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O Meu Zoom...de Marrocos, em 2014
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Re: O Meu Zoom...de Marrocos, em 2014
O Meu Zoom ... de Marrocos, em 2014 ! Dia 6. Agadir- Marrakech
09.10.14
Saímos de Agadir com destino a Taroudant ou a Avó de Marrakech, assim chamada por lembrar esta cidade em ponto pequeno.
As suas muralhas, são mesmo as mais bem conservadas de Marrocos e a cidade é bem simpática e arranjada.
Uma característica que tenho achado curiosa é que qualquer cidade ou mesmo vilarejo em Marrocos, apresenta sempre uma ou várias grandes avenidas, normalmente bem arranjadas e com candeeiros bonitos.
O "bichinho" começou a morder e lá fomos à aventura pelo intrincado das ruelas...de moto, claro.
o que nem sempre corre bem...tendo mesmo que voltar para trás à procura da saída.
até que demos com a saída...e com as avenidas.
Tomamos a estrada a N10 e ,antes de nos desviarmos para a R203, paramos em Oulad Berhil onde fomos completamente absorvidos pela enchente da camioneta que ia completamente cheia. Nela, tudo se transporta, sendo provavelmente uma das carreiras semanais por aquelas bandas.
e o Atlas começa a emergir no horizonte
À medida que subimos rumo ao Tizi N'Test é curioso ver a gradual perda de vegetação e o surgimento do Atlas mais árido e rude, que se me impôs duma forma algo inesperadamente marcante.
Claro que à medida que subíamos a estrada não melhorou...com as muitas perdas de alcatrão e não só,
mas ganhou, seguramente, no arrebatamento da paisagem e nas cambiantes de cor das suas montanhas...
Este Atlas merece uma outra volta, com paragens bem escolhidas, onde nos possamos diluir nas horas e no tempo...
Um dia tenho de voltar!
É nestas alturas que, ao ver tanta beleza arrebatadora, tenho pena que a fotografia não possa transmitir o que vejo e que cada um de vós não esteja a viver estes momentos comigo.
O Tizi N'Test estava perto
e foi já lá
que paramos
Foi neste cenário inesquecível que te senti como uma estrela
te dei definitivamente o nome - VEGA.
Cada mota tem um momento próprio para ganhar o seu nome e este foi o teu.
Depois da minha Fabulosa, tenho agora a minha Vega, sobranceira, altiva e rendida a este Atlas...
Começamos a descer
e as aldeias de casas de adobo e de rocha argilosa esculpida, fundiam-se na paisagem que quase nem as víamos...
Esta imagem retrata um costume que fomos encontrando um pouco por todo o lado, em que as mulheres pintam mãos e pés, em várias ocasiões da sua vida.
Nesta paragem comemos umas das melhores Tagines de toda a viagem
Fomo-nos despedindo do Atlas
Chegados a Marrakech
fomos directos à Riad Spa Sindibad onde ficamos muito bem instalados, já dentro da medina.
que por fora não transparecia mesmo o que iríamos encontrar...uma Riad bem simpática e acolhedora.
Após uma foto do conjunto maravilha
toca de preencher o já conhecido questionário de identificação pessoal. Uma grande seca.
Motas estacionadas fora da Medina com guarda privativo,
era hora de seguirmos para a nossa visita noturna, com jantar, à medina.
Uma medina, como a de Marrakech, é um mundo tão variado e indescritível que só mesmo visto e vivido, onde tudo se vende e tudo é possível.
Foi, de facto, um dos marcos desta viagem e que considero imperdível a quem vá a Marrocos.
e fomos deambulando pela medina
Não faltaram dois pormenores que achei deliciosos.
O primeiro fala da necessidade que aguça o engenho...
O segundo trata duma realidade que se percebe todos os dias neste país.
As pessoas vão subsistindo...e este só tinha estes chinelos pelo que esperava enquanto o sapateiro consertava os seus.
Quando era pequeno, a caminho da escola, lembro-me bem desta realidade, à porta do sapateiro Sr.Joaquim, por quem passava todos os dias e onde não era difícil encontrar-me a vê-lo a por meias solas. Realidades!
Eis que surge a primeira placa que nos diz estarmos perto da Praça Jemaa el Fna
Onde somos assolados por saltimbancos, encantadores de serpentes, artistas de rua, homens com macacos e um turbilhão de turistas que impressiona.
Tínhamos resolvido que o nosso jantar seria nas barracas que todas as noites se erguem como cogumelos na praça.
Sim, todas as noites o "circo" é montado e tudo funciona na perfeição na Praça Jemaa el Fna, que quer dizer Assembleia dos Mortos, já que era aqui que, há muitos séculos, os criminosos eram executados e as suas cabeças expostas para servir de exemplo.
O que pude captar com as limitações próprias da máquina que trazia.
Só digo isto porque ficou o desejo de voltar com mais tempo e uma máquina que me permita tirar proveito desta maravilhosa e fotogênica realidade - a Praça Jemaa El Fna à noite.
Estava na hora do jantar e rapidamente nos instalamos.
Não posso deixar de realçar o melhor sumo de laranja que bebemos em Marrocos foi precisamente aqui.
Sucedeu um caso curioso que ilustra bem a maneira de ser do marroquino em que todos procuram tirar algum partido do negócio.
Tínhamos visto numa barraca bem perto sumo de laranja a 4 dirhams (sensivelmente 0.40€).
Pedimos sumo de laranja para o jantar e o nosso empregado passava por nós, com a maior das naturalidades, com os sumos que tinha ido buscar à tal barraca, colocava uma palhinha e servia-nos a 10 dirhams.
Simplesmente maravilhoso e tipicamente marroquino.
Quem pode resistir nesta praça a não procurar novos ângulos e novas fotos???
Ficaria horas nesta praça
Amanhã seguimos para Ouarzazate.
Até breve.
________________________
Eduardo Ramos Pinto
* Andar de Mota é tatuar " LIBERDADE " em cada km, em cada curva...numa paixão de vida.*
Re: O Meu Zoom...de Marrocos, em 2014
Dia 7. Marrakech - Ouarzazate
10.10.14
Manhã cedo, fomos visitar os Jardins Majorelle que, de facto, são um autêntico oásis dentro de Marrakech.
Estes jardins foram criados pelo pintor Jacques Majorelle, estando quase votados ao abandono na década de 80, quando foram comprados pelo estilista Yves Saint Laurent e o seu companheiro Bergé.
Yves Saint Laurent viveu na casa do jardim e daqui saiu muita inspiração para as coleções do conhecido estilista francês.
Ao percorrer os seus caminhos sinuosos pelo interior do jardim, onde as plantas locais são rainhas, impressiona como nos conseguimos alhear do bulício duma cidade como Marrakech e temos o prazer de ouvir os pássaros e a água que corre. Uma paz e um oásis de silêncio.
Hoje são pertença duma fundação privada e o custo da entrada reverte para a manutenção do jardim.
O Jardim Majorelle...
Regressados ao hotel fomos "levantar" as nossas motas ao parqueamento privativo...
e começamos o nosso périplo por Marrakech, longe de imaginar a aventura que nos estava destinada.
A cidade de Marrakech ou Cidade Vermelha, é, talvez, a cidade imperial mais importante das 4 existentes (as outras são Fez, Meknès e Rabat) e um centro turístico dos mais importantes de Marrocos, de renome internacional.
Tem no seu núcleo central a medina ou cidade antiga, muralhada, pejada de lojas e gente a qualquer hora do dia, onde tudo se vende e as gentes se misturam numa amalgama cultural nunca vista.
Exteriormente podemos observar uma cidade com bairros modernos, muito movimentada, onde se nota uma pujança económica e turística de relevo.
Pelo que sei, o actual rei, Mohammed VI, tem um foco muito especial nessa grande industria que é o turismo, apostando no seu desenvolvimento e, pelo que se vê, estão no bom caminho.
O turismo de origem francesa deve ser dominante, ultrapassando o espanhol, ainda que nos tenham falado que em Essaouira se encontram muitos portugueses durante o verão.
Alguns apontamentos desta cidade que me surpreendeu pela positiva.
Um dos pontos a visitar era os Jardins da Menara.
Trata-se dum parque público, com um lago artificial, rodeado por hortas e olivais.
O lago tem como função irrigar todo o conjunto e é abastecido por um antigo sistema hidráulico que recebe as águas das montanhas.
Contudo, apesar das hortas e olivais estarem cuidados, o lago e o seu conjunto podia estar em melhor estado de conservação.
Andar na medina à tarde/noite, como tínhamos feito ontem, é uma experiência a não perder para quem vai a Marrakech.
Um das características são as "mobiletes", pequenas motorizadas e aceleras que pululam por entre as pessoas, bancas e lojas, que rapidamente nos fazem ter todos os sentidos em alerta máximo para não levarmos com nenhuma em cima.
Como tudo aquilo circula e não batem uns nos outros (não vimos um único acidente) são um mistério que fica por esclarecer.
Será que seria possível fazer o mesmo com as nossas motas????
E nós seriamos gente para o tentar???
E fomos mesmo!
Posso garantir que é "perfeitamente" possível...ainda que seja um pouco louco.
Tenho que reconhecer que a visita a Marrakech não seria a mesma caso não tivéssemos andado de mota dentro da sua medina.
A caminho da medina
olhem só a facilidade...nesta altura
até chegarmos à Praça Jemaa El Fna que, como podem ver, nada tem no seu centro do "circo" que tínhamos encontrado ontem à noite.
só que o movimento começou a aumentar
no meio disto tudo um cavalo cai para o chão e nunca mais se levantou...e, com a naturalidade marroquina, só mesmo os necessários para arrastar o cavalo dali se juntaram, que os outros têm de fazer pela vida. Tudo se movimenta como se nada tivesse acontecido. Pragmatismo marroquino.
e nós tentávamos sair dali...
até que um simples carro de mão encravou tudo...quando pensávamos que tínhamos atingido uma rua mais larga com carros e tudo.
A discussão instalou-se entre eles, já que falta de movimento é negócio parado e isso é tudo o que eles não querem.
Então, um deles, lá obrigou o homem do carro de mão a sair dali e tudo voltou ao normal.
o carro de mão lá saiu...e nós também, desta odisseia que não esqueceremos.
O que mais me impressionou foi que, nas ruelas cheias de gente, onde por força das circunstâncias não pude tirar fotografias, a presença das nossas motas eram a coisa mais natural do mundo e como que faziam parte da "paisagem" e do frenesim que se vive naquelas ruas.
A nossa grande preocupação era mantermos as motas de pé e, se possível, tentar não atropelar ninguém...
Depois do nosso primeiro contacto com o Atlas, este será, sem dúvida nenhuma, um dos pontos altos da nossa viagem e que não deixo de "recomendar" a quem venha a Marrakech de mota.
Divinal!!!
De "barriguinha" cheia de gozo, dissemos adeus a Marrakech e no meu íntimo ficou o desejo de, mais uma vez, voltar a este país e a esta realidade única.
O nosso destino era Ouarzazate e para tal íamos apanhar a N9 e de novo o Atlas.
Nesta estrada, uma mescla de cores pintavam os montes e emprestavam um colorido à paisagem que, caso fosse ao fim da tarde, proporcionaria quadros de sonho.
Uma das coisas que aprendi nesta viagem é que, por estas bandas, a hora e a luz são duma importância fundamental para podermos saborear e registar a paisagem.
Nestas montanhas encontramos muitas vezes crianças que se deslocam de ou para a escola, vários kms a pé, de sorriso estampada no rosto.
De sacola às costas, caminham e brincam uns com os outros, perfeitamente autónomos e sem outra companhia.
Alguns são tão pequenitos que impressiona...quando nos recordamos como são tratadas as nossas crianças.
Invariavelmente dizem-nos adeus e alguns chegam a tocar com a mão no coração numa alusão agradecida por visitarmos o seu país.
Devo realçar que alguns pastores também me fizeram o mesmo gesto a que sempre correspondi. Gente pura.
Paramos para almoçar uma tagine...de que já tínhamos saudades, numa esplanada bem simpática, onde conheceríamos uma alemã que recordava Marrocos e o mostrava a dois filhos. Mais tarde haveríamos de os encontrar, de novo, na mesma residencial nas gargantas do Todra.
e voltamos a fazer parte de montes e vales recheados de olhares lindos que iluminam a alma e o corpo, onde eu e a minha Vega nos sentimos tão bem.
Tudo parecia coberto de péle de pêssego, num aveludado de cores várias, numa quietude e paz que me fez sentir mais eu e me realizou.
Esta natureza esmaga qualquer um e dá sentido a este meu desejo, quase compulsivo, de viajar.
Obrigado Atlas!
passamos pelo Tizi N'Tichka
e na N9, saímos para a P1506, onde fomos visitar a pequena aldeia de Ait Ben Haddou, património mundial da UNESCO desde 1987, onde foi rodado o filme Lawrence da Arábia.
Pouco tempo antes de irmos para Marrocos, houve umas fortes chuvadas e este rio seco que se vê nas fotos apresentava um caudal e uma velocidade que impressionava.
Cabe aqui fazer uma pequena constatação.
Os rios que fomos encontrando estavam quase todos secos ou com um fiozito de água.
Contudo, todos eles apresentam uma largura de leito que impressiona pela sua enorme largura, ainda que de altura escassa.
Aqui, quando chove é mesmo a sério, caindo grandes quantidades de água em pouco tempo, à boa maneira africana, fazendo com que os rios se espraiem e não tenham tempo de cavar leitos profundos, como haveríamos de presenciar mais à frente.
ainda me tentaram converter...mas não é fácil, por causa dos óculos...!
Já não estávamos longe de Ouarzazate, também conhecida por Porta do Deserto, onde íamos ficar.
Esta cidade e a sua região circundante, é frequentemente utilizada por realizadores de cinema de todo o mundo, tendo mesmo estúdios permanentes e um museu do cinema.
O cenário paisagístico e a luz são mais valias que o cinema não despreza, facilmente constatado pela extensa lista de filmes realizados na região.
O dia dia tinha sido intenso de emoções e com o vento que apanhamos transportando areia, nada melhor que irmos para o hotel, tomar um banho na piscina e tirar umas fotos do terraço.
Há quem tenha tido azar com a areia que apanhamos e tenha trabalho extra para a conseguir eliminar...
Ossos do ofício, diria eu...!
O nosso passeio não podia faltar (e ainda dizem que os motards não andam...),
https://i851.photobucket.com/albums/ab77/1viagemverao/Marrocos%202014/Marrocos%20Julia%20e%20Luis%20Azevedo/DSCF2207_new_zps7ef12c85.jpg
com jantar de permeio que, desta vez e para variar, foi mais uma tagine...
E não é que eu até aprendi a gostar de tagines...
Amanhã seguimos para as Gargantas do Todra, num dia bem cheio...
Até breve.
10.10.14
Manhã cedo, fomos visitar os Jardins Majorelle que, de facto, são um autêntico oásis dentro de Marrakech.
Estes jardins foram criados pelo pintor Jacques Majorelle, estando quase votados ao abandono na década de 80, quando foram comprados pelo estilista Yves Saint Laurent e o seu companheiro Bergé.
Yves Saint Laurent viveu na casa do jardim e daqui saiu muita inspiração para as coleções do conhecido estilista francês.
Ao percorrer os seus caminhos sinuosos pelo interior do jardim, onde as plantas locais são rainhas, impressiona como nos conseguimos alhear do bulício duma cidade como Marrakech e temos o prazer de ouvir os pássaros e a água que corre. Uma paz e um oásis de silêncio.
Hoje são pertença duma fundação privada e o custo da entrada reverte para a manutenção do jardim.
O Jardim Majorelle...
Regressados ao hotel fomos "levantar" as nossas motas ao parqueamento privativo...
e começamos o nosso périplo por Marrakech, longe de imaginar a aventura que nos estava destinada.
A cidade de Marrakech ou Cidade Vermelha, é, talvez, a cidade imperial mais importante das 4 existentes (as outras são Fez, Meknès e Rabat) e um centro turístico dos mais importantes de Marrocos, de renome internacional.
Tem no seu núcleo central a medina ou cidade antiga, muralhada, pejada de lojas e gente a qualquer hora do dia, onde tudo se vende e as gentes se misturam numa amalgama cultural nunca vista.
Exteriormente podemos observar uma cidade com bairros modernos, muito movimentada, onde se nota uma pujança económica e turística de relevo.
Pelo que sei, o actual rei, Mohammed VI, tem um foco muito especial nessa grande industria que é o turismo, apostando no seu desenvolvimento e, pelo que se vê, estão no bom caminho.
O turismo de origem francesa deve ser dominante, ultrapassando o espanhol, ainda que nos tenham falado que em Essaouira se encontram muitos portugueses durante o verão.
Alguns apontamentos desta cidade que me surpreendeu pela positiva.
Um dos pontos a visitar era os Jardins da Menara.
Trata-se dum parque público, com um lago artificial, rodeado por hortas e olivais.
O lago tem como função irrigar todo o conjunto e é abastecido por um antigo sistema hidráulico que recebe as águas das montanhas.
Contudo, apesar das hortas e olivais estarem cuidados, o lago e o seu conjunto podia estar em melhor estado de conservação.
Andar na medina à tarde/noite, como tínhamos feito ontem, é uma experiência a não perder para quem vai a Marrakech.
Um das características são as "mobiletes", pequenas motorizadas e aceleras que pululam por entre as pessoas, bancas e lojas, que rapidamente nos fazem ter todos os sentidos em alerta máximo para não levarmos com nenhuma em cima.
Como tudo aquilo circula e não batem uns nos outros (não vimos um único acidente) são um mistério que fica por esclarecer.
Será que seria possível fazer o mesmo com as nossas motas????
E nós seriamos gente para o tentar???
E fomos mesmo!
Posso garantir que é "perfeitamente" possível...ainda que seja um pouco louco.
Tenho que reconhecer que a visita a Marrakech não seria a mesma caso não tivéssemos andado de mota dentro da sua medina.
A caminho da medina
olhem só a facilidade...nesta altura
até chegarmos à Praça Jemaa El Fna que, como podem ver, nada tem no seu centro do "circo" que tínhamos encontrado ontem à noite.
só que o movimento começou a aumentar
no meio disto tudo um cavalo cai para o chão e nunca mais se levantou...e, com a naturalidade marroquina, só mesmo os necessários para arrastar o cavalo dali se juntaram, que os outros têm de fazer pela vida. Tudo se movimenta como se nada tivesse acontecido. Pragmatismo marroquino.
e nós tentávamos sair dali...
até que um simples carro de mão encravou tudo...quando pensávamos que tínhamos atingido uma rua mais larga com carros e tudo.
A discussão instalou-se entre eles, já que falta de movimento é negócio parado e isso é tudo o que eles não querem.
Então, um deles, lá obrigou o homem do carro de mão a sair dali e tudo voltou ao normal.
o carro de mão lá saiu...e nós também, desta odisseia que não esqueceremos.
O que mais me impressionou foi que, nas ruelas cheias de gente, onde por força das circunstâncias não pude tirar fotografias, a presença das nossas motas eram a coisa mais natural do mundo e como que faziam parte da "paisagem" e do frenesim que se vive naquelas ruas.
A nossa grande preocupação era mantermos as motas de pé e, se possível, tentar não atropelar ninguém...
Depois do nosso primeiro contacto com o Atlas, este será, sem dúvida nenhuma, um dos pontos altos da nossa viagem e que não deixo de "recomendar" a quem venha a Marrakech de mota.
Divinal!!!
De "barriguinha" cheia de gozo, dissemos adeus a Marrakech e no meu íntimo ficou o desejo de, mais uma vez, voltar a este país e a esta realidade única.
O nosso destino era Ouarzazate e para tal íamos apanhar a N9 e de novo o Atlas.
Nesta estrada, uma mescla de cores pintavam os montes e emprestavam um colorido à paisagem que, caso fosse ao fim da tarde, proporcionaria quadros de sonho.
Uma das coisas que aprendi nesta viagem é que, por estas bandas, a hora e a luz são duma importância fundamental para podermos saborear e registar a paisagem.
Nestas montanhas encontramos muitas vezes crianças que se deslocam de ou para a escola, vários kms a pé, de sorriso estampada no rosto.
De sacola às costas, caminham e brincam uns com os outros, perfeitamente autónomos e sem outra companhia.
Alguns são tão pequenitos que impressiona...quando nos recordamos como são tratadas as nossas crianças.
Invariavelmente dizem-nos adeus e alguns chegam a tocar com a mão no coração numa alusão agradecida por visitarmos o seu país.
Devo realçar que alguns pastores também me fizeram o mesmo gesto a que sempre correspondi. Gente pura.
Paramos para almoçar uma tagine...de que já tínhamos saudades, numa esplanada bem simpática, onde conheceríamos uma alemã que recordava Marrocos e o mostrava a dois filhos. Mais tarde haveríamos de os encontrar, de novo, na mesma residencial nas gargantas do Todra.
e voltamos a fazer parte de montes e vales recheados de olhares lindos que iluminam a alma e o corpo, onde eu e a minha Vega nos sentimos tão bem.
Tudo parecia coberto de péle de pêssego, num aveludado de cores várias, numa quietude e paz que me fez sentir mais eu e me realizou.
Esta natureza esmaga qualquer um e dá sentido a este meu desejo, quase compulsivo, de viajar.
Obrigado Atlas!
passamos pelo Tizi N'Tichka
e na N9, saímos para a P1506, onde fomos visitar a pequena aldeia de Ait Ben Haddou, património mundial da UNESCO desde 1987, onde foi rodado o filme Lawrence da Arábia.
Pouco tempo antes de irmos para Marrocos, houve umas fortes chuvadas e este rio seco que se vê nas fotos apresentava um caudal e uma velocidade que impressionava.
Cabe aqui fazer uma pequena constatação.
Os rios que fomos encontrando estavam quase todos secos ou com um fiozito de água.
Contudo, todos eles apresentam uma largura de leito que impressiona pela sua enorme largura, ainda que de altura escassa.
Aqui, quando chove é mesmo a sério, caindo grandes quantidades de água em pouco tempo, à boa maneira africana, fazendo com que os rios se espraiem e não tenham tempo de cavar leitos profundos, como haveríamos de presenciar mais à frente.
ainda me tentaram converter...mas não é fácil, por causa dos óculos...!
Já não estávamos longe de Ouarzazate, também conhecida por Porta do Deserto, onde íamos ficar.
Esta cidade e a sua região circundante, é frequentemente utilizada por realizadores de cinema de todo o mundo, tendo mesmo estúdios permanentes e um museu do cinema.
O cenário paisagístico e a luz são mais valias que o cinema não despreza, facilmente constatado pela extensa lista de filmes realizados na região.
O dia dia tinha sido intenso de emoções e com o vento que apanhamos transportando areia, nada melhor que irmos para o hotel, tomar um banho na piscina e tirar umas fotos do terraço.
Há quem tenha tido azar com a areia que apanhamos e tenha trabalho extra para a conseguir eliminar...
Ossos do ofício, diria eu...!
O nosso passeio não podia faltar (e ainda dizem que os motards não andam...),
https://i851.photobucket.com/albums/ab77/1viagemverao/Marrocos%202014/Marrocos%20Julia%20e%20Luis%20Azevedo/DSCF2207_new_zps7ef12c85.jpg
com jantar de permeio que, desta vez e para variar, foi mais uma tagine...
E não é que eu até aprendi a gostar de tagines...
Amanhã seguimos para as Gargantas do Todra, num dia bem cheio...
Até breve.
Última edição por Ramos Pinto em Qua Nov 05 2014, 21:17, editado 1 vez(es)
________________________
Eduardo Ramos Pinto
* Andar de Mota é tatuar " LIBERDADE " em cada km, em cada curva...numa paixão de vida.*
Re: O Meu Zoom...de Marrocos, em 2014
Só hoje é que cheguei aqui!!!!!!!
Muito bom, Ramos Pinto ganhou 1 M
Muito bom, Ramos Pinto ganhou 1 M
________________________
MY LIFE IS A HELL!!!
Elisio FJR- Já sai à rua a conduzir.
Re: O Meu Zoom...de Marrocos, em 2014
Bem vais esgotar os mas estás a merecer e um
________________________
---Até 100 Deus nos protege, A mais de 100 Deus poderá acolhernos..." Padre Zé Fernando"
Re: O Meu Zoom...de Marrocos, em 2014
Dia 8. Ouarzazate - Todra
11.10.14
Quando nos encontrávamos à porta do hotel para sairmos um facto insólito diante dos meus olhos.
Dois funcionários municipais, de colete vestido, deslocavam-se numa acelera com um atrelado, no mínimo curioso, a uma velocidade que demonstrava bem a qualidade do material de que era feito.
Divinal...
Fomos saindo da cidade
Tínhamos deixado para hoje a visita àquele que é o símbolo da cidade - o Casbá de Taourirt.
Este casbá, construído em taipa (mistura de argila e cascalho), data do séc. XVIII e foi uma fortaleza e palácio dum paxá.
Está em bom estado de conservação exterior mas apresenta um interior completamente despido e com alguns sinais de desprezo.
Localiza-se numa das saídas de Ouarzazate, bem de fronte para o Museu do Cinema
O Casbá de Taourirt
à saída, não podia faltar o "pretenso" cobrador do parqueamento das motas...num parque gratuito, à boa maneira marroquina. Será que teve sorte ???
O nosso destino era uma pequena terra chamada Kalaat M'Gouna, muito conhecida pelo seu Festival das Rosas, em maio e por ser a sede dum grupo de artesãos de facas berberes.
Levava uma encomenda e lá nos pusemos ao caminho
Chegamos a Kalaat já com alguma chuva
O anúncio das facas era bem visível mas as lojas não, nem uma. Acabamos por ser informados que se tinham juntado todos numa cooperativa, à saída da cidade.
Estes artesãos fabricam os cabos e as bainhas das facas, ficando as lâminas a cargo duma outra aldeia próxima, numa parceria que deu lugar a um local de venda com preços fixos e registo dos artesãos de cada faca.
Podemos constatar uma grande variedade de facas e desenhos, de autêntico artesanato, que muito nos surpreendeu, pela sua perfeição e trabalho.
Deixamos a N10 e tomamos a R704 para as Gargantas do Dadès
as aldeias foram-se sucedendo, embrenhadas e despercebidas no relevo que se afigurava mais montanhoso, como que querendo fundir-se com a terra vermelha de onde nasceram.
A quietude da imensidão africana impôs-se ao longo de muitos kms...e foi lindo de viver.
Este Atlas, de cada vez que o cruzamos, me surpreende e me amarra.
Um dia, se possível, volto... e numa viagem diferente, deixar-me-ei perder nas horas e nas paisagens, para poder alimentar o meu álbum de memórias de uma forma única. Obrigado Atlas.
Uma paragem para desentorpecer as pernas...
As Gargantas estavam perto...
começamos a subir e apareceram
cada vez mais imponentes
não podíamos deixar de registar o momento para a posteridade
o belo do quinteto maravilha...
não resisti a mais uma despedida
A R704 tinha ligação com a R703 até ao nosso destino, as Gargantas do Todra.
Contudo, devido à chuva e informações colhidas no local, a estrada estava em más condições e poderíamos mesmo não conseguir passar. Resolvemos não arriscar e voltamos para trás, para apanhar de novo a N10 e entrar pelo outro lado no Todra.
Com o trajecto que tínhamos trazido não foi difícil convencer o grupo a repetí-lo, desta vez a descer...Olha que sacrifício!
Mas a chuva teimava em não nos largar e mais à frente reaparece com uma força diluviana, acompanhada de trovoada e, para que nada faltasse, vento, muito vento.
Tanto vento, que a água que desliza na estrada era levantada pelo vento num turbilhão que molhava tudo de baixo para cima.
Não nos restou outra alternativa que não a de nos socorrermos dum restaurante que mal se via com tanta chuva, à borda da estrada.
Por sorte, o restaurante até era muito bom e, pelo que constatamos, com alguma frequência pois juntaram-se a nós um grupo de franceses.
A hora era de almoço e não hesitamos.
Quando parou de chover deu para ver que o restaurante tinha uma vista privilegiada.
Aproveitamos a chuva ter parado e pusemo-nos ao caminho.
Sucede que choveu torrencialmente nas montanhas mais altas e quando chegamos ao leito de rio que estava seco quando passamos da primeira vez...estava agora bem cheio e a correr por cima da estrada.
Em Marrocos encontrámos muito poucas pontes e o normal é os rios, nestas circunstâncias, correrem por cima das estradas que se atravessaram no seu caminho...
Naquelas em que é mais frequente isto acontecer, já substituíram o alcatrão por betão, que sempre é mais resistente, mas pontes nada.
O problema é que a torrente de água trazia muita pedra misturada, o que para nós era meio caminho andado para uma queda.
Como o rio dava mostras de aumentar o caudal e não de diminuir, não nos restou outra alternativa que não fosse passá-las à mão, uma a uma.
Primeiro medimos bem a corrente...
e depois do "estudo" feito... Vamos a isto,
Bem fresquinhos lá seguimos para o Todra
onde paramos numa garganta com mais de 160m de altura que nos esmaga...
o "mascarilha" queixava-se da qualidade das suas luvas que o tinham deixado "tingido"...
Adeus Todra
O nosso "hotel" era bem perto dali e a pressa de nos secarmos era muita, pelo que fomos até lá.
Tratava-se duma residencial, bem privada, onde começamos logo por trocar uma garrafa de vinho pelo parqueamento das motas e o nervoso era tanto que a foto ficou tremida...
Como aconteceu tanta vez ao longo da viagem, sempre que parávamos e os miúdos apareciam, acontecia uma distribuição de lápis normais e de côr, que faziam a delicia da rapaziada.
Aqui aconteceu o mesmo, com um pormenor que não resisto a contar.
Um deles após ter recebido os seus lápis, retirou-se para o lado e, rapidamente, duma folha de palmeira fez um gafanhoto que me veio oferecer todo ufano em retribuição.
Deu-mo e com a mão direita bateu no coração. Não esquecerei nunca a alegria espelhada nos seus olhos, quando me abeirei dele e lhe agradeci.
O gafanhoto, esse, já está na espólio das recordações das minhas viagens, intacto e seco.
A residencial era simpática, fomos muito bem recebidos e prontamente se prontificaram a confeccionar uma jantar para todos...Trutas, pois então, precedida duma sopa bem quentinha que nos soube pela vida. Um luxo!
Neste belo repasto, para comemorar a nossa "travessia", bebemos a última garrafa de vinho que o Carlos, simpaticamente, tinha trazido.
Grandes malas tem a GSA, donde tanta comidinha e bebida saiu, num autentico número de predistigitação...
Enquanto esperávamos pelo jantar fomos secando as botas que ainda traziam água da travessia com o milagroso secador da Júlia. Obrigado Júlia por teres trazido uma mais valia tão grande.
Apesar da luz já não ser a melhor, ainda deu para uns registos feitos no terraço
Entretanto somos confrontados com o aparecimento da alemã que tínhamos encontrado e que também estava hospedada no mesmo local.
Viajava por Marrocos, pela 2ª vez, desta vez mostrando aos filhos o país, partindo no dia seguinte para sul a caminho do deserto.
Quando estava de volta da internet na nossa sala de jantar ( sim, neste fim de mundo tínhamos internet e não era má), sou abordado por um familiar do dono que queria trocar o meu iPad por tapetes que estavam nas paredes.
Lá lhe expliquei que era impossível perder o meu veículo de comunicação com a internet, o que ele aceitou...bem triste por sinal.
Quando vi a que tapetes se referia pensei para comigo...onde pensaria ele que eu levava os tapetes, caso tivéssemos feito negócio???
Amanhã seguimos para Midelt.
Até breve.
11.10.14
Quando nos encontrávamos à porta do hotel para sairmos um facto insólito diante dos meus olhos.
Dois funcionários municipais, de colete vestido, deslocavam-se numa acelera com um atrelado, no mínimo curioso, a uma velocidade que demonstrava bem a qualidade do material de que era feito.
Divinal...
Fomos saindo da cidade
Tínhamos deixado para hoje a visita àquele que é o símbolo da cidade - o Casbá de Taourirt.
Este casbá, construído em taipa (mistura de argila e cascalho), data do séc. XVIII e foi uma fortaleza e palácio dum paxá.
Está em bom estado de conservação exterior mas apresenta um interior completamente despido e com alguns sinais de desprezo.
Localiza-se numa das saídas de Ouarzazate, bem de fronte para o Museu do Cinema
O Casbá de Taourirt
à saída, não podia faltar o "pretenso" cobrador do parqueamento das motas...num parque gratuito, à boa maneira marroquina. Será que teve sorte ???
O nosso destino era uma pequena terra chamada Kalaat M'Gouna, muito conhecida pelo seu Festival das Rosas, em maio e por ser a sede dum grupo de artesãos de facas berberes.
Levava uma encomenda e lá nos pusemos ao caminho
Chegamos a Kalaat já com alguma chuva
O anúncio das facas era bem visível mas as lojas não, nem uma. Acabamos por ser informados que se tinham juntado todos numa cooperativa, à saída da cidade.
Estes artesãos fabricam os cabos e as bainhas das facas, ficando as lâminas a cargo duma outra aldeia próxima, numa parceria que deu lugar a um local de venda com preços fixos e registo dos artesãos de cada faca.
Podemos constatar uma grande variedade de facas e desenhos, de autêntico artesanato, que muito nos surpreendeu, pela sua perfeição e trabalho.
Deixamos a N10 e tomamos a R704 para as Gargantas do Dadès
as aldeias foram-se sucedendo, embrenhadas e despercebidas no relevo que se afigurava mais montanhoso, como que querendo fundir-se com a terra vermelha de onde nasceram.
A quietude da imensidão africana impôs-se ao longo de muitos kms...e foi lindo de viver.
Este Atlas, de cada vez que o cruzamos, me surpreende e me amarra.
Um dia, se possível, volto... e numa viagem diferente, deixar-me-ei perder nas horas e nas paisagens, para poder alimentar o meu álbum de memórias de uma forma única. Obrigado Atlas.
Uma paragem para desentorpecer as pernas...
As Gargantas estavam perto...
começamos a subir e apareceram
cada vez mais imponentes
não podíamos deixar de registar o momento para a posteridade
o belo do quinteto maravilha...
não resisti a mais uma despedida
A R704 tinha ligação com a R703 até ao nosso destino, as Gargantas do Todra.
Contudo, devido à chuva e informações colhidas no local, a estrada estava em más condições e poderíamos mesmo não conseguir passar. Resolvemos não arriscar e voltamos para trás, para apanhar de novo a N10 e entrar pelo outro lado no Todra.
Com o trajecto que tínhamos trazido não foi difícil convencer o grupo a repetí-lo, desta vez a descer...Olha que sacrifício!
Mas a chuva teimava em não nos largar e mais à frente reaparece com uma força diluviana, acompanhada de trovoada e, para que nada faltasse, vento, muito vento.
Tanto vento, que a água que desliza na estrada era levantada pelo vento num turbilhão que molhava tudo de baixo para cima.
Não nos restou outra alternativa que não a de nos socorrermos dum restaurante que mal se via com tanta chuva, à borda da estrada.
Por sorte, o restaurante até era muito bom e, pelo que constatamos, com alguma frequência pois juntaram-se a nós um grupo de franceses.
A hora era de almoço e não hesitamos.
Quando parou de chover deu para ver que o restaurante tinha uma vista privilegiada.
Aproveitamos a chuva ter parado e pusemo-nos ao caminho.
Sucede que choveu torrencialmente nas montanhas mais altas e quando chegamos ao leito de rio que estava seco quando passamos da primeira vez...estava agora bem cheio e a correr por cima da estrada.
Em Marrocos encontrámos muito poucas pontes e o normal é os rios, nestas circunstâncias, correrem por cima das estradas que se atravessaram no seu caminho...
Naquelas em que é mais frequente isto acontecer, já substituíram o alcatrão por betão, que sempre é mais resistente, mas pontes nada.
O problema é que a torrente de água trazia muita pedra misturada, o que para nós era meio caminho andado para uma queda.
Como o rio dava mostras de aumentar o caudal e não de diminuir, não nos restou outra alternativa que não fosse passá-las à mão, uma a uma.
Primeiro medimos bem a corrente...
e depois do "estudo" feito... Vamos a isto,
Bem fresquinhos lá seguimos para o Todra
onde paramos numa garganta com mais de 160m de altura que nos esmaga...
o "mascarilha" queixava-se da qualidade das suas luvas que o tinham deixado "tingido"...
Adeus Todra
O nosso "hotel" era bem perto dali e a pressa de nos secarmos era muita, pelo que fomos até lá.
Tratava-se duma residencial, bem privada, onde começamos logo por trocar uma garrafa de vinho pelo parqueamento das motas e o nervoso era tanto que a foto ficou tremida...
Como aconteceu tanta vez ao longo da viagem, sempre que parávamos e os miúdos apareciam, acontecia uma distribuição de lápis normais e de côr, que faziam a delicia da rapaziada.
Aqui aconteceu o mesmo, com um pormenor que não resisto a contar.
Um deles após ter recebido os seus lápis, retirou-se para o lado e, rapidamente, duma folha de palmeira fez um gafanhoto que me veio oferecer todo ufano em retribuição.
Deu-mo e com a mão direita bateu no coração. Não esquecerei nunca a alegria espelhada nos seus olhos, quando me abeirei dele e lhe agradeci.
O gafanhoto, esse, já está na espólio das recordações das minhas viagens, intacto e seco.
A residencial era simpática, fomos muito bem recebidos e prontamente se prontificaram a confeccionar uma jantar para todos...Trutas, pois então, precedida duma sopa bem quentinha que nos soube pela vida. Um luxo!
Neste belo repasto, para comemorar a nossa "travessia", bebemos a última garrafa de vinho que o Carlos, simpaticamente, tinha trazido.
Grandes malas tem a GSA, donde tanta comidinha e bebida saiu, num autentico número de predistigitação...
Enquanto esperávamos pelo jantar fomos secando as botas que ainda traziam água da travessia com o milagroso secador da Júlia. Obrigado Júlia por teres trazido uma mais valia tão grande.
Apesar da luz já não ser a melhor, ainda deu para uns registos feitos no terraço
Entretanto somos confrontados com o aparecimento da alemã que tínhamos encontrado e que também estava hospedada no mesmo local.
Viajava por Marrocos, pela 2ª vez, desta vez mostrando aos filhos o país, partindo no dia seguinte para sul a caminho do deserto.
Quando estava de volta da internet na nossa sala de jantar ( sim, neste fim de mundo tínhamos internet e não era má), sou abordado por um familiar do dono que queria trocar o meu iPad por tapetes que estavam nas paredes.
Lá lhe expliquei que era impossível perder o meu veículo de comunicação com a internet, o que ele aceitou...bem triste por sinal.
Quando vi a que tapetes se referia pensei para comigo...onde pensaria ele que eu levava os tapetes, caso tivéssemos feito negócio???
Amanhã seguimos para Midelt.
Até breve.
________________________
Eduardo Ramos Pinto
* Andar de Mota é tatuar " LIBERDADE " em cada km, em cada curva...numa paixão de vida.*
Re: O Meu Zoom...de Marrocos, em 2014
Mais um mérito para o primo Eduardo!
Luís Azevedo- Ainda é motorato!
Re: O Meu Zoom...de Marrocos, em 2014
Dia 9. Todra - Midelt
12.10.14
A vontade de registar, de dia, as traseiras do nosso hotel, tinha-me ficado do dia anterior, quando comecei a ficar com pouca luz.
Antes de sair ainda deu para dar um saltito até lá,
Saímos na direcção da Fonte dos Peixes Sagrados que, reza a lenda, nasceu quando um homem sedento bateu com o seu cajado numa pedra e brotou água.
Bateu de novo e peixes apareceram.
Até hoje ninguém os pesca...será mesmo???
Lá seguimos viagem rumo a Tinghir pela R703
voltamos à N10 e às paisagens rudes e belas, mais parecendo saídas dum planeta distante.
em Goulmima saímos mas para a R7101
a R7101 foi como que o preparativo para o que nos reservava o dia de amanhã...
A aridez desta parte do território marroquino era notória e muitas vezes me questionei de que viveria a pouca gente que fomos encontrando.
A fotografia deste burro (como são pequenos os burros marroquinos...) catando cada mm de erva, é bem ilustrativa do que podem encontrar para comer.
Comem pequenas ervas que nascem espontaneamente quando algumas chuvas acontecem...!
Impressionante capacidade de sobrevivência.
Aqui e ali pequenas aldeias como esta - Awir
Toda este percurso na R7101, na R7103 e, mais tarde, na R706 é verdadeiramente fabuloso e lindo.
o dia estava óptimo e numa pequena paragem junto a um rio seco...ainda houve quem se banhasse...
prosseguimos num cenário digno de registo, que nos transmite uma serenidade incrível.
ainda passamos por Er-Rich
este táxi, ainda espera por mais um candidato, já que o normal é levarem 8 com o condutor...
Os táxis vão parando e metendo gente enquanto cabem, numa "sociedade" onde não sei muito bem como fazem as contas. Eles lá se entendem e tudo funciona na maior concórdia.
saímos de Er-Rich
e entramos na N13 até o nosso destino - Midelt, numa estrada que não deslustrava, em nada, a anterior.
onde paramos para almoçar
e voltamos à estrada.
As estradas em Marrocos, genericamente, são boas e têm um pormenor curioso - o seu traçado.
Quase todas apresentam um traçado bem desenhado, mesmo nos sítios mais incríveis. O piso pode não estar em condições mas o seu traçado é bom.
felizmente aos burros não lhes dá muito para andarem pela estrada, ao contrário dos cães e ovelhas que são um perigo.
Felizmente só apanhamos alguns sustos sem consequências, mas todos os cuidados são poucos.
à entrada de Midelt, um novo complexo com uma mesquita está a nascer
até que chegamos ao nosso hotel - Riad Mimouna De Timnay, que aconselho vivamente.
Encontramos aqui um casal motard português, residente em Barcelona, com quem passamos uns bons momentos de convívio e fizemos amizade.
Partilhamos muitos pontos de vista sobre a nossa viagem e acabamos por identificar amigos comuns.
O mundo é mesmo pequeno.
Amanhã seguimos para Meknès.
Até breve
12.10.14
A vontade de registar, de dia, as traseiras do nosso hotel, tinha-me ficado do dia anterior, quando comecei a ficar com pouca luz.
Antes de sair ainda deu para dar um saltito até lá,
Saímos na direcção da Fonte dos Peixes Sagrados que, reza a lenda, nasceu quando um homem sedento bateu com o seu cajado numa pedra e brotou água.
Bateu de novo e peixes apareceram.
Até hoje ninguém os pesca...será mesmo???
Lá seguimos viagem rumo a Tinghir pela R703
voltamos à N10 e às paisagens rudes e belas, mais parecendo saídas dum planeta distante.
em Goulmima saímos mas para a R7101
a R7101 foi como que o preparativo para o que nos reservava o dia de amanhã...
A aridez desta parte do território marroquino era notória e muitas vezes me questionei de que viveria a pouca gente que fomos encontrando.
A fotografia deste burro (como são pequenos os burros marroquinos...) catando cada mm de erva, é bem ilustrativa do que podem encontrar para comer.
Comem pequenas ervas que nascem espontaneamente quando algumas chuvas acontecem...!
Impressionante capacidade de sobrevivência.
Aqui e ali pequenas aldeias como esta - Awir
Toda este percurso na R7101, na R7103 e, mais tarde, na R706 é verdadeiramente fabuloso e lindo.
o dia estava óptimo e numa pequena paragem junto a um rio seco...ainda houve quem se banhasse...
prosseguimos num cenário digno de registo, que nos transmite uma serenidade incrível.
ainda passamos por Er-Rich
este táxi, ainda espera por mais um candidato, já que o normal é levarem 8 com o condutor...
Os táxis vão parando e metendo gente enquanto cabem, numa "sociedade" onde não sei muito bem como fazem as contas. Eles lá se entendem e tudo funciona na maior concórdia.
saímos de Er-Rich
e entramos na N13 até o nosso destino - Midelt, numa estrada que não deslustrava, em nada, a anterior.
onde paramos para almoçar
e voltamos à estrada.
As estradas em Marrocos, genericamente, são boas e têm um pormenor curioso - o seu traçado.
Quase todas apresentam um traçado bem desenhado, mesmo nos sítios mais incríveis. O piso pode não estar em condições mas o seu traçado é bom.
felizmente aos burros não lhes dá muito para andarem pela estrada, ao contrário dos cães e ovelhas que são um perigo.
Felizmente só apanhamos alguns sustos sem consequências, mas todos os cuidados são poucos.
à entrada de Midelt, um novo complexo com uma mesquita está a nascer
até que chegamos ao nosso hotel - Riad Mimouna De Timnay, que aconselho vivamente.
Encontramos aqui um casal motard português, residente em Barcelona, com quem passamos uns bons momentos de convívio e fizemos amizade.
Partilhamos muitos pontos de vista sobre a nossa viagem e acabamos por identificar amigos comuns.
O mundo é mesmo pequeno.
Amanhã seguimos para Meknès.
Até breve
________________________
Eduardo Ramos Pinto
* Andar de Mota é tatuar " LIBERDADE " em cada km, em cada curva...numa paixão de vida.*
Re: O Meu Zoom...de Marrocos, em 2014
Bonitas e recordadas paisagens merecedoras de e
________________________
---Até 100 Deus nos protege, A mais de 100 Deus poderá acolhernos..." Padre Zé Fernando"
Re: O Meu Zoom...de Marrocos, em 2014
Dia 10. Midelt - Meknès
13.10.14
O dia de hoje prometia um dia tranquilo, com poucos kms para fazer e um objectivo bem definido - gozar umas estradas verdes (paisagísticas) que o Michelin tinha indicado, passar em Azrou, Ifran e terminar em Meknès.
Depois de nos despedirmos do simpático casal português, Hugo e Ângela, que iam precisamente para onde tínhamos estado, as gargantas do Todra, pusemo-nos ao caminho todos animados, com um dia fresco e bonito.
Circular nas estradas de Marrocos é como que regressar aos tempos da minha juventude, em que nada era controlado e a segurança era uma miragem. Tudo era possível.
Aqui ainda é...
Fomos pela N13 até Zaida onde apanhamos a R503, que rapidamente nos colocaria no início da P7317 e da nossa aventura, numa estrada linda, rumo à Floresta dos Cedros.
mal entramos na P7317 começamos a apercebermo-nos que a estrada tinha um alcatrão...muito fugidio e de há muitos anos...
a continuação não trouxe melhorias nenhumas
deixamos a P7317 para P7306 que não veio trazer qualquer melhoria, bem pelo contrário, no que ao piso diz respeito... porque quanto à paisagem e envolvência foi seguramente um dos pontos altos desta viagem.
Pena que o piso não permitia grandes veleidades fotográficas para quem viaja sozinho.
Mesmo assim fez-se o que se pode...
claro que aqui tivemos que respeitar a lei das prioridades
viajar nesta estrada, com a luz do sol tentando fundir-nos à paisagem, como se fôssemos mais uma peça deste cenário, numa simbiose única e viva, foi algo que nunca esquecerei e que, mais uma vez, me fez ficar com vontade de voltar.
estes tons ondulantes que nos embalam os olhos, ficaram até hoje retidos nas minhas memórias...
de facto, Luís e Júlia, vocês são a prova de tudo o que disse e ficam gravados em Marrocos nesta foto.
Merecem-no!
eu, por mim, tinha ficado sem tempo e sem hora a fotografar...
com tanto trabalho de condução tivemos direito a um descanso...
a minha estrela Vega, altiva e linda, ciente do prazer que me vinha a dar ao conduzi-la, também tem direito a lugar de destaque.
e lá seguimos... com mais alguns apontamentos
a Floresta dos Cedros
encontramos muitos animais a deambularem sozinhos pela estrada sem ver vivalma...o que nos fazia recordar o cuidado que tínhamos que ter, até porque os invasores éramos nós...
Abraçados pela árvores durante tantos kms, foi divinal ouvir o eco surdo da minha Vega troar pelo meio dos cedros, como se de musica se tratasse. Único!
só que a estrada não dava mostras de melhorar mesmo nada
ao pensar, hoje, neste troço e no gozo que me deu fazê-lo, uma certeza se perfila no meu pensamento - a minha Vega é uma rainha.
A sua suspensão e a sua ciclística, permitem uma condução sem igual, sem nunca destoar da GS que nos liderava.
A ideia de que um dia talvez viesse a ter uma trail dissipou-se, como que por encanto, perante a categoria demonstrada pela minha Vega. Grande mota!
Nada melhor que parar um pouco para trocarmos impressões da "estrada" que vínhamos fazendo e da performance das nossas motas, neste piso e com estes pneus.
o relógio não para e não sabíamos o que poderíamos encontrar ainda pela frente, pelo que nos pusemos rapidamente ao caminho
com paisagens de sonho em que os montes se espraiam no horizonte, quais ondas num lago...
Um dos grandes encantos destas montanhas é que a nossa visão não termina no imediato... antes se perde no horizonte num movimento sem par.
aqui e ali aparecem crianças, num sinal de vida nesta imensidão que impressiona...ao pensarmos o quanto estão longe de tudo e de todos...
aqui o Carlos para dar a prioridade devida teve que fazer uma ultrapassagem pela direita...
este pequeno grupo abeirou-se de nós ao ouvir as motas e tivemos que parar para mais uma distribuição...e ter o prazer de ver aqueles olhos brilharem como se estivessem a receber o mais belo presente do mundo - coisas simples para gente simples.
a "estrada" era salpicada, aqui e ali, por pequenas "casas" de madeira...com vida.
e paisagens de cortar a respiração...já numa estrada algures entre a P7306 e P7311 que nem no google maps tem nome...
mas onde teimosamente há residentes...e luz eléctrica.
Por todo o país vemos chegar a luz eléctrica aos pontos mais recônditos e não é invulgar em "casas" como esta encontrarmos parabólicas - a única maneira de se ligarem ao mundo.
já na P7311 paramos junto a um regato para mais um descanso
com direito a fotos artísticas e tudo
as manas RT para a posteridade,
de longe dá para ver por onde tínhamos andado...Grandes Malucos.
esta P7311 também não deslustra, nomeadamente no traçado e nalguns quadros...
e com isto tudo tínhamos feito praticamente 200 km durante toda a manhã num traçado incrível, num dia lindo e com imagens gravadas na memória, para sempre, a letras de ouro.
Já em boa estrada seguimos para Azrou
onde chegamos à hora do almoço e a tempo de recordar de como seria comer um frango, bem negociado pelo Carlos e Luis e o olhar atento da Paula.
O nosso próximo destino era Ifran
que, de facto, é uma página à parte de todo o Marrocos que conhecemos.
Bem colada à cidade, existem um parque nacional e uma reserva de caça e residência do rei, muito bem cuidada e melhor guardada.
Esta cidade é uma estância de ski em pleno centro de Marrocos, com neve abundante no inverno que a faz ser apelidada (forçadamente, diga-se...) de "Pequena Suiça".
A cidade estava com muitas obras e seguimos rumo a Meknès
nesta região os campos/silos de cebolas eram a paisagem dominante
chegamos a Meknès a meio da tarde
e paramos junto dumas das suas principais portas - a porta de Bab Mansour.
Mehnès tem um centro histórico classificado pela UNESCO, sendo a segunda cidade imperial que visitávamos.
Eu e o casal Azevedo fomos visitar umas ruínas romanas existentes a norte - Volubilis e passar na cidade santa de Moulay-Idriss, fundada em 788.
Trata-se da cidade mais sagrada para os marroquinos, por conter o mausoléu do descendente direto do Profeta Maomé - Moulay Idris, o santo mais venerado de Marrocos.
As áreas nas imediações do mausoléu e certas partes da cidade, não são visitáveis por não muçulmanos.
Por curiosidade, sete peregrinações a esta cidade equivalem a uma peregrinação a Meca.
Acabamos por não entrar mas ficou o rostinho de um dia ir até lá mesmo com todas as interdições.
Volubilis é a cidade romana mais importante de Marrocos e classificada pela UNESCO.
Apesar de datar do séc.III A.C., foi a partir do séc. I A.C. que se desenvolveu pela mão dos romanos, tendo adquirido uma importância de relevo, importância essa bem patente nas construções que se vêm e na qualidade das mesmas.
Estas ruínas mantiveram-se muito bem conservadas até 1755, ano em que foram afectadas pelo mesmo terramoto que atingiu o nosso país e quase arrasou a totalidade de Lisboa.
eis uma amostra de "romanos" da era moderna
regressamos a Meknès e ao nosso hotel.
Amanhã seguimos para Taza.
Até breve.
13.10.14
O dia de hoje prometia um dia tranquilo, com poucos kms para fazer e um objectivo bem definido - gozar umas estradas verdes (paisagísticas) que o Michelin tinha indicado, passar em Azrou, Ifran e terminar em Meknès.
Depois de nos despedirmos do simpático casal português, Hugo e Ângela, que iam precisamente para onde tínhamos estado, as gargantas do Todra, pusemo-nos ao caminho todos animados, com um dia fresco e bonito.
Circular nas estradas de Marrocos é como que regressar aos tempos da minha juventude, em que nada era controlado e a segurança era uma miragem. Tudo era possível.
Aqui ainda é...
Fomos pela N13 até Zaida onde apanhamos a R503, que rapidamente nos colocaria no início da P7317 e da nossa aventura, numa estrada linda, rumo à Floresta dos Cedros.
mal entramos na P7317 começamos a apercebermo-nos que a estrada tinha um alcatrão...muito fugidio e de há muitos anos...
a continuação não trouxe melhorias nenhumas
deixamos a P7317 para P7306 que não veio trazer qualquer melhoria, bem pelo contrário, no que ao piso diz respeito... porque quanto à paisagem e envolvência foi seguramente um dos pontos altos desta viagem.
Pena que o piso não permitia grandes veleidades fotográficas para quem viaja sozinho.
Mesmo assim fez-se o que se pode...
claro que aqui tivemos que respeitar a lei das prioridades
viajar nesta estrada, com a luz do sol tentando fundir-nos à paisagem, como se fôssemos mais uma peça deste cenário, numa simbiose única e viva, foi algo que nunca esquecerei e que, mais uma vez, me fez ficar com vontade de voltar.
estes tons ondulantes que nos embalam os olhos, ficaram até hoje retidos nas minhas memórias...
de facto, Luís e Júlia, vocês são a prova de tudo o que disse e ficam gravados em Marrocos nesta foto.
Merecem-no!
eu, por mim, tinha ficado sem tempo e sem hora a fotografar...
com tanto trabalho de condução tivemos direito a um descanso...
a minha estrela Vega, altiva e linda, ciente do prazer que me vinha a dar ao conduzi-la, também tem direito a lugar de destaque.
e lá seguimos... com mais alguns apontamentos
a Floresta dos Cedros
encontramos muitos animais a deambularem sozinhos pela estrada sem ver vivalma...o que nos fazia recordar o cuidado que tínhamos que ter, até porque os invasores éramos nós...
Abraçados pela árvores durante tantos kms, foi divinal ouvir o eco surdo da minha Vega troar pelo meio dos cedros, como se de musica se tratasse. Único!
só que a estrada não dava mostras de melhorar mesmo nada
ao pensar, hoje, neste troço e no gozo que me deu fazê-lo, uma certeza se perfila no meu pensamento - a minha Vega é uma rainha.
A sua suspensão e a sua ciclística, permitem uma condução sem igual, sem nunca destoar da GS que nos liderava.
A ideia de que um dia talvez viesse a ter uma trail dissipou-se, como que por encanto, perante a categoria demonstrada pela minha Vega. Grande mota!
Nada melhor que parar um pouco para trocarmos impressões da "estrada" que vínhamos fazendo e da performance das nossas motas, neste piso e com estes pneus.
o relógio não para e não sabíamos o que poderíamos encontrar ainda pela frente, pelo que nos pusemos rapidamente ao caminho
com paisagens de sonho em que os montes se espraiam no horizonte, quais ondas num lago...
Um dos grandes encantos destas montanhas é que a nossa visão não termina no imediato... antes se perde no horizonte num movimento sem par.
aqui e ali aparecem crianças, num sinal de vida nesta imensidão que impressiona...ao pensarmos o quanto estão longe de tudo e de todos...
aqui o Carlos para dar a prioridade devida teve que fazer uma ultrapassagem pela direita...
este pequeno grupo abeirou-se de nós ao ouvir as motas e tivemos que parar para mais uma distribuição...e ter o prazer de ver aqueles olhos brilharem como se estivessem a receber o mais belo presente do mundo - coisas simples para gente simples.
a "estrada" era salpicada, aqui e ali, por pequenas "casas" de madeira...com vida.
e paisagens de cortar a respiração...já numa estrada algures entre a P7306 e P7311 que nem no google maps tem nome...
mas onde teimosamente há residentes...e luz eléctrica.
Por todo o país vemos chegar a luz eléctrica aos pontos mais recônditos e não é invulgar em "casas" como esta encontrarmos parabólicas - a única maneira de se ligarem ao mundo.
já na P7311 paramos junto a um regato para mais um descanso
com direito a fotos artísticas e tudo
as manas RT para a posteridade,
de longe dá para ver por onde tínhamos andado...Grandes Malucos.
esta P7311 também não deslustra, nomeadamente no traçado e nalguns quadros...
e com isto tudo tínhamos feito praticamente 200 km durante toda a manhã num traçado incrível, num dia lindo e com imagens gravadas na memória, para sempre, a letras de ouro.
Já em boa estrada seguimos para Azrou
onde chegamos à hora do almoço e a tempo de recordar de como seria comer um frango, bem negociado pelo Carlos e Luis e o olhar atento da Paula.
O nosso próximo destino era Ifran
que, de facto, é uma página à parte de todo o Marrocos que conhecemos.
Bem colada à cidade, existem um parque nacional e uma reserva de caça e residência do rei, muito bem cuidada e melhor guardada.
Esta cidade é uma estância de ski em pleno centro de Marrocos, com neve abundante no inverno que a faz ser apelidada (forçadamente, diga-se...) de "Pequena Suiça".
A cidade estava com muitas obras e seguimos rumo a Meknès
nesta região os campos/silos de cebolas eram a paisagem dominante
chegamos a Meknès a meio da tarde
e paramos junto dumas das suas principais portas - a porta de Bab Mansour.
Mehnès tem um centro histórico classificado pela UNESCO, sendo a segunda cidade imperial que visitávamos.
Eu e o casal Azevedo fomos visitar umas ruínas romanas existentes a norte - Volubilis e passar na cidade santa de Moulay-Idriss, fundada em 788.
Trata-se da cidade mais sagrada para os marroquinos, por conter o mausoléu do descendente direto do Profeta Maomé - Moulay Idris, o santo mais venerado de Marrocos.
As áreas nas imediações do mausoléu e certas partes da cidade, não são visitáveis por não muçulmanos.
Por curiosidade, sete peregrinações a esta cidade equivalem a uma peregrinação a Meca.
Acabamos por não entrar mas ficou o rostinho de um dia ir até lá mesmo com todas as interdições.
Volubilis é a cidade romana mais importante de Marrocos e classificada pela UNESCO.
Apesar de datar do séc.III A.C., foi a partir do séc. I A.C. que se desenvolveu pela mão dos romanos, tendo adquirido uma importância de relevo, importância essa bem patente nas construções que se vêm e na qualidade das mesmas.
Estas ruínas mantiveram-se muito bem conservadas até 1755, ano em que foram afectadas pelo mesmo terramoto que atingiu o nosso país e quase arrasou a totalidade de Lisboa.
eis uma amostra de "romanos" da era moderna
regressamos a Meknès e ao nosso hotel.
Amanhã seguimos para Taza.
Até breve.
________________________
Eduardo Ramos Pinto
* Andar de Mota é tatuar " LIBERDADE " em cada km, em cada curva...numa paixão de vida.*
Re: O Meu Zoom...de Marrocos, em 2014
A paisagem é digna de um qualquer documentário do National Geographic e por isso merecedora de um relato deste calibre.
Dar mérito a esta descrição é o mínimo, agradecendo o vosso companheirismo em toda a viagem e a dedicatória bem como os vossos registos fotográficos deste dia inesquecível.
Este foi o dia da grande rendição às capacidades das nossas RT, porque a GSA estava na praia dela...
Dar mérito a esta descrição é o mínimo, agradecendo o vosso companheirismo em toda a viagem e a dedicatória bem como os vossos registos fotográficos deste dia inesquecível.
Este foi o dia da grande rendição às capacidades das nossas RT, porque a GSA estava na praia dela...
Luís Azevedo- Ainda é motorato!
Re: O Meu Zoom...de Marrocos, em 2014
Até dá arrepios ver certas imagens de tão belas que são.. Sem dúvida, brilhante, a vossa viagem!!
Um dia espero conseguir ir..
Um dia espero conseguir ir..
ruben_ramos- Zero à direita
Re: O Meu Zoom...de Marrocos, em 2014
Ramos Pinto vai esgotar os mas és merecedor porque alem da crónica bem documentado dos locais de passagem as fotos não desmerecem nada, sei que eu deveria fazer parte dessas fotos mas não tive a coragem de viajar sem a minha fiel pendura dos ultimos 42 anos
Um abraço e obrigado
Um abraço e obrigado
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---Até 100 Deus nos protege, A mais de 100 Deus poderá acolhernos..." Padre Zé Fernando"
Re: O Meu Zoom...de Marrocos, em 2014
Correia escreveu:sei que eu deveria fazer parte dessas fotos mas não tive a coragem de viajar sem a minha fiel pendura dos últimos 42 anos
Tens de tratar da reforma da tua companheira porque vocês são um casal que faz a diferença onde estão e todos sentimos a vossa falta.
Um dia talvez voltemos lá todos juntos. Grande abraço.
________________________
Eduardo Ramos Pinto
* Andar de Mota é tatuar " LIBERDADE " em cada km, em cada curva...numa paixão de vida.*
Re: O Meu Zoom...de Marrocos, em 2014
Porque não companheiro porque não, vontade hà muitaaaaaaaaa, um abraço e obrigado pelo carinho
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---Até 100 Deus nos protege, A mais de 100 Deus poderá acolhernos..." Padre Zé Fernando"
Re: O Meu Zoom...de Marrocos, em 2014
Excelente primo!!!
Beijinhos
Beijinhos
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Paula Matias
A pendura do Carlos Ferreira
http://pelomundoem2rodas.blogspot.pt/
Paula Matias- Zero à direita
Re: O Meu Zoom...de Marrocos, em 2014
Com as minhas desculpas pelo interregno vamos lá dar um avanço na crónica.
Dia 11
14.10.14
Não saímos de Meknès sem voltar à praça onde está a Porta Bab Mansour, para tomarmos um café e darmos de beber às nossas "meninas"...ainda que só uma "beba" água.
Foi com alguma chuva que abandonamos a cidade
O nosso destino imediato era Fez, antiga capital de Marrocos por várias ocasiões e onde está sediada a mais antiga universidade do mundo em funcionamento - Universidade de Karueein, que data de 859 d.c.
Logo à entrada, num semáforo, um simpático marroquino numa motorizada, aborda o Luís e oferece um tour por Fez.
Só paga no fim e se gostar, dizia o amigo Youness...
com o preço negociado, partimos para um dos pontos altos desta nossa viagem.
O Youness é um profissional de mão de cheia e cumpriu escrupulosamente com o combinado - um tour por Fez, sem sairmos da mota.
Mal sabíamos como ele ia seguir à risca o combinado...!
O transito em Fez, como em todos as grandes cidades marroquinas, é pouco menos que caótico.
Com ele à nossa frente, qual batedor privativo, fomos serpenteando no transito de Fez, ultrapassando tudo e todos, sem ligar a traços contínuos, quando não a alguns sentidos proibidos...! Só visto.
Pelo meio cumprimentava e era cumprimentado por todos os polícias que encontrávamos, numa mostra clara do domínio total da situação.
O percurso era escolhido ao jeito do local para onde íamos, pela forma mais rápida.
O homem conduzia, dava indicações com o braço esquerdo, falava ao telemovel e até mandou sms...! Único.
A dada altura, com o transito completamente parado numa grande avenida, com duplo traço contínuo, o nosso amigo Youness salta para a faixa contrária, bem de frente para quem vinha, dando ordem de desvio com o braço esquerdo aos carros que vinham, enquanto nós, bem obedientes, o seguíamos. Um luxo!
Visitamos os vários pontos de referencia de Fez, em que ele aproveitava os pontos de paragem do transito para, em espanhol, nos ir dando as indicações turísticas e históricas ( sim, históricas, leram bem...) dos locais por onde passávamos.
O homem era um verdadeiro guia.
Como em todas as cidades, ou mesmo vilas, marroquinas, as avenidas são dominantes.
Continuamos o nosso tour
até nos determos perante o esmagamento dum miradouro fabuloso sobre Fez.
Pena que o tempo chuvoso e sem sol nos tenha toldado tamanha vista.
Deve ter um pôr-do-sol assombroso.
Mais um argumento para um regresso...
Os meus companheiros seguiam à risca o combinado de não sair da mota...
mas eu tinha que registar a minha Vega neste cenário,
O Youness não se calava...e o Luís, pela cara, aguentava firme, já que foi ele que negociou o tour...
e foi com um sorriso lindo que abandonamos o miradouro
e prosseguimos o nosso tour
nem sempre pelos caminhos mais ortodoxos
Fazia parte do nosso acordo uma visita a uma fábrica de azulejos e olaria.
Ao chegarmos junto da fábrica a entrada estava bloqueada por um autocarro de turistas.
Imediatamente o nosso amigo Youness começou a barafustar com o motorista, que ele estava a trabalhar e que o autocarro não tinha nada que estar ali parado.
A discussão ainda durou uns minutos, até que o paciente motorista lá tirou o autocarro.
Nós assistíamos impávidos e serenos, sem perceber muito bem qual motivo de tanta exaltação, já que não faltava espaço para estacionarmos as motas.
O autocarro saiu e de imediato o amigo Youness começa a apontar para uma pequena porta, fazendo sinal para entrarmos com as motas...
O combinado era entrarmos na fábrica e ele não podia falhar. Simplesmente divinal!
Como não conseguíamos passar, ainda mandou abrir a outra folha da porta mas acabamos por ficar estacionados...no local onde estava o autocarro e lá fomos visitar a fabrica...a pé.
Isto é Marrocos no seu melhor!
Fizemos a nossa visita e as nossas compras
A hora do almoço tinha chegado e o Youness levou-nos ao "melhor" restaurante tipicamente marroquino, segundo ele, onde teríamos um talho para podermos escolher a carne e mandá-la cortar à nossa frente, como o Carlos queria.
Ao ser questionado sobre se tinha comissão...admitiu imediatamente que sim e respondeu prontamente - os vossos guias e motoristas não têm????. Claro que sim, respondemos.
Um profissional.
Chegados, fomos primeiro ao talho escolher a carne
e uns enchidos de "morango" como dizia a Paula
seguidamente fomos a outro vizinho grelhar a carne, sempre com o olhar atento do Youness.
Serviço personalizado.
e finalmente fomos almoçar a carne grelhada com salada.
No fim ficamos com a recordação dos nossos nomes escritos em árabe
Saímos de Fez pela N6, apanhamos a P5043 e a R504, onde saímos para P5411, a caminho do Tazekka National Park, onde estava o nosso hotel.
Entretanto o tempo começou a piorar e a fechar-se,
mas as paisagens não perdiam a beleza
ainda passamos por um "casal" em lua de mel...
até que a chuva veio mesmo.
Foi na sua companhia e do frio que chegamos a Bab Boudir e ao Tazekka Parc Hotel, já ao anoitecer.
e deixamos as meninas à chuva
Chegados ao hotel, deparamo-nos com um empregado que não nos entendia, a minha misturadora do banheiro estava montado ao contrário e a água não estava quente. Um pesadelo.
Mais tarde, chegaram os donos e a filha que pôs tudo a funcionar e nos preparou uma tagine das melhores que comemos, com ovo e tudo, para compensar tanto desassossego.
Lá fora a chuva fustigava e o frio apertava. O dia seguinte prometia.
Amanhã seguimos para Saídia.
Até breve.
Dia 11
14.10.14
Não saímos de Meknès sem voltar à praça onde está a Porta Bab Mansour, para tomarmos um café e darmos de beber às nossas "meninas"...ainda que só uma "beba" água.
Foi com alguma chuva que abandonamos a cidade
O nosso destino imediato era Fez, antiga capital de Marrocos por várias ocasiões e onde está sediada a mais antiga universidade do mundo em funcionamento - Universidade de Karueein, que data de 859 d.c.
Logo à entrada, num semáforo, um simpático marroquino numa motorizada, aborda o Luís e oferece um tour por Fez.
Só paga no fim e se gostar, dizia o amigo Youness...
com o preço negociado, partimos para um dos pontos altos desta nossa viagem.
O Youness é um profissional de mão de cheia e cumpriu escrupulosamente com o combinado - um tour por Fez, sem sairmos da mota.
Mal sabíamos como ele ia seguir à risca o combinado...!
O transito em Fez, como em todos as grandes cidades marroquinas, é pouco menos que caótico.
Com ele à nossa frente, qual batedor privativo, fomos serpenteando no transito de Fez, ultrapassando tudo e todos, sem ligar a traços contínuos, quando não a alguns sentidos proibidos...! Só visto.
Pelo meio cumprimentava e era cumprimentado por todos os polícias que encontrávamos, numa mostra clara do domínio total da situação.
O percurso era escolhido ao jeito do local para onde íamos, pela forma mais rápida.
O homem conduzia, dava indicações com o braço esquerdo, falava ao telemovel e até mandou sms...! Único.
A dada altura, com o transito completamente parado numa grande avenida, com duplo traço contínuo, o nosso amigo Youness salta para a faixa contrária, bem de frente para quem vinha, dando ordem de desvio com o braço esquerdo aos carros que vinham, enquanto nós, bem obedientes, o seguíamos. Um luxo!
Visitamos os vários pontos de referencia de Fez, em que ele aproveitava os pontos de paragem do transito para, em espanhol, nos ir dando as indicações turísticas e históricas ( sim, históricas, leram bem...) dos locais por onde passávamos.
O homem era um verdadeiro guia.
Como em todas as cidades, ou mesmo vilas, marroquinas, as avenidas são dominantes.
Continuamos o nosso tour
até nos determos perante o esmagamento dum miradouro fabuloso sobre Fez.
Pena que o tempo chuvoso e sem sol nos tenha toldado tamanha vista.
Deve ter um pôr-do-sol assombroso.
Mais um argumento para um regresso...
Os meus companheiros seguiam à risca o combinado de não sair da mota...
mas eu tinha que registar a minha Vega neste cenário,
O Youness não se calava...e o Luís, pela cara, aguentava firme, já que foi ele que negociou o tour...
e foi com um sorriso lindo que abandonamos o miradouro
e prosseguimos o nosso tour
nem sempre pelos caminhos mais ortodoxos
Fazia parte do nosso acordo uma visita a uma fábrica de azulejos e olaria.
Ao chegarmos junto da fábrica a entrada estava bloqueada por um autocarro de turistas.
Imediatamente o nosso amigo Youness começou a barafustar com o motorista, que ele estava a trabalhar e que o autocarro não tinha nada que estar ali parado.
A discussão ainda durou uns minutos, até que o paciente motorista lá tirou o autocarro.
Nós assistíamos impávidos e serenos, sem perceber muito bem qual motivo de tanta exaltação, já que não faltava espaço para estacionarmos as motas.
O autocarro saiu e de imediato o amigo Youness começa a apontar para uma pequena porta, fazendo sinal para entrarmos com as motas...
O combinado era entrarmos na fábrica e ele não podia falhar. Simplesmente divinal!
Como não conseguíamos passar, ainda mandou abrir a outra folha da porta mas acabamos por ficar estacionados...no local onde estava o autocarro e lá fomos visitar a fabrica...a pé.
Isto é Marrocos no seu melhor!
Fizemos a nossa visita e as nossas compras
A hora do almoço tinha chegado e o Youness levou-nos ao "melhor" restaurante tipicamente marroquino, segundo ele, onde teríamos um talho para podermos escolher a carne e mandá-la cortar à nossa frente, como o Carlos queria.
Ao ser questionado sobre se tinha comissão...admitiu imediatamente que sim e respondeu prontamente - os vossos guias e motoristas não têm????. Claro que sim, respondemos.
Um profissional.
Chegados, fomos primeiro ao talho escolher a carne
e uns enchidos de "morango" como dizia a Paula
seguidamente fomos a outro vizinho grelhar a carne, sempre com o olhar atento do Youness.
Serviço personalizado.
e finalmente fomos almoçar a carne grelhada com salada.
No fim ficamos com a recordação dos nossos nomes escritos em árabe
Saímos de Fez pela N6, apanhamos a P5043 e a R504, onde saímos para P5411, a caminho do Tazekka National Park, onde estava o nosso hotel.
Entretanto o tempo começou a piorar e a fechar-se,
mas as paisagens não perdiam a beleza
ainda passamos por um "casal" em lua de mel...
até que a chuva veio mesmo.
Foi na sua companhia e do frio que chegamos a Bab Boudir e ao Tazekka Parc Hotel, já ao anoitecer.
e deixamos as meninas à chuva
Chegados ao hotel, deparamo-nos com um empregado que não nos entendia, a minha misturadora do banheiro estava montado ao contrário e a água não estava quente. Um pesadelo.
Mais tarde, chegaram os donos e a filha que pôs tudo a funcionar e nos preparou uma tagine das melhores que comemos, com ovo e tudo, para compensar tanto desassossego.
Lá fora a chuva fustigava e o frio apertava. O dia seguinte prometia.
Amanhã seguimos para Saídia.
Até breve.
________________________
Eduardo Ramos Pinto
* Andar de Mota é tatuar " LIBERDADE " em cada km, em cada curva...numa paixão de vida.*
Re: O Meu Zoom...de Marrocos, em 2014
Dia 12. Taza - Saídia
15.10.14
Felizmente que o temporal passou durante a noite e acordamos com um lindo dia de sol, apesar de muito frio.
O hotel estava situado num local magnífico que ontem à noite não tinha dado para ver.
Este parque nacional, a cerca de 30 km de Taza, pelo que vi, merece ser visitado com mais calma.
Com muito frio e sol, continuamos na P5411 até apanharmos a P5420, em direcção a Taza.
Em Taza tomamos o primeiro café do dia.
Eu que sou um dependente do café fiquei surpreendido com a qualidade, no geral, do café que bebemos.
Só mesmo no interior mais profundo é que temos dificuldade em beber um café expresso.
Na generalidade, encontramos pseudo-cafés, que têm máquina à vista só que, invariavelmente, não funciona e o que te trazem é um nescafé, bem batido e cheio de espuma.
e demos uma pequena volta pela cidade.
Em Taza apanhamos a N6 na direcção de Taourirt
Taourirt tem poucas atrações turísticas, apesar de ter sido uma das grandes cidades marroquinas e um ponto estratégico militar.
Em Al Aioun, saímos pela R607 onde já depois de Sidi Bouhria paramos para almoçar à saída de Tafoughalt.
Restaurante e talho era mesmo o que procurávamos.
O Luís coçava a cabeça sem saber o que escolher...
até que apareceu o mestre açougueiro e resolveu o problema, com a minha inspecção e, claro, as ordens do Carlos que foi o especialista de serviço em toda a viagem. Obrigado, Carlos pois saíste-te muito bem.
mais uma vez conseguimos fugir às Tagines que estavam alinhadas à nossa espera
finalmente o almoço... que se faz tarde.
O Carlos com a barriguinha cheia fica assim...com este ar feliz.
Continuamos na R607 até apanhar a N2 e chegar a Berkane
Berkane,
O nosso hotel era perto de Saídia, mais concretamente em Madagh.
Tratava-se duma pequena unidade hoteleira, bem simpática, no meio dum lindo laranjal - o Gite Karima.
Fomos até Saídia, cidade costeira e uma conhecida estância balnear.
Os aldeamentos de qualidade sucedem-se uns após os outros, numa mostra da força turística existente. Contudo, em abono da verdade, tenho de dizer que encontramos muitos condomínios completamente parados e mesmo abandonados, reflexo da crise que não esqueceu estas paragens.
Saídia é uma cidade simpática, bem ordenada e limpa, onde se pode passar uns bons dias de férias.
Paramos para tomar uns maravilhosos sumos de laranja que aqui em Marrocos não se podem desperdiçar
mas, o Luís e o Carlos estavam com o bichinho de irem ver como eram os ares argelinos e foram até à fronteira...que supostamente está fechada em todo o lado mas que na praia tem este aspecto
Já que estávamos junto ao mar fomos até Cap de L'eau jantar um peixinho
Amanhã seguimos para Al-Hoceima.
Até breve.
15.10.14
Felizmente que o temporal passou durante a noite e acordamos com um lindo dia de sol, apesar de muito frio.
O hotel estava situado num local magnífico que ontem à noite não tinha dado para ver.
Este parque nacional, a cerca de 30 km de Taza, pelo que vi, merece ser visitado com mais calma.
Com muito frio e sol, continuamos na P5411 até apanharmos a P5420, em direcção a Taza.
Em Taza tomamos o primeiro café do dia.
Eu que sou um dependente do café fiquei surpreendido com a qualidade, no geral, do café que bebemos.
Só mesmo no interior mais profundo é que temos dificuldade em beber um café expresso.
Na generalidade, encontramos pseudo-cafés, que têm máquina à vista só que, invariavelmente, não funciona e o que te trazem é um nescafé, bem batido e cheio de espuma.
e demos uma pequena volta pela cidade.
Em Taza apanhamos a N6 na direcção de Taourirt
Taourirt tem poucas atrações turísticas, apesar de ter sido uma das grandes cidades marroquinas e um ponto estratégico militar.
Em Al Aioun, saímos pela R607 onde já depois de Sidi Bouhria paramos para almoçar à saída de Tafoughalt.
Restaurante e talho era mesmo o que procurávamos.
O Luís coçava a cabeça sem saber o que escolher...
até que apareceu o mestre açougueiro e resolveu o problema, com a minha inspecção e, claro, as ordens do Carlos que foi o especialista de serviço em toda a viagem. Obrigado, Carlos pois saíste-te muito bem.
mais uma vez conseguimos fugir às Tagines que estavam alinhadas à nossa espera
finalmente o almoço... que se faz tarde.
O Carlos com a barriguinha cheia fica assim...com este ar feliz.
Continuamos na R607 até apanhar a N2 e chegar a Berkane
Berkane,
O nosso hotel era perto de Saídia, mais concretamente em Madagh.
Tratava-se duma pequena unidade hoteleira, bem simpática, no meio dum lindo laranjal - o Gite Karima.
Fomos até Saídia, cidade costeira e uma conhecida estância balnear.
Os aldeamentos de qualidade sucedem-se uns após os outros, numa mostra da força turística existente. Contudo, em abono da verdade, tenho de dizer que encontramos muitos condomínios completamente parados e mesmo abandonados, reflexo da crise que não esqueceu estas paragens.
Saídia é uma cidade simpática, bem ordenada e limpa, onde se pode passar uns bons dias de férias.
Paramos para tomar uns maravilhosos sumos de laranja que aqui em Marrocos não se podem desperdiçar
mas, o Luís e o Carlos estavam com o bichinho de irem ver como eram os ares argelinos e foram até à fronteira...que supostamente está fechada em todo o lado mas que na praia tem este aspecto
Já que estávamos junto ao mar fomos até Cap de L'eau jantar um peixinho
Amanhã seguimos para Al-Hoceima.
Até breve.
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Eduardo Ramos Pinto
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Re: O Meu Zoom...de Marrocos, em 2014
Já se sente o apelo do retorno... Não fosse existirem tantas outras tentações por esse mundo fora, não queria outra coisa...
Luís Azevedo- Ainda é motorato!
Re: O Meu Zoom...de Marrocos, em 2014
Dia 13. Saídia - Al-Hoceima
16.10.14
O nosso objectivo, nesta fase da viagem, era tentar fazer toda a costa mediterrânea até Tanger, o que se veio a revelar uma boa aposta já que esta costa se revelou, para mim, bem mais bonita que a atlântica.
Manhã cedo, pusemos-nos ao caminho...e os pastores também.
A venda de gasóleo à borda da estrada é um fenómeno característico neste país e desta zona, pois fartamo-nos de encontrar vendas destas ao longo da estrada.
Trata-se dum gasóleo de baixa qualidade, misturado com óleos de várias origens e para uso, no mínimo, duvidoso...
Fomos até Ras Kebdana, uma pequena mas simpática cidade portuária
onde tomamos um maravilhoso café.
Para a minha filha Sara aqui fica o registo...
com umas chávenas originais...fora de tudo o que tínhamos encontrado em Marrocos.
Prosseguimos pela Rocade Mediterrânica - N16, num passeio muito agradável onde já dava para ver que esta costa era bem diferente, para melhor, relativamente à maditerrânica.
Passamos em Nador, um centro piscatório importante, já bem perto do enclave espanhol - Melila.
Melila, esse espinho espanhol cravado em Marrocos, fonte de tanto problema para a UE, que fomos contornando pela P6209.
continuamos na bela P6209 até ao Cap de Trois Fourches, com um dia lindo e uma quietude que me embalou até onde a imaginação se perde.
Teria ficado, seguramente, bem mais tempo com os meus olhos perdidos nestas enseadas e nestes horizontes...
enquanto estávamos parados não resisti a registar este pormenor delicioso destes pares de "ferraduras"...
à medida que nos aproximávamos do Cap de Trois Fourches as paisagens ganhavam em beleza
O Cap de Trois Fourches
de onde se pode viver estas paisagens
enquanto eu e o Luís tínhamos ido até ao cimo viver estas maravilhas, a Paula fazia exercício para desentorpecer as pernas
e o Carlos fazia banhos de sol,
voltamos pela única estrada existente
onde o Luís foi interpelado por um "velho amigo", em plena estrada, a oferecer chá e bebidas.
Este Luís é conhecido em todo o lado...
com pena do homem lá seguimos estrada fora, deixando a P6209 para a P6200 e P6202 até apanharmos a N16.
ainda ouve tempo para uma pequena incursão por terras desconhecidas...para os lados de Dar El Kebdani
voltamos à N16 até ao nosso destino - o Hotel Al Hoceima Bay.
Após estacionar a minha Vega num parque privativo...
rapidamente nos desequipamos...e voltamos a equipar, para irmos até à praia.
Sim, sim, isto não é só andar de mota...e a boa vida nunca fez mal a ninguém.
a praia de areia escura é simpática e a água estava óptima.
Dela se podem ver as ilhas que os marroquinos disputam aos espanhóis e que estes não abandonam por dinheiro nenhum.
A disputa já teve mesmo uma ocupação por parte dos marroquinos que, posteriormente, tiveram que as abandonar.
a água estava mesmo boa e a máquina do Luís, à prova de água, é uma grande mais valia.
a época alta já fora e a praia estava deserta e o sol começava a pôr-se
ainda fomos até à piscina do hotel
e para o dia acabar em beleza jantamos no hotel num ambiente fantástico de amizade e companheirismo.
Amanhã seguimos para Ksar Es Sghir
Até breve
________________________
Eduardo Ramos Pinto
* Andar de Mota é tatuar " LIBERDADE " em cada km, em cada curva...numa paixão de vida.*
Re: O Meu Zoom...de Marrocos, em 2014
Sem duvida uma viagem de sonho assim como a reportagem.
Obrigado
Panzer Tank
Obrigado
Panzer Tank
Re: O Meu Zoom...de Marrocos, em 2014
Com esta reportagem, quem é que não quer lá ir
Luís Azevedo- Ainda é motorato!
Re: O Meu Zoom...de Marrocos, em 2014
Mais 1 M para o Ramos Pinto, sempre em alto nível ...
________________________
MY LIFE IS A HELL!!!
Elisio FJR- Já sai à rua a conduzir.
Re: O Meu Zoom...de Marrocos, em 2014
Dia 14 e15. Al-Hoceima - Ksar Es Sghir e Fim da viagem
17 e 18.10.14
O fim da viagem aproximava-se e quando partimos de manhã, levava comigo uma sensação de vazio muito grande por me despedir destas terras marroquinas que me tinham feito viver momentos tão lindos quanto únicos.
Este seria verdadeiramente o último dia a viajar em Marrocos e havia que aproveitá-lo.
Começamos o dia com uma pequena volta por Al Hoceima
Seguimps pela P5209 até apanharmos a N16, contornando o Al Hoceima National Park à nossa direita.
esta estrada até El Jebha faz gastar o botão da máquina fotográfica...
Ai, se a minha querida pendura estivesse comigo...esgotava o cartão rapidamente, estou certo.
El Jebha é uma simpática e pitoresca vila piscatória
que deixamos pela maravilhosa N16
até que chegou a hora do almoço, num restaurante já conhecido do Carlos e do Luís, onde tivemos a melhor refeição de peixe de toda a viagem. Muito bom peixe.
Fica na praia Azla e como não me lembro do nome aqui ficam as coordenadas (35 33' 12.9" N , 5 14' 38" W) para alguém que possa vir a aproveitar. Parem que vale a pena.
O Luís, nesta fase, talvez devido à fome, estava um pouco ameaçador
mas tudo se resolveu com a chegada do almoço.
despedimo-nos do almoço
Passamos por Tetouan
e seguimos sempre pela N16, junto à costa, numa zona recheada de praias e zonas turísticas, com grandes complexos hoteleiros.
Tudo muito bem arranjado e limpo, num contraste flagrante com a generalidade dos padrões marroquinos.
onde, contudo, se podem encontrar camelos a passear na praia
ou mesmo vacas a pastar, calmamente, nos jardins...
e há sempre alguém que nos capta quando procuramos tirar fotografias com métodos menos ortodoxos...
que também é captado
E chegamos a Ceuta, pela N13 mas voltando a apanhar a N16, que apresenta uma vista panorâmica bem bonita sobre mais este enclave espanhol em território marroquino.
"
O nosso registo para a posteridade
Passamos rapidamente pelo nosso hotel em Ksar es Sghir
e ainda demos um saltito a Tanger para jantar.
Voltamos a Ksar es Sghir para fazermos as despedidas já que no dia seguinte de manhã partíamos para Tanger Med que fica bem perto.
No dia seguinte lá tivemos que partir para Tanger Med, que se afigurou uma belíssima opção em detrimento de Tanger.
Já lá estava o "bocarras" à nossa espera, pelo que nos alinhamos a aguardar a ordem de embarque
A demora ainda foi grande e havia que descansar no sofá disponível...
Após alguma confusão com o nosso embarque e com os nossos papeis, finalmente embarcamos.
A travessia decorreu num ambiente próprio de fim de viagem em que alguma tristeza começava a minar o cansaço em cada um de nós
Os cansados...que rico colchão e melhor almofada,
os pensativos...porque raio nos temos que ir embora???
Fizemos um mini-balanço da nossa aventura numa assembleia animada
e chegados a terra, partimos por caminhos da nossa europa, com o pensamento de um dia voltarmos
Não posso e, acima de tudo, não quero, deixar de manifestar aos meus companheiros de viagem, o meu muito obrigado por me terem levado com eles nesta viagem que, estou certo, ficará na memória de todos.
Foram 15 dias dum companheirismo que nunca esquecerei, fazendo uma das coisas de que mais gostamos - Viajar de mota, num país que me surpreendeu pela positiva e que hoje me arrependo de ter adiado conhecer tantos anos.
Hoje, posso afirmar, que uma viagem destas é uma experiência imperdível e que todo o motard, caso possa, devia fazer.
Ficou em mim um desejo grande de voltar e poder viver e fotografar mais intensamente a linda Marrakech, a costa mediterrânea e as arrebatadoras montanhas do majestoso Atlas, sem esquecer a experiência do deserto que ficou por fazer.
Um dia volto.
Até sempre.
17 e 18.10.14
O fim da viagem aproximava-se e quando partimos de manhã, levava comigo uma sensação de vazio muito grande por me despedir destas terras marroquinas que me tinham feito viver momentos tão lindos quanto únicos.
Este seria verdadeiramente o último dia a viajar em Marrocos e havia que aproveitá-lo.
Começamos o dia com uma pequena volta por Al Hoceima
Seguimps pela P5209 até apanharmos a N16, contornando o Al Hoceima National Park à nossa direita.
esta estrada até El Jebha faz gastar o botão da máquina fotográfica...
Ai, se a minha querida pendura estivesse comigo...esgotava o cartão rapidamente, estou certo.
El Jebha é uma simpática e pitoresca vila piscatória
que deixamos pela maravilhosa N16
até que chegou a hora do almoço, num restaurante já conhecido do Carlos e do Luís, onde tivemos a melhor refeição de peixe de toda a viagem. Muito bom peixe.
Fica na praia Azla e como não me lembro do nome aqui ficam as coordenadas (35 33' 12.9" N , 5 14' 38" W) para alguém que possa vir a aproveitar. Parem que vale a pena.
O Luís, nesta fase, talvez devido à fome, estava um pouco ameaçador
mas tudo se resolveu com a chegada do almoço.
despedimo-nos do almoço
Passamos por Tetouan
e seguimos sempre pela N16, junto à costa, numa zona recheada de praias e zonas turísticas, com grandes complexos hoteleiros.
Tudo muito bem arranjado e limpo, num contraste flagrante com a generalidade dos padrões marroquinos.
onde, contudo, se podem encontrar camelos a passear na praia
ou mesmo vacas a pastar, calmamente, nos jardins...
e há sempre alguém que nos capta quando procuramos tirar fotografias com métodos menos ortodoxos...
que também é captado
E chegamos a Ceuta, pela N13 mas voltando a apanhar a N16, que apresenta uma vista panorâmica bem bonita sobre mais este enclave espanhol em território marroquino.
"
O nosso registo para a posteridade
Passamos rapidamente pelo nosso hotel em Ksar es Sghir
e ainda demos um saltito a Tanger para jantar.
Voltamos a Ksar es Sghir para fazermos as despedidas já que no dia seguinte de manhã partíamos para Tanger Med que fica bem perto.
No dia seguinte lá tivemos que partir para Tanger Med, que se afigurou uma belíssima opção em detrimento de Tanger.
Já lá estava o "bocarras" à nossa espera, pelo que nos alinhamos a aguardar a ordem de embarque
A demora ainda foi grande e havia que descansar no sofá disponível...
Após alguma confusão com o nosso embarque e com os nossos papeis, finalmente embarcamos.
A travessia decorreu num ambiente próprio de fim de viagem em que alguma tristeza começava a minar o cansaço em cada um de nós
Os cansados...que rico colchão e melhor almofada,
os pensativos...porque raio nos temos que ir embora???
Fizemos um mini-balanço da nossa aventura numa assembleia animada
e chegados a terra, partimos por caminhos da nossa europa, com o pensamento de um dia voltarmos
Não posso e, acima de tudo, não quero, deixar de manifestar aos meus companheiros de viagem, o meu muito obrigado por me terem levado com eles nesta viagem que, estou certo, ficará na memória de todos.
Foram 15 dias dum companheirismo que nunca esquecerei, fazendo uma das coisas de que mais gostamos - Viajar de mota, num país que me surpreendeu pela positiva e que hoje me arrependo de ter adiado conhecer tantos anos.
Hoje, posso afirmar, que uma viagem destas é uma experiência imperdível e que todo o motard, caso possa, devia fazer.
Ficou em mim um desejo grande de voltar e poder viver e fotografar mais intensamente a linda Marrakech, a costa mediterrânea e as arrebatadoras montanhas do majestoso Atlas, sem esquecer a experiência do deserto que ficou por fazer.
Um dia volto.
Até sempre.
Última edição por Ramos Pinto em Seg Dez 08 2014, 14:09, editado 1 vez(es)
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Eduardo Ramos Pinto
* Andar de Mota é tatuar " LIBERDADE " em cada km, em cada curva...numa paixão de vida.*
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