para poder receber feedback sobre tudo o que rodeia a crónica e aprender algo novo sobre viajar e, essencialmente, viajar de moto.
Apresento também a minha moto, um modelo 125cc, Suzuki Vanvan RV125. Pequeno motor, grande alma. É, de facto, pouco comum ver viajantes com este tipo de motos por esse mundo fora, mas eles até existem. Por mim, é a moto que tenho e apesar do handicap nunca me deixei afectar por isso e, dentro das suas limitações, sempre cumpriu. Não quero de modo algum criar comparações dúbias com outras motos e situações, até peço que me integrem neste belo mundo do viajar de moto, "apenas" procuro informação, sabedoria e divertimento. Todas as motos têm os seus prós e contras (regras de mercado) e, certamente, irei falar nesses aspectos da minha moto e até mesmo sobre mim e minha curva de adaptação à viagem.
Posto isto, embora!
Prólogo
O primeiro dia de viagem, foi como um prólogo para o que viria nos dias seguintes. O objectivo principal era a N2, na sua plenitude, e no caminho de volta, completamente ao acaso. Por isso, este primeiro dia foi apenas para chegar ao acampamento de Penedones, Montalegre, para iniciar a mítica estrada na manhã seguinte.
O dia até começara um pouco mal. Acordei muito mal disposto e com ligeira diarreia, talvez consequências da forte jantarada e seguinte segurar de balcão na noite anterior mais os amigos do futebol. O tempo também não era o mais famoso, embrulhado, e ainda com previsão de chuva mais para o fim do dia. Com o arrastar do meu corpo pela casa e igual rapidez nos últimos preparativos na moto, lá perdi a manhã quase toda e saí com um atraso de mais de duas horas.
Assim, não me vou alongar com este dia, mas sintetizando, ainda deu para ser picado por uma abelha, visitar um ou outro sitio nos arredores de Montalegre e o seu castelo.
(Montalegre)
Etapa 1
Ficara instalado no campismo de Penedones, Montalegre, nessa noite. Acordei com o bater das gotas de água na tenda que escorriam das folhas das duas árvores que me iam tentando abrigar. Agradeço-lhes. Chovera muito durante a noite e o mesmo sucedeu durante toda a manhã. Esperei uma calmaria para sair da tenda e preparar tudo com diligência, facto consumado apenas por volta das 11:00. A ideia inicial seria chegar a Viseu nesse fim de tarde, mas com o atrasar da partida e com o tempo chuvoso que se iria sentir algo me dizia que já não iria ser possível.
Lá parti, com ligeira murrinha, mas feliz da vida. A estrada que tomara era a fantástica N103 em direção a Chaves. A secção de curvas era exuberante e o cenário ficava a condizer, ainda com aquele cheiro matinal das serras do norte.
Pensei que iria rapar um barbeiro o dia todo, mas a temperatura acabou por amenizar.
(Isto promete)
(N103)
Entretanto lá cheguei a Chaves. Aproveitei para almoçar e visitar a zona do castelo.
Enquanto almoçava, chovia, e eu olhava pela janela para as montanhas lá mais a oriente cobertas num nevoeiro fantasmagórico. No decorrer do almoço, esse nevoeiro foi-se dissipando e tornou-se nitidamente visível a montanha. Parecia-me boas notícias em relação à chuva, mas em breve iria ser surpreendido.
Situei-me no kilómetro zero após o almoço e começou a chover bem. Fotografia da praxe e monta na moto! Era deste momento que eu estava ansioso, começar a N2 em direção a Faro, uma pequena aventura de condução na mais longa estrada nacional, um autêntico postal de turismo de um Portugal realmente genuíno e naturalmente amável. Tal como a Volta a França, competição que deixei de seguir para começar esta viagem.
Pouco depois de Chaves veio a tal surpresa. Em pleno Julho, caiu uma forte chuvada, daquelas que só se lembra em Novembro. Já tinha vestido a capa de chuva uns kilómetros antes, mas enxarquei as calças todinhas. Sim, facilitei em não trazer protecção de chuva para as pernas. Mas mesmo assim, a chuva era tão forte e batia-me no queixo de uma maneira tão descomunal que quando encontrei um abrigo, aproveitei. Mais uma vez, sim, facilitei, e aprendi com isso.
Na verdade, apesar de não ter equipamento de chuva, tomei algumas medidas um pouco rudimentares para proteger a bagagem, ou seja, os sacos de plástico forte já estavam a justificar o porquê de virem comigo. Quanto á roupa, como já disse, os membros inferiores estiveram completamente desprotegidos, mas o casaco demasiado espartano cumpriu muito bem. Mesmo antes de vestir a capinha de chuva verifiquei a roupa que trazia por dentro e confirmei que estava seca.
(Um pouquinho de sol era um mimo)
(O km 0. Não tardou a cair um diluvio)
Entretanto lá abrandou a chuva e antes de Vila Real lá sorriu o sol, timidamente, mas fornecendo um calorzinho agradável. Para quem viaja de moto, a chuva faz parte, obviamente, mas não deixo de manifestar o meu aborrecimento em relação a ela. Descansei um pouco em Vila Real e sensivelmente pelo km 69 foi um festim de curvas.
O traçado entre Vila Real e Lamego é absolutamente excitante e mesmo a paragem na Régua não diminuiu os meus elevados ânimos. A combinar, adoro aquela paisagem do Douro, terras de excepcionais binhos, não só os do Porto, mas aqueles exactamente do sitio onde estava, do calibre de um Cabeça de Burro que me faz as delicias das noites em que a equipa ganha, mas também quando perde.
(Alguém conhecido??)
(Ali estava quentinho)
(O km mais sexy da N2)
(Eu ia, mas não me deixaram levar a Suzuki)
Ao fim da tarde cheguei a Lamego. Ok, não era de facto o local onde queria chegar neste primeiro dia, mas teria de servir. E se serviu! Nunca tinha estado em Lamego e fiquei encantado. No seu centro histórico percorri uma longa, mas estreita e atractiva rua que, apesar de estar em requalificação, mantinha os traços de outros tempos. Lá no topo, não muito mais do que uma torre esperava por mim. Entrei nela, recolhi informação oferecida aos turistas e desci. A Sé Catedral é um monumento lindíssimo. Gótica, mas com evidentes alterações durante o Renascimento. Aliás, as pinturas dessa época que ornamentam o tecto estavam em fase de restauro, o que me parece bem.
Visita à Nossa Senhora dos Remédios, mas subir aqueles escadas não foi hoje. Numa próxima, em corrida.
Decidi pernoitar no campismo próximo. Sitio muito agradável e sossegado. Penso que seria eu o único hospede português naquela noite. Tanto em tendas, como em caravanas e Defenders bem marcados por aventuras dos dias anteriores, o parque-estalagem, estava praticamente ocupado por franceses, holandeses e germânicos. Armei a tenda, o abrigo entenda-se, encostei-me ao barzinho que tinha no meio do parque, acompanhado por um enorme pastor alemão, segurança das instalações, mas de simpatia agradável. Pedi um fino, bebi uma mine.
(Lamego)
(Olá??)
(Venho já....)
Capt.Akimoto- Zero à esquerda
Re: N2 by Vanvan.... and back.
Prometo ser construtivo neste post (para contradizer a minha postura de ser sempre do contra).
Publicar uma viagem com o objectivo de aprender algo é muito ambicioso. A maior parte do pessoal vai alavar-te a viagem e o teu espírito, mas não adjuntará muita mais informação daquela que tu possas fornecer.
Porque?
Esse é o teu dever! Deixar o pessoal invejoso!
A tua mota não tem limites, os limites residem dentro de ti.
A tua VanVan é o teu meio de comunicação nesta cronica e far-nos-á viver uma boa dose das emoções que ti viveste.
Se algum dia parares ao lado de uma Pan, FJR, GTR ou RT com a tua VanVan olha com os queixos bem altos porque ela já fez o que muitas não fizeram ainda (incluo-me nesse lote).
Existe uma velho ditado (inventado por mim) que diz que "quando chove só custa a ficar molhado"!
Boas Curvas:vrummm:
Publicar uma viagem com o objectivo de aprender algo é muito ambicioso. A maior parte do pessoal vai alavar-te a viagem e o teu espírito, mas não adjuntará muita mais informação daquela que tu possas fornecer.
Porque?
Esse é o teu dever! Deixar o pessoal invejoso!
A tua mota não tem limites, os limites residem dentro de ti.
A tua VanVan é o teu meio de comunicação nesta cronica e far-nos-á viver uma boa dose das emoções que ti viveste.
Se algum dia parares ao lado de uma Pan, FJR, GTR ou RT com a tua VanVan olha com os queixos bem altos porque ela já fez o que muitas não fizeram ainda (incluo-me nesse lote).
Existe uma velho ditado (inventado por mim) que diz que "quando chove só custa a ficar molhado"!
Boas Curvas:vrummm:
________________________
ENDLESS ROAD
Re: N2 by Vanvan.... and back.
Bonita viagem numa moto não menos catita; e é curioso porque as motos que + diversão me proporcionaram não foram as mais potentes que tive (essas entre outras coisas trouxeram responsabilidade aos seus comandos). Estou a lembrar-me duma Suzuki RM-80 que tive aí há uns vinte anos; este modelo era + pequeno (versão rodas pequenas) que uma yamaha DT-50, mas tinha 24cv.. era uma moto de competição (motocrosse) para iniciados e como tal não tinha luzes nem documentos (matrícula), mas o meu forte era precisamente sair com aquilo à noite tal o gozo que proporcionava, qual ghost-rider das trevas.. com o berro do seu pequeno mas potente motor de competição a 2 tempos a ecoar pelas entranhas da noite e ruas cesarianas. (de repente e por momentos senti-me dentro do filme Sin-City!).
Esta cónica promete
Esta cónica promete
Última edição por Rambo em Ter Set 30 2014, 03:55, editado 2 vez(es)
Rambo- A tirar a carta
Re: N2 by Vanvan.... and back.
LoneRider escreveu: A maior parte do pessoal vai alavar-te a viagem e o teu espírito, mas não adjuntará muita mais informação daquela que tu possas fornecer.
Concordo; a maior parte do pessoal daqui descarrega as suas fotos mas é pouco participativo nos restantes tópicos do fórum..
Do tipo: Chegou e disse.. cagou e foi-se!
Rambo- A tirar a carta
Re: N2 by Vanvan.... and back.
Até aqui estou a gostar da cronica, o verdadeiro motard não se vê pela moto mas sim pelo espirito e parece-me que tens ambos para seres um verdadeiro motociclista.
Anda lá com a segunda parte que estou curioso para ver.
Para já fica um merito depois logo se vê
Anda lá com a segunda parte que estou curioso para ver.
Para já fica um merito depois logo se vê
carlosrosa- Já conduz... mal!
Re: N2 by Vanvan.... and back.
Tal como tu tambem ja tive motos mais pequenas que me deram muitos kms de divertimento.
O prazer de viajar de moto nao esta nos cavalos que a montada tem, mas sim no espirito que ela nos transmite, e aqui estas de parabens pela tua Pequena Grande Moto.
Conheci dois francius aqui em Viana que viajavam em duas motos iguais a tua, por isso forca e vai relatando esta bela viagem.
Estou a gostar muito das fotos e da forma como descreves esta tua odisseia, como tal aqui vai o bem merecido 2 Merito
O prazer de viajar de moto nao esta nos cavalos que a montada tem, mas sim no espirito que ela nos transmite, e aqui estas de parabens pela tua Pequena Grande Moto.
Conheci dois francius aqui em Viana que viajavam em duas motos iguais a tua, por isso forca e vai relatando esta bela viagem.
Estou a gostar muito das fotos e da forma como descreves esta tua odisseia, como tal aqui vai o bem merecido 2 Merito
Carlos Balio- Já sai à rua a conduzir.
Re: N2 by Vanvan.... and back.
Rambo escreveu:LoneRider escreveu: A maior parte do pessoal vai alavar-te a viagem e o teu espírito, mas não adjuntará muita mais informação daquela que tu possas fornecer.
Concordo; a maior parte do pessoal daqui descarrega as suas fotos mas é pouco participativo nos restantes tópicos do fórum..
Do tipo: Chegou e disse.. cagou e foi-se!
Acho que, a bem de defender muitos que vem aqui ler e escrever, estas a "manipular" as minhas palavras no sentido errado!
É evidente que muitos dos que por aqui publicam as suas cronicas não tem tempo para ler as de outros, porque estão emersos em muitas coisas, entre elas a edição da cronica com esmero e carinho.
Mas, e era no sentido em que eu escrevia, a maior parte dos que lêem e acompanham as cronicas o único que farão é de elogiar a cronica sem acrescentar nada. E fazem isso por vários motivos, o mais importante porque convém manter ego do cronista em alta, porque se vai a estar sempre a propor coisas, por mais construtivo que sejas, podes cair na sensação de que afinal de contas a crónica não vale nada, e por ultimo, porque a maior parte das pessoas não lê (vê só as imagens).
Depois tens os leitores ocultos....
Esses milhares que leem o forum sem se registrar ou, mesmo estando registrado, não se sente capaz de comentar, para bem ou para mal, aquilo que a maior parte dos que sim publicam as suas cronicas faz, que é por carinho e dedicação para divulgar as suas viagens de forma altruista e voluntaria!
Boas Curvas
________________________
ENDLESS ROAD
Re: N2 by Vanvan.... and back.
bela viagem, Portugal tem muito mesmo...
eu pensei que este ano ia fazer a N2 e não foi desta.
+ mérito
eu pensei que este ano ia fazer a N2 e não foi desta.
+ mérito
Re: N2 by Vanvan.... and back.
Boas noites. Obrigado a todos pelas palavras, espero que gostem da continuação.
Capt.Akimoto- Zero à esquerda
Re: N2 by Vanvan.... and back.
Etapa 2
Este dia foi essencialmente para “papar” kilometros e começou com chuva boa. Ou boa para quem tem cornos (falando de gado apenas...). Levantei acampamento, tomei o mata bicho, dois dedos de conversa com o holandês que ia para norte e toca a partir. Apanhei a bela da molha até Castro Daire, zona onde deixou de chover, e em Tondela o sol apareceu quentinho e nunca mais me deixou. Durante a manhã, a única paragem mais prolongada foi mesmo só para abastecer e em Viseu apenas para uma foto.
Essa foto foi tirada á estátua que homenageia os mortos da I Guerra Mundial. Estamos no centenário dessa guerra e pelo caminho da N2 não faltam homenagens a esses que tombaram no primeiro grande conflito mundial dos tempos modernos, conflito de quem tão poucos falam e que também nos pode dar lições sobre erros do passado.
Assim, a minha passagem por Viseu não pode ser chamada de visita.
(Foge bandido, foge!)
(Vamos fazer amigos entre os sinais de trânsito)
(A eles!)
Já em Santa Comba Dão, entrámos na parte mais confusa e chata da N2. O IP3 absorve parte do traçado original, por isso, das duas uma, ou continuamos sempre no dito IP3 até Penacova ou então já chegando a Santa Comba entrámos no IP, saímos pouco depois em direção à estação, passamos por baixo da linha, tornámos a entrar no IP e saímos em Penacova/N2. Não sei se me fiz explicar, ou se está correcto o que escrevi, por isso estejam á vontade para corrigir.
(De volta à N2)
A partir daqui até Góis, a moto dançou por aquelas curvas tão apetecíveis. Aliás, todo esta área de uns bons kilometros em redor de Góis tem curvas muito apetecidas pelos motociclistas e isso é reflectido na concentração anual. N2 e N112 são exemplos. A paisagem é de cortar a respiração, não fosse esta uma das maiores áreas florestais do país. Nos locais mais altos, a panorâmica é arrebatadora.
Daí, a estrada continua serpenteando pelo nosso bonito centro de Portugal até Pedrogão Grande, onde as planícies começam a ganhar aquela forma. Mas fiquei com pena, e confusão, por em Góis não existir muita informação sobre a N2. Na verdade, andei tipo barata tonta à saída da vila para tentar retomar a N2. Pelo menos, fiquei com essa sensação.
(Onde estão as motos todas??)
(Lá está!)
(Km300. Cusiosamente, acho que foi o único marco de centenas que encontrei)
(Que curva)
Depois do Pedrógão, passagem pela Sertã sem visita. Já começa a ser ridículo as vezes que passo pela Sertã sem visitar. Numa próxima terá de ser obrigação.
A moto portava-se lindamente e eu começava a adaptar-me ao regime das longas rectas a partir daqui.
Subi ao Centro Geodésico de Portugal, no cume da Serra da Melriça, um dos lugares mais incríveis desta viagem. O centro de Portugal, a cerca de 800 metros, salvo erro, de altura em relação ao mar, com as primeiras colinas mais a sul da Estrela a convidar e a sensação de ter todo um país aos nossos pés. E nós, altivos, bem no centro dele.
(O centro do país)
(Alguns grupos interessantes. Aquele sporting virado azul está impecável)
O fim da tarde aproximava-se e a moto já tinha feito centenas de kilometros só hoje. Ela também merece descanso, mas não sem antes deambular pelas ruas estreitas de Abrantes, subir ao castelo e atravessar o Tejo para pernoitar já na margem sul.
O castelo de Abrantes é amplo e evidencia-se como lugar de actividades. Como tantos outros, as suas infra-estruturas internas já não existem, mas é adornado de pormenores que fazem a sua identidade prevalecer, seja a sua arquitectura, sejam os marcos deixados no seu largo espaço.
Quando me aproximei do castelo fez-me confusão ver uma pista de skate fora das suas paredes mas sobre o seu domínio. No entanto, concluí que não era uma má ideia de todo. Acredito que esteja a ser uma boa forma de aproximar os mais jovens ao património da sua terra, ainda por cima um castelo, estrutura tão importante nas sociedades antigas, principalmente medievais.
(Basket, skate e combates medievais)
(E rodar aqui uma série?)
Depois de atravessar o Tejo, apenas uma pequena corrida até ao campismo de Montargil. Quase em linha recta, claro. Estávamos na união do Ribatejo com o Alentejo e as longas rectas vieram tomar o lugar das excêntricas curvas numa viagem tão curta e num país tão pequeno, mas que tanto oferece.
(Montargil)
(eu venho já.....)
Este dia foi essencialmente para “papar” kilometros e começou com chuva boa. Ou boa para quem tem cornos (falando de gado apenas...). Levantei acampamento, tomei o mata bicho, dois dedos de conversa com o holandês que ia para norte e toca a partir. Apanhei a bela da molha até Castro Daire, zona onde deixou de chover, e em Tondela o sol apareceu quentinho e nunca mais me deixou. Durante a manhã, a única paragem mais prolongada foi mesmo só para abastecer e em Viseu apenas para uma foto.
Essa foto foi tirada á estátua que homenageia os mortos da I Guerra Mundial. Estamos no centenário dessa guerra e pelo caminho da N2 não faltam homenagens a esses que tombaram no primeiro grande conflito mundial dos tempos modernos, conflito de quem tão poucos falam e que também nos pode dar lições sobre erros do passado.
Assim, a minha passagem por Viseu não pode ser chamada de visita.
(Foge bandido, foge!)
(Vamos fazer amigos entre os sinais de trânsito)
(A eles!)
Já em Santa Comba Dão, entrámos na parte mais confusa e chata da N2. O IP3 absorve parte do traçado original, por isso, das duas uma, ou continuamos sempre no dito IP3 até Penacova ou então já chegando a Santa Comba entrámos no IP, saímos pouco depois em direção à estação, passamos por baixo da linha, tornámos a entrar no IP e saímos em Penacova/N2. Não sei se me fiz explicar, ou se está correcto o que escrevi, por isso estejam á vontade para corrigir.
(De volta à N2)
A partir daqui até Góis, a moto dançou por aquelas curvas tão apetecíveis. Aliás, todo esta área de uns bons kilometros em redor de Góis tem curvas muito apetecidas pelos motociclistas e isso é reflectido na concentração anual. N2 e N112 são exemplos. A paisagem é de cortar a respiração, não fosse esta uma das maiores áreas florestais do país. Nos locais mais altos, a panorâmica é arrebatadora.
Daí, a estrada continua serpenteando pelo nosso bonito centro de Portugal até Pedrogão Grande, onde as planícies começam a ganhar aquela forma. Mas fiquei com pena, e confusão, por em Góis não existir muita informação sobre a N2. Na verdade, andei tipo barata tonta à saída da vila para tentar retomar a N2. Pelo menos, fiquei com essa sensação.
(Onde estão as motos todas??)
(Lá está!)
(Km300. Cusiosamente, acho que foi o único marco de centenas que encontrei)
(Que curva)
Depois do Pedrógão, passagem pela Sertã sem visita. Já começa a ser ridículo as vezes que passo pela Sertã sem visitar. Numa próxima terá de ser obrigação.
A moto portava-se lindamente e eu começava a adaptar-me ao regime das longas rectas a partir daqui.
Subi ao Centro Geodésico de Portugal, no cume da Serra da Melriça, um dos lugares mais incríveis desta viagem. O centro de Portugal, a cerca de 800 metros, salvo erro, de altura em relação ao mar, com as primeiras colinas mais a sul da Estrela a convidar e a sensação de ter todo um país aos nossos pés. E nós, altivos, bem no centro dele.
(O centro do país)
(Alguns grupos interessantes. Aquele sporting virado azul está impecável)
O fim da tarde aproximava-se e a moto já tinha feito centenas de kilometros só hoje. Ela também merece descanso, mas não sem antes deambular pelas ruas estreitas de Abrantes, subir ao castelo e atravessar o Tejo para pernoitar já na margem sul.
O castelo de Abrantes é amplo e evidencia-se como lugar de actividades. Como tantos outros, as suas infra-estruturas internas já não existem, mas é adornado de pormenores que fazem a sua identidade prevalecer, seja a sua arquitectura, sejam os marcos deixados no seu largo espaço.
Quando me aproximei do castelo fez-me confusão ver uma pista de skate fora das suas paredes mas sobre o seu domínio. No entanto, concluí que não era uma má ideia de todo. Acredito que esteja a ser uma boa forma de aproximar os mais jovens ao património da sua terra, ainda por cima um castelo, estrutura tão importante nas sociedades antigas, principalmente medievais.
(Basket, skate e combates medievais)
(E rodar aqui uma série?)
Depois de atravessar o Tejo, apenas uma pequena corrida até ao campismo de Montargil. Quase em linha recta, claro. Estávamos na união do Ribatejo com o Alentejo e as longas rectas vieram tomar o lugar das excêntricas curvas numa viagem tão curta e num país tão pequeno, mas que tanto oferece.
(Montargil)
(eu venho já.....)
Capt.Akimoto- Zero à esquerda
Re: N2 by Vanvan.... and back.
Obrigado pela partilha! estou a adorar!
Aqui vai mais um merecido mérito!
Nota: Adoro a suzuki vanvan!! é uma motaça!!!
Cumps.
José Paulo
Aqui vai mais um merecido mérito!
Nota: Adoro a suzuki vanvan!! é uma motaça!!!
Cumps.
José Paulo
zephex- Zero à direita
Re: N2 by Vanvan.... and back.
mérito atribuído! já tenho saudades de fazer uma viagem a solo como esta
a experiência é incrível! e essa moto leva-te a todo o lado
venha a continuação
a experiência é incrível! e essa moto leva-te a todo o lado
venha a continuação
________________________
A curtir o caminho...
efepe- A tirar a carta
Re: N2 by Vanvan.... and back.
Boa crónica. Muito descritiva.
É um percurso que tenho na minha lista "TO DO" à espera de disponibilidade.
É um percurso que tenho na minha lista "TO DO" à espera de disponibilidade.
Re: N2 by Vanvan.... and back.
LoneRider escreveu:Rambo escreveu:LoneRider escreveu: A maior parte do pessoal vai alavar-te a viagem e o teu espírito, mas não adjuntará muita mais informação daquela que tu possas fornecer.
Concordo; a maior parte do pessoal daqui descarrega as suas fotos mas é pouco participativo nos restantes tópicos do fórum..
Do tipo: Chegou e disse.. cagou e foi-se!
Acho que, a bem de defender muitos que vem aqui ler e escrever, estas a "manipular" as minhas palavras no sentido errado!
É evidente que muitos dos que por aqui publicam as suas cronicas não tem tempo para ler as de outros, porque estão emersos em muitas coisas, entre elas a edição da cronica com esmero e carinho.
Boas Curvas
Hummm.. acho que já percebi, não é defeito, é feitio
P.S. Boas fotos Akimoto
Rambo- A tirar a carta
Re: N2 by Vanvan.... and back.
Etapa 3
Esta etapa foi tão grande como a de ontem, mas com as rectas alentejanas a caracterizar a viagem, em contraste com o serpentear do alcatrão através do norte e centro de Portugal.
Hoje a moto teria outro tipo de condução, mas como estamos a falar de uma 125cc, a velocidade não teria valores diferentes. Apenas iria pontuar por um modelo mais cruising, porque sim, a minha moto além de estradista também é cruiser!!!
Encontrei entre os 55 e os 60 km/hora um ponto confortável para mim e para a moto. No entanto, grande parte do dia iria subir aos entre 60 e 65 km/hora. Pode parecer ridículo, mas numa moto desta cilindrada neste tipo de viagem, faz uma razoável diferença. Em comparação, as curvas e contra curvas de outras regiões não desciam a velocidades estupidamente lentas. Enfim, crónicas de um motociclo com 125cc. No entanto, fiquei também com o desejo de me por á prova noutras motos de cilindrada maior neste tipo de viagens. Para vocês aí em casa, isto tudo é “peanuts”, mas para mim, confirmar a experiência obtida, é uma satisfação.
(Estes camones sabem como se divertir)
(São poucas)
(São muitas)
Desde cedo o calor começou a apertar e Montemor pareceu o primeiro oasis nesta etapa onde o sol iria ficar mais intenso ao longo do dia. A zona entre o Torrão e Ferreira do Alentejo viria a ser mais desconfortável devido ás altas temperaturas, principalmente pelo vento quente do sul.
Mesmo assim, a visita ao castelo de Montemor não foi curta, já que a sua área è considerável, mas já muito ruinosa. Thumbs up para o posto de observação de fogos que estava instalado dentro da muralha, aproveitando a posição privilegiada do castelo.
(Montemor)
(Assei...)
(uma das muito poucas sombras da região)
De Montemor a Almodôvar lá fui parando numa ou outra sombra para esticar o esqueleto e beber água.
É a partir desta localidade que a estrada começa a ganhar curvas outra vez. E que curvas! Penso que falo sobre a zona este da Serra do Caldeirão, que até São Brás de Alportel o percurso tem centenas de curvas, muito técnico e com uns valentes ganchos que põem qualquer um á prova. Confesso que não estava á espera deste troço com estas características e, mesmo numa 125cc, senti que estava a realizar um teste á minha performance. Senti satisfação por passar, enorme gosto por fazê-lo, mas também desejo de o tornar a fazer numa moto com características mais avançadas.
Entretanto, lá cheguei a Faro. A minha primeira exclamação foi “carago, levei a minha Vanvan a Faro!!”. Fotografia da praxe no último marco de estrada e voltinha pela cidade que ainda estava com um pouco de ressaca da concentração deste ano.
Uma primeira análise até este ponto não poderia deixar-me mais satisfeito. Gostei do que fizera e a RV125 tinha mostrado a sua dureza. Não dera sinais de cansaço em momento algum, estava a fazer consumos recorde e mesmo quando uma subida mais íngreme expunha as suas fraquezas, nada como uma mudança abaixo para resolver a situação.
Lá estacionei a moto e, infelizmente, foi aqui que aconteceu o meu único precalço de toda a viagem. Quando decidi tirar fotografias, a máquina deixou de responder. O aparelho já tem uns anos e já andava a dar sinais de fadiga, por isso, apesar da insistência, conformei-me e recorri ao telemóvel no dia seguinte.
Já estava no fim do dia e decidi ficar no campismo de Olhão. Estava super satisfeito, orgulhoso até, e nem o tal dito problema da máquina fotográfica afectava o enorme sorriso que eu tinha na cara. Curiosamente, foi esta a noite em que dormi pior, talvez por causa dos mosquitos que zuniam como Zundapp´s nos meus ouvidos ou então por causa dos morcões que cantaram karaoke até ás 0:00. De qualquer das formas, amanhã seria outro dia e o caminho já estava traçado.
(Um Caldeirão)
(737, o número final....ou não...)
(ainda falta mais um pouquinho.....)
Esta etapa foi tão grande como a de ontem, mas com as rectas alentejanas a caracterizar a viagem, em contraste com o serpentear do alcatrão através do norte e centro de Portugal.
Hoje a moto teria outro tipo de condução, mas como estamos a falar de uma 125cc, a velocidade não teria valores diferentes. Apenas iria pontuar por um modelo mais cruising, porque sim, a minha moto além de estradista também é cruiser!!!
Encontrei entre os 55 e os 60 km/hora um ponto confortável para mim e para a moto. No entanto, grande parte do dia iria subir aos entre 60 e 65 km/hora. Pode parecer ridículo, mas numa moto desta cilindrada neste tipo de viagem, faz uma razoável diferença. Em comparação, as curvas e contra curvas de outras regiões não desciam a velocidades estupidamente lentas. Enfim, crónicas de um motociclo com 125cc. No entanto, fiquei também com o desejo de me por á prova noutras motos de cilindrada maior neste tipo de viagens. Para vocês aí em casa, isto tudo é “peanuts”, mas para mim, confirmar a experiência obtida, é uma satisfação.
(Estes camones sabem como se divertir)
(São poucas)
(São muitas)
Desde cedo o calor começou a apertar e Montemor pareceu o primeiro oasis nesta etapa onde o sol iria ficar mais intenso ao longo do dia. A zona entre o Torrão e Ferreira do Alentejo viria a ser mais desconfortável devido ás altas temperaturas, principalmente pelo vento quente do sul.
Mesmo assim, a visita ao castelo de Montemor não foi curta, já que a sua área è considerável, mas já muito ruinosa. Thumbs up para o posto de observação de fogos que estava instalado dentro da muralha, aproveitando a posição privilegiada do castelo.
(Montemor)
(Assei...)
(uma das muito poucas sombras da região)
De Montemor a Almodôvar lá fui parando numa ou outra sombra para esticar o esqueleto e beber água.
É a partir desta localidade que a estrada começa a ganhar curvas outra vez. E que curvas! Penso que falo sobre a zona este da Serra do Caldeirão, que até São Brás de Alportel o percurso tem centenas de curvas, muito técnico e com uns valentes ganchos que põem qualquer um á prova. Confesso que não estava á espera deste troço com estas características e, mesmo numa 125cc, senti que estava a realizar um teste á minha performance. Senti satisfação por passar, enorme gosto por fazê-lo, mas também desejo de o tornar a fazer numa moto com características mais avançadas.
Entretanto, lá cheguei a Faro. A minha primeira exclamação foi “carago, levei a minha Vanvan a Faro!!”. Fotografia da praxe no último marco de estrada e voltinha pela cidade que ainda estava com um pouco de ressaca da concentração deste ano.
Uma primeira análise até este ponto não poderia deixar-me mais satisfeito. Gostei do que fizera e a RV125 tinha mostrado a sua dureza. Não dera sinais de cansaço em momento algum, estava a fazer consumos recorde e mesmo quando uma subida mais íngreme expunha as suas fraquezas, nada como uma mudança abaixo para resolver a situação.
Lá estacionei a moto e, infelizmente, foi aqui que aconteceu o meu único precalço de toda a viagem. Quando decidi tirar fotografias, a máquina deixou de responder. O aparelho já tem uns anos e já andava a dar sinais de fadiga, por isso, apesar da insistência, conformei-me e recorri ao telemóvel no dia seguinte.
Já estava no fim do dia e decidi ficar no campismo de Olhão. Estava super satisfeito, orgulhoso até, e nem o tal dito problema da máquina fotográfica afectava o enorme sorriso que eu tinha na cara. Curiosamente, foi esta a noite em que dormi pior, talvez por causa dos mosquitos que zuniam como Zundapp´s nos meus ouvidos ou então por causa dos morcões que cantaram karaoke até ás 0:00. De qualquer das formas, amanhã seria outro dia e o caminho já estava traçado.
(Um Caldeirão)
(737, o número final....ou não...)
(ainda falta mais um pouquinho.....)
Capt.Akimoto- Zero à esquerda
Re: N2 by Vanvan.... and back.
Fantástico relato! No advrider vi um relato de uma rapariga que também se meteu à estrada numa igual à tua e atravessou uns poucos países! Todos diziam que era doida....mas ela foi, curtiu e voltou para contar!
Parabéns por fazeres o que eu ainda não fiz...
Parabéns por fazeres o que eu ainda não fiz...
________________________
Boas curvas!
Pedro Santos
*Fazer600 99 *Yamaha Thunderace 1000cc *Daelim S2 125cc *Fazer600 02
santos466- Zero à direita
Re: N2 by Vanvan.... and back.
Sim, a miuda polaca que deu a volta á Europa na Vanvan. Procura no facebook o RideAcrossEurope e o RideAcrossAmerica. Recentemente ela percorreu os EUA e parte do Canadá, mas desta vez numa Bonneville.
No advrider, também encontras um austriaco que também de Vanvan já tem lá umas crónicas, entre elas Marrocos. Penso que o nome dele era zorsch (?)....
No advrider, também encontras um austriaco que também de Vanvan já tem lá umas crónicas, entre elas Marrocos. Penso que o nome dele era zorsch (?)....
Capt.Akimoto- Zero à esquerda
Re: N2 by Vanvan.... and back.
Boas Capt.Akimoto,
Parabens por esta foto-reportagem !!!! Está excelente !!!!!!!
Só por isso levas mais um
Um abraço e volta depressa ás crónicas.
Parabens por esta foto-reportagem !!!! Está excelente !!!!!!!
Só por isso levas mais um
Um abraço e volta depressa ás crónicas.
________________________
CARLOS PIRES
Mama Sumae !!
Carlospira- Zero à direita
Re: N2 by Vanvan.... and back.
Epílogo
Podia muito bem acabar aqui a crónica, mas na verdade o caminho para casa não foi propriamente o caminho para casa. Não pelo menos nestes próximos dois dias.
Saí de Olhão em direção a Vila Real de Santo António e bem cedo percebi que ia ter um dia mais quente que o anterior.
Dei uma voltinha pela cidade, farol e passeio á beira Guadiana e marina.
Quanto ás fotografias, fui adaptando-me ao longo do dia ao telemóvel que, para bem da verdade, não é a mesma coisa. Felizmente, as poucas fotos que tirei daqui em diante foram razoáveis.
O objectivo do dia era o Parque Natural do Vale do Guadiana e no caminho desde a costa algarvia até lá pequeníssimas paragens em Castro Marim e Alcoutim e também desvio até a Foz de Odeleite, onde me cresceu o desejo de andar de barco pelo Guadiana. Não tanto como moto, mas andar de barco é algo que me delicia. Já tive a experiência noutros países e agrada-me á brava viajar de barco.
(VRSA)
(Castro Marim)
(Ahhh... um passeio de barco na Foz de Odeleite)
(Cops in the area)
(All aboard!!!)
(Txxiia)
Entretanto lá estávamos em Mértola. Cidade bonita e quente, com ruelas e casinhas típicas desta zona alentejana, mas também de outros tempos de castelos e muralhas da luta contra os mouros. Aliás, fiquei surpreendido pela menção á localização do bairro islâmico dentro do castelo.
(Lá para Mertola é assim)
(Nice view!)
Tomei a estrada novamente em direção a Serpa. Pelo caminho passei pela Mina de S. Domingos, que numa próxima passagem terá direito a mergulho.
Ao entrar em Serpa decidi voltar um pouco mais a sul outra vez para dar uma salto ao Pulo do Lobo. Ouvira falar tanto dessa cascata que não resisti mal vi a placa informativa. Um bocadinho de off-road nunca fez mal a ninguém e lá fui eu. Sim, porque a minha moto também é trail!!!
Infelizmente não tenho fotos da queda de água, perdidas sei lá como... Voltei pelo mesmo traçado, divertido com o estradão.
Serpa já é um pouco diferente, mas dentro do seu centro histórico já se parece mais com Mértola. No entanto, as suas ruelas ainda conseguem ser mais estreitas. Fiquei com imensa pena de não visitar o castelo, pois já passava da hora de fecho. O mesmo aconteceu em Moura e, apesar de dar uma volta pela cidade e descansar no Jardim das Oliveiras, senti o corpo a pedir repouso e voltei a Serpa para pernoitar no campismo local.
Esta zona já não é privilegiada em curvas, mas aquelas planícies de perder vista são lindas.
(Dirty Dancer)
(Serpa)
(O burgo de Serpa)
(Moura)
A noite fora quente e propícia a conhecer francesas em Serpa.
De facto, o interior de Portugal está pejado de estrangeiros em turismo, não só migrantes em férias.
Cedo tomei o mata-bicho num cafezito perto e toca para o Alqueva!
Há muito que desejava conhecer o lugar, mas nunca pensei no impacto que teria em mim. As terras do Grande Lago são fantásticas e certamente será local de passagem assíduo no futuro. Passei lá o dia quase todo e ainda não cobri a área toda. Fiquei impressionado não só com o potencial turístico, mas também com a possibilidade de se tornar rapidamente num verdadeiro santuário de vida animal e vegetal.
Alqueva, Amieira, Luz, Estrela são pequenas localidades com o ADN do Alqueva, mas outras um poucochito maiores como Monsaraz misturam o Histórico com o Natural.
Depois de Moura, mal comecei a ver o lago parei numa pequena margem para começar a apreciá-lo. E á fauna também. Parei também na barragem para constatar como realmente o lago é grande e na aldeia com o mesmo nome tornei a aproximar-me da água para ver as cegonhas que pareciam estar a ser perseguidas por mim desde que cheguei ao Alqueva. Uns cavalitos e umas ovelhitas faziam-me companhia, á sombra, debaixo do chaparro, olhando ao longe alguém num pequeno bote pescando algum petisco do rio.
Daí para a Amieira. Recebido pelos forcados estáticos, a Suzuki aproveitou umas sombras já na marina para descansar. Eu miranbolei por lá, tirando fotografias com o telemóvel, tostando ao sol, conversando com ingleses aventureiros de quatro rodas. A marina é um sitio mais selecto, mas de beleza natural própria da zona. Um bonito sitio para relaxar e comer um gelado olhando as águas calmas no horizonte.
(Dá-lhe!!)
(O Grande Lago)
(Tudo bem?)
(Aquela que está de fora, portou-se mal foi?)
Podia muito bem acabar aqui a crónica, mas na verdade o caminho para casa não foi propriamente o caminho para casa. Não pelo menos nestes próximos dois dias.
Saí de Olhão em direção a Vila Real de Santo António e bem cedo percebi que ia ter um dia mais quente que o anterior.
Dei uma voltinha pela cidade, farol e passeio á beira Guadiana e marina.
Quanto ás fotografias, fui adaptando-me ao longo do dia ao telemóvel que, para bem da verdade, não é a mesma coisa. Felizmente, as poucas fotos que tirei daqui em diante foram razoáveis.
O objectivo do dia era o Parque Natural do Vale do Guadiana e no caminho desde a costa algarvia até lá pequeníssimas paragens em Castro Marim e Alcoutim e também desvio até a Foz de Odeleite, onde me cresceu o desejo de andar de barco pelo Guadiana. Não tanto como moto, mas andar de barco é algo que me delicia. Já tive a experiência noutros países e agrada-me á brava viajar de barco.
(VRSA)
(Castro Marim)
(Ahhh... um passeio de barco na Foz de Odeleite)
(Cops in the area)
(All aboard!!!)
(Txxiia)
Entretanto lá estávamos em Mértola. Cidade bonita e quente, com ruelas e casinhas típicas desta zona alentejana, mas também de outros tempos de castelos e muralhas da luta contra os mouros. Aliás, fiquei surpreendido pela menção á localização do bairro islâmico dentro do castelo.
(Lá para Mertola é assim)
(Nice view!)
Tomei a estrada novamente em direção a Serpa. Pelo caminho passei pela Mina de S. Domingos, que numa próxima passagem terá direito a mergulho.
Ao entrar em Serpa decidi voltar um pouco mais a sul outra vez para dar uma salto ao Pulo do Lobo. Ouvira falar tanto dessa cascata que não resisti mal vi a placa informativa. Um bocadinho de off-road nunca fez mal a ninguém e lá fui eu. Sim, porque a minha moto também é trail!!!
Infelizmente não tenho fotos da queda de água, perdidas sei lá como... Voltei pelo mesmo traçado, divertido com o estradão.
Serpa já é um pouco diferente, mas dentro do seu centro histórico já se parece mais com Mértola. No entanto, as suas ruelas ainda conseguem ser mais estreitas. Fiquei com imensa pena de não visitar o castelo, pois já passava da hora de fecho. O mesmo aconteceu em Moura e, apesar de dar uma volta pela cidade e descansar no Jardim das Oliveiras, senti o corpo a pedir repouso e voltei a Serpa para pernoitar no campismo local.
Esta zona já não é privilegiada em curvas, mas aquelas planícies de perder vista são lindas.
(Dirty Dancer)
(Serpa)
(O burgo de Serpa)
(Moura)
A noite fora quente e propícia a conhecer francesas em Serpa.
De facto, o interior de Portugal está pejado de estrangeiros em turismo, não só migrantes em férias.
Cedo tomei o mata-bicho num cafezito perto e toca para o Alqueva!
Há muito que desejava conhecer o lugar, mas nunca pensei no impacto que teria em mim. As terras do Grande Lago são fantásticas e certamente será local de passagem assíduo no futuro. Passei lá o dia quase todo e ainda não cobri a área toda. Fiquei impressionado não só com o potencial turístico, mas também com a possibilidade de se tornar rapidamente num verdadeiro santuário de vida animal e vegetal.
Alqueva, Amieira, Luz, Estrela são pequenas localidades com o ADN do Alqueva, mas outras um poucochito maiores como Monsaraz misturam o Histórico com o Natural.
Depois de Moura, mal comecei a ver o lago parei numa pequena margem para começar a apreciá-lo. E á fauna também. Parei também na barragem para constatar como realmente o lago é grande e na aldeia com o mesmo nome tornei a aproximar-me da água para ver as cegonhas que pareciam estar a ser perseguidas por mim desde que cheguei ao Alqueva. Uns cavalitos e umas ovelhitas faziam-me companhia, á sombra, debaixo do chaparro, olhando ao longe alguém num pequeno bote pescando algum petisco do rio.
Daí para a Amieira. Recebido pelos forcados estáticos, a Suzuki aproveitou umas sombras já na marina para descansar. Eu miranbolei por lá, tirando fotografias com o telemóvel, tostando ao sol, conversando com ingleses aventureiros de quatro rodas. A marina é um sitio mais selecto, mas de beleza natural própria da zona. Um bonito sitio para relaxar e comer um gelado olhando as águas calmas no horizonte.
(Dá-lhe!!)
(O Grande Lago)
(Tudo bem?)
(Aquela que está de fora, portou-se mal foi?)
Capt.Akimoto- Zero à esquerda
Re: N2 by Vanvan.... and back.
(Não é híbrida)
Perto da entrada da marina, há uma placa que nos direcciona para umas antas. A estrada, logo aí, torna-se um estradão off-road amigável e fácil. “Txxeii, olha que pena”, disse eu ironicamente. Mandei-me por ali em tom e ritmo de divertimento e não me arrependi. Já vos tinha dito que a minha 125cc também é trail??
A verdade é que estes percursos fora do alcatrão tornam o Alqueva ainda mais bonito e com as formas mais próximas de paraíso. Apeteceu-me montar logo ali a tenda, sabendo da proibição, e passar lá o resto do dia e da noite. Naquele momento, o Alqueva lançou os meus pensamentos para lembranças mais românticas, de outros tempos, e para a possibilidade de as repetir naquele mesmo sitio. E quem sabe, o Alqueva ajude a evitar os erros do passado. De facto, depois de percorrer parte desse estradão, encontrei um dos sitios mais idílicos do nosso país.
Quanto ás antas, por ignorância ou distração só encontrei algumas pedras no chão, que pela sua posição pareciam as ruínas dos túmulos pré-históricos. Voltarei para redescobrir.
(Habitat natural de muitas espécies)
(Vai a todas)
(Não foi exigente)
(TW204)
Na direção de Reguengos de Monsaraz, comecei a vislumbrar no horizonte uma grande mancha verde. Perguntava a mim mesmo que árvores seriam, mas quando me aproximara o suficiente, respondi para mim “é binho!!”. Como poderia eu não associar imediatamente os vinhos da zona ao nome Reguengos?!
As migas ao almoço foram lá e, depois do mesmo, lá cheguei á pequena mas bela Monsaraz. Localidade de traços antigos e tradicionais dentro duma muralha vigorosa. O castelo, com obras a decorrer, faz notar o trabalho de sentinela que lá se fazia noutros tempos.
As ruas empedradas e estreitas, as casinhas branquinhas e a paisagem do Grande Lago no horizonte fazem deste sitio um dos mais bonitos do Alentejo. Apesar de não parecer haver grande número de residentes, inclusive algumas casas estavam á venda por imobiliárias conhecidas, as tradições e os que já lá viveram não foram esquecidos e essas memórias estavam caracterizadas em vários quadros espalhados pelas paredes exteriores das casas.
Já em Mourão, apenas me direccionei ao castelo. Amplo, mas mais ruinoso, deveria ter sido lugar de grandes feiras. O povoado vive fora das muralhas, pacatamente. Óbvio.
(Os pontos de observação do Alqueva são qualquer coisa)
(Monsaraz)
(Gente da minha terra)
(alguém chegou ao trabalho com “estilho”)
(Mourão)
Tomei a estrada para sul. A aldeia da Luz e da Estrela seriam os últimos pontos de visita no Alqueva, antes de rumar a Portalegre. Decidi naquela manhã que arriscaria esticar o dia e chegar a Portalegre para no dia seguinte voltar para o Norte e a tarde já decorria ia algumas horas.
A Luz tem o sol, o calor e a pacatez alentejana. Tem também toda aquela recordação do projecto do Alqueva, diversamente exposta no Museu. Tal como em Monsaraz, há cantinhos á venda para quem quiser mudar de ares, mas antes que cataloguem estas localidades como zona de reformados, notei a presença de jovens animados e em actividade. Sei que é tempo de férias e muitos voltam das grandes cidades para ali, mas pelo menos voltam.
Já na Estrela, simplesmente conduzi pela aldeia até encontrar o Grande Lago. Numa pequena península com uma única mas grande sombra no meio, eu parei e descansei. Mesmo com tantos rilhotos dos bovinos a meus pés, eu passei pelas brasas por uns trinta minutos debaixo daquele chaparro, guardado por uns cavalos bem ao perto. Os cavalitos estavam soltos, mas o cabedal á volta do pescoço identificavam seu dono. Era um bom sitio para acampar, mas duvido que me permitissem.
(Luz)
(Estrela)
(“Para, para, paradise...”)
Voltei para Reguengos.
O Alqueva não tem grandes curvas. Todo este percurso á volta do Lago tem grandes rectas, pelo que a Suzuki andou sempre na mesma velocidade de 60 km/h durante horas a fio. Será sempre este o ponto fraco das 125cc.
Os consumos andavam pelos 2,8 aos 100 km e a máquina não dera nenhum sinal de ressentimento deste mil e muitos kilómetros desde que saí de casa.
Mais umas pequenas visitas à beira Alqueva e então decidi ir para Portalegre. Ainda foram uns bons km até lá, saltando uma área que é vasta em património e videiras. Não faz mal, aumenta a motivação para voltar.
Escolhi Portalegre porque é um sitio mais a norte e porque consultara na internet que teria lá campismo. Infelizmente não era verdade. Pelo que me disseram o parque fechara. Como já era tarde e até já nem havia muito sol, não arrisquei ir para os lados do Marvão à procura de campismo. Fiquei num hotel no centro da cidade, pelo que dei cabo da média de gastos em alojamento....
No dia seguinte levantei-me cedo com um objectivo, voltar a casa. É muito rude para com a Vanvan sair de Portalgre e só acabar em casa, praticamente sem parar, por isso determinei uma visita e um percurso numa das melhores estradas para motociclistas do país.
A visita foi nas Portas de Ródão. Local maravilhoso, monumento natural imponente. É daqueles sitios que vemos na televisão ou na internet e achamos muito bonito e vamos visitar, mas quando lá chegamos, mesmo já conhecendo, ficamos de boca aberta. É assim que caracterizo o momento em que parei em cima da ponte e admirei a maravilha da natureza. Desmontei da moto e encostei-me ao gradeamento contemplando o que estava a ver. Umas aves vigiavam o local, animais bonitos que certamente teriam o ninho numa das encostas.
Subi ao miradouro para contemplar de outra perspectiva este fenómeno natural. Do Miradouro do Castelo dos Mouros pude ver o comboio passar, coladinho á encosta. Também deve ser um belo passeio esse de comboio e lembrei-me do meu primo que já tem viajado pelo mundo de comboio. De certeza que aquela linha, para ele, já deve ser uma experiência passada.
Como ainda era cedo, a afluência de turistas ao local era nula, pelo que aproveitei e fiquei ali especado a olhar em redor. O silêncio mistificava ainda mais o sitio.
Quando os grupos começaram a chegar, voltei a montar na Vanvan que ficara estacionada mesmo à beirinha da Capela de Nossa Senhora do Castelo e retomei a estrada.
Daqui iria almoçar a Castelo Branco, onde iniciaria a N112, essa valente estrada, até Góis.
Durante o Mac comecei a sentir a ansiedade saudável de começar a conduzir numa das estradas mais interessantes do nosso país. No percurso da N2, depois de Góis, dá-mos uma “alfinetada” na 112, mas claro, não entrámos nela.
De facto, a N112 supera todas as expectativas. É mesmo muito interessante e divertida. O cenário é lindíssimo e os povoados transbordam as nossas tradições mais antigas.
O clima até depois de Pampilhosa da Serra foi bastante agradável, mas repentinamente tornou-se perigoso. Um nevoeiro cerrado caiu sobre a zona, dificultando a visão a mais de dois metros. A minha roupa e capacete escorriam água e eu já me guiava apenas pelas linhas da estrada. Até Coimbra foi sempre assim, o que fez cortar a diversão que estava a ser muita até ali.
Além da água, a descida de temperatura foi considerável e eu rapei um grizo do carago até casa. Nem parecia que estava no mesmo país.
Parei para lanchar e ao retomar a estrada só parei em casa.
(Amazing)
(Aquela linha ferroviária também deve ser uma interssante viagem)
(Tem uma lenda)
(Vai custar partir)
A viagem tinha chegado ao fim. A moto estava impecável ao fim destes dias todos de viagem. Eu estava feliz.
Tinha percorrido a mais longa estrada de Portugal, visitado monumentos naturais e civis impressionantes, provado os sabores das regiões por onde passei.
Não consigo parar de recomendar estes mais de setecentos kilómetros a toda a gente, seja de moto, automóvel, bicicleta, camião. Sozinho ou acompanhado, irei repetir, porque ainda ficou muitos locais por visitar.
Portugal é lindo.
Algumas considerações finais
Total da viagem: 2070 km
Média de consumos: 2.8L/100km
Dias de viagem: 7
Gastos em alojamento: 47.92 (5 noites campismo) + 57.50 (uma noite hótel) = 105.42€
(com pequena margem de erro)
Viajar de moto é uma coisa que surpassa o próprio gosto por motos que tenho e ter apenas uma 125cc nunca foi um impedimento para o fazer.
Obviamente, não vou ser suficientemente presunçoso ao ponto de dizer que posso fazer tudo com esta moto. De facto, posso fazer as mais diversificadas ou longas viagens como as motos “grandes”, mas pelo ditado das prestações normais de uma 125cc. Como puderam ler, apesar das baixas velocidades, foi possível fazer longas rectas, estradas serpenteantes pelas montanhas e trilhos off-road. Não tenho receio de andar em qualquer tipo de terreno e faço-o dentro das limitações da minha moto. E com gosto. Claro que auto-estradas e vias rápidas de grande movimento são hipoteses completamente postas de parte graças ao capítulo da segurança, mas sem pena por isso, já que essas estradas nada têm de aventura e descoberta.
Se gostava de ter uma moto “maior”? Claro que sim e é um objectivo. Já esteve mais longe e espero ter em breve. No entanto, não posso tirar o merito a esta Suzuki Vanvan 125 pelas viagens que já fiz com ela e sem precalços. Posso até indicar os seus pontos fortes em relação a outras 125cc (e demais), que residem no pneu largo trail, no confortável banco, na economia, na fiabilidade do monocilindro. Mas também reconheço algumas aspectos negativos, como as baixas velocidades, o pequeno tanque e a dificuldade em colocar malas laterais. Mas o mais importante fica dentro de mim, na felicidade que ela me proporcionou nesta e noutras viagens.
Não estou de forma alguma a tentar impor um mito ou destronar as motos dos meus respeitosos companheiros. Apenas partilho as minhas alegrias em cima de uma moto e tento dar um empurrão áqueles que de 125cc ou 1000cc não se fazem á estrada por este ou aquele motivo que dizem desconfortável ou impeditivo. Mais, tento mostrar que não é uma opção exclusivamente requintada e cara, que pode ser opção para aqueles que procuram umas férias poupadas e livres.
Concluindo, se me diverti? Muito!! A potes!! Bué! Á brava! Diverti-me imenso a tirar fotografias em locais mágicos, a fazer off-road em sitios lindíssimos, a curvar a 125cc ao máximo nas terras mais altas e a melhorar as minhas capacidades. E é isso o que mais importa.
Espero que tenham gostado, abraços e beijos a todos.
Última edição por Capt.Akimoto em Dom Set 28 2014, 22:22, editado 1 vez(es)
Capt.Akimoto- Zero à esquerda
Re: N2 by Vanvan.... and back.
Muito obrigado por esta bem documentada viagem.
Também ja fiz a N2, não tão pormenorizada como esta.
Tens razão, é fascinante percorrer o nosso país.
Os meus parabéns e podes e deves continuar a partilhar as tuas viagens, sejam nesta pequena Grande Moto, ou noutras maiores que venhas a ter.
Também ja fiz a N2, não tão pormenorizada como esta.
Tens razão, é fascinante percorrer o nosso país.
Os meus parabéns e podes e deves continuar a partilhar as tuas viagens, sejam nesta pequena Grande Moto, ou noutras maiores que venhas a ter.
Carlos Balio- Já sai à rua a conduzir.
Re: N2 by Vanvan.... and back.
Excelente partilha com muita informação e bonitas fotos...
Ocorre-me algumas notas em geral e para esta crónica em particular.
Cada um partilha como gosta e no seu próprio estilo, não precisa de mudar de mota nem de personalidade para fazer uma crónica.
Qualquer partilha deve ser acarinhada por nós, mesmo que não seja por muitos ou o com estilo mais apreciado.
Com as alterações impostas pelas redes sociais, dizem que os fóruns sofrem. Por isso temos de saber fazer a adaptação porque este tipo de partilha permite algo que uma rede social nunca conseguirá: servir de base de dados para quem quiser fazer algo semelhante ou parte do percurso. Este também é um espaço comum para utilizadores de redes diferentes...
Dito isto, nesta altura apenas apreciei as fotos, porque ando com a cabeça noutras volta que estão prestes a começar...
Ocorre-me algumas notas em geral e para esta crónica em particular.
Cada um partilha como gosta e no seu próprio estilo, não precisa de mudar de mota nem de personalidade para fazer uma crónica.
Qualquer partilha deve ser acarinhada por nós, mesmo que não seja por muitos ou o com estilo mais apreciado.
Com as alterações impostas pelas redes sociais, dizem que os fóruns sofrem. Por isso temos de saber fazer a adaptação porque este tipo de partilha permite algo que uma rede social nunca conseguirá: servir de base de dados para quem quiser fazer algo semelhante ou parte do percurso. Este também é um espaço comum para utilizadores de redes diferentes...
Dito isto, nesta altura apenas apreciei as fotos, porque ando com a cabeça noutras volta que estão prestes a começar...
Luís Azevedo- Ainda é motorato!
Re: N2 by Vanvan.... and back.
Boas,
Excelente final para o teu pequeno-grande passeio neste nosso lindissimo país !!!!!!
A mota é " curta " ???!! Cada qual utiliza o que tem e da melhor maneira possivel . Desde que se divirta e aproveite ao máximo...
Mais um então para o próximo que aí virá...
Excelente final para o teu pequeno-grande passeio neste nosso lindissimo país !!!!!!
A mota é " curta " ???!! Cada qual utiliza o que tem e da melhor maneira possivel . Desde que se divirta e aproveite ao máximo...
Mais um então para o próximo que aí virá...
________________________
CARLOS PIRES
Mama Sumae !!
Carlospira- Zero à direita
Re: N2 by Vanvan.... and back.
Obrigado Carlos e Luís.
Um fórum é sempre uma plataforma com um depósito de informação mais profundo. O utilizador de fórum sabe sempre o que procura ou que procurar.
As redes sociais são muito mais superficiais e tratam a informação de uma maneira mais confusa, num sitio onde qualquer um pode "passar o dedo".
De qualquer modo, espero que esta crónica seja do vosso agrado.
Um abraço
Um fórum é sempre uma plataforma com um depósito de informação mais profundo. O utilizador de fórum sabe sempre o que procura ou que procurar.
As redes sociais são muito mais superficiais e tratam a informação de uma maneira mais confusa, num sitio onde qualquer um pode "passar o dedo".
De qualquer modo, espero que esta crónica seja do vosso agrado.
Um abraço
Capt.Akimoto- Zero à esquerda
Página 1 de 2 • 1, 2
Tópicos semelhantes
» Picos de Europa de Suzuki Vanvan
» Era assim, back in the 70´s...
» Atikman strikes back! (aka a 2ª vez)
» Era assim, back in the 70´s...
» Atikman strikes back! (aka a 2ª vez)
Página 1 de 2
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos