O Meu Zoom...da Europa, em 2013

O prometido é devido e, como tal, aqui me têm a iniciar o relato da minha última viagem.

Não prometo uma grande regularidade pois o tempo nem sempre o permite.

Serão 21 dias de viagem...

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Após ter realizado em 2012 uma grande viagem solitária pelo sul, centro e norte da nossa europa, de 15.500 km,  numa procura visceral de mim mesmo, eu e a minha Pan European ST 1300 - a Fantástica, criamos uma ligação que só quem tem e gosta de motas pode entender e viver.

Percorremos juntos kms e kms de prazer puro de andar de mota, que, sentindo e vivendo com gentes e modos tão
diversos, embutidos numa civilização única, me faz ter orgulho em ser europeu.

Adoro a europa e, se pudesse, viveria numa viagem continua pelas suas estradas e caminhos, montanhas e desfiladeiros, sentindo cada pedra milenar, cada campo de batalha, cada nova conquista, num misto de criação herdada e conseguida.

Ficou a promessa de voltar à estrada e foi com grande e natural alegria que comecei a planear a viagem de 2013…pela europa.

Tinha, à partida, duas datas a cumprir. Não podia sair antes de dia 20 de Julho e teria que estar de regresso a 10 de Agosto. Assim foi.

Seria e foi uma viagem muito especial, já que seria a minha primeira grande viagem, só com pendura e, a minha pendura, faria, igualmente, a sua primeira grande viagem.

A minha querida mulher e companheira, que, hoje,  já confiante e experiente, abraçou o projecto desde a primeira hora, duma forma entusiasta, veio-se a confirmar uma verdadeira motard  pronta para qualquer desafio.

A ela o meu grande obrigado pela forma como se portou e pelo lugar cativo que conquistou a meu lado, em cima da minha Fantástica que, mais uma vez, se mostrou do alto da sua fiabilidade, segurança e conforto, a melhor mota do mundo, ficando  para sempre, em grande destaque, no baú das nossas memórias.

A única coisa que pediu foi gasolina e, mesmo assim, acho que foi algo comedida, pois carregada como nunca e com pendura, fez uma média final, nos 7.500 km, de 6,58 l/100 km.

O resto, foi o prazer de a sentir galgar kms montada nos seus 126 cv sempre disponíveis em qualquer situação, sem nunca apresentar qualquer queixa ou falha. Uma referência.

Uma grande amiga, que a minha mulher - Graça, aprendeu a respeitar e a defender, não permitindo que a minha Fantástica fizesse "Topless", à semelhança do ano passado, pois não gostava de a ver sem malas laterais.
Fiz a vontade às duas…e a  Fantástica agradeceu!

O ano passado realizei pequenas crónicas, diárias e na hora, sem qualquer correcção, reflectindo o sentir em cada momento , procurando transmitir cada sentir e cada pormenor, no próprio dia.

Este ano, o propósito era outro, mais lúdico e com uma vivência muito diferente, fruto da companhia e do objectivo da viagem - ir de férias, conhecer, mostrar e recordar, sem ter a preocupação de posteriormente fazer qualquer crónica muito elaborada e sim transmitir muito do que há para ver, estimulando a que outros se aventurem nesta alegria imensa que é viajar e fazer turismo de mota.
Pode haver quem não acredite, mas qualquer passeio de mota, como este,  se torna facilmente inesquecível e viciante.

Eu já viajei muito pela europa de carro e posso dizer, sem qualquer hesitação que,  a mesma viagem , mas de mota, me preenche dum modo incomensuravelmente maior, na alegria e no gozo que vivemos e mais tarde recordamos.

Tenho como lema que:

" Andar de Mota é tatuar " LIBERDADE " em cada km, em cada curva...numa paixão de vida.

e mais uma vez tive o privilégio de o sentir e viver de novo, para mais, desta vez, acompanhado duma pendura que o sentiu profundamente comigo.

Como os meus amigos mais chegados sabem, viajo sempre  sem nada marcado mas com um planeamento prévio do que penso fazer e visitar.
Não gosto da "amarra" do hotel marcado, no dia certo e, à medida que viajo, vou marcando dum dia para o outro, quando não no próprio dia, onde vou dormir.

Assim, tenho sempre a liberdade de dilatar ou encurtar a viagem a gosto e à necessidade do momento, o que, com as tecnologias de hoje, se revela bem fácil de realizar.

A logística da viagem foi muito simples  para mim e simples demais para a pendura…uma mala para cada um e top case para os dois e para casacos, cintas e material da mota, sem esquecer 2 garrafas de 1,5l que viriam a ser a nossa salvação para enfrentar o calor que iríamos enfrentar…que foi muito.

Com a ansiedade natural, chegou o grande dia:



20 de Julho de 2013



Partida - Tomar
Destino - Córdoba



Saímos pela 8,30 h, e após a última despedida aqui fica o registo da saída, que íamos esquecendo de realizar,






O tempo estava muito bom e rumamos a Portalegre e Elvas, onde paramos para saciar a nossa dependência da cafeína ( mais minha diga-se…) com um bom Delta e um pastel de nata.

Como viria a sentir saudades, tanta e tanta vez, desta dupla maravilha…

Paramos em Elvas, logo à entrada, num espaço bem simpático, junto do aqueduto







Café tomado, rumamos rapidamente à conquista das estradas espanholas e do seu calor que já começava a queimar.
Como é bom atravessar a estremadura e andaluzia espanholas….com calor !









Aqui e ali fomos parando e pondo a minha Fantástica à sombra e nós também….que o calor apertava e bem...







Rolamos tanto, tanto...







que rapidamente chegamos a Córdoba,







Sempre gostei muito de Córdoba, colocando-a  como primeira paragem para dar tempo à Graça de se ir adaptando …. aos muitos kms que viriam.
Para isso não havia nada como "adoçar" o calor que vínhamos apanhando com um hotel que estava de água bem limpa à nossa espera, e onde chegamos bem alagados mas com uma surpresa à espera...









nem hesitamos...e que bem que soube,







Não resistimos ao descanso à sombra e a usufruir das bons condições que tínhamos, esperando que o maldito calor abrandasse um pouco,







Mais frescos, saímos do nosso paraíso e começamos a deambular pela cidade,







rumo ao centro, onde estacionámos a mota depois de nos terem mandado por um sentido proibido…que as motas não tinham problema, dizia-nos um simpático cocheiro de uma das muitas caleches que esperavam os turistas...






e a Fantástica lá ficou sossegadita à sombra,







Andar pelas ruas de Córdoba é um prazer, mesmo com calor,  vivendo toda aquela envolvência secular das suas casas pintadas de branco e os seus pátios coloridos. Gosto de Córdoba.













O nosso descanso na piscina tinha sido prolongado…e sem perder mais tempo, fomos até à visita obrigatória da Mesquita, que mais tarde foi Catedral, e hoje está perfeitamente conservada e recuperada.

Foi uma delícia percorre-la calmamente, estranhamente quase vazia, apreciando toda aquela beleza interior

















Os pormenores colocam-nos na dependência da máquina fotográfica de tão variados e bonitos,















Abandonamos a climatização da mesquita...e lançamo-nos para o complexo exterior,



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A cidade permanece muito limpa e arranjada, nomeadamente após a nomeação do seu centro histórico de Património mundial, pela UNESCO,















com cantinhos bem simpáticos para se descansar...







e voltar a refrescar, mais uma vez...







sem esquecer que o almoço tinha sido fraquito…e precisava de reforço







Mais compostos, continuamos o nosso passeio pelo centro histórico, tipicamente mourisco. Nota-se bem a grande evolução que a cidade teve com o reconhecimento feito pela UNESCO, principalmente para quem a conheceu, como eu, bem antes disso.













Com a Fantástica a descansar fomos até ao Alcázar de Los Reyes Cristianos



















onde acabei por ser solicitado e ter que "ir a despacho"…







o seu picadeiro,









Do periodo romano resta a sua ponte romana, com o Guadalquivir atravessando os seus 16 arcos, merecendo um melhor tratamento das suas margens, principalmente para quem ostenta o símbolo da UNESCO.

Infelizmente, lá como cá, ainda subsiste uma falta de sensibilidade gritante no que à conservação e limpeza diz respeito, não interiorizando que o turismo com alguma qualidade já não se compadece com estas falhas.

















O sol começava a querer desaparecer...







e a cidade começou a adquirir novos matizes que nos permitiram tirar mais fotos e despedirmo-nos desta linda cidade, com a alma cheia...













Até breve...a caminho de Valência

Muito bom!! Diria mesmo ... excelente!!
O primeiro mérito já lá está

Para primeiro dia está aqui um relato de lhe tirar o "chapéu"....mérito atribuido e aqui estou na 1ª fila sentado á espera da continuação !!

Cucu!

Muito bom! Vou tentar arranjar tempo para ir seguindo o teu caminho pois estou a gostar muito!

  pois então!

Fenomenal, Ramos Pinto.  

Antes de ver a crónica, já a introdução merecia que assinalasse aquilo que partilho no prazer de viajar a dois, a qualidade do relato reflecte isso mesmo.

 

Fantástico!

 

Fico à espera do nosso café (tens neste teu amigo outro viciado) e espero que de um passeio pela região de Tomar!

Abraço

jazzmd

Espetacular...
Obrigado, e claro que um merecido

Ramos Pinto hi,

Temos viajante e escritor de alto nível, absolutely no doubt!!!

Adorei a tua crónica até aqui !!!

Mas tenho um reparo (Atenção que eu sou brincalhão e irreverente e não vou avisar mais sobre este facto)

Tu pareces-me um homem perfeitamente vulgar!!!!!!!!!!!!! Não entendo como é que tens uma mulher tão bonita!!!!!!!!!!!!!!!!!! Deve de ser por causa da Fantástica, só pode ...

Grande abraço
vou ficar à espera de mais
M

Que Grande introdução!!

Deu gosto ler

Elisio FJR escreveu:Ramos Pinto hi,

Tu pareces-me um homem perfeitamente vulgar!!!!!!!!!!!!! Não entendo como é que tens uma mulher tão bonita!!!!!!!!!!!!!!!!!! Deve de ser por causa da Fantástica, só pode ...

Não podíamos estar mais de acordo e, desde já, obrigado pelo saudável piropo, em nome dela...

Tens bom remédio...muda de mota e compra uma Pan European e vais ver o que te acontece....!!!!!!!!

São como melgas...

Muito, muito bom...não conheço Córdoba...agora fiquei com vontade...  

Fantástico, já sinto vontade de conhecer Córdoba.  

Obrigada pela partilha!
Aguardo continuação!
 

Mais uma crónica onde os big   vão ser dados aos pares!

Brilhante introdução, eu também adoro a nossa Europa!

Obrigado pela partilha. Venha a continuação.

Abraço

Zé Carlos

Escrita fenomenal...
Fotos espetaculares....
Mota de sonho...

Merecido  

Venham mais na continuação

cmps "V"

Início do 2º dia de viagem



21. 07. 2013



Partida - Córdoba
Destino - Valência



Saímos do nosso querido hotel, com a promessa de que o calor estaria connosco logo pela manhã ... e partimos cedo, não sem antes "vestir" a minha Fantástica com as suas malas,



O nosso registo antes da partida, bem retemperados do dia anterior








andamos kms e kms rodeados de grandes olivais que são, talvez o primeiro suporte da economia da região,








contudo, os vinhedos não ficam em plano secundário, bem patente nas várias adegas que fomos encontrando,










Os viledos e seus pequenos castelos são uma constante, fazendo com que a viagem seja mais fácil de suportar com o calor que teima em nos acompanhar...ser ser convidado...







ele... e um casal bem simpático...que não incomodava nada,






até que, avistamos Valência, onde estive o ano passado, que a Graça não conhecia e onde adorei voltar.

Uma grande cidade, a terceira cidade espanhola, que vale a pena visitar.

Santiago Calatrava projectou a "Cidade das Artes e das Ciências", que hoje se tornou ponto obrigatório de visita e que chama muita gente à Valência.

Eu, pessoalmente, não me canso de admirar o projecto e cada um dos seus edifícios temáticos. Umas das facetas que mais impressiona é a vertente do lazer que o conjunto apresenta, paisagisticamente bem integrado ao longo dum rio - o Túria, que ali termina.

Sei, perfeitamente, que a obra é arquitectonicamente controversa...e daí?
Estou convicto que o tempo a tornará perfeitamente consensual, valorizando-se nos séculos futuros o arrojo da época presente, à semelhança do que se passa hoje.

A Graça adorou...
















Calmamente fomos percorrendo toda a "Cidade", saboreando bem cada ângulo e cada perspectiva...pena o calor que teimava em demorar a abrandar... não era preciso tanto...









descansando aqui e ali







Com alguma relutância acabamos por ser fotografados para a "Hola"...fruto do reconhecimento internacional...






sem esquecer as fotos da praxe,








Fomos até ao Clube Náutico tentar esquecer o calor,








e no regresso fomos até ao Parque Oceanográfico,







Tínhamos como destino jantar no centro da cidade e foi para lá que fomos, passando pelo Mercado Colombo, um dos dois principais mercados da cidade, a par do Mercado Central,







Paramos a mota perto da Catedral de Valência e fomos palmilhar aquela zona da cidade,








e fomos até lá









Chegou a noite e nada melhor que compor o estômago com qualquer coisita…de que não nos arrependemos nada….acreditam?







Faltava-nos vaguear pela cidade de noite e foi o que fizemos, com um calor imenso que nos obrigou a mais um banho antes de nos deitarmos. Uma noite fantástica com muita gente na rua e nos bares.

Como tínhamos jantado numa rua paralela à marginal, fomos até à praia,









e até vimos a lua, redonda como um tamanco...







Iluminando o Diabo alado,







Para despedida passamos pelo Palácio da Música, seguindo depois para o hotel,









Até breve...a caminho de Girona.

Pois que seja até breve... que esta vossa viagem promete e merece
Obrigado pela partilha

Yes, assim da gosto passear.

Saia mais um  

Abraço

Zé Carlos

Muy Bueno   

Início do 3º dia de viagem



Dia 22. 07. 2013




Partida - Valência

Chegada - Girona





O dia 22 tinha como objectivo passar por Barcelona, andar de mota sem pressas e tentar ir dormir a Girona,  para encurtar o mais possível a etapa seguinte que seria bem mais cheia.

Esta nossa atitude não tem nada contra Barcelona, bem pelo contrário, trata-se, isso sim, de optimizar o tempo que temos.

Gosta muito de Barcelona e do seu povo, onde sempre fui muito bem recebido. Contudo, ambos já tínhamos visitado Barcelona mais do que uma vez e calcorreado bem os seus museus e parques, pelo que resolvemos focarmo-nos na Sagrada Família, como obra em evolução.

A Graça tem mostrado uma grande à-vontade  durante a viagem até aqui, apesar do calor e da monotonia que é atravessar Espanha.
Apanhamos muito calor e fomos forçados a fazer várias paragens para beber água.

Apesar de tudo, chegamos cedo a Barcelona e fomos captando algumas imagens desta grande cidade,


















mas o destino era a Sagrada Família e fomos directos para lá.
A Graça gostava muito de a rever, dado que, o ano passado quando por lá passei, a encontrei bem adiantada e com poucos andaimes, o que lhe aguçou mais o apetite.

Chegamos...e somos assolados por duas grandes desilusões.

A primeira saltava logo à vista pelo aparato...andaimes e gruas por todo o lado!
Nunca tinha visto a Sagrada Família naquele estado...











A segunda, prendia-se com a fila...que quase desanimava a Graça.

Sem hesitar fiquei na fila, enquanto ela fotografava os exteriores e os seus pormenores,
























Esta grande obra de Gaudi tem uma particularidade que gosto de realçar e mostra bem a força deste povo. Toda ela, desde 1882, tem sido financiada por contribuições privadas.

Tenho a noção que esta obra, talvez a expressão máxima do modernismo catalão, é muito controversa. Mas, para quem, como eu, a foi acompanhando e conhecendo, aprende a gostar e a admirar cada pormenor, cada sentido arquitectónico.

Filas vencidas, eis que surge o seu interior que, para mim, é a parte mais bonita de todo o conjunto, ainda que, ao que sei, esteja longe de estar completo.

Tenho pena que, hoje, esteja praticamente abandonada a ideia de conseguir acabar o conjunto no ano do centenário da morte de Gaudi, 2026, o que seria um grande e merecido tributo a este enorme arquitecto catalão.


























Eis Antoni Gaudi.



Deixamos esta linda cidade já tarde e chegamos já ao fim do dia a Girona, bem transpirados e cansaditos… de tanto calor.

Nada que não se resolva com um bom banho e um melhor sono, que amanhã também é dia.
Foi o que fizemos.



Até breve…já a caminho de Avignon

 antes de mais!

Depois... adoro Barcelona e não fui lá este ano!

As tuas viagens, fotos e crónicas deixam-me sempre com água na boca.

 
Sai mais um  

Bonitas fotografias!  

 

Início do 4º dia de viagem




Dia 23. 07. 2013





Partida - Girona

Chegada - Avignon






Tínhamos projectado um dos dias mais longos e mais cheios de toda a viagem. Assim, levantamo-nos cedo, cheios de energia para começar.
As piores etapas foram pensadas para os primeiros dias, onde a reserva das forças ainda é grande... e partimos para Girona bem animados para o que tínhamos pela frente

O nosso hotel ficava numa das colinas que circundam a cidade e rapidamente nos colocamos, bem cedo, no centro histórico.

É uma pequena cidade, bem simpática e que tinha curiosidade em conhecer, depois de tantas vezes ter lido o seu nome na toponímia das estradas e nunca lá ter parado.

Em boa hora o fizemos.

Da parte nova da cidade avista-se bem a Catedral lá no alto,







Metemos a Fantástica a subir por ruas bem estreitas a caminho da Catedral, sem encontrar vivalma, que os espanhóis levantam-se tarde...







Era tão cedo que quando chegamos à catedral, estava fechada,







e fomos fotografando o exterior, já pensando que não a veríamos por dentro














e eis que chegados à mota para irmos embora, a porte se abre...com a mulher da limpeza de balde em riste...

Pedimos para entrar, ao que ela anuiu imediatamente, dizendo-nos, prontamente, que o senhor padre estava a chegar...

Entramos e a luz não foi nossa amiga, pois era muito difícil tirar fotografias, com a entrada de luz presente.
Segundo alguns, estávamos perante a maior nave gótica do mundo (o que não consegui confirmar) e tive pena de a hora do dia não nos permitir melhor fotos. Paciência, fica o que vimos!





















A cidade começava a acordar e estava na hora de começarmos a ver o casario do centro histórico










para isso, voltamos às ruas estreitas, percorrendo uma cidade imaculadamente limpa àquela hora e perfeitamente conservada.











que dava gosto ver



















despedimo-nos passando na parte nova, que cresceu, naturalmente, no vale, mas sem grandes apontamentos,














Era cedo e partimos rumo à fronteira com a França, que o dia seria bem longo.
Contudo, iríamos entrar num dos países em que mais gosto de andar - a França, pela qualidade das suas estradas nacionais e mesmo secundárias, sem esquecer a qualidade da sua toponímia, onde só mesmo um distraído se pode perder.

Constato igualmente que a grande maioria dos condutores de automóveis, à nossa aproximação, facilitam a passagem, tornando a viagem bem mais agradável e segura.
É uma atitude cívica bem fácil de executar e não dói nada...

Já deu para perceber que só utilizo auto-estrada(AE) mesmo quando de todo é impossível usar as nacionais, para poder ter o prazer de verdadeiramente conduzir a minha Fantástica que tanto gozo me dá.

A primeira paragem deu-se, naturalmente, em Perpignan, em cima do passeio e mesmo de frente para a polícia…








Esta cidade foi distinguida em 2008, como Capital da Cultura Catalã, sendo o catalão língua oficial juntamente com o francês.

As margens do rio Têt, que percorre a cidade, estão primorosamente arranjadas, à semelhança de muitas outras cidades francesas, hábito que não temos em Portugal, com muita pena minha.
É uma maneira do rio doar uma verdadeira vida à cidade e dos cidadãos adquirirem uma boa qualidade de vida, com tudo o que isso implica no rendimento das pessoas.









O calor já vinha a apertar connosco, e fomos até uma esplanada bem simpática, junto da pequena praça principal da cidade,








Já descansados, fomos dar uma pequena volta pela cidade, antes de avançarmos até à praia...
























Entre Perpignan  e Narbonne, o passeio é paisagisticamente bonito e agradavel de fazer.  
Contudo, o nosso próximo destino era Nimes e, para o alcançarmos, tomamos a estrada que nos leva a Marseillan Plage e Sète, seguindo-se Lattes e finalmente Nimes.

Vale a pena o desvio e fazer a estrada, por vários kms, com água dum lado e do outro, num cenário bem diferente e refrescante, com paragens obrigatórias nas praias que fomos encontrando.
















e lá continuamos numa estrada que mais parece estar sobrenadando o oceano com a sensação de que caminhamos sobre a água.
O movimento para as praias é notório…













Chegamos a Nimes bem aquecidos pelo sol e a minha pendura, mal se apanhou com os pés no chão, correu para uma camita improvisada e descansou num banco de pedra...






sem se aperceber que tinha como pano de fundo um monumento bem especial...








a lage era fria e antes que viesse mau agoiro, fomos visitar as Arenas de Nimes  que se avistavam bem perto de nós,







Já tinha passado por Nimes, prescindindo de ir ao Pont du Gard e à Maison Carrée. Perante um calor abrasador e com o tempo que tínhamos, resolvemos não ir visitar um aqueduto semelhante a alguns que temos em Portugal.

Contudo, uma diferença é notória logo à primeira vista...as indicações e a publicidade para se ir até lá.

A França tem o turismo pensado, como ninguém, ao pormenor, promovendo tudo o que cada terra ou região tem, potencialmente, para mostrar e vender.
Não é por acaso que a sua maior industria é precisamente o turismo.

Muito antes de existir a internet já eles tinham várias " Maison de la France" espalhadas pela Europa, Lisboa incluída,  em que facultavam, gratuitamente, folhetos e mapas das regiões que quiséssemos visitar.
Uma verdadeira máquina turística.

Ainda fomos até à Catedral de Saint Castor









O ano passado não tinha ficado muito agradado com a cidade quer no que diz respeito à limpeza quer à conservação do seu património, monumental e citadino.

Talvez tenha existido alguma ténue melhoria que se vislumbra em alguns locais , mas os jardins de La Fontaine, continuam pouco mais que abandonados, o que é uma pena.
















Contudo, mesmo de frente à entrada principal, apresenta já uma avenida, bem conseguida, que de alguma maneira vem colmatar a falha dos jardins, que se apresentam quase desertos e com má reputação.









Com tanto calor que apanhamos resolvemos ir jantar a Arles , beber um bom vinho  e gozar uma boa esplanada. Bem o merecíamos...
Se bem o pensamos, melhor o fizemos.

As arenas de Arles têm um grande programa de espectáculos e estava com uma esperança escondida de apanhar algum ...o que, infelizmente, não aconteceu.
Estava anunciado uma tourada com a presença portuguesa do João Moura e forcados da Chamusca







As Arenas apresentam-se bem limpas e conservadas, com um restauro cuidado. O ano passado ainda apresentava trabalhos no exterior que este ano não se vêm.















A cidade continua bem cuidada e limpa, mantendo as suas características portadas coloridas nas suas janelas.
Está ligada ao mediterrâneo por um grande canal. Aliás, esta cidade foi, em tempos, um grande porto fluvial, nomeadamente no período romano.
O rio Ródano apresenta-se pujante e caudaloso, fazendo jus à sua importância, na região.














Trata-se duma cidade pequena, de 50.000 habitantes, que dá gosto percorrer e ir guardando algumas memórias no nosso registo fotográfico






















A Fundação Vincent Van Gogh, numa iniciativa - Van Gogh Live!, promove vários artistas pela cidade,









Já que falamos neste grande pintor, cabe aqui referir, que foi precisamente aqui que ele se deslumbrou com as paisagens e a luz da Provence.
Teve em Arles uma grande produção artística, que se calcula em mais de 200 telas e também foi aqui, num acto ainda não muito bem explicado, que ele se mutila e corta a orelha esquerda.



Percorríamos as ruas bem calmas, enquanto o sol se começava a pôr,










e demos com este curioso habitante...talvez oriundo da Ilha da Páscoa...que veio ver o pôr-do-sol,









e estava a chegar a hora de ir jantar, pois ainda tínhamos que ir para Avignon, onde tínhamos destinado ficar 2 noites e dar início à "guerra" da roupa suja...







Despedimo-nos de Arles junto ao anfiteatro, onde tínhamos a mota e partimos para Avignon, onde chegamos já com a luz meia absorvida pela noite.







Até breve...ainda em Avignon.