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Brasil - Rota das Fronteiras / Uma Saga pela Amazônia
+4
luisfilipe
Carlos Balio
Rico Sousa
Saulo wds
8 participantes
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Re: Brasil - Rota das Fronteiras / Uma Saga pela Amazônia
Boa aventura sem duvida, que venha mais, estamos a espera.
luisfilipe- Zero à esquerda
Re: Brasil - Rota das Fronteiras / Uma Saga pela Amazônia
Luis Felipe, Muito obrigado!! Sim tem mais, bora lá.
Saulo wds- Zero à direita
Re: Brasil - Rota das Fronteiras / Uma Saga pela Amazônia
saulo wds escreveu:Petrel escreveu:Parabéns pela conquista amigo Saulo, um verdadeiro documentário das nossas fronteiras..
Muito obrigado pelas palavras.
Realmente tenho um acervo muito grande de fotos e experiencias vividas nas fronteiras do Norte ao Sul do Brasil.
Era apenas uma curiosidade minha que foi surpreendidas mil vezes acima das expectativas...
Alguns amigos me perguntam, o que pretende fazer com este material?
Sera que querem mais do que as belíssimas lembranças de quem, somente esteve lá, poderá se lembrar?
Muito do que vi, jamais conseguirei expressar em palavras, porem estarão lá na memoria para sempre!
Se você tem a coragem de deixar para trás tudo que lhe é familiar e confortável (pode ser qualquer coisa, desde a sua casa aos seus antigos ressentimentos) e embarcar numa
jornada em busca da verdade (interna ou externa), e se você tem mesmo a vontade de considerar tudo que acontece nessa jornada como uma pista, e se você aceitar cada um
que encontre no caminho como mestre, e se estiver preparado, acima de tudo, para encarar (e perdoar) algumas realidades bem difíceis sobre você mesmo... então a verdade não lhe será negada.
Elizabeth Gilbert
Saulo wds- Zero à direita
Re: Brasil - Rota das Fronteiras / Uma Saga pela Amazônia
mywbarreto escreveu:Saulo, li todo seu relato e que viagem espetacular!
Parabéns! Me inspirou de mais e fiquei muito feliz em saber q temos muitos motociclistas dispostos aqui!
Algumas dúvidas...
Como foi o barco que ficou 5 dias para chegar em Manaus?
De SP até Manaus são muitos trechos de barcos (longos) ou não?
Como foi a questão do calor, que roupa usou?
E os custo de hospedagem e alimentação são caros para esta região, tem uma média + ou - ?
Desculpe as várias perguntas kkk
E novamente parabéns pela rota das fronteiras!
Obrigado pelo elogio a viagem, realmente foi espetacular!
Viajar pelo Brasil é uma verdadeira inspiração, e em se tratando da região norte alem de inspiração, coloque ai também,"transpiração".
Sabe porque? é muito calor, porem não é só do calor da temperatura que eu digo, aquele burburinho da Amazônia não me sai da cabeça, especialmente o dos portos de toda a Amazônia.
Vamos lá as questões.
Como foi o barco que ficou 5 dias para chegar em Manaus?
Devo ter relatado em algum lugar que este trecho de barco entre Porto Velho e Manaus foi o momento mais tenso de todas viagens que já fiz.
A ambição dos donos dos barcos na Amazônia é desmedida e incomparável ao que acontece no restante do país. vou citar como exemplo no que se refere ao transporte de cargas, não seguem nenhuma norma de segurança eu pude constatar pessoalmente a fiscalização da Marinha, ficou evidente que houve compra de facilidades para que aquele barco pudesse partir. "Sem entrar em méritos". O que era para ser apenas uma aventura beirou os limites do pânico, por sorte a tripulação apesar de não dar a minima para passageiros, são experientes.
Esta travessia pelo rio Madeira Porto Velho / Manaus geralmente é feita no máximo em quatro dias, rio a baixo, a favor da correnteza como é o caso, e seis dias rio acima Manaus / Porto Velho. No meu caso rio abaixo, devido a excesso de peso na embarcação foram 5 dias e meio para descer o rio.
Valor da passagem é negociável, inicialmente me pediram 750,00 reais para passagem da Moto, e minha como passageiro, depois diminuíram para 550,00 reais por fim acabei pagando 450,00 incluso alimentação.
Tirando as dificuldades de navegação causada pelo excesso de peso, a viagem é fantástica, descer o rio Madeira não é fácil, principalmente em época de seca, muitos bancos de areia e bacos encalhados, e pior são as corredeiras formadas pelas pedras do fundo do rio "em alguns trechos" amostra devido a seca, mesmo assim vale a pena no tocante a conhecer toda aquela cultura ribeirinha, desconhecida do restante do país.
De SP até Manaus são muitos trechos de barcos (longos) ou não?
De São Paulo a Manaus a cinco formas de se chegar,
Primeiro: de avião, São Paulo / Manaus
Segundo: subindo o rio Amazonas partindo de Belém, rio acima sete dias de barco,
Terceiro: Subindo o Amazonas partindo de Santarém, rio acima quatro dias de barco.
Quarto: Descendo o Madeira Porto Velho / Manaus , quatro dias de barco
Quinto: Por terra, através da BR 319, " Se correr tudo bem, dois dias de viagem de Moto" inclusive todo meu planejamento foi para ser feito subindo a 319, porem ao chegar em Porto Velho nos dias anteriores choveu a semana toda initeruptamente, então concluí que por viajar solo, melhor seria adiar aquela possibilidade, aja visto todas dificuldades para pilotos experientes, e barro e lama não fazem parte do meu curriculum para serem postas a prova tão longe de casa. .
Como foi a questão do calor, que roupa usou?
Jaquetas de couro, calças e jaquetas de cordura, esqueça estas roupas, na Amazônia o calor e a umidade é desconsertante, prefira roupas leves,camisetas de manga longa. eu preferi assim...minhas roupas de cordura só ocuparam espaço nos baús. posso te garantir que é mais seguro assim que sofrer uma desidratação causada pela transpiração excessiva.
E os custo de hospedagem e alimentação são caros para esta região, tem uma média + ou - ?
Eu planejei custos de 150, 00 reais ao dia com alimentação e hospedagens, na maioria dos lugares estes custos foram menores que 100, 00 reais dia, porem alumas cidades são muio caras, por ex: a cidade e Cruzeiro Do Sul "a mais cara e todas" no extremo do Acre, Manaus, Porto Velho, paguei diárias acima de 120,00 reais nestas cidades, até compreensível devido ao fato da distancia e de nenhuma delas ter feito reservas com antecedência. Algumas cidades exclusivamente turísticas, tais como Presidente Figueredo - AM e Alter do Chão - PA, valem cada centavo pedido, mesmo assim não é caro, não economize lá!
Valor do Combustível?
O valor mais caro pago por mim num litro de gasolina em postos oficiais da Amazônia foi de 3,99 .
Uma curiosidade interessante me aconteceu em Roraima, imaginei que fosse lá que eu pagaria mais caro por um litro de combustível, não foi.
Outra curiosidade de Roraima é que não há postos de gasolina nas cidades ao norte da capital, sabem porque? conclui que pela proximidade com a fronteira Venezuelana não é viável concorrer com o contrabando de gasolina vindo da Venezuela, todos fazem contrabando e vendem gasolina contrabandeada, inclusive os índios, então a dica que eu deixo é, não procurem postos de combustível no norte de Roraima, principalmente porque não há, vá aos povoados e pergunte que sempre lhe indicarão quem lhe venderá, e o melhor, preços bem abaixo do oficial entre 1,20, e 1,50 por litro da gasolina contrabandeada.
Espero ter respondido algumas das questões, estou a disposição.
Mais uma vez, muito obrigado as palavras dedicada a mim!
Saulo wds- Zero à direita
Re: Brasil - Rota das Fronteiras / Uma Saga pela Amazônia
Rota das Fronteiras
Navegando pelos rios da Amazônia.
Rio Amazonas - Macapá / Belém.
Três dias Subindo o Amazonas partindo do porto de Santana - AP ao Porto de Belém - PA
Navegando pelos rios da Amazônia.
Rio Amazonas - Macapá / Belém.
Três dias Subindo o Amazonas partindo do porto de Santana - AP ao Porto de Belém - PA
Saulo wds- Zero à direita
Re: Brasil - Rota das Fronteiras / Uma Saga pela Amazônia
Rota das Fronteiras
Rio Amazonas - Santarém / Santana - AP
Três dias descendo o Amazonas em direção a sua foz em Macapá
Rio Amazonas - Santarém / Santana - AP
Três dias descendo o Amazonas em direção a sua foz em Macapá
Saulo wds- Zero à direita
Re: Brasil - Rota das Fronteiras / Uma Saga pela Amazônia
Rota das Fronteiras
Manaus - AM / Santarém - PA
Três dias descendo o Amazonas e Solimões
Manaus - AM / Santarém - PA
Três dias descendo o Amazonas e Solimões
Saulo wds- Zero à direita
Re: Brasil - Rota das Fronteiras / Uma Saga pela Amazônia
Rotas das Fronteiras
Porto Velho / Manaus
Cinco dias subindo o Madeira.
Porto Velho / Manaus
Cinco dias subindo o Madeira.
Saulo wds- Zero à direita
Re: Brasil - Rota das Fronteiras / Uma Saga pela Amazônia
mywbarreto escreveu:Saulo, show de bola!!!!!!!
Muito doido, confesso que ainda fico com medo dos barcos kkk
Não tenho medo de afundar mas sim de derrubar a moto no rio quando for entrar ou sair!
Aquela foto sua tirando a moto do barco por uma tábua só eu entraria em pânico hahahaha
Muitíssimo obrigado pela explicação! amanhã vou mostrar pra minha esposa e ver novamente, dai deixo outro comentário aqui possivelmente com outras perguntas hahaha
Abs e obrigado!!!
Muito doido mesmo!!!
A grande aventura acontece na hora de embarcar e desembarcar Motos.
Você transpira só de pensar como vai ser a doca quando chegar no porto.
Deixa eu te contar, na verdade o embarque e desembarque é responsabilidade dos tripulantes das embarcações, ou até mesmo dos portuários oficiais, acontece que eles fazem corpo Mole, principalmente quando se trata de Moto, eles querem ganhar o deles por fora, te dizem assim quando chega no porto, o inicio do desembarque para veículos acontece somente no outro dia, a não ser que você pague para eles adiantarem o desembarque, ai então acaba rolando uma negociação de valor que geralmente inicia em 100,00 reais por se tratar de BMW, mas geralmente 20,00 reais acaba sendo o suficiente. sem contar que todo porto na Amazônia cobram taxa de embarque e desembarque que varia entre 20,00 a 50,00 reais. e as condições do porto geralmente são estas que viu nas fotos.
Só para dar um pouco mais de emoção, saiba que aquela foto desembarcando a Moto naquelas tabuas foi no maior porto da Amazônia o de Manaus, imagine o que acontece nos portos do interior, tão tenso que não tive a oportunidade de fotografar ou filmar porque estava lá ajudando no desembarque.
Saulo wds- Zero à direita
Re: Brasil - Rota das Fronteiras / Uma Saga pela Amazônia
Rota das Fronteiras
Rostos na Amazônia
O que realmente vale a pena nas viagens de barco, balsa ou navio pela amazônia são o encontro com pessoas, passar quatro ou cinco dias convivendo com pessoas das mais diversas regiões da Amazônia, do Brasil e do Mundo é uma verdadeiro choque de encontros de cultura, todos comendo da mesma comida, tomando da mesma água, usando dos mesmos banheiros e o que cada um tem de diferente são as histórias que cada um tem.
Só de rever estes rostos sinto saudades de pessoas que provavelmente jamais retornarei a vê-las, porem estarão para sempre nas lembranças deste viajante.
Rostos na Amazônia
O que realmente vale a pena nas viagens de barco, balsa ou navio pela amazônia são o encontro com pessoas, passar quatro ou cinco dias convivendo com pessoas das mais diversas regiões da Amazônia, do Brasil e do Mundo é uma verdadeiro choque de encontros de cultura, todos comendo da mesma comida, tomando da mesma água, usando dos mesmos banheiros e o que cada um tem de diferente são as histórias que cada um tem.
Só de rever estes rostos sinto saudades de pessoas que provavelmente jamais retornarei a vê-las, porem estarão para sempre nas lembranças deste viajante.
Saulo wds- Zero à direita
Re: Brasil - Rota das Fronteiras / Uma Saga pela Amazônia
Rota das Fronteiras
Serra do Divisor o Ponto mais Ocidental do Brasil
Acredito ter sido um dos poucos Motociclista a ter rodado o mais longe possível em direção ao extremo ocidental do Brasil. Depois de ter chegado em Mâncio Lima Município mais ocidental do Brasil, mesmo sabendo não haver uma Aduana oficial na fronteira com o Peru rumei em direção a Rio Azul em busca da Fronteira mais ocidental e assim foi que conquistei a mais difícil Fronteira para um Motociclista chegar rodando com a Moto rumo a Serra do Divisor, o Peru estava a uma passo, logo ali onde a língua portuguesa chega mais longe para dentro das Américas.
A BR 364 ainda hoje é o único acesso por terra ao extremo ocidental do Acre, acontece que a natureza as vezes não concorda com as vontades dos homens eu vi ali com os meus olhos a grande insistência na velha rinha entre a natureza e o homem, na época das cheias alguns trechos da BR 364 chegam a ficar oito meses interditada encoberta pelas águas das cheias dos rios Amazônicos e os quatro meses seguintes o homem tenta reconstruir tudo novamente; Para meus olhos leigos, uma luta cruel e a natureza venceria fácil, porem o homem é "Racional" e em nome do progresso continua sua marcha rasgando passo a passo floresta adentro em direção ao extremo ocidental, e se olharmos o Mapa veremos a estrada como uma grande Serpente. A margem da BR pelos 800 km que me separa da capital Rio Branco a Serra do Divisor, ainda pelo persistente asfalto vejo passar grandes cidades, tais como, Sena Madureira, Feijó, Tarauacá, Rodrigues Alves, Cruzeiro do Sul e por fim Mâncio Lima, a partir daqui a BR 364 segue sem asfalto, e te garanto que mesmo sem pavimentação é muito melhor de rodar e muito menos perigosa que nos trechos em que o asfalto persiste. E assim, dois dias depois de partir de Rio Branco, chego a Margem do Rio Juruá e enquanto aguardo minha vez para atravessar o rio pela balsa, penso comigo, falta pouco mais que uma centena de quilômetro para atingir uma das metas mais ambiciosas da Rota das Fronteiras e com este pensamento, chego onde acredito nenhum outro Motociclista não Amazônico tenha chegado rodando com uma Moto, a Serra do Divisor. O verdadeiro Extremo Ocidental do Brasil.
O Acre é conhecido por ser o estado de menor população demográfica, constatei isso pessoalmente nos oitocentos quilômetros
que separa esta região da capital e a não ser nas poucas cidades que passei quase não vi pessoas morando e sequer passando
pelo lugar, quando via um casebre, parava e fotografava e imaginava, como podem viver assim tão longe do nada?
Travessia de balso no rio Juruá
Serra do Divisor o Ponto mais Ocidental do Brasil
Acredito ter sido um dos poucos Motociclista a ter rodado o mais longe possível em direção ao extremo ocidental do Brasil. Depois de ter chegado em Mâncio Lima Município mais ocidental do Brasil, mesmo sabendo não haver uma Aduana oficial na fronteira com o Peru rumei em direção a Rio Azul em busca da Fronteira mais ocidental e assim foi que conquistei a mais difícil Fronteira para um Motociclista chegar rodando com a Moto rumo a Serra do Divisor, o Peru estava a uma passo, logo ali onde a língua portuguesa chega mais longe para dentro das Américas.
A BR 364 ainda hoje é o único acesso por terra ao extremo ocidental do Acre, acontece que a natureza as vezes não concorda com as vontades dos homens eu vi ali com os meus olhos a grande insistência na velha rinha entre a natureza e o homem, na época das cheias alguns trechos da BR 364 chegam a ficar oito meses interditada encoberta pelas águas das cheias dos rios Amazônicos e os quatro meses seguintes o homem tenta reconstruir tudo novamente; Para meus olhos leigos, uma luta cruel e a natureza venceria fácil, porem o homem é "Racional" e em nome do progresso continua sua marcha rasgando passo a passo floresta adentro em direção ao extremo ocidental, e se olharmos o Mapa veremos a estrada como uma grande Serpente. A margem da BR pelos 800 km que me separa da capital Rio Branco a Serra do Divisor, ainda pelo persistente asfalto vejo passar grandes cidades, tais como, Sena Madureira, Feijó, Tarauacá, Rodrigues Alves, Cruzeiro do Sul e por fim Mâncio Lima, a partir daqui a BR 364 segue sem asfalto, e te garanto que mesmo sem pavimentação é muito melhor de rodar e muito menos perigosa que nos trechos em que o asfalto persiste. E assim, dois dias depois de partir de Rio Branco, chego a Margem do Rio Juruá e enquanto aguardo minha vez para atravessar o rio pela balsa, penso comigo, falta pouco mais que uma centena de quilômetro para atingir uma das metas mais ambiciosas da Rota das Fronteiras e com este pensamento, chego onde acredito nenhum outro Motociclista não Amazônico tenha chegado rodando com uma Moto, a Serra do Divisor. O verdadeiro Extremo Ocidental do Brasil.
O Acre é conhecido por ser o estado de menor população demográfica, constatei isso pessoalmente nos oitocentos quilômetros
que separa esta região da capital e a não ser nas poucas cidades que passei quase não vi pessoas morando e sequer passando
pelo lugar, quando via um casebre, parava e fotografava e imaginava, como podem viver assim tão longe do nada?
Travessia de balso no rio Juruá
Saulo wds- Zero à direita
Re: Brasil - Rota das Fronteiras / Uma Saga pela Amazônia
TOP!!!
Saulo wds ganhou 1 M
Saulo wds ganhou 1 M
________________________
MY LIFE IS A HELL!!!
Elisio FJR- Já sai à rua a conduzir.
Re: Brasil - Rota das Fronteiras / Uma Saga pela Amazônia
Muitos parabéns pela odisseia
Saulo com este relato ainda vais conseguir que alguns portugas se ponham a caminho e fazer-te companhia em algumas passeatas.
Paisagens deslumbrantes
Muito obrigado pela partilha digna de
Já agora... podes continuar o relato desta saga...
Saulo com este relato ainda vais conseguir que alguns portugas se ponham a caminho e fazer-te companhia em algumas passeatas.
Paisagens deslumbrantes
Muito obrigado pela partilha digna de
Já agora... podes continuar o relato desta saga...
Carlos Balio- Já sai à rua a conduzir.
Re: Brasil - Rota das Fronteiras / Uma Saga pela Amazônia
Carlos Balio escreveu:Muitos parabéns pela odisseia
Saulo com este relato ainda vais conseguir que alguns portugas se ponham a caminho e fazer-te companhia em algumas passeatas.
Paisagens deslumbrantes
Muito obrigado pela partilha digna de
Já agora... podes continuar o relato desta saga...
Seria uma honra que alguns portugueses viessem rodar por estas regiões do do Brasil.
Quando vierem vou chamar esta Trip de "Redescobrindo o Brasil" O que acha?
A melhor parte do relato ainda esta por vir, ficarei honrado se puder acompanhar.
Elisio FJR escreveu:TOP!!!
Saulo wds ganhou 1 M
Obrigado meu amigo! se puder acompanhe que tem muito mais.
Saulo wds- Zero à direita
Re: Brasil - Rota das Fronteiras / Uma Saga pela Amazônia
Rotas das Fronteiras
Latitude Zero no meio do Mundo - Marco da Linha do Equador da BR 174
Eu que já cruzei tantas Fronteiras não imaginei que fosse ficar assim tão emocionado em estar aqui.
Talvez o motivo tenha sido aquele momento que em segundos fazemos uma auto introspecção,
ao atravessar aquela linha imaginaria não contive os pensamentos e viajei vida adentro,
naquele lapso de instante um momento análogo de toda uma vida,
me dei conta que a revolução que acontece em mim, nada mais é,
que a imaginaria linha tênue de alguém que já viveu metade de suas manhãs,
e ao meio dia da vida, passa a viver a grande expectativa das tardes.
A meio da BR 174, a única estrada que liga as capitais dos estados do Amazonas e Roraima, respetivamente Manaus e Boa Vista, passa a linha imaginária do Equador, exatamente aqui ergueu-se o Monumento em homenagem a linha imaginaria que divide o hemisfério Norte setentrional do Sul meridional. alguns chamam este Monumento do Marco Zero, outros de Latitude Zero eu chamo de Meio do Mundo, portanto me orgulho de ter chegado lá " No meio do Mundo". rodando em cima de minha Moto.
Latitude Zero no meio do Mundo - Marco da Linha do Equador da BR 174
Eu que já cruzei tantas Fronteiras não imaginei que fosse ficar assim tão emocionado em estar aqui.
Talvez o motivo tenha sido aquele momento que em segundos fazemos uma auto introspecção,
ao atravessar aquela linha imaginaria não contive os pensamentos e viajei vida adentro,
naquele lapso de instante um momento análogo de toda uma vida,
me dei conta que a revolução que acontece em mim, nada mais é,
que a imaginaria linha tênue de alguém que já viveu metade de suas manhãs,
e ao meio dia da vida, passa a viver a grande expectativa das tardes.
A meio da BR 174, a única estrada que liga as capitais dos estados do Amazonas e Roraima, respetivamente Manaus e Boa Vista, passa a linha imaginária do Equador, exatamente aqui ergueu-se o Monumento em homenagem a linha imaginaria que divide o hemisfério Norte setentrional do Sul meridional. alguns chamam este Monumento do Marco Zero, outros de Latitude Zero eu chamo de Meio do Mundo, portanto me orgulho de ter chegado lá " No meio do Mundo". rodando em cima de minha Moto.
Saulo wds- Zero à direita
Re: Brasil - Rota das Fronteiras / Uma Saga pela Amazônia
Rota das Fronteiras
Lenda de Macunaíma
" Desde criança sempre fui um leitor voraz de todas as lendas e livros que tratavam das lendas de Macunaima.
Agora ao passar dentro das terras de onde nasceu a lenda , onde de fato Macunaima viveu,
já não percebo se ainda piloto minha Moto, não sei mais se sou o Motociclista que um dia sonhou em estar a aqui,
ou se nada mais é continuação do sonho, apenas sei e me sinto personagem da lenda"
Quando o Sol subia no horizonte, a lua já descia para se pôr. E vice-versa. Por milhões e milhões de anos foi assim. Até que um dia, a natureza preparou um eclipse para que os dois se encontrassem finalmente. O plano deu certo. A Lua e o Sol se cruzaram no céu. As franjas de luz do sol ao redor da lua se espelharam nas águas do lago cristalino da montanha e fecundaram suas águas fazendo nascer Macunaíma, o alegre curumim do Monte Roraima.
Com o passar do tempo, Macunaíma cresceu e se transformou num guerreiro entre os índios Macuxi. Bem próximo do Monte Roraima havia uma árvore chamada de “Árvore de Todos os Frutos” porque dela brotavam ao mesmo tempo bananas, abacaxis, tucumãs, açaís e todas as outras deliciosas frutas que existem. Apenas Macunaíma tinha autoridade para colher as frutas e dividi-las entre os seus de forma igualitária.
Mas nem tudo poderia ser tão perfeito. Passadas algumas luas, a ambição e a inveja tomariam conta de alguns corações na tribo. Alguns índios mais afoitos subiram na árvore, derrubaram-lhe todos os frutos e quebraram vários galhos para plantar e fazer nascer mais árvores iguais àquela.
A grande “Árvore de Todos os Frutos” morreu e Macunaíma teve de castigar os culpados. O herói lançou fogo sobre toda a floresta e fez com que as árvores virassem pedra. A tribo entrou em caos e seus habitantes tiveram que fugir. Conta-se que, até hoje, o espírito de Macunaíma vive no Monte Roraima a chorar pela morte da “Árvore de todos os frutos”.
Lenda de Macunaíma
" Desde criança sempre fui um leitor voraz de todas as lendas e livros que tratavam das lendas de Macunaima.
Agora ao passar dentro das terras de onde nasceu a lenda , onde de fato Macunaima viveu,
já não percebo se ainda piloto minha Moto, não sei mais se sou o Motociclista que um dia sonhou em estar a aqui,
ou se nada mais é continuação do sonho, apenas sei e me sinto personagem da lenda"
Quando o Sol subia no horizonte, a lua já descia para se pôr. E vice-versa. Por milhões e milhões de anos foi assim. Até que um dia, a natureza preparou um eclipse para que os dois se encontrassem finalmente. O plano deu certo. A Lua e o Sol se cruzaram no céu. As franjas de luz do sol ao redor da lua se espelharam nas águas do lago cristalino da montanha e fecundaram suas águas fazendo nascer Macunaíma, o alegre curumim do Monte Roraima.
Com o passar do tempo, Macunaíma cresceu e se transformou num guerreiro entre os índios Macuxi. Bem próximo do Monte Roraima havia uma árvore chamada de “Árvore de Todos os Frutos” porque dela brotavam ao mesmo tempo bananas, abacaxis, tucumãs, açaís e todas as outras deliciosas frutas que existem. Apenas Macunaíma tinha autoridade para colher as frutas e dividi-las entre os seus de forma igualitária.
Mas nem tudo poderia ser tão perfeito. Passadas algumas luas, a ambição e a inveja tomariam conta de alguns corações na tribo. Alguns índios mais afoitos subiram na árvore, derrubaram-lhe todos os frutos e quebraram vários galhos para plantar e fazer nascer mais árvores iguais àquela.
A grande “Árvore de Todos os Frutos” morreu e Macunaíma teve de castigar os culpados. O herói lançou fogo sobre toda a floresta e fez com que as árvores virassem pedra. A tribo entrou em caos e seus habitantes tiveram que fugir. Conta-se que, até hoje, o espírito de Macunaíma vive no Monte Roraima a chorar pela morte da “Árvore de todos os frutos”.
Saulo wds- Zero à direita
Re: Brasil - Rota das Fronteiras / Uma Saga pela Amazônia
Rota das Fronteiras
Uiramutã - A cidade mais Setentrional do Brasil
Uiramutã, localizado na região da Raposa Serra do Sol - Roraima, fronteira com Venezuela e Guiana,
o município é o mais setentrional do Brasil.
Me lembro como se ainda fosse hoje, minha primeira grande viagem sobre uma Moto foi para um dos extremos do Brasil, há quase 20 anos atras estive no Chui - RS, e depois daquela vez estive outras vezes no Chui, porem há dois anos estive percorrendo por toda vastidão dos 250 km da praia do Cassino e quando cheguei novamente no Extremo sul do país " pensei comigo" poxa como foi bacana chegar aqui, imaginem a felicidade que me tomava em estar novamente no extremo sul do Brasil?
Acontece que a cabeça deste Motociclista não para, então pensei, Já pensou se eu tivesse a oportunidade de rodar por todos os outros Extremos das Fronteiras desse país? nem dei muita atenção para o pensamento, porem não custava nada sonhar, então sonhei! Não custa nada? Pois é, só que quando você sonha passa a querer realizar...E não é que eu realizei!!
Rodei por todos os Cinco Extremos do Brasil, todos sabem quais são? São eles o Chui no RS, Mâncio Lima - Acre, Pontal dos Seixas - PB - Oiapoque - AM e finalmente o extremo do extremo o "Uiaramutã- RR" e é dele que eu que eu passo a contar como foi Estar Lá.
Em primeiro lugar deixa eu contar. Uiramutã não é um lugar desses que o cara fala assim vou lá e vai, principalmente se este cara não for de Roraima e muito menos ainda se o caboclo não for da região Amazônica e se for um Motociclista do Sul ou Sudeste ai então meu caro, é quase impossível querer Ir Lá. se tiver duvidas da lonjura, de uma olhadinha no mapa.
Quando já quase chegando em Uiramutã encontrei a unica placa de sinalização que indentificava que aquele lugar realmente existia confesso que tremi, e ali no topo do Caburaí, me dei conta mais uma vez que quando alguém sonha com o verdadeiro desejo de realizar não tem o que segure, prova disso é que eu estava ali a poucos km de realizar um sonho. E feliz ainda vivendo o sonho meus pensamentos se elevam em agradecimentos e como se fosse num filme mentalmente não parava de visualizar todos os caminhos que eu acabara de passar e que trouxeram até aqui.
Assim cheguei e Uiramutã o lugar mais setentrional do Brasil, porem a missão ainda não estava cumprida depois de uma longa noite de descanso no dia seguinte me sentia preparado para prestar aquela homenagem que eu havia prometido a mim mesmo que iria prestar a um velho amigo que já se foi e aquela homenagem só poderia ser feita num único lugar e este lugar é o que considero o Extremo de onde um Motociclista poderia querer e conseguir chegar rodando com a Moto no Brasil a foz do rio Ailã com o rio Maú na Fronteira com a Guiana. Esta homenagem é a você meu velho amigo Atobá!!
Rio Maú Extremo Norte do Brasil Fronteira com a Guiana,
tudo que há deste lado da margem é o que chamo de meu país.
Aqui, tendo as margens do rio Ailã como testemunhas presto minhas homenagens a você meu amigo se não tivesse sido por sua insistência jamais eu teria chegado aqui. Atobá meu amigo eu sei que o céu anda muito mais feliz depois da sua chegada por ai, assim como sei que mesmo longe você nos acompanha por estes caminhos de terra da nossa terra, foram varias as vezes que eu senti tua presença pilotando tua Moto lado a lado da minha e nesses milhares de quilômetros que me trouxeram aqui, sua presença foi constante. Muito obrigado meu amigo com tua luz iluminando o caminho não tinha como eu não conseguir chegar.
Uiramutã - A cidade mais Setentrional do Brasil
Uiramutã, localizado na região da Raposa Serra do Sol - Roraima, fronteira com Venezuela e Guiana,
o município é o mais setentrional do Brasil.
Me lembro como se ainda fosse hoje, minha primeira grande viagem sobre uma Moto foi para um dos extremos do Brasil, há quase 20 anos atras estive no Chui - RS, e depois daquela vez estive outras vezes no Chui, porem há dois anos estive percorrendo por toda vastidão dos 250 km da praia do Cassino e quando cheguei novamente no Extremo sul do país " pensei comigo" poxa como foi bacana chegar aqui, imaginem a felicidade que me tomava em estar novamente no extremo sul do Brasil?
Acontece que a cabeça deste Motociclista não para, então pensei, Já pensou se eu tivesse a oportunidade de rodar por todos os outros Extremos das Fronteiras desse país? nem dei muita atenção para o pensamento, porem não custava nada sonhar, então sonhei! Não custa nada? Pois é, só que quando você sonha passa a querer realizar...E não é que eu realizei!!
Rodei por todos os Cinco Extremos do Brasil, todos sabem quais são? São eles o Chui no RS, Mâncio Lima - Acre, Pontal dos Seixas - PB - Oiapoque - AM e finalmente o extremo do extremo o "Uiaramutã- RR" e é dele que eu que eu passo a contar como foi Estar Lá.
Em primeiro lugar deixa eu contar. Uiramutã não é um lugar desses que o cara fala assim vou lá e vai, principalmente se este cara não for de Roraima e muito menos ainda se o caboclo não for da região Amazônica e se for um Motociclista do Sul ou Sudeste ai então meu caro, é quase impossível querer Ir Lá. se tiver duvidas da lonjura, de uma olhadinha no mapa.
Quando já quase chegando em Uiramutã encontrei a unica placa de sinalização que indentificava que aquele lugar realmente existia confesso que tremi, e ali no topo do Caburaí, me dei conta mais uma vez que quando alguém sonha com o verdadeiro desejo de realizar não tem o que segure, prova disso é que eu estava ali a poucos km de realizar um sonho. E feliz ainda vivendo o sonho meus pensamentos se elevam em agradecimentos e como se fosse num filme mentalmente não parava de visualizar todos os caminhos que eu acabara de passar e que trouxeram até aqui.
Assim cheguei e Uiramutã o lugar mais setentrional do Brasil, porem a missão ainda não estava cumprida depois de uma longa noite de descanso no dia seguinte me sentia preparado para prestar aquela homenagem que eu havia prometido a mim mesmo que iria prestar a um velho amigo que já se foi e aquela homenagem só poderia ser feita num único lugar e este lugar é o que considero o Extremo de onde um Motociclista poderia querer e conseguir chegar rodando com a Moto no Brasil a foz do rio Ailã com o rio Maú na Fronteira com a Guiana. Esta homenagem é a você meu velho amigo Atobá!!
Rio Maú Extremo Norte do Brasil Fronteira com a Guiana,
tudo que há deste lado da margem é o que chamo de meu país.
Aqui, tendo as margens do rio Ailã como testemunhas presto minhas homenagens a você meu amigo se não tivesse sido por sua insistência jamais eu teria chegado aqui. Atobá meu amigo eu sei que o céu anda muito mais feliz depois da sua chegada por ai, assim como sei que mesmo longe você nos acompanha por estes caminhos de terra da nossa terra, foram varias as vezes que eu senti tua presença pilotando tua Moto lado a lado da minha e nesses milhares de quilômetros que me trouxeram aqui, sua presença foi constante. Muito obrigado meu amigo com tua luz iluminando o caminho não tinha como eu não conseguir chegar.
Saulo wds- Zero à direita
Re: Brasil - Rota das Fronteiras / Uma Saga pela Amazônia
Bertolani escreveu:Lindo demais.
Saulo você usou e usa GPS?
Como é se virar sozinho em um lugar distante, isolado e desconhecido como esse?
E eu pensei que era corajoso...
Abs
Meu uso do GPS é bem limitado, nunca consegui baixar os mapas do jeito que eu gostaria que fosse.
As vezes sinto falta mas te garanto que a falta dele nunca me impediu de chegar em nenhum lugar...
Em relação a me virar sozinho, vou te dizer "Desencanei"
Nas primeiras viagens eu queria me prevenir de tudo, mas isto é impossível!
Teve vezes de eu levar mais de cinco quilos de ferramenta e não usar nenhuma das que levei e mesmo que precisasse usar não saberia usa-las não sou mecânico. então deixei de leva-las se quebrar te garanto que em menos de cinco dias consigo ajuda para resgatar a Moto em qualquer lugar do Brasil. A minha grande preocupação em lugares isolados é em primeiro lugar água e combustível, nesses casos me preocupo um pouco mais, porem nada que desprenda tanta logística...Uma única vez tive que dormir na estrada por falta de combustível e foi justamente num dos lugares mais isolados de Roraima, mas esta é uma história que eu quero contar com calma num momento especial, porque foi uma das experiencias mais importantes que eu tive durante toda minha vida de Motociclista.
Saulo wds- Zero à direita
Re: Brasil - Rota das Fronteiras / Uma Saga pela Amazônia
Rota das Fronteiras
Castanheiras Amazonas
Castanheira se fosse eu um poeta
Não passaria um dia sequer sem que eu dedicasse uma estrofe a você
Como nada disso sou... sim sou pura inveja incapaz de compor poemas
nada mais sei fazer a não ser comparar-me a ti.
Castanheira que dor, que dó de te ver assim tão só
que vergonha comparar-me a ti
Tu, mesmo que unica sobrevivente, imponente que és
impõe e derruba sobre mim tua sombra refrescante e benevolente.
Por descender da raça humana
Hoje me sinto cúmplice do extermínio da Castanheira...
Triste..e ao meus netos vão lhe restar apenas as histórias que eu contar.
Castanheiras Amazonas
Castanheira se fosse eu um poeta
Não passaria um dia sequer sem que eu dedicasse uma estrofe a você
Como nada disso sou... sim sou pura inveja incapaz de compor poemas
nada mais sei fazer a não ser comparar-me a ti.
Castanheira que dor, que dó de te ver assim tão só
que vergonha comparar-me a ti
Tu, mesmo que unica sobrevivente, imponente que és
impõe e derruba sobre mim tua sombra refrescante e benevolente.
Por descender da raça humana
Hoje me sinto cúmplice do extermínio da Castanheira...
Triste..e ao meus netos vão lhe restar apenas as histórias que eu contar.
Saulo wds- Zero à direita
Re: Brasil - Rota das Fronteiras / Uma Saga pela Amazônia
Sem palavras... mas fabuloso
Obrigado mais uma vez Saulo, pela partilha desta Saga inesquecível.
Obrigado mais uma vez Saulo, pela partilha desta Saga inesquecível.
Carlos Balio- Já sai à rua a conduzir.
Re: Brasil - Rota das Fronteiras / Uma Saga pela Amazônia
Rota das Fronteiras
Oiapoque
Qual Motociclista que ao ouvir a frase do "Oiapoque ao Chui" não se arrepiou só de imaginar tal feito?
E eu mesmo antes de ter pilotado minha primeira Moto já sonhava com o tal do Oiapoque, sei que ao contar isto vou parecer ser ainda mais velho do que sou, mas é isto mesmo, que culpa tenho eu de ser lendário? Me lembro da primeira vez que ouvi falar sobre o Oiapoque, foi meu professor, que nas aulas antigas de Geografia ainda se ensinava que o Oiapoque era o lugar mais setentrional do Brasil " Hoje sabemos que não" mesmo assim o Oiapoque surge no imaginário de quase todo Brasileiro como sendo o tal lugar.
Nem vou me arrendar tanto em tal assunto porque na escola Geografia nunca foi minha matéria preferida, e que fique bem claro, que nem ela "a tal matéria"nem as outras, mas foi por causa daquela aula do professor zito que me veio pela primeira vez a paixão pelo desconhecido e foi assim que o tal Oiapoque ficou cravado em "pause" na memoria. E assim o tempo passou...!
Á exatamente quinze anos estive pela primeira vez no Chui - RS pilotando uma Moto, e foi lá naquele dia que aquela aula do professor Zito saiu do modo "pause" e não é que naquele momento me vendo ali no Chui eu prometi a mim mesmo assim, um dia vou ao Oiapoque e não valerá se for de outro jeito que não seja rodando com minha Moto. Mais uma vez os anos se passaram e lá estava eu como se tivesse acabado de desapertar o botão "pause" e ali diante do monumento Portal e grande Marco do Oiapoque eu estava fazendo a grande homenagem que um dia imaginei fazer ao meu professor Zito. Muito obrigado professor por aquela aula inspiradora, tenho certeza que foi naquele dia que meu inconsciente quis pela primeira vez que um dia eu estivesse aqui.
Quando o navio que nos trazia "eu e a Moto" de uma longa viagem pelo rio Amazonas vindo de Manaus aportou no porto de Santana no Amapá meu coração bateu forte, uma grande emoção tomava conta dos pensamentos eu sabia que estava prestes a realizar umas das minhas mais antigas promessas de aventureiro, afinal um dia eu sonhei assim, que não importava quanto tempo demorasse para realizar mas que eu iria realizar este sonho e é assim que eu passo a contar como foi rodar estes últimos 700 KM que ligam a cidade de Macapá ao Oiapoque.
Antes de começar a contar como é que se chega ao Amapá, deixa eu fazer uma pergunta, você conhece algum amapaense? Pois é, o Amapá é tão longe do restante do Brasil que são poucos os que saem daqui e muito menos ainda os que vem para cá. Chegar aqui é quase uma saga, ou se chega de asa dura ou de navio, barco, canoa, nadando, eu cheguei de barco vindo de Manaus, pense numa viagem longa? pensou? Multiplique por duas vezes todo calor que você já sentiu na vida, em determinadas épocas o amazonas sabe ser ainda mais abafado, agora imagine sete dias dentro de um barco super lotado, com o barulho ensurdecedor do motor 24 horas zunindo no ouvido, imagine cheiro de óleo diesel queimado invadindo desde hora do café, almoço, janta, imagine tomar água salobra por sete dias, imagine a higiene das cozinheiras destes barcos, imagine a quantidade de vezes que a Marinha revista o barco toda vez que atraca em um porto a procura de trafico, pensou em drogas? errou, lá se trafica peixes proibidos de serem pescados, mas esta outra história...Imagine o que quiser..., viajar de barco pelo Amazonas vai alem da imaginação. Só sei que mesmo com qualquer imaginação "contra" ainda assim é surpreendente de bom!
Como eu estava dizendo chegar no Amapá não é fácil, ainda mais para mim que estava entre uma safra inteira de cebolas,
pior que cheguei no porto de Santana cidade a 20 km de Macapá por volta das 15 hr da tarde porem só pude deixar o barco no dia seguinte depois de descarregarem toda aquela garga de cebola que ficou a frente da Moto no barco, menos mal que dormi no barco economizei uma noite de hotel, já no dia seguinte com a Moto sentindo novamente a emoção de rodar na terra, passei pelo centro da cidade de Macapá com tanta pressa que até me esqueci de abastecer a Moto e já rumava 50 km em direção a BR 156 que me levaria ao Oiapoque quando me dou conta que teria que voltar a Macapá para abastecer " No Brasil há dois lugares que não há postos de combustíveis nas estradas um é Roraima o outro é o Amapá", voltei para cidade abasteci...agora sim de tanque cheio o final da minha grande jornada estava começando de verdade.
Oiapoque
Qual Motociclista que ao ouvir a frase do "Oiapoque ao Chui" não se arrepiou só de imaginar tal feito?
E eu mesmo antes de ter pilotado minha primeira Moto já sonhava com o tal do Oiapoque, sei que ao contar isto vou parecer ser ainda mais velho do que sou, mas é isto mesmo, que culpa tenho eu de ser lendário? Me lembro da primeira vez que ouvi falar sobre o Oiapoque, foi meu professor, que nas aulas antigas de Geografia ainda se ensinava que o Oiapoque era o lugar mais setentrional do Brasil " Hoje sabemos que não" mesmo assim o Oiapoque surge no imaginário de quase todo Brasileiro como sendo o tal lugar.
Nem vou me arrendar tanto em tal assunto porque na escola Geografia nunca foi minha matéria preferida, e que fique bem claro, que nem ela "a tal matéria"nem as outras, mas foi por causa daquela aula do professor zito que me veio pela primeira vez a paixão pelo desconhecido e foi assim que o tal Oiapoque ficou cravado em "pause" na memoria. E assim o tempo passou...!
Á exatamente quinze anos estive pela primeira vez no Chui - RS pilotando uma Moto, e foi lá naquele dia que aquela aula do professor Zito saiu do modo "pause" e não é que naquele momento me vendo ali no Chui eu prometi a mim mesmo assim, um dia vou ao Oiapoque e não valerá se for de outro jeito que não seja rodando com minha Moto. Mais uma vez os anos se passaram e lá estava eu como se tivesse acabado de desapertar o botão "pause" e ali diante do monumento Portal e grande Marco do Oiapoque eu estava fazendo a grande homenagem que um dia imaginei fazer ao meu professor Zito. Muito obrigado professor por aquela aula inspiradora, tenho certeza que foi naquele dia que meu inconsciente quis pela primeira vez que um dia eu estivesse aqui.
Quando o navio que nos trazia "eu e a Moto" de uma longa viagem pelo rio Amazonas vindo de Manaus aportou no porto de Santana no Amapá meu coração bateu forte, uma grande emoção tomava conta dos pensamentos eu sabia que estava prestes a realizar umas das minhas mais antigas promessas de aventureiro, afinal um dia eu sonhei assim, que não importava quanto tempo demorasse para realizar mas que eu iria realizar este sonho e é assim que eu passo a contar como foi rodar estes últimos 700 KM que ligam a cidade de Macapá ao Oiapoque.
Antes de começar a contar como é que se chega ao Amapá, deixa eu fazer uma pergunta, você conhece algum amapaense? Pois é, o Amapá é tão longe do restante do Brasil que são poucos os que saem daqui e muito menos ainda os que vem para cá. Chegar aqui é quase uma saga, ou se chega de asa dura ou de navio, barco, canoa, nadando, eu cheguei de barco vindo de Manaus, pense numa viagem longa? pensou? Multiplique por duas vezes todo calor que você já sentiu na vida, em determinadas épocas o amazonas sabe ser ainda mais abafado, agora imagine sete dias dentro de um barco super lotado, com o barulho ensurdecedor do motor 24 horas zunindo no ouvido, imagine cheiro de óleo diesel queimado invadindo desde hora do café, almoço, janta, imagine tomar água salobra por sete dias, imagine a higiene das cozinheiras destes barcos, imagine a quantidade de vezes que a Marinha revista o barco toda vez que atraca em um porto a procura de trafico, pensou em drogas? errou, lá se trafica peixes proibidos de serem pescados, mas esta outra história...Imagine o que quiser..., viajar de barco pelo Amazonas vai alem da imaginação. Só sei que mesmo com qualquer imaginação "contra" ainda assim é surpreendente de bom!
Como eu estava dizendo chegar no Amapá não é fácil, ainda mais para mim que estava entre uma safra inteira de cebolas,
pior que cheguei no porto de Santana cidade a 20 km de Macapá por volta das 15 hr da tarde porem só pude deixar o barco no dia seguinte depois de descarregarem toda aquela garga de cebola que ficou a frente da Moto no barco, menos mal que dormi no barco economizei uma noite de hotel, já no dia seguinte com a Moto sentindo novamente a emoção de rodar na terra, passei pelo centro da cidade de Macapá com tanta pressa que até me esqueci de abastecer a Moto e já rumava 50 km em direção a BR 156 que me levaria ao Oiapoque quando me dou conta que teria que voltar a Macapá para abastecer " No Brasil há dois lugares que não há postos de combustíveis nas estradas um é Roraima o outro é o Amapá", voltei para cidade abasteci...agora sim de tanque cheio o final da minha grande jornada estava começando de verdade.
Saulo wds- Zero à direita
Re: Brasil - Rota das Fronteiras / Uma Saga pela Amazônia
Rota das Fronteiras
BR 156
A BR 156 salve engano deve ser a unica BR de todo o Amapá, li recentemente numa reportagem de um jornal do Amapá que a BR 156 se trata da obra mais antiga do Brasil ainda em andamento, resumindo, sabe-se Deus quando começou a ser feita e quando terminará nem o Diabo ousa antecipar o segredo. É a unica estrada que liga a cidade de Macapá ao Oiapoque, antes de partir para lá já tinha lido vários relatos de outros viajantes e sempre o que mais chama atenção é as dificuldades de trafego durante as épocas de chuva, dois relatos me chamaram a atenção o primeiro foi de um Motociclista que não conseguiu vencer o Barro dos últimos 100 km e teve que dormir na estrada debaixo de muita chuva e morrendo de medo de ser comido pelas onças, o outro relato falava de um Motociclista que levou uma semana para percorrer os 200 km que separam Oiapoque a Calçoene... Mesmo eu tomando o cuidado de ter escolhido uma época de secas pelas aquelas bandas meu imaginário me fez temer como nunca por viajar pela temida BR 156, pelo menos assim me preparei para o pior, porem ele não aconteceu consegui sair de Macapá e vencer o quase 700 km que separam do Oiapoque em um único dia. Ao contrario dos meus amigos que se sacrificaram no temido barro o meu drama foi com o excesso de calor, poeira e poaca, inclusive foi numa dessas poacas que eu comprei meu único terreno em todos os 26.000 km da Trip, não estranhe não, rodei sim todos os 26.000 km nesta mesma Trip.
Da cidade de Macapá até Calçoene são mais ou menos 370 km de asfalto e exatamente nesse local da foto acima é onde a aventura começa, então meu amigo se sua intenção é seguir para o Oiapoque este é o caminho, porem antes revise e abasteça sua Moto em Calçoene lé é a ultima cidade de apoio antes de seguir rumo ao restante da BR 156.Na verdade neste trecho final de 250 km há um único restaurante chamado Cassiporé e quase não há moradores a margem da BR mesmo assim caso necessite de ajuda fique tranquilo há muitas camionetes que fazem fretes entre Macapá e Oiapoque e com certeza uma delas te dará apoio, porem leve dinheiro, este apoio imagino não sairá barato.
Por fim, já bem próximo do meu objetivo o Oiapoque e também da fronteira com a Guiana Francesa os últimos km da BR 156 o asfalto novinho vem nos dar boas vindas, coração bate forte ao visualizar no GPS o Rio Oiapoque não me contenho e começo a comemorar e que nem louco eu gritava dentro do capacete eu consegui! eu consegui! Esta certo que eu dei sorte a BR estava em perfeitas condições, mesmo assim foi emocionante vencer umas das mais temidas BR do Brasil. Eu consegui! O Oiapoque estava bem ali!
Aqui as margens do Rio Oiapoque fronteira com a Guiana Francesa encerrei a minha mais ambiciosa Trip, foram 69.000 km em quatro etapas a mais impressionante com certeza foi esta a ultima 26.000 km numa pegada só por toda região norte, fechei com chave de ouro uma grande viagem divididas em Três Trips batizadas de Rota das Fronteiras, Riscando o Mapa e Litoral de Ponta a Ponta.
Para algumas pessoas pode parecer coisa boba mas a sensação de realizar um sonho como este é indescritível e eu agradeço ao tipo de Motociclismo que escolhi para fazer, através dele pude realizar muitos outros sonhos mas igual a este fazia muito tempo que eu não experimentava. Você não sabe o que é chegar ali no Marco Zero do Oiapoque, impossível chegar ali e não passar um filme pela sua cabeça. Na hora me lembrei daquela aula de Geografia. Obrigado Zitão por ter causado aquele impacto em mim, e 35 anos depois eu posso encher o peito e dizer eu rodei o Brasil do Oiapoque ao Chui.
BR 156
A BR 156 salve engano deve ser a unica BR de todo o Amapá, li recentemente numa reportagem de um jornal do Amapá que a BR 156 se trata da obra mais antiga do Brasil ainda em andamento, resumindo, sabe-se Deus quando começou a ser feita e quando terminará nem o Diabo ousa antecipar o segredo. É a unica estrada que liga a cidade de Macapá ao Oiapoque, antes de partir para lá já tinha lido vários relatos de outros viajantes e sempre o que mais chama atenção é as dificuldades de trafego durante as épocas de chuva, dois relatos me chamaram a atenção o primeiro foi de um Motociclista que não conseguiu vencer o Barro dos últimos 100 km e teve que dormir na estrada debaixo de muita chuva e morrendo de medo de ser comido pelas onças, o outro relato falava de um Motociclista que levou uma semana para percorrer os 200 km que separam Oiapoque a Calçoene... Mesmo eu tomando o cuidado de ter escolhido uma época de secas pelas aquelas bandas meu imaginário me fez temer como nunca por viajar pela temida BR 156, pelo menos assim me preparei para o pior, porem ele não aconteceu consegui sair de Macapá e vencer o quase 700 km que separam do Oiapoque em um único dia. Ao contrario dos meus amigos que se sacrificaram no temido barro o meu drama foi com o excesso de calor, poeira e poaca, inclusive foi numa dessas poacas que eu comprei meu único terreno em todos os 26.000 km da Trip, não estranhe não, rodei sim todos os 26.000 km nesta mesma Trip.
Da cidade de Macapá até Calçoene são mais ou menos 370 km de asfalto e exatamente nesse local da foto acima é onde a aventura começa, então meu amigo se sua intenção é seguir para o Oiapoque este é o caminho, porem antes revise e abasteça sua Moto em Calçoene lé é a ultima cidade de apoio antes de seguir rumo ao restante da BR 156.Na verdade neste trecho final de 250 km há um único restaurante chamado Cassiporé e quase não há moradores a margem da BR mesmo assim caso necessite de ajuda fique tranquilo há muitas camionetes que fazem fretes entre Macapá e Oiapoque e com certeza uma delas te dará apoio, porem leve dinheiro, este apoio imagino não sairá barato.
Por fim, já bem próximo do meu objetivo o Oiapoque e também da fronteira com a Guiana Francesa os últimos km da BR 156 o asfalto novinho vem nos dar boas vindas, coração bate forte ao visualizar no GPS o Rio Oiapoque não me contenho e começo a comemorar e que nem louco eu gritava dentro do capacete eu consegui! eu consegui! Esta certo que eu dei sorte a BR estava em perfeitas condições, mesmo assim foi emocionante vencer umas das mais temidas BR do Brasil. Eu consegui! O Oiapoque estava bem ali!
Aqui as margens do Rio Oiapoque fronteira com a Guiana Francesa encerrei a minha mais ambiciosa Trip, foram 69.000 km em quatro etapas a mais impressionante com certeza foi esta a ultima 26.000 km numa pegada só por toda região norte, fechei com chave de ouro uma grande viagem divididas em Três Trips batizadas de Rota das Fronteiras, Riscando o Mapa e Litoral de Ponta a Ponta.
Para algumas pessoas pode parecer coisa boba mas a sensação de realizar um sonho como este é indescritível e eu agradeço ao tipo de Motociclismo que escolhi para fazer, através dele pude realizar muitos outros sonhos mas igual a este fazia muito tempo que eu não experimentava. Você não sabe o que é chegar ali no Marco Zero do Oiapoque, impossível chegar ali e não passar um filme pela sua cabeça. Na hora me lembrei daquela aula de Geografia. Obrigado Zitão por ter causado aquele impacto em mim, e 35 anos depois eu posso encher o peito e dizer eu rodei o Brasil do Oiapoque ao Chui.
Saulo wds- Zero à direita
Re: Brasil - Rota das Fronteiras / Uma Saga pela Amazônia
saulo wds escreveu:Rui Canuto escreveu:
Mais tem algo que fico pensando.
Você faz estas viagens sozinho, por terrenos quase inabitado. O que te motiva ir sozinho? por caminhos alternativos.
O que me motiva a ir sozinho? Existe algo na vida todas as pessoas e cada um da o valor e o usa conforme as suas necessidades " O tempo"
É mais ou menos assim, passei dos meus 20 aos 45 anos achando que não tinha tempo para nada eu estava ocupado, trabalhando, vendo filho crescer,...
sempre com o nobre pensamento em acumular segurança para um futuro melhor para mim e para família, ou seja se alguém me chamasse para ir a esquina eu não podia ir porque me faltava tempo. Bom não sei se você sacou, mas um dos motivos de viajar solo é " o tempo" sempre que sobrava para mim faltava para alguém e vice versa. Agora imagina a maioria das pessoas trabalham 20, 30 anos e quando conseguem tempo você acha que vão querer gastar este tempo precioso rodando por Rota das Fronteiras por Exemplo? É muito raro as pessoas darem valor igual ao tempo e é justo que cada um use o seu conforme seus sonhos. Por isso eu sempre digo quando você tiver tempo e estiver pronto para fazer algo não espere que alguém tenha tempo ou esteja pronto ao mesmo tempo que você, isto é raro e se esperar poderá perder uma oportunidade unica, sabe porque? porque o tempo passa!
Porque caminhos alternativos? esta resposta é outra que da quase um livro eu nem consigo resumir, vou usar as palavras de um velho amigo que já se foi " É lá que esta a diversão".
Depois eu te conto algo sobre medo de viajar só por lugares supostamente perigosos e desabitados, é algo que já relatei, vou achar e posto aqui novamente.
Muito obrigado por acompanhar meus relatos.
Saulo wds- Zero à direita
Re: Brasil - Rota das Fronteiras / Uma Saga pela Amazônia
Evandro escreveu:Saulo.
Vc é para mim uma inspiração. Tenho 61 anos de idade, 42 de motociclismo, perto de 600.000km rodados, mas infelizmente a maior distancia da saída ao destino que percorri foi de pouco mais de 1500km, ou seja rodei, rodei e não sai do lugar.
O motivo, o mesmo que amarra muitos, tempo. Que tempo é este que não nos deixa viver?
Incentivado, muito em parte por seus relatos, em janeiro de 2016 vou solo, para o Chile.
E Viva a determinação, viva a liberdade, viva o motociclismo.
Abraço e boas viagens a todos.
Evandro
Amigo, hoje tenho muito mais cabelos brancos que pretos,
porem quando eu visto o capacete baixo a viseira e vou é como se eu estivesse pilotando pela primeira vez...
se de um lado a falta do tempo parece cruel de outro ele não nos afeta em nada " penso que assim será enquanto puder viajar de Moto"
o tempo passa porem ele nunca é perdido e poder coalhar a cabeça de cabelos brancos nos dias de hoje é motivo de orgulho,
ainda mais quando este sentimento de orgulho vem acompanhado dos sonhos e sabores da primeira vez.
E por falar em primeira vez vou contar, assim como você , minha primeira grande viagem também foi para o Chile,
até hoje aquela Trip é o alento para todas as outras, então meu amigo se dentro de você ocorrer contigo todas emoções que ainda ocorre em mim por causo dela,
se prepare fácil para outros 600.000 km. Aquela Trip foi tão bacana que 15 anos depois fiz um relato num outro Fórum que participo, de uma lida lá, depois você me conta. http://xt660.com.br/showthread.php?3270 ... o-Pacifico
Saulo wds- Zero à direita
Re: Brasil - Rota das Fronteiras / Uma Saga pela Amazônia
Rota das Fronteiras
Alter do Chão o Caribe Amazônico
Muito antes do jornal inglês The Guardian ter publicado para o mundo ter descoberto a praia e rio mais bela do planeta " Na verdade a praia só aparece no período da vazante do rio Tapajós entre os meses de agosto e janeiro" eu antenado que sou dos assuntos Amazônicos já mirava meus sonhos para um dia chegar lá, porem para mim não bastava chegar lá de forma convencional, eu tinha que chegar lá pilotando a minha Moto...Por sorte Alter do Chão tem tudo para continuar sendo por um bom tempo o paraíso que é devido as distancias dos grandes centros e das dificuldades de se chegar lá... Lá se chega de avião, Barco ou para muito poucos por via terrestre pela lendária BR 163...
Eu cheguei em Alter do Chão vindo 30 horas de barco de Manaus a Santarém, cheguei no porto de Santarém já passava das seis da tarde, desembarquei a Moto e logo segui para Alter do Chão e por chegar a noite só fui perceber das belezas do paraíso na manhã do dia seguinte...
Manaus / Santarém / Alter do Chão
A falta de estradas em Grande parte da Amazônia faz da viagem de Moto parecer frustrante... "Não há estradas!", aja sede de aventura para embarcar e desembarcar a Moto no portos Amazônicos, porem em alguns casos não há outro jeito já que as melhores e únicas estradas são o rios, navegar é preciso! Por trezentos reais comprei a passagem Manaus / Santarém com direito ao transporte da Moto... Porem como disse antes a grande aventura é embarcar a Moto nos portos Amazônicos e por cinquenta reais você compra a solidariedade para que te ajudem nesse embarque...Obs. Em qualquer porto vale cada centavo para contar com ajuda para embarcar a Moto, impossível conseguir carregar a Moto por conta própria... De uma olhada como é!!
Ainda nos arredores de Manaus o encontro das águas do Rio Negro com as do Solimões.
Apesar da precariedade o embarque e desembarque de mercadorias nos portos hoje em dia é relativamente rápido, viajei pelos rios da Amazônia 30 anos atrás e a grande demora nas viagens se davam na demora para carregar e descarregar os barcos nas inúmeras paradas que os barcos fazem pelas cidades ribeirinhas.
Quarenta horas depois o desembarque em Santarém....
Para nós do sul e sudeste viajar de barco pela Amazônia é a aventura,
então estando embarcado desacelere e se permita navegar..
Santarém / Alter do Chão
Enfim, do jeito que eu sonhei, chegar no paraíso pilotando a minha Moto!
Ao chegar aqui imaginei ficar apenas um dia, mas quando vi a imensidão de águas cristalinas do rio Tapajós formando as mais belas praias de rio do planeta, pensei comigo, se os gringos vem para cá e ficam dez, quinze dias, porque eu vou embora amanhã? fiquei!! O mês de setembro é o melhor mês para estar aqui é quando a vazante do rio faz surgir praias de areias límpidas a pesca de camarões e acari é abundante e a festa do Sairé acontece, e entre um tacacá e outro me misturei aos daqui e mesmo sabendo que sou mais um turista desfrutei por três dias de um paraíso que Deus deixou para todos mas que infelizmente poucos tem a oportunidade de estar aqui.
Que praia é essa!?
Turístando no Morro da Piroca
Por quatro reais os barqueiros te deixam na praia por dez eles te levam até o inicio da trilha do morro da Piroca,
e se você chegou até aqui não vá embora sem subir na Piroca, levei um susto quando o barqueiro me falou isto, só depois ele explicou que Piroca era o nome do único morro da praia e é de lá que temos a melhor visão da beleza e grandiosidade do Tapajós.
Alter do Chão o Caribe Amazônico
Muito antes do jornal inglês The Guardian ter publicado para o mundo ter descoberto a praia e rio mais bela do planeta " Na verdade a praia só aparece no período da vazante do rio Tapajós entre os meses de agosto e janeiro" eu antenado que sou dos assuntos Amazônicos já mirava meus sonhos para um dia chegar lá, porem para mim não bastava chegar lá de forma convencional, eu tinha que chegar lá pilotando a minha Moto...Por sorte Alter do Chão tem tudo para continuar sendo por um bom tempo o paraíso que é devido as distancias dos grandes centros e das dificuldades de se chegar lá... Lá se chega de avião, Barco ou para muito poucos por via terrestre pela lendária BR 163...
Eu cheguei em Alter do Chão vindo 30 horas de barco de Manaus a Santarém, cheguei no porto de Santarém já passava das seis da tarde, desembarquei a Moto e logo segui para Alter do Chão e por chegar a noite só fui perceber das belezas do paraíso na manhã do dia seguinte...
Manaus / Santarém / Alter do Chão
A falta de estradas em Grande parte da Amazônia faz da viagem de Moto parecer frustrante... "Não há estradas!", aja sede de aventura para embarcar e desembarcar a Moto no portos Amazônicos, porem em alguns casos não há outro jeito já que as melhores e únicas estradas são o rios, navegar é preciso! Por trezentos reais comprei a passagem Manaus / Santarém com direito ao transporte da Moto... Porem como disse antes a grande aventura é embarcar a Moto nos portos Amazônicos e por cinquenta reais você compra a solidariedade para que te ajudem nesse embarque...Obs. Em qualquer porto vale cada centavo para contar com ajuda para embarcar a Moto, impossível conseguir carregar a Moto por conta própria... De uma olhada como é!!
Ainda nos arredores de Manaus o encontro das águas do Rio Negro com as do Solimões.
Apesar da precariedade o embarque e desembarque de mercadorias nos portos hoje em dia é relativamente rápido, viajei pelos rios da Amazônia 30 anos atrás e a grande demora nas viagens se davam na demora para carregar e descarregar os barcos nas inúmeras paradas que os barcos fazem pelas cidades ribeirinhas.
Quarenta horas depois o desembarque em Santarém....
Para nós do sul e sudeste viajar de barco pela Amazônia é a aventura,
então estando embarcado desacelere e se permita navegar..
Santarém / Alter do Chão
Enfim, do jeito que eu sonhei, chegar no paraíso pilotando a minha Moto!
Ao chegar aqui imaginei ficar apenas um dia, mas quando vi a imensidão de águas cristalinas do rio Tapajós formando as mais belas praias de rio do planeta, pensei comigo, se os gringos vem para cá e ficam dez, quinze dias, porque eu vou embora amanhã? fiquei!! O mês de setembro é o melhor mês para estar aqui é quando a vazante do rio faz surgir praias de areias límpidas a pesca de camarões e acari é abundante e a festa do Sairé acontece, e entre um tacacá e outro me misturei aos daqui e mesmo sabendo que sou mais um turista desfrutei por três dias de um paraíso que Deus deixou para todos mas que infelizmente poucos tem a oportunidade de estar aqui.
Que praia é essa!?
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Por quatro reais os barqueiros te deixam na praia por dez eles te levam até o inicio da trilha do morro da Piroca,
e se você chegou até aqui não vá embora sem subir na Piroca, levei um susto quando o barqueiro me falou isto, só depois ele explicou que Piroca era o nome do único morro da praia e é de lá que temos a melhor visão da beleza e grandiosidade do Tapajós.
Saulo wds- Zero à direita
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