Moto Guzzi Norge 8v

[SIZE="4"]TEST-DRIVE MOTO GUZZI NORGE 8v[/SIZE]


Aqui ficam as minhas impressões do test-drive feito da norge. Em 1º lugar, não podia deixar de mencionar a Luzeiro em Massamá pela disponibilidade e amabilidade demonstrada ao longo de todos os meus contactos!


1ºs contactos

Já os tinha tido no exposalão, uma estradista que parecia rivalizar com bmw's, pan-europeans, FJR's e afins mas em tamanho de criança! Foi a 1ª mota "grande" em que me sentei e me senti "encaixado" na mesma. Senti-me parte da mota e não apenas um tolo em cima de um búfalo a tentar faze-lo virar para onde queria ir! (atenção, todas estas suposições vêm de muito "senta o cú", porque nunca andei em nenhuma das motas acima referidas). Senti que era uma mota para pessoas pequenas (pela 1ª vez fiquei contente por ter 1.70m) e um desejo incontrolável de me meter estrada fora com a "pequenina" norge (assim à vista parece ter o tamanho de uma deuville).

Assinados os papeis, fui acompanhado até à dita para me mostrarem as funcionalidades básicas, tudo muito intuitivo, a mota não tem nada do outro mundo em termos de tecnologia. A meu ver falta-lhe o controlo de tracção que a stelvio tem, pelo menos nem que seja para rivalizar com as outras "grandalhonas".

A 1ª vez que meti a mota a trabalhar quase que dei um pulo para trás! Mas que ronco!!! Parada a mota parece um avião a querer levantar vôo! Aqui vi também o 1º "senão": a mota parada vibra por todos os lados! No descanço lateral, o guiador não parava quieto e o vidro parecia que se ia desintegrar!

Sento-me em cima dela, um pouco intimidado, ponho e capacete e... lá vamos nós! Chego bem com os 2 pés ao chão, o assento é baixo, bem confortável e oferece uma posição de condução não muito agressiva mas, no entanto, um pouco mais "deitada" que a minha Versys. Talvez ajude à centralização das massas, mas a verdade é que nunca senti esta norge (256kg) mais pesada que a versys (190kg). As mudanças põe-se com facilidade, não requer muita força na embraiagem, apesar desta ser um pouco mais "dura" que a da versys.
Um ponto menos positivo está no pedal das mudanças. A distância entre o mesmo e o poisa-pés nunca me convenceu, parecia ser muito "acanhado". Não vi nem perguntei se daria para ajustar, suponho que seja possível, e suponho que também com o hábito a coisa fosse ao lugar.


Estrada

Lá vou eu estrada fora, mal arranco as vibrações desaparecem por completo (uma das coisas que mais me impressionou foi precisamente a suavidade do conjunto todo, em andamento), e consigo fazer um pouco de cidade sem muitas preocupações. Chego ao IC19 e vem a festa! Como alguns sabem, tinha uma FZ6 (98cv) antes da minha versys, por isso estava um pouco receoso que estes 102cv fossem parecer "poucos" para a mota que é... qual quê!!! A mota é um portento de força! Arranca em 2ª com uma facilidade incrível e em menos de nada já ia a 120km/h em 4ª... Toca a subir para 6ª e ver como é que se porta em "auto-estrada". Surpreendi-me bastante com a protecção aerodinamica do conjunto. Não senti vento nenhum em zona nenhuma do corpo, ajudado provavelmente pela minha baixa estatura, pois os ombros apanhavam, ao de leve, uma pequena aragem. Penso que alguém mais alto possa ter problemas aí. o vidro, regulável eletronicamente, protege surependentemente bem pelo seu reduzido tamanho, infelizmente aquele botão de descer (do lado do acelerador, fora do alcance da mão) não lembra a ninguém! Dei por mim a usar a mão esquerda para ir lá para não ter que tirar a direita do acelerador (perigoso, a meu ver). Não andei em loucuras, velocidade máxima marcada no computador de bordo 122km/h, não era esse o meu objectivo!

Chegado a sintra, toca a subir para o palácio da pena e ver como se comporta nas curvas! mas antes, uma paragem para umas fotografias:


De trás:






A mota tem uns pormenores bastante engraçados!



Continuando a subida para a serra, quer pelo seu reduzido tamanho, quer pelo seu reduzido peso, a mota curva com uma facilidade espantosa, parece uma 600! Tem força que nunca mais acaba, podia subir em 2ª ou em 4ª, puxava sempre bem desde as 2.000rpm, sem nunca se queixar e, sempre, com uma suavidade inacreditável! Mal parava a mota, voltava o turbilhão! é um motor que não gosta NADA de estar parado!

ultima paragem, com direito a vídeo e tudo!


A estrada (mais ou menos) como eu a via:











Desci, com muita calma pois o chão estava molhado. Nunca accionou o abs, mas também não fiz por isso, queria experimenta-la como se fosse minha, na minha maneira (calma) de andar. toca ao IC 19, outra vez, uma mota espantosa! Uma estradista autêntica!

Um último reparo, ao consumo. Eu sei que me estava a divertir, nunca tentei "poupar" combustível, mas ao fim de 30km, fiz uma média de 8,4l/100km. Bastante mais do que estava a espera! Em sintra, estava a gastar um "instantaneo" entre os 7l/100km e os 14l/100km, no ic19, a 120km/h, gastava-me 4.5l/100km

Aqui fica, espero que tenham gostado desta


Escusado será dizer que voltei para casa com um sorriso de orelha a orelha... "and that's what motorcycles are all about"

Boa descrição do teste. Dei-te mérito por isso. Se fosse uma má discrição dava-te mérito na mesma por ser uma Guzzi.

Quando passou aquele tractor agricola, parecia outra Guzzi!!

O vibrar e abanar que referes ao ralentim, não é defeito..é feitio mesmo..uma altura exprimentei uma Stelvio e tb estava para arrancar e referi isso mesmo ao vendedor e a resposta dele é que as motas não são para acelerar quando estão paradas... É uma maneira de ver as coisas...eu por acaso até gosto, demonstra caracter, mas para quem vem de japonesas pode achar problemático...as antigas boxer da BM fazia isso tb...

Eu por acaso estou com o Rui...basta ser uma Guzzi..tá bom.. já considerei a Norge como uma boa sucessora da Trophy, mas...num sei...

Boa "review".

Nem conhecia tal modelo. Muito interessante que a compares a uma Deauville... Já agora, sabes qual o preço do animal?

Rui

Boas

O pvp final (sem despesas de legalização) é de 14.950€.

Pedi uma proposta com alguns extras, e deram-me o preço de 15.455€ (preço final) da mota mais top-case e alarme.

Comparando com pan-europeans (20.000€), FJR's (18.000€) GTR's (19.000€) e RT's (20.000€) parece-me uma proposta muito positiva. E não entrei em muita discussão, suponho que este preço seria pelo menos um pouco flexível

Dust boas!

De facto tambem não conhecia este modelo. Parece ser uma propsota interessante. Quem sabe em periodo pós troika.
O que me agradou mais foi as reduzidas dimensoes e o peso!

Valeu , sempre é mais uma proposta a ter conta

Saia mais um

Abraço e boas curvas!

Ah, pois. É totalmente indiscutível que o preço é interessante, ao nível da Suzuki GSX 1250 parece-me. Eu é que sou um "teso"!

Os 9K que a Deauville custa já são "suficientes".

Rui

Com uma reportagem destas atá parece um artigo para uma revista.
Gostei da moto e da reportagem.

Trophyvitor escreveu:Quando passou aquele tractor agricola, parecia outra Guzzi!!

É só INBEJA.......

Jose M. Pereira escreveu:


É só INBEJA.......

Num é nada..é um facto...os motores Motoguzzi foram primeiramente desenvolvidos para os tractores, só depois aplicados nas motas....num sabia o camarada???

Bela review da nova Guzzi, pela Moto Guzzi não produzir só tractores!