Passeio pela costa - de Mira a Gaia.

Estávamos no inicio do Outono, mas o Verão, como veio atrasado este ano, tinha decidido ficar por mais uns tempos... o calor extremo é sempre difícil de suportar quando se viaja de mota e estávamos algo apreensivos quanto às temperaturas. Mas numa reviravolta, quando saímos de Coimbra no último dia de Setembro, as temperaturas estavam bem mais baixas e o céu coberto por um denso nevoeiro...e seria mais ou menos este o cenário que nos iria acompanhar ao longo do dia, num passeio junto à costa, até Vila Nova de Gaia.

Menos de 50 km depois, estávamos a chegar à praia de Mira, ainda no distrito de Coimbra e um dos destinos balneares de eleição para quem vive na região centro. O céu mantinha-se nublado e o mar, revolto. E o cheiro da maresia...fabuloso. Mar a cheirar a mar. Parámos por uns instantes para ver melhor a praia, de extenso areal e com vários barcos a descansarem da faina. As gaivotas, às centenas, passeavam na areia. Inebriados com a atmosfera atlântica, tínhamos como paragem seguinte outra praia, a praia de Vagos ou Vagueira, esta já no distrito de Aveiro. Também aqui o mar mostrava a sua força. Estando a temperatura pouco convidativa a banhos, as pessoas aproveitavam o passadiço para fazer exercício ou simplesmente relaxar.














Continuámos o nosso percurso pela costa da prata e em breve chegávamos a uma das mais pitorescas localidades desta zona, a praia da Costa Nova, celebrizada pelos seus "palheiros", pintados com riscas coloridas e que dão uma alegria ímpar a esta localidade. Estes edifícios, anteriormente utilizados como armazéns pelos pescadores, foram na sua quase totalidade recuperados como casas de habitação. Era dia de festa na Costa Nova, com direito a procissão e tudo...a nós, estragou-nos os planos de paramos por ali...era um mar de gente e carros e acabámos por fugir até à Barra, onde conseguimos parar sem problemas. Ficámos surpreendidos com a vida destas terras, cheias de gente num domingo de manhã, a usufruírem dos recursos naturais de que dispõem. Além da costa atlântica e das suas inúmeras praias, esta zona oferece ainda uma frente ribeirinha, a famosa ria de Aveiro, com locais excelentes para a prática de desportos náuticos.





Junto à praia da Barra, deslumbrámo-nos com o farol da Barra, o mais alto de Portugal e que marca a união da ria com o mar. O farol é visitável, mas só por marcação, o que fez com que só o pudéssemos admirar por fora...














Afastámo-nos um pouco da costa para visitar a cidade de Aveiro, também conhecida como a Veneza Portuguesa, por causa dos seus canais. Armámo-nos em turistas e lá fomos nós fazer um passeio de moliceiro, que atravessa a cidade desde a parte mais nova até ao antigo bairro de pescadores, agora revitalizado e berço de diversas actividades culturais. Não deixámos, claro está, de comer um dos doces típicos de Aveiro, as conchinhas de ovos moles. As tripas, outro doce típico, terão de ficar para a próxima...

















No forte da barra, apanhámos o ferry e numa curtíssima viagem, atravessámos a ria para chegar a São Jacinto, detentor de uma reserva natural, com cerca de 700 hectares de dunas fixas e móveis, povoadas por diversas espécies de fauna e flora.








E foi com a reserva de um lado e a ria de outro, que fomos percorrendo o nosso caminho. Se até aqui a viagem tinha sido relativamente tranquila, a partir deste momento o trânsito mudou radicalmente, com filas e mais filas...parece que estava toda a gente a sair das praias e a regressar a casa, apesar do tempo não estar exactamente simpático. Lá fomos escapando, novamente em direcção ao atlântico. A paragem seguinte, a última antes de chegarmos à meta do dia, seria na Praia do Senhor da Pedra, em Arcozelo, Vila Nova de Gaia. Já tínhamos visto inúmeras fotografias desta praia, com a sua particular capela, erigida sobre um rochedo junto ao mar e que fica rodeada por água na maré cheia. Datada de 1686, esta capela, uma das poucas virada de costas para o mar, terá sido palco de cultos pagãos, antes de ser convertida ao cristianismo.

Possui de facto uma aura misteriosa. Não fossem as dezenas de pessoas à sua volta e o cenário seria perfeito.







O dia avançava e o nevoeiro voltava a adensar-se... quando chegámos finalmente ao nosso destino, o Parque de Campismo da Madalena, caía uma morrinha, que nos iria fazer companhia o resto da noite.





Aqui fica o vídeo deste dia:
https://youtu.be/Qpqa-kWbB8Q

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https://www.youtube.com/user/rakmarc

Boa opção para viajares até ao Norte! Agora ficamos à espera do restante pelas estradas do Alto Douro

Passeio muito bom, boa partilha e essa mota... upa, upa!

"V"

Só podia ser bom o passeio com a zona de Gaia incluída.
Q tal o desempenho/conforto da machine?

Obrigado a todos!

A minha anterior moto era uma Suzuki V-Strom 650XT. A Tracer é notoriamente uma moto mais estradista, desliza no alcatrão. Sinceramente, tirando a rigidez do banco, sinto-me mais confortável e com mais confiança na Tracer do que na Strom, tenho 1,82m e chego com os pés na sua totalidade ao chão e na Strom o ecran além do barulho, fazia muita turbulência (e tinha a versão ecran touring...), na Tracer só tenho o barulho, a turbulência acabou. Até agora e com a moto com 2500Km, a única coisa negativa é se circular só com a Top-Case ela abana um pouco... coisa que também me acontecia com a Strom, com ou sem Top-case, e que me incomoda um pouco.
A nível de pendura, a Tracer é ligeiramente menos confortável e isso tem a ver com a tamanho do banco (largura), comparado com o da Strom e com o formato da pegas, a minha pendura é mulher de ancas "largas" .
Por fim, gosto do espaço entre mim e a pendura na Tracer, pois na Strom a pendura ia mais em "cima" de mim... mas admito que pode ter a ver com o formato da Top-Case.
Tem um motor espetacular, cheio de força e tenho feito média a rondar os 4,6 - 4,7Lt/100Km, num regime moderado de condução e com a moto carregada com as 3 malas mais pendura.
Resumindo, estou a gostar da machine

Swift escreveu:Obrigado a todos!

Resumindo, estou a gostar da machine

Fixe, obgdo pela opinião.