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N222 - A melhor estrada do mundo!
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N222 - A melhor estrada do mundo!
Apesar das suas pequenas dimensões, Portugal é inegavelmente rico em locais de rara beleza. Tanto na esfera natural, como a nível da criação humana, são inúmeros os exemplos que podemos citar. E a atravessar estes cenários, encontramos estradas...muitas delas consideradas por si só "monumentos", não só pela paisagem envolvente, como pela própria gráfica do percurso. Por isso mesmo, existem várias estradas, consideradas já como icónicas, pelos amantes dos veículos motorizados. A EN2, a mais longa de Portugal e que corre o país de Norte a Sul, será talvez a mais famosa actualmente, mas existem muitas outras que fazem parte da lista de desejos de motociclistas e outros condutores. Uma delas é a N222, que começa no litoral, em Vila Nova de Gaia e termina no interior, em Almendra, já quase a chegar a Espanha. É sobre este percurso, que detém um troço distinguido como "A melhor estrada para condução do mundo" pela Avis, que tivemos o prazer de percorrer em Outubro passado, que vamos falar hoje.
Tínhamos chegado a Vila Nova de Gaia no dia anterior, já com intenção de iniciarmos cedo a viagem pela N222. O início deste percurso é em plena área urbana, na rotunda de Santo Ovídeo e sendo um dia de semana, encarámos a hora de ponta e uma enchente de veículos a circular. Nada que não se resolvesse pacificamente...em menos de nada, víamo-nos já num cenário rural. Além das habituais e inevitáveis paragens para acalmar o vício da cafeína, tínhamos marcado vários pontos de interesse ao longo do percurso, a sua maioria, verdadeiros cenários cinematográficos. A N222, desenha-se na margem sul do Douro, adaptando-se aos caprichos da geografia e poucos quilómetros depois de iniciarmos a viagem, lá estava ele majestoso e serpenteante, rompendo as montanhas à sua volta. É uma imagem espantosa, mais para quem vai à pendura, porque o condutor, não pode mesmo tirar os olhos da estrada. A primeira metade da N222, a par de grande beleza , é também bastante perigosa. Deparámo-nos com estradas estreitas e com piso em más condições, muitas vezes com trabalhos a decorrer e mal sinalizadas, além das já esperadas curvas e contracurvas de fraca visibilidade. A este panorama, juntam-se também os veículos agrícolas, principalmente nesta altura do ano, em que as vindimas estão no seu auge.
A primeira paragem do dia foi na Barragem do Carrapatelo, onde se funde a obra da natureza, com a obra do homem. Situada entre os distritos do Porto e Viseu, utiliza o Douro como fonte de energia hidroeléctrica. Esta barragem, foi a primeira em Portugal a albergar uma eclusa de navegação interior. Trocando por miúdos, uma eclusa, é aquela espécie de elevador/câmara que permite que os barcos atravessem zonas de altitudes diferentes no rio , tornando-o navegável. Admirável e ao mesmo tempo assustador.
Voltámos à estrada e às curvas ladeadas de frondosa vegetação, para pouco depois nos desviarmos novamente e parar no cais de Porto Antigo, em Cinfães. Maravilhoso...mesmo maravilhoso (provavelmente este será um dos adjectivos mais repetidos ao longo desta crónica)! O cais de Porto Antigo, situa-se na albufeira do Carrapatelo, servindo de abrigo a diversas embarcações, nomeadamente de recreio. Além da magnânime presença do pai Douro, aqui floresce um dos seus afluentes, o rio Bestança. Apesar das diversas instalações turísticas, como hotéis e bares, o cais estava quase deserto, o que potenciou ainda mais a nossa contemplação. O sol a brilhar, a quietude do rio, as casinhas nas encostas junto às margens, uma ponte lá ao longe...simplesmente... maravilhoso (avisámos!).
Alguns quilómetros depois, parávamos novamente num cais, desta vez em Caldas de Aregos, onde se encontrava atracada , além de vários barcos de recreio, uma embarcação turística, semelhante a tantas outras que fomos vendo a percorrer as águas do Douro. Curiosamente, não havia praticamente turistas, a contrastar com o que iríamos encontrar mais tarde.
Continuámos o nosso caminho, sempre acompanhados pelos característicos socalcos esculpidos nas encostas do Douro e pelas suas gloriosas vinhas, mães de um dos mais famosos vinhos do mundo, o Vinho do Porto! E porque o vinho não se faz sozinho, também se encontram pelo caminho, inúmeras quintas de produção agrícola e que na sua maioria, oferece também alojamento e outras experiências turísticas direccionadas para a actividade vinícola. Infelizmente, este foi um programa que não experimentamos, mas que ficará na lista de coisas a fazer! Um outro roteiro interessante e que também falhámos, porque o tempo não dá para tudo, é o da Rota do Românico, que também passa por esta zona, e alberga um conjunto interessante de monumentos, nomeadamente as igrejas. Uma outra rota, é a dos miradouros, que são inúmeros por aqui e apesar de não termos parado em todos, tínhamos alguns como pontos imperdíveis da viagem. Um deles, bem documentado em todos os guias do Douro, o de São Leonardo da Galafura , a 640 metros de altitude, seria a nossa próxima paragem. Para isso, tivemos que cruzar o rio para a margem Norte e subir as íngremes estradas que nos levaram quase ao céu. Sim, ao céu! Porque quando chegámos ao miradouro, foi essa a sensação que tivemos: que olhávamos para aquela divina paisagem através de uma janela do céu. Por muitas fotografias ou vídeos que já tivéssemos visto, nada se poderia comparar à realidade, à grandiosidade daquele cenário. Embriagados por tamanha beleza, decidimos experimentar mais uma das maravilhas que este percurso tem para oferecer: a gastronomia e deleitámo-nos com um soberbo cabrito estonado, no restaurante São Leonardo, magnificamente acompanhado por um tinto da casa e obviamente da região. Além da vista e da qualidade da comida, não podemos deixar de salientar a simpatia com que fomos atendidos neste restaurante, que recomendamos de olhos fechados.
Para terminar esta primeira etapa da N222, ainda tivemos direito a mais um cheirinho de adrenalina. Embrenhámo-nos então num percurso radical entre os vinhedos, por caminhos estreitos e acidentados, a uma altitude vertiginosa. Já mais seguros, dissemos adeus aos passageiros de um comboio que passava nas Covelinhas e seguimos até à barragem da Régua, para logo depois nos dirigirmos à cidade, conhecida como a capital da região demarcada do Douro e onde passaríamos a noite: o Peso da Régua. Esta cidade, pertencente ao distrito de Vila Real, surgiu da união de duas localidades diferentes, o Peso, povoação que se desenvolvia na encosta, a actual parte alta da cidade e a Régua, parte baixa da cidade, que se estendia ao longo da margem do Douro e que cresceu com a chegada da ferrovia. Actualmente, tem uma importante componente turística ligada aos vinhos do Douro, em particular ao Vinho do Porto.
Depois de acomodarmos convenientemente a nossa montada e de nós próprios aproveitarmos para descansar, fomos passear, desta vez a pé, pelas ruas da cidade, que usufrui de uma localização privilegiada nas margens do rio. O cais da Régua é ponto de partida e chegada de inúmeros cruzeiros que navegam no Douro e estava cheio de turistas. As horas passavam rapidamente e enquanto caminhávamos à beira rio, o sol começava a esconder-se. E assim terminava o dia, nas margens do Douro, sob o olhar atento de Don, o "senhor" da Sandeman, que se ergue majestoso numa das encostas voltadas para cidade.
Aqui fica o vídeo deste primeiro dia de passeio:
Se gostaram do vídeo subscrevam o nosso canal do Youtube, para verem mais vídeos dos nossos passeios.
https://www.youtube.com/user/rakmarc
________________________
Boas viagens!
Mário Cordeiro
https://www.facebook.com/Escocia2017
https://www.instagram.com/para_la_da_escocia
https://www.youtube.com/@ParaladaEscocia
Swift- Zero à direita
Re: N222 - A melhor estrada do mundo!
Acordámos na Régua para a 2ª etapa da N222 e apesar de no dia anterior nos termos maravilhado com o percurso e os encantos naturais que o emolduram, estávamos ansiosos para esta 2ª parte. Não é todos os dias que se faz "a melhor estrada do mundo" e a expectativa tomava conta de nós. Seria de facto uma estrada assim tão espectacular? Era o que iríamos descobrir...
Saímos do Peso da Régua, atravessando novamente a ponte sobre o Douro e seguimos pela margem sul do rio, sempre na sua companhia. Até ao Pinhão seriam cerca de 27 km e 93 curvas , alternadas com rectas emocionantes. E são precisamente estas curvas angulosas, que juntamente com o comprimento das rectas , deram a esta estrada o título da melhor do mundo para conduzir, através da aplicação de um algoritmo criado para o efeito. Além da espectacular complexidade do percurso, temos que evidenciar novamente a paisagem que o envolve e que certamente contribui para que os condutores a apreciem ainda mais. Chegámos ao Pinhão num sopro, prontos para afirmar que é de facto uma estrada fantástica, mas e deixamos aqui um alerta, igualmente perigosa, já que as rectas convidam à velocidade, mas as curvas, fechadas, limitam bastante a visibilidade, o que exige uma condução ainda mais cuidadosa!
Cruzámos novamente o Douro, para a margem norte para visitar a vila do Pinhão. Encantador! Aninha-se no vale do Douro, com os seus barcos Rabelos a darem um colorido especial ao rio enquanto à sua volta, erguem-se majestosas encostas, povoadas por estradas sinuosas, quintas de enoturismo e miradouros espectaculares. E a estação? A estação é magnífica, decorada com 24 lindíssimos painéis de azulejos que retratam a vida no Douro, dando especial ênfase às vindimas.
Deixámos o Pinhão para nos embrenharmos pelas tais encostas íngremes e estradas sinuosas. Nestas situações, não se pode dizer que o percurso seja sempre agradável, mas o destino compensa. Parámos em Casal de Loivos, um dos muitos miradouros que se podem encontrar nesta região e que oferece uma espectacular vista sobre o rio e a vila do Pinhão.
Ao longo do percurso e quanto mais nos dirigíamos para o interior, a paisagem foi mudando e embora os socalcos e as vinhas continuassem a predominar, começavam a ganhar terreno as oliveiras e amendoeiras. Também a altitude das encostas começava a amenizar. Ainda assim, encontrávamos pelo caminho mais e mais miradouros, à distância de um pequeno desvio da rota principal. Foi o caso do Miradouro de São Salvador do Mundo, pouco depois de São João da Pesqueira. Mais uma vez, ficámos sem respiração com a brutal paisagem do cimo dos seus quase 500 metros de altitude e declive acentuado. As encostas escarpadas, com o rio a correr no seu seio, são de uma intensidade dramática, avassaladora. Além da beleza natural, o miradouro é considerado o maior santuário do Alto Douro Vinhateiro, albergando um conjunto de capelas que se erguem ao longo do monte, sendo que as mais antigas datam do século XVI. A sensação que temos nestes lugares é única e inexplicável. A beleza natural, a grandiosidade, a tranquilidade que paira no ar...impressionante.
Descemos à terra e continuámos a rolar, sempre acompanhados por um sol radioso que alegra qualquer passeio de moto. O cenário mantinha a tonalidade rural e continuávamos a cruzar-nos com trabalhadores nas vindimas e nos olivais. E talvez tenha sido por aqui, entre São João da Pesqueira e Foz Côa, que mais apreciámos a estrada. Faixas largas, com bom piso, rectas convidativas e uma quantidade generosa de curvas de boa visibilidade, proporcionaram talvez o percurso mais agradável. O prazer da estrada, pela estrada!
O conta-quilómetros não parava e dirigíamo-nos a passos largos para a meta, mas tínhamos ainda algumas paragens pelo caminho. Entrámos em Vila Nova de Foz Côa e deixámos novamente as boas estradas, para nos embrenharmos por íngremes "caminhos de cabras" que nos levariam junto à margem do Côa e às ruínas do antigo apeadeiro ferroviário. A estação foi encerrada em 1988 e encontra-se actualmente abandonada e em mau estado, o que nos entristeceu bastante. Apesar desta degradação, o local é frequentado por turistas que fazem passeios fluviais ou pedestres, o que poderia ser um incentivo para a reabilitação do espaço.
A poucos quilómetros de distância, parámos novamente para visitar o Museu do Côa, integrado no Parque Arqueológico do Vale do Côa, um dos maiores e mais importantes sítios de arte rupestre do Mundo, descoberto em 2004 e que esteve em risco de ser submerso pelas obras da barragem de Foz Côa. A exploração arqueológica do local continua a decorrer e estende-se por uma área considerável e transfronteiriça.
Além do parque propriamente dito, museu a céu aberto, onde se encontra a verdadeira "exposição" e que é possível visitar, podemos encontrar, no edifício do museu, variadíssimas reproduções das gravuras e uma abordagem muito interessante das mesmas e a vários níveis, como as questões do ambiente e território ou da arte, cultura e espiritualidade. Conforme podemos ler num relatório da Unesco, “A Arte Rupestre do Paleolítico Superior do Vale do Côa é uma ilustração excepcional do rápido desenvolvimento do génio criativo do homem/mulher, na alvorada do seu desenvolvimento cultural; […] é uma extraordinária demonstração da vida social, económica e espiritual do primeiro antepassado da humanidade.” Infelizmente não tivemos oportunidade de fazer a visita guiada ao parque, mas recomendamos sem dúvida uma passagem pelo museu.
Estávamos quase no fim do nosso trajecto, quando parámos novamente junto a uma ponte sobre o Rio Côa, para um almoço improvisado. A última paragem antes de Almendra e do marco 222, que assinala o fim da estrada com a mesma denominação. O sol brilhava alto e foi sob um calor atípico, que fizemos os últimos quilómetros do nosso roteiro por uma das melhores e mais belas estradas do mundo, que por acaso, ou não, fica em Portugal.
Aqui fica o vídeo deste primeiro dia de passeio:
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https://www.youtube.com/user/rakmarc
Saímos do Peso da Régua, atravessando novamente a ponte sobre o Douro e seguimos pela margem sul do rio, sempre na sua companhia. Até ao Pinhão seriam cerca de 27 km e 93 curvas , alternadas com rectas emocionantes. E são precisamente estas curvas angulosas, que juntamente com o comprimento das rectas , deram a esta estrada o título da melhor do mundo para conduzir, através da aplicação de um algoritmo criado para o efeito. Além da espectacular complexidade do percurso, temos que evidenciar novamente a paisagem que o envolve e que certamente contribui para que os condutores a apreciem ainda mais. Chegámos ao Pinhão num sopro, prontos para afirmar que é de facto uma estrada fantástica, mas e deixamos aqui um alerta, igualmente perigosa, já que as rectas convidam à velocidade, mas as curvas, fechadas, limitam bastante a visibilidade, o que exige uma condução ainda mais cuidadosa!
Cruzámos novamente o Douro, para a margem norte para visitar a vila do Pinhão. Encantador! Aninha-se no vale do Douro, com os seus barcos Rabelos a darem um colorido especial ao rio enquanto à sua volta, erguem-se majestosas encostas, povoadas por estradas sinuosas, quintas de enoturismo e miradouros espectaculares. E a estação? A estação é magnífica, decorada com 24 lindíssimos painéis de azulejos que retratam a vida no Douro, dando especial ênfase às vindimas.
Deixámos o Pinhão para nos embrenharmos pelas tais encostas íngremes e estradas sinuosas. Nestas situações, não se pode dizer que o percurso seja sempre agradável, mas o destino compensa. Parámos em Casal de Loivos, um dos muitos miradouros que se podem encontrar nesta região e que oferece uma espectacular vista sobre o rio e a vila do Pinhão.
Ao longo do percurso e quanto mais nos dirigíamos para o interior, a paisagem foi mudando e embora os socalcos e as vinhas continuassem a predominar, começavam a ganhar terreno as oliveiras e amendoeiras. Também a altitude das encostas começava a amenizar. Ainda assim, encontrávamos pelo caminho mais e mais miradouros, à distância de um pequeno desvio da rota principal. Foi o caso do Miradouro de São Salvador do Mundo, pouco depois de São João da Pesqueira. Mais uma vez, ficámos sem respiração com a brutal paisagem do cimo dos seus quase 500 metros de altitude e declive acentuado. As encostas escarpadas, com o rio a correr no seu seio, são de uma intensidade dramática, avassaladora. Além da beleza natural, o miradouro é considerado o maior santuário do Alto Douro Vinhateiro, albergando um conjunto de capelas que se erguem ao longo do monte, sendo que as mais antigas datam do século XVI. A sensação que temos nestes lugares é única e inexplicável. A beleza natural, a grandiosidade, a tranquilidade que paira no ar...impressionante.
Descemos à terra e continuámos a rolar, sempre acompanhados por um sol radioso que alegra qualquer passeio de moto. O cenário mantinha a tonalidade rural e continuávamos a cruzar-nos com trabalhadores nas vindimas e nos olivais. E talvez tenha sido por aqui, entre São João da Pesqueira e Foz Côa, que mais apreciámos a estrada. Faixas largas, com bom piso, rectas convidativas e uma quantidade generosa de curvas de boa visibilidade, proporcionaram talvez o percurso mais agradável. O prazer da estrada, pela estrada!
O conta-quilómetros não parava e dirigíamo-nos a passos largos para a meta, mas tínhamos ainda algumas paragens pelo caminho. Entrámos em Vila Nova de Foz Côa e deixámos novamente as boas estradas, para nos embrenharmos por íngremes "caminhos de cabras" que nos levariam junto à margem do Côa e às ruínas do antigo apeadeiro ferroviário. A estação foi encerrada em 1988 e encontra-se actualmente abandonada e em mau estado, o que nos entristeceu bastante. Apesar desta degradação, o local é frequentado por turistas que fazem passeios fluviais ou pedestres, o que poderia ser um incentivo para a reabilitação do espaço.
A poucos quilómetros de distância, parámos novamente para visitar o Museu do Côa, integrado no Parque Arqueológico do Vale do Côa, um dos maiores e mais importantes sítios de arte rupestre do Mundo, descoberto em 2004 e que esteve em risco de ser submerso pelas obras da barragem de Foz Côa. A exploração arqueológica do local continua a decorrer e estende-se por uma área considerável e transfronteiriça.
Além do parque propriamente dito, museu a céu aberto, onde se encontra a verdadeira "exposição" e que é possível visitar, podemos encontrar, no edifício do museu, variadíssimas reproduções das gravuras e uma abordagem muito interessante das mesmas e a vários níveis, como as questões do ambiente e território ou da arte, cultura e espiritualidade. Conforme podemos ler num relatório da Unesco, “A Arte Rupestre do Paleolítico Superior do Vale do Côa é uma ilustração excepcional do rápido desenvolvimento do génio criativo do homem/mulher, na alvorada do seu desenvolvimento cultural; […] é uma extraordinária demonstração da vida social, económica e espiritual do primeiro antepassado da humanidade.” Infelizmente não tivemos oportunidade de fazer a visita guiada ao parque, mas recomendamos sem dúvida uma passagem pelo museu.
Estávamos quase no fim do nosso trajecto, quando parámos novamente junto a uma ponte sobre o Rio Côa, para um almoço improvisado. A última paragem antes de Almendra e do marco 222, que assinala o fim da estrada com a mesma denominação. O sol brilhava alto e foi sob um calor atípico, que fizemos os últimos quilómetros do nosso roteiro por uma das melhores e mais belas estradas do mundo, que por acaso, ou não, fica em Portugal.
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