[Contacto] Triumph Thunderbird

Não esperávamos que a Triumph o fizesse de outro modo que não apostando na diferença. Por isso, quando decidiu entrar no sector cruiser, responsável pela venda de mais de 300.000 motos nos últimos três anos nos Estados Unidos e quase outro tanto no resto do mundo, o seu ADN exigia que não fizesse um bicilíndrico em V como toda a gente. E não fez.


Esteticamente a nova T-Bird distingue-se pela natureza do motor bicilíndrico num desenho algo conservador. A sua presença ao vivo é, no entanto, impressionante. O volumoso radiador não é tão inestético como parecia nas fotos, as jantes de cinco braços são muito bem conseguidas, e a faixa branca longitudinal, sobre o fundo azul, resulta particularmente bem.


Sentados na nova cruiser inglesa sobressai de imediato o grande e achatado depósito de combustível (21 litros), sobre o qual está colocado, na boa tradição do segmento, o quadro de instrumentos. O banco é largo e confortável e o conjunto permite um bom encaixe das pernas. Os poisa-pés são avançados mas não demasiado. Uma posição de condução descontraída, mas racional.




Acompanhados por David Lopez, o piloto de testes da marca inglesa, pudemos experimentar a moto nas estradas sinuosas do Montmell, as colinas nas fraldas dos Pirinéus que servem de palco ao Rali da Costa Brava. Nesse cenário a Thunderbird revela a sua capacidade para responder a uma condução mais empenhada, graças ao equilíbrio geral do conjunto e à regulação eficaz da suspensão Showa. Apesar de um pneu de 200mm atrás e de uma considerável distância entre eixos, o único limite acaba por ser a baixa altura ao solo como acontece muitas vezes nas motos deste tipo.


A travagem é outro dos seus pontos fortes, com dois discos de 310mm à frente, “mordidos” por pinças de quatro pistões, especialmente se coordenada com a utilização do disco traseiro (310mm, pinça de dois pistões).



É o motor que dá o carácter à moto. Capaz de seguir tranquilamente por uma auto-estrada ou a baixo ritmo numa estrada costeira, é igualmente capaz de ser vivo e “cheio”, funcionando com particular atrevimento na faixa entre as 1400 e as 4000 rpm. O seu binário máximo chega cedo (2750 rpm) e mantém a unidade bicilíndrica sempre disponível.


A caixa é de seis velocidades, sendo a última uma relação mais económica para rodar em auto-estrada.


Texto: Alan Ctahcart
Adaptação: Vítor Sousa
Fotos: Paul Barshon

Fonte: Motociclismo

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