O meu Marrocos 2011

O meu Marrocos…

A minha crónica sobre a viagem a Marrocos, vai ser diferente.
Como temos o prazer de ter entre os viajantes que foram a Marrocos excelentes cronistas, resolvi fazer somente um resumo de duas ou três situações que achamos todos piada….porque crónicas a sério e com categoria, vão sendo feitas pelas pessoas que melhor o sabem fazer.


Dia 16 de Abril de 2011 – Fronteira de Tanger em Marrocos.

Estava tudo a correr a tão bem…., a papelada quase toda despachada, depois de as nossas motos terem sido os primeiros veículos a saírem do ferry e estarem na linha da frente para saírem da zona de fronteira, quando um guarda fronteiriço á paisana, resolve acercar-se do Jorge Martins e pedir-lhe o passaporte…
Estava tudo a correr tão bem….quando o Jorge Martins resolve dizer-lhe que não lhe dá o passaporte, não fala francês e não contente com isso resolve virar-lhe as costas….
O homenzinho desata a falar alto com ele, retira-lhe o passaporte das mãos, e retêm um papel da importação temporária da moto do Jorge para Marrocos, que tinha para lhe entregar, e começa a revistar as motos todas á procura de armas e de droga!
O Jorge enrascado lá começou um dialogo de surdos com o policia, com discussões á mistura, quando, ao fim de um bom quarto de hora, eu digo ao Jorge para lhe pedir desculpa, por ter virado as costas, e juntamente com uma explicação de minha parte á recusa do Jorge em entregar o passaporte, a situação parece ultrapassada, até que o dito policia á paisana resolve entregar o passaporte de novo ao Jorge juntamente com o papel que permite a entrada da moto em Marrocos…..
Estava tudo a correr tão bem, não fosse uma rajada de vento mais forte ameaçar levar o papel que o Jorge estava a recolher, que com a ânsia de o segurar o levou a fazer um movimento mais brusco para segurar o papel que queria levantar voo, que levou o Jorge a dar um ligeiro estalo na cara do dito policia….caricato foi ver como terminou a cena, com o Jorge a fazer festinhas na cara do policia, ..que desistiu, sem antes me perguntar qual era a profissão do Jorge…



O Jorge Martins de pistola em punho !!



Dia 19 de Abril Erfoud.

Quando chegamos a Erfoud, á semelhança do que fiz toda a viagem ofereci a t-shirt que trazia vestida nesse dia.
O eleito foi o Omar, um Berbere, que estava no hotel a trabalhar, e que tinha pinta demais para ser empregado, que foi o contemplado com uma t-shirt do extinto VDM.
Isso criou logo uma empatia entre mim e o Omar que permitiu brincarmos um pouco durante a nossa estadia. Desde o momento da entrada no Hotel, reparei que o Omar só tinha olhos para a Gracinda, e quando no dia seguinte pela manhã íamos embora do Hotel e estávamos os dois, eu e a Gracinda, a pagar a conta, perguntei ao Omar quantos camelos dava pela Gracinda. O Omar respondeu prontamente e sem hesitar:

- 100 camelos e o meu coração.

A Gracinda ria-se, e eu retorqui que para começarmos as negociações seriam 300 camelos e um albergue no deserto.
Depois de o Omar dizer á Gracinda, que com ele negro, ela branca os filhos que tivessem seriam café au Lait, fomos para as motos preparar-nos para arrancar. Por norma fui sempre o ultimo do grupo, como dentro do parque do hotel já só estávamos a Gracinda e eu, disse á Gracinda que se não se despachasse deixava-a lá sozinha e que o Omar lhe fechava o portão do parque e ela não conseguiria sair….



Eu e o Omar na recepção do Hotel em Erfoud


Final da historia, a Gracinda de moto a sair do parque “depressinha” o Omar em chinelos e vestes muçulmanas a correr atrás da moto da Gracinda a assobiar com quantas forças tinha….



A alegria da Gracinda em Volubilis por ter conseguido sair do parque do Hotel !


Marrakech 20 de Abril.

Eu , o Filipe Mendonça e o João Campos, tinhamos dito de vespera ao Carlos Ferreira e ao Victor, que neste dia haveria uma comemoração especial, tipo aniversario, e por via disso certamente seriam convidados a tomar umas cervejinhas....
Pela noite, fomos jantar á Praça Central de Marrakech, onde jantamos, e em segredo nós os 3, acompanhavamos via telemovel, o jogo Benfica-Porto, a contar para a segunda mão da taça de Portugal. A comemoração era simples :Tinhamos combinado os tres, convidar o pessoal para umas cervejas, caso o Porto eliminasse o Benfica, em especial o Vitor e o Carlos, por serem benfiquistas ferrenhos.

Assim na parte final, desvendamos que o convite era pela comemoração da vitoria azul e branca, e consequente eliminação do Benfica.
Uma vez que não havia cerveja nesse local, as comemorações começaram no dia seguinte em Marrakech e terminaram em Essaouira...




Marrakech 22 de Abril –

Pela manhã fomos visitar o jardim pertencente á casa de Yves Saint Laurent, a casa Majorelle.

Uns entraram, outros nem por isso, mas de facto “aquilo” era interessante.
Toda a visita ao dito jardim a fiz na companhia do João Campos, íamos entretidos a sacar umas fotos aqui, umas fotos acolá, quando vimos uma seta a indicar a direcção de um memorial ao Yves Saint Laurent.
Lá chegados, estavam um casal com ar nórdico, roupa a condizer, altos loiros e toscos a “bater” umas fotos junto ao dito memorial, ficando nós os dois na “fila” para tirar umas fotografias quando eu, homenageando a parte homossexual do Yves Saint Laurent, digo para o João:

- o Yves Saint Laurent, deve ter corrido estes jardins todos de “quatro”…..

- Sim, na posição da “carreta”. Acrescenta o João, enquanto olhávamos para o casal que nos retorquiu com um sorriso.

- Essa foi boa. Falou o “nórdico” em português correcto….

De imediato perguntei ao indivíduo se aquilo era maneira de um português se vestir, com roupas daquelas que até enganam os compatriotas….

A parte positiva da “coisa” foi que o João, quando começamos a falar e viu o “nórdico” a sorrir, pensou em dizer qualquer coisa como:

“Olha este estúpido está a rir-se….” Ainda bem que só pensou….