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Escandinávia 2017
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so.usa
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Serzedo
Carlospira
Espsanto
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Re: Escandinávia 2017
3 de agosto de 2017
Passear um pouco pela Suíça é sempre tão pouco!
Mas o meu destino não era aquele, estava apenas numa pequena pausa de passeio por ali e tinha de me contentar com isso e seguir. Por isso daríamos uma volta pelo Bernese Oberland, e seria uma belíssima forma de matar saudades da montanha e do país.
Acordar com uma paisagem inspiradora, põe qualquer pessoa de boa disposição. Aquela água é um gelo, mas o povo não parecia importa-se e, àquela hora, já havia gente na mais amena cavaqueira enfiado nela como se fosse uma sauna!
Quando me passeio por sítios assim, o pensamento que me ocorre sempre é que há gente que vive naquele paraíso toda a sua vida!
Com o lago ali mesmo ao lado da rua, com aquela agua incrivelmente turquesa a inspirar para nunca mais sair dali!
Making off da foto de uma GTR junto ao lago!
E sim, a minha Negrita cobria-a completamente, são aqueles momentos em que a minha moto é maior que as outras todas, questão de perspetiva! eheheheh
E eu tinha de aproveitar o facto de ter alguém que me fotografasse para me captar naquele cenário de sonho!
Andar por ali de moto é tão bonito!
E fomos subindo para o Grimselpass, como quem vai subindo para o céu!
As águas que se tornam turquesa em Interlaken são cinzentas e turbas por ali, porque estamos a aproximar-nos do seu glaciar! Lindo!
Quando se chega lá acima há sempre motos junto ao Tonensee e há um bar onde fomos tomar café. Quase todos os empregados são portugueses e isso chocou-me, porque já la fui tanta vez e nunca me tinha apercebido!
Frequentemente as pessoas falam de que encontram portugueses por todo o lado e eu sempre me surpreendo porque não tenho essa experiência. Ou eles são turistas em bando e falam alto e eu vejo que existem, ou não me lembro de encontrar portugueses por todo o lado como muita gente diz! E de repente andava a encontra-los a torto e a direito! Como era isso possível?
Claro que a resposta foi obvia e imediata!
Quando viajo sozinha não tenho com quem falar português, logo ninguém percebe de onde sou. Como andava sempre a tagarelar com o Filipe as pessoas percebiam facilmente de onde eramos e falavam e brincavam connosco! Básico e adorável, e de repente, havia portugueses por todo o lado!
Então fomos ao meu cantinho encantado, onde pouca gente vai, junto ao glaciar do Aar e o seu Obeaarsee, percorrendo um dos caminhos de alta montanha mais bonitos que conheço…
Muita gente que vai até ali, pousa os carros e vai caminhando até ao glaciar, por isso havia carros mas pouca gente, como eu gosto!
Mas havia gente para pedirmos que nos fizessem uma foto aos dois, nas nossas motos, como o coração do Aar ao fundo.
Um momento de descontração e de apreciação do penteado que o capacete desenhou na cabeça do Filipe!
Sim, está lindo, com um carrapito à Tintim em cima e tudo!
A infinidade de montanhas espantosas em redor com tanta coisa para ver e sentir, quase nos tiram o fôlego!
Caminhos espantosos!
Caminhos que estão por todos os lados, de tal maneira se retorcem sobre si próprios de monte em monte!
E de um Passo de montanha vê-se o outro e o glaciar que iriamos visitar a seguir!
Por estrada os dois glaciares estão a pouco mais de 12 quilómetros, o que quer dizer que, a direito, a nascente do Rio Aar (que segue para a capital, Berna), e a nascente do Rio Rhône (que segue para Genève), estão tão perto como o nascimento de dois irmãos gémeos!
“Há muitos anos atrás eu visitei o Glacier du Rhône e há muito tempo que o queria voltar a ver de perto. É sempre uma sensação poderosa, para mim, estar tão perto de um glaciar, como se se tratasse de um vulcão, cheio de vida. Caminhar pelo gelo, que parece mais pedra rija, sentir o seu pulsar debaixo dos pés... Muito mudou aquele gigante, desde a primeira vez que o vi, está bem menor, meio esventrado e o efeito do calor é tão visível! Mas continua tão majestoso e impressionante...”
(in Passeando pela Vida – Facebook)
E ali em baixo fica a caverna de gelo, que vai sendo protegida do calor e ameaça desaparecer a cada verão!
Parece que o abominável homem das neves andava por ali!
E a abominável mulher também!
Em alguns pontos mais finos, onde o gelo foi escavado par colocar a luz, ele podia assemelhar-se ao gelo dos nossos frigoríficos, mas só aí!
O gelo do rio não é branco porque a textura petrificada pelos resíduos naturais o faz parecer mais pedra do que gelo e eu conseguia caminhar por cima da crosta rugosa como se de rocha se tratasse!
E onde ele abre o azul é absoluto!
E a perspetiva do glaciar é linda…
Cá fora estamos no Furkapass, com paisagens incríveis sobre o Grimselpass e a sucessão de montes até perder de vista! Sou uma privilegiada e, em tantas vezes que ali passei, sempre tive direito a bom tempo e boa visibilidade, e sempre me encantei!
O Filipe a arranjar a gravata para a nobre foto!
Claro que fiz a foto da praxe com aminha motita em tão belo enquadramento!
E aproveitei ter quem me fotografasse para aparecer também! Eu gosto sempre mais das fotos em que não estou em pose.
O tempo para dentro de mim com uma paisagem assim…
Depois de uma sequência de estradas em obras, que nos fizeram agradecer a sorte de estarmos em moto, chegamos ao lago dos quatro cantões em perspetivas de fiordes e reflexos quase irreais.
Lucerna fica a seguir, sempre encantadora, não importa quantas vezes a visite!
Com as suas coisas especiais para turistas…
mas também o que de mais genuíno tem de seu!
Um dia, ao passar à porta daquele bar, fui abordada por um bando de fulanos eufóricos, que fazia algazarra em torno de mim e me oferecia cerveja e eu não entendia nada porque falavam alemão. Só depois percebi que era por eu ser parecida com a fulana que é imagem do bar, uma versão da Penélope!
Não sei para onde aqueles dois olhavam, mas devia ser algo muito interessante, a considerar pela atenção!
E as pessoas apreciavam o fim de tarde na margem do Rio Reuss…
que tem perspetivas espantosas, com os desníveis e represas que mostram a sua cor e pureza.
Lucerna fascinar-me-á para sempre…
A perspetiva sobre Samersee é sempre aquela beleza que nos enche o coração no caminho de Lucerne para Interlaken
Que belo caminho para casa!
No dia seguinte seguiríamos para o sul da Alemanha…
Passear um pouco pela Suíça é sempre tão pouco!
Mas o meu destino não era aquele, estava apenas numa pequena pausa de passeio por ali e tinha de me contentar com isso e seguir. Por isso daríamos uma volta pelo Bernese Oberland, e seria uma belíssima forma de matar saudades da montanha e do país.
Acordar com uma paisagem inspiradora, põe qualquer pessoa de boa disposição. Aquela água é um gelo, mas o povo não parecia importa-se e, àquela hora, já havia gente na mais amena cavaqueira enfiado nela como se fosse uma sauna!
Quando me passeio por sítios assim, o pensamento que me ocorre sempre é que há gente que vive naquele paraíso toda a sua vida!
Com o lago ali mesmo ao lado da rua, com aquela agua incrivelmente turquesa a inspirar para nunca mais sair dali!
Making off da foto de uma GTR junto ao lago!
E sim, a minha Negrita cobria-a completamente, são aqueles momentos em que a minha moto é maior que as outras todas, questão de perspetiva! eheheheh
E eu tinha de aproveitar o facto de ter alguém que me fotografasse para me captar naquele cenário de sonho!
Andar por ali de moto é tão bonito!
E fomos subindo para o Grimselpass, como quem vai subindo para o céu!
As águas que se tornam turquesa em Interlaken são cinzentas e turbas por ali, porque estamos a aproximar-nos do seu glaciar! Lindo!
Quando se chega lá acima há sempre motos junto ao Tonensee e há um bar onde fomos tomar café. Quase todos os empregados são portugueses e isso chocou-me, porque já la fui tanta vez e nunca me tinha apercebido!
Frequentemente as pessoas falam de que encontram portugueses por todo o lado e eu sempre me surpreendo porque não tenho essa experiência. Ou eles são turistas em bando e falam alto e eu vejo que existem, ou não me lembro de encontrar portugueses por todo o lado como muita gente diz! E de repente andava a encontra-los a torto e a direito! Como era isso possível?
Claro que a resposta foi obvia e imediata!
Quando viajo sozinha não tenho com quem falar português, logo ninguém percebe de onde sou. Como andava sempre a tagarelar com o Filipe as pessoas percebiam facilmente de onde eramos e falavam e brincavam connosco! Básico e adorável, e de repente, havia portugueses por todo o lado!
Então fomos ao meu cantinho encantado, onde pouca gente vai, junto ao glaciar do Aar e o seu Obeaarsee, percorrendo um dos caminhos de alta montanha mais bonitos que conheço…
Muita gente que vai até ali, pousa os carros e vai caminhando até ao glaciar, por isso havia carros mas pouca gente, como eu gosto!
Mas havia gente para pedirmos que nos fizessem uma foto aos dois, nas nossas motos, como o coração do Aar ao fundo.
Um momento de descontração e de apreciação do penteado que o capacete desenhou na cabeça do Filipe!
Sim, está lindo, com um carrapito à Tintim em cima e tudo!
A infinidade de montanhas espantosas em redor com tanta coisa para ver e sentir, quase nos tiram o fôlego!
Caminhos espantosos!
Caminhos que estão por todos os lados, de tal maneira se retorcem sobre si próprios de monte em monte!
E de um Passo de montanha vê-se o outro e o glaciar que iriamos visitar a seguir!
Por estrada os dois glaciares estão a pouco mais de 12 quilómetros, o que quer dizer que, a direito, a nascente do Rio Aar (que segue para a capital, Berna), e a nascente do Rio Rhône (que segue para Genève), estão tão perto como o nascimento de dois irmãos gémeos!
“Há muitos anos atrás eu visitei o Glacier du Rhône e há muito tempo que o queria voltar a ver de perto. É sempre uma sensação poderosa, para mim, estar tão perto de um glaciar, como se se tratasse de um vulcão, cheio de vida. Caminhar pelo gelo, que parece mais pedra rija, sentir o seu pulsar debaixo dos pés... Muito mudou aquele gigante, desde a primeira vez que o vi, está bem menor, meio esventrado e o efeito do calor é tão visível! Mas continua tão majestoso e impressionante...”
(in Passeando pela Vida – Facebook)
E ali em baixo fica a caverna de gelo, que vai sendo protegida do calor e ameaça desaparecer a cada verão!
Parece que o abominável homem das neves andava por ali!
E a abominável mulher também!
Em alguns pontos mais finos, onde o gelo foi escavado par colocar a luz, ele podia assemelhar-se ao gelo dos nossos frigoríficos, mas só aí!
O gelo do rio não é branco porque a textura petrificada pelos resíduos naturais o faz parecer mais pedra do que gelo e eu conseguia caminhar por cima da crosta rugosa como se de rocha se tratasse!
E onde ele abre o azul é absoluto!
E a perspetiva do glaciar é linda…
Cá fora estamos no Furkapass, com paisagens incríveis sobre o Grimselpass e a sucessão de montes até perder de vista! Sou uma privilegiada e, em tantas vezes que ali passei, sempre tive direito a bom tempo e boa visibilidade, e sempre me encantei!
O Filipe a arranjar a gravata para a nobre foto!
Claro que fiz a foto da praxe com aminha motita em tão belo enquadramento!
E aproveitei ter quem me fotografasse para aparecer também! Eu gosto sempre mais das fotos em que não estou em pose.
O tempo para dentro de mim com uma paisagem assim…
Depois de uma sequência de estradas em obras, que nos fizeram agradecer a sorte de estarmos em moto, chegamos ao lago dos quatro cantões em perspetivas de fiordes e reflexos quase irreais.
Lucerna fica a seguir, sempre encantadora, não importa quantas vezes a visite!
Com as suas coisas especiais para turistas…
mas também o que de mais genuíno tem de seu!
Um dia, ao passar à porta daquele bar, fui abordada por um bando de fulanos eufóricos, que fazia algazarra em torno de mim e me oferecia cerveja e eu não entendia nada porque falavam alemão. Só depois percebi que era por eu ser parecida com a fulana que é imagem do bar, uma versão da Penélope!
Não sei para onde aqueles dois olhavam, mas devia ser algo muito interessante, a considerar pela atenção!
E as pessoas apreciavam o fim de tarde na margem do Rio Reuss…
que tem perspetivas espantosas, com os desníveis e represas que mostram a sua cor e pureza.
Lucerna fascinar-me-á para sempre…
A perspetiva sobre Samersee é sempre aquela beleza que nos enche o coração no caminho de Lucerne para Interlaken
Que belo caminho para casa!
No dia seguinte seguiríamos para o sul da Alemanha…
________________________
Beijucas!
Viajar é mais assustador para quem fica do que para quem vai!
https://passeandopelavida.com/
Re: Escandinávia 2017
Carlospira escreveu:Boas,
Maravilhosas fotos, SEMPRE !!! E o " relato " da viagem...
Como eu adoro viajar com vocês !!
Levas então um
"Beijukas "
Obrigada
Esta foi uma viagem muito bonita que deixou saudades, impossível não tirar belas fotos!
________________________
Beijucas!
Viajar é mais assustador para quem fica do que para quem vai!
https://passeandopelavida.com/
Re: Escandinávia 2017
4 de agosto de 2017
A cada sitio que a gente pára dá vontade de ficar mais um pouco, mas a excitação de ver o que vem a seguir é sempre o combustível que dá energia e vontade de arrumar tudo nas malas e pôr rodas ao caminho. E o meu caminho seria ainda tão longo, que tudo o que via sabia sempre um pouco a prefácio de algo mais longínquo e mais novo!
E demos mais um passo para norte, que a Escandinávia fica lá para cima!
Uma viagem é feita de moções e, apenas o facto de olhar para uma paisagem com a sensação de ir ficar ali mais um dia, é complemente diferente de olhar para ela ao partir.
Há uma serenidade num lago ao amanhecer, quando não há vento e tudo parece tão quieto, como se as águas fossem sólidas, de espelho, que o ritmo do coração abranda cá dentro e todo o resto do mundo parece afastar-se!
Que coisa linda!
E a aldeia fica ali mesmo, do outro lado da rua, com os chalés de madeira lindíssimos a completar o quadro de perfeita beleza.
Apanhei o meu companheiro de viagem a encolher a barriga para ficar mais elegante na foto.
E logo a seguir fica a cidade, que parece uma aldeia grande, de Interlaken. Aquele ponto onde todos os destinos de ski confluem, já que fica no centro da melhor zona de montanha do país.
Mas no verão é calma e colorida, com o rio Aar a atravessa-la ligando os dois lagos, Brienzersee e Thunersee, que a ladeiam.
E a cor do Aar voltou a fascinar-me, sempre me fascina!
O Filipe à sombra da bananeira… não, à sombra do candeeiro sobre o rio!
Ali no meio é o ponto onde termina Interlaken e começa Unterseen.
Uma localidade de cada lado do rio
A gente tinha parado as motos em Unterseen, logo a seguir ao rio e à ponte, ou antes aos rios e às pontes, já que o Aar de multiplica ali formando uma longa ilha o que dá a sensação de se tornar em vários canais. E as motos ficavam tão bem no ambiente em redor!
Já não sei quantas fotos tirei junto daquelas casas, nem com quantas motos o fiz! E a tradição cumpriu-se de novo!
E seguimos para norte. As paisagens sucedem-se encantadoras e é gratificante seguir atravessando-as. Como eu costumo pensar nestes momentos “que belo dia para passear!”
Então, de repente algo prendeu a atenção. Estávamos numa espécie de xona industrial e havia formas enormes no exterior de um armazém que eu tinha de ver de perto!
Simplesmente WoW!
Tratava-se de um atelier de escultura com materiais reciclados!
Chama-se Recycle Art e ali se fazem esculturas espantosas e únicas, usando peças de automóveis e motos, porcas, parafusos e rodas dentadas, tudo meticulosamente soldado.
E fazem-nas em todas as dimensões, algumas intimidam mesmo pelo seu pormenor, realismo e dimensão!
As esculturas são feitas à mão, de acordo com estudos prévios, depois polidas e lacadas.
E os resultados são verdadeiramente impressionantes!
O Filipe adorou o burro do Shreck, quase aparafusava a língua para ficar mais parecido com ele!
Eu identifiquei-me mais com os monstros, dragões e bicharocos meio monstruosos, devo ser mais monstruosa do que ele, cá no meu intimo!
E eles executam qualquer escultura de reciclagem sob encomenda, através de fotos ou desenhos desde veículos, animais, figuras fantásticas ou móveis. ADOREI!
Havia um carro em dimensão real pronto para ser entregue. Era impressionante!
Às vezes as coisas acontecem assim, numa viagem, a gente fica imenso tempo a ver o que não estava previsto e passa ao lado do que previra! E foi assim com Baden, olhamos para ela lá de cima da rua, mas a vontade de descer e ir ver de perto não era nenhuma, por isso ficamos com registos gerais, até voltarmos a passar com vontade de explorar!
Eram os últimos registos da Suíça, antes de entrar mos na Alemanha e o tempo estava a ameaçar dar-nos uma molha. Parece que vai ser sempre assim, quando entrar na Alemanha com o Filipe! Claro que a culpa era toda dele, já que no ano passado, quando me acompanhou até Estugarda, também apanhamos uma molha ao entrar no país!
A minha esperança era que ele levasse a chuva com ele quando nos separássemos, tal como fez noa ano passado, quando andou a nadar pela França, enquanto eu me deliciava com o sol dos países de leste.
Sinto-me sempre um embrulho quando visto toda a tralha de chuva!
E chegamos a Schwäbisch Gmünd. Uma cidade tão encantadora quanto uma cidade medieval alemã pode ser.
Há algumas construções religiosas por ali que eu gostava de visitar por dentro, como a igreja Românica Johanniskirche, mas não eram já horas de visitas, por isso só restava ver por fora e apreciar as fontes pintadas nas praças...
e a casas com pinturas no exterior, que sempre me fascinam!
Bem no coração da praça do mercado havia uma praia de areia montada para a miudagem brincar.
Um ambiente divertido que despertava a curiosidade a qualquer menino!
E as casinhas em redor são tão antigas e bonitinhas que tornam cada rua um cartão postal
Em redor da catedral, parece que se anda mesmo para trás no tempo!
A Heilig-Kreuz-Münster - Catedral da Santa Cruz - estava aberta para um concerto, por isso os banais mortais não podiam entrar! Uma pena porque, a considerar pelo seu aspeto exterior, deve ser linda, como todas as construções góticas o são!
E havia pequenos pormenores bem mais modernos curiosos e divertidos para explorar pela cidade
Mas os sofás cor de laranja fascinaram-me!
Que bem fica o preto sobre laranja!
Quando chegamos a Nuremberga estava a noitecer. O centro histórico é grande e fascinante, no dia seguinte teríamos de explorar aquilo tudo mas, para já, a urgência era mesmo ir comer!
Hora de parar e descansar e comer, antes que fosse tarde demais e tivéssemos de ir dormir de barriga vazia!
Aquino era tudo vontade de comer mesmo!
Amanhã estaremos ainda em Nuremberga, porque há algumas coisas bonitas que quero ver por ali…
A cada sitio que a gente pára dá vontade de ficar mais um pouco, mas a excitação de ver o que vem a seguir é sempre o combustível que dá energia e vontade de arrumar tudo nas malas e pôr rodas ao caminho. E o meu caminho seria ainda tão longo, que tudo o que via sabia sempre um pouco a prefácio de algo mais longínquo e mais novo!
E demos mais um passo para norte, que a Escandinávia fica lá para cima!
Uma viagem é feita de moções e, apenas o facto de olhar para uma paisagem com a sensação de ir ficar ali mais um dia, é complemente diferente de olhar para ela ao partir.
Há uma serenidade num lago ao amanhecer, quando não há vento e tudo parece tão quieto, como se as águas fossem sólidas, de espelho, que o ritmo do coração abranda cá dentro e todo o resto do mundo parece afastar-se!
Que coisa linda!
E a aldeia fica ali mesmo, do outro lado da rua, com os chalés de madeira lindíssimos a completar o quadro de perfeita beleza.
Apanhei o meu companheiro de viagem a encolher a barriga para ficar mais elegante na foto.
E logo a seguir fica a cidade, que parece uma aldeia grande, de Interlaken. Aquele ponto onde todos os destinos de ski confluem, já que fica no centro da melhor zona de montanha do país.
Mas no verão é calma e colorida, com o rio Aar a atravessa-la ligando os dois lagos, Brienzersee e Thunersee, que a ladeiam.
E a cor do Aar voltou a fascinar-me, sempre me fascina!
O Filipe à sombra da bananeira… não, à sombra do candeeiro sobre o rio!
Ali no meio é o ponto onde termina Interlaken e começa Unterseen.
Uma localidade de cada lado do rio
A gente tinha parado as motos em Unterseen, logo a seguir ao rio e à ponte, ou antes aos rios e às pontes, já que o Aar de multiplica ali formando uma longa ilha o que dá a sensação de se tornar em vários canais. E as motos ficavam tão bem no ambiente em redor!
Já não sei quantas fotos tirei junto daquelas casas, nem com quantas motos o fiz! E a tradição cumpriu-se de novo!
E seguimos para norte. As paisagens sucedem-se encantadoras e é gratificante seguir atravessando-as. Como eu costumo pensar nestes momentos “que belo dia para passear!”
Então, de repente algo prendeu a atenção. Estávamos numa espécie de xona industrial e havia formas enormes no exterior de um armazém que eu tinha de ver de perto!
Simplesmente WoW!
Tratava-se de um atelier de escultura com materiais reciclados!
Chama-se Recycle Art e ali se fazem esculturas espantosas e únicas, usando peças de automóveis e motos, porcas, parafusos e rodas dentadas, tudo meticulosamente soldado.
E fazem-nas em todas as dimensões, algumas intimidam mesmo pelo seu pormenor, realismo e dimensão!
As esculturas são feitas à mão, de acordo com estudos prévios, depois polidas e lacadas.
E os resultados são verdadeiramente impressionantes!
O Filipe adorou o burro do Shreck, quase aparafusava a língua para ficar mais parecido com ele!
Eu identifiquei-me mais com os monstros, dragões e bicharocos meio monstruosos, devo ser mais monstruosa do que ele, cá no meu intimo!
E eles executam qualquer escultura de reciclagem sob encomenda, através de fotos ou desenhos desde veículos, animais, figuras fantásticas ou móveis. ADOREI!
Havia um carro em dimensão real pronto para ser entregue. Era impressionante!
Às vezes as coisas acontecem assim, numa viagem, a gente fica imenso tempo a ver o que não estava previsto e passa ao lado do que previra! E foi assim com Baden, olhamos para ela lá de cima da rua, mas a vontade de descer e ir ver de perto não era nenhuma, por isso ficamos com registos gerais, até voltarmos a passar com vontade de explorar!
Eram os últimos registos da Suíça, antes de entrar mos na Alemanha e o tempo estava a ameaçar dar-nos uma molha. Parece que vai ser sempre assim, quando entrar na Alemanha com o Filipe! Claro que a culpa era toda dele, já que no ano passado, quando me acompanhou até Estugarda, também apanhamos uma molha ao entrar no país!
A minha esperança era que ele levasse a chuva com ele quando nos separássemos, tal como fez noa ano passado, quando andou a nadar pela França, enquanto eu me deliciava com o sol dos países de leste.
Sinto-me sempre um embrulho quando visto toda a tralha de chuva!
E chegamos a Schwäbisch Gmünd. Uma cidade tão encantadora quanto uma cidade medieval alemã pode ser.
Há algumas construções religiosas por ali que eu gostava de visitar por dentro, como a igreja Românica Johanniskirche, mas não eram já horas de visitas, por isso só restava ver por fora e apreciar as fontes pintadas nas praças...
e a casas com pinturas no exterior, que sempre me fascinam!
Bem no coração da praça do mercado havia uma praia de areia montada para a miudagem brincar.
Um ambiente divertido que despertava a curiosidade a qualquer menino!
E as casinhas em redor são tão antigas e bonitinhas que tornam cada rua um cartão postal
Em redor da catedral, parece que se anda mesmo para trás no tempo!
A Heilig-Kreuz-Münster - Catedral da Santa Cruz - estava aberta para um concerto, por isso os banais mortais não podiam entrar! Uma pena porque, a considerar pelo seu aspeto exterior, deve ser linda, como todas as construções góticas o são!
E havia pequenos pormenores bem mais modernos curiosos e divertidos para explorar pela cidade
Mas os sofás cor de laranja fascinaram-me!
Que bem fica o preto sobre laranja!
Quando chegamos a Nuremberga estava a noitecer. O centro histórico é grande e fascinante, no dia seguinte teríamos de explorar aquilo tudo mas, para já, a urgência era mesmo ir comer!
Hora de parar e descansar e comer, antes que fosse tarde demais e tivéssemos de ir dormir de barriga vazia!
Aquino era tudo vontade de comer mesmo!
Amanhã estaremos ainda em Nuremberga, porque há algumas coisas bonitas que quero ver por ali…
________________________
Beijucas!
Viajar é mais assustador para quem fica do que para quem vai!
https://passeandopelavida.com/
Re: Escandinávia 2017
5 de Agosto de 2017
A Alemanha é um país tão bonito que sempre me custa atravessa-la sem explorar um pouco, por isso parei em Nuremberga para visitar um pouco em redor. Um dia não é muito tempo para uma zona tão bonita como aquela, mas teria de chegar, veria o que pudesse sem pressas nem stress, e deixaria o resto para outra vez! É sempre assim que eu me contento com o que posso ver ou fazer, prometendo a mim mesma que voltarei.
O café não é grande coisa por aqueles lados, mas no hostel pelo menos não era muito caro, o que já era uma boa qualidade, porque pior do que um fraco café é pagar caro por ele!
A minha Negrita ia-se revelando, para alem de uma boa parceira de estrada, uma boa mesa de apoio também!
Dinkelsbühl foi o primeiro ponto de interesse que visitamos. Uma cidade medieval que eu queria visitar havia imenso tempo. O seu centro histórico parece todo ele um imenso cenário, de tão bonito e bem cuidado que está!
As casas pintadas em cores vivas e com frisos e pormenores decorativos são tão bonitas que apetece disparar fotos em todas as direções!
No centro da cidadezinha, por entre charretes e tendinhas de bugigangas, ficava a St. Georgs Kirche, uma belíssima igreja gótica que condiz tanto com o ambiente em redor!
Linda!
Com os tetos nervurados e altares entre estilos gótico e neo-gótico perfeitos!
Com o calor e o ambiente em redor tão inspirador, não havia como evitar para numa esplanada mesmo à porta da igreja e tomar uma cerveja refrescante!
Afinal estávamos no país da boa cerveja!
E a vontade era de explorar cada recanto em redor e acrescentar novas casas lindas à minha já longa coleção de casas europeias!
Tão bonito o ambiente de uma cidade sem prédios nem edifícios enormes apenas casinhas individuais!
E as portas da cidade foram mantidas e conservadas até hoje
Finalmente lá seguimos para Rothenburg ob der Tauber, uma cidade muito bonita que só peca pela fama que a faz estar sempre banhada de turistas.
As suas portas são espetaculares!
Quando os sítios são bonitos nunca há pressa em ir embora. O que quer se seja para ver a seguir pode esperar, se o tempo for pouco, fica para outra vez. De nada adianta andar a correr de lado para lado sem se dar tempo de apreciar cada local!
E não faltava nada por ali, até ursinhos para o rapazola brincar! 😉
E no meio das nossas explorações, sem contar encontrar mais nada do que todo o encanto de cada rua…
Encontramos uma loja de Natal espantosa!
A loja tem um museu, mas apenas as varias salas com exposição de mil e uma coisas para o Natal foi suficiente para nos prender a atenção por muito tempo!
Não se podia tirar fotos mas ninguém consegue controlar muito bem o meu telemóvel nem a rapidez com que ele capta uns e outros!
Confesso que sou uma fascinada pelo Natal, como uma criancinha!
E há sempre um bonequinho, ou um bonecão, para fazer par com o Filipe!
Parece que lá na terrinha são típicas umas bolas enormes de doce de diversas cores.
Não sei o que aquilo é mas não me inspirou confiança, tinha ar de coisa muito doce e eu sou mais de salgadinhos
mas o meu amigo é todo doceiro e parecia tão feliz a devorar aquilo!
Poucas ruas estavam livres de multidões o que era uma pena, pois a arquitetura é linda!
A sorte é que os turistas enchem as ruas famosas, onde se podem captar as perspetivas que aparecem na internet, e poucos perdem tempo com as ruinhas paralelas e desconhecidas.
mesmo que nelas esteja a beleza mais genuína!
E o pedaço mais famoso do local estava cheio de gente, claro! Espera-se uma infinidade de tempo para vagar um pouco, ou só se verá gente e é o que se vê no fim, gente!
Nunca há pressa quando se vêem coisas bonitas, se não houver tempo para ir ma muitos lados, haverá para ir a poucos, mas que sejam bem vividos!
E nesta treta de ficar uma pouco quieta a apreciar o momento, descobri que existe Iced Tea com gás! Uma bosta!
Com grandes nuvens a formar-se, mas com toda a boa disposição de quem quer continuar a ver coisas bonitas, fomos até Lauf an der Pegnitz.
Por ali tudo é bonitinho e Lauf an der Pegnitz é um pequeno encanto, tão perto de Nuremberga que num instante se passa lá!
O centro é pequeno mas bonito, ideal para parar um pouco a tomar qualquer coisa enquanto o rapaz se punha a namorar ao telemóvel!
Claro que enquanto ele andava de um lado para o outro nas suas conversas, eu tinha de me entreter com alguma coisa, na esplanada mais bem situada lá do local, com a porta da cidade a fazer cenário de fundo!
A cerveja continuava a ser boa por aqueles lados!
Então de repente as nuvens chatearam-se à brava e ficaram mesmo negras de raiva!
E desatou a chover com toda a força!
Um momento raro, quando há sol de um lado e as nuvens ficam negras do outro, por isso, quando toda a gente se abrigava debaixo dos guarda-sóis eu fui procurar o melhor angulo para captar o contraste!
O Filipe não entendia nada do que andávamos a fazer a olhar para a chuva e apanhar com ela na testa! Oh rapaz, para a próxima tens de usar um chapéu! A mim a chuva não me perturbou nadinha!
Eu tinha de registar aquele momento, em que o céu estava negro e as casas cheias de luz!
Porque a natureza não nos dá muito tempo para registarmos algumas das suas habilidades mais belas!
E lá fomos para Nuremberga, com as motos lavadinhas de fresco!
Aproveitando para percorrer outras ruas da cidade cheias de encanto!
A cidade é atravessada pelo rio com o seu nome, o Pegnitz, que cria recantos e perspetivas muito bonitas nas suas margens.
É preciso ter-se alguma paciência para me acompanhar, quando paro a qualquer momento para fazer mais uma foto!
E finalmente fomos para Nuremberga encher-nos de salsichas, que estávamos na terra delas! Eram deliciosas!
Numa esplanada a atirar para o medieval onde parecia que ainda era Natal!
Ali nasceu e morreu Albrecht Dürer, o grande artista do renascimento, e lá estava a sua estátua…
Nuremberga é uma cidade onde tenho de voltar com mais tempo, é linda e cheia de história. O seu centro histórico é grande e eu tenho de o explora melhor.
Na Espanha todas as cidades têm uma Plaza Mayor, na Bélgica têm uma Grand-Place, na Alemanha têm uma Hauptmarkt! E a Frauenkirche (Igreja de Nossa Senhora) ficou na minha agenda para visitar um dia, era linda em contraste com a noite!
Amanhã iriamos para Hamburgo, o ultimo ponto de paragem antes de seguirmos caminhos diferentes e eu entrar em terras escandinavas…
A Alemanha é um país tão bonito que sempre me custa atravessa-la sem explorar um pouco, por isso parei em Nuremberga para visitar um pouco em redor. Um dia não é muito tempo para uma zona tão bonita como aquela, mas teria de chegar, veria o que pudesse sem pressas nem stress, e deixaria o resto para outra vez! É sempre assim que eu me contento com o que posso ver ou fazer, prometendo a mim mesma que voltarei.
O café não é grande coisa por aqueles lados, mas no hostel pelo menos não era muito caro, o que já era uma boa qualidade, porque pior do que um fraco café é pagar caro por ele!
A minha Negrita ia-se revelando, para alem de uma boa parceira de estrada, uma boa mesa de apoio também!
Dinkelsbühl foi o primeiro ponto de interesse que visitamos. Uma cidade medieval que eu queria visitar havia imenso tempo. O seu centro histórico parece todo ele um imenso cenário, de tão bonito e bem cuidado que está!
As casas pintadas em cores vivas e com frisos e pormenores decorativos são tão bonitas que apetece disparar fotos em todas as direções!
No centro da cidadezinha, por entre charretes e tendinhas de bugigangas, ficava a St. Georgs Kirche, uma belíssima igreja gótica que condiz tanto com o ambiente em redor!
Linda!
Com os tetos nervurados e altares entre estilos gótico e neo-gótico perfeitos!
Com o calor e o ambiente em redor tão inspirador, não havia como evitar para numa esplanada mesmo à porta da igreja e tomar uma cerveja refrescante!
Afinal estávamos no país da boa cerveja!
E a vontade era de explorar cada recanto em redor e acrescentar novas casas lindas à minha já longa coleção de casas europeias!
Tão bonito o ambiente de uma cidade sem prédios nem edifícios enormes apenas casinhas individuais!
E as portas da cidade foram mantidas e conservadas até hoje
Finalmente lá seguimos para Rothenburg ob der Tauber, uma cidade muito bonita que só peca pela fama que a faz estar sempre banhada de turistas.
As suas portas são espetaculares!
Quando os sítios são bonitos nunca há pressa em ir embora. O que quer se seja para ver a seguir pode esperar, se o tempo for pouco, fica para outra vez. De nada adianta andar a correr de lado para lado sem se dar tempo de apreciar cada local!
E não faltava nada por ali, até ursinhos para o rapazola brincar! 😉
E no meio das nossas explorações, sem contar encontrar mais nada do que todo o encanto de cada rua…
Encontramos uma loja de Natal espantosa!
A loja tem um museu, mas apenas as varias salas com exposição de mil e uma coisas para o Natal foi suficiente para nos prender a atenção por muito tempo!
Não se podia tirar fotos mas ninguém consegue controlar muito bem o meu telemóvel nem a rapidez com que ele capta uns e outros!
Confesso que sou uma fascinada pelo Natal, como uma criancinha!
E há sempre um bonequinho, ou um bonecão, para fazer par com o Filipe!
Parece que lá na terrinha são típicas umas bolas enormes de doce de diversas cores.
Não sei o que aquilo é mas não me inspirou confiança, tinha ar de coisa muito doce e eu sou mais de salgadinhos
mas o meu amigo é todo doceiro e parecia tão feliz a devorar aquilo!
Poucas ruas estavam livres de multidões o que era uma pena, pois a arquitetura é linda!
A sorte é que os turistas enchem as ruas famosas, onde se podem captar as perspetivas que aparecem na internet, e poucos perdem tempo com as ruinhas paralelas e desconhecidas.
mesmo que nelas esteja a beleza mais genuína!
E o pedaço mais famoso do local estava cheio de gente, claro! Espera-se uma infinidade de tempo para vagar um pouco, ou só se verá gente e é o que se vê no fim, gente!
Nunca há pressa quando se vêem coisas bonitas, se não houver tempo para ir ma muitos lados, haverá para ir a poucos, mas que sejam bem vividos!
E nesta treta de ficar uma pouco quieta a apreciar o momento, descobri que existe Iced Tea com gás! Uma bosta!
Com grandes nuvens a formar-se, mas com toda a boa disposição de quem quer continuar a ver coisas bonitas, fomos até Lauf an der Pegnitz.
Por ali tudo é bonitinho e Lauf an der Pegnitz é um pequeno encanto, tão perto de Nuremberga que num instante se passa lá!
O centro é pequeno mas bonito, ideal para parar um pouco a tomar qualquer coisa enquanto o rapaz se punha a namorar ao telemóvel!
Claro que enquanto ele andava de um lado para o outro nas suas conversas, eu tinha de me entreter com alguma coisa, na esplanada mais bem situada lá do local, com a porta da cidade a fazer cenário de fundo!
A cerveja continuava a ser boa por aqueles lados!
Então de repente as nuvens chatearam-se à brava e ficaram mesmo negras de raiva!
E desatou a chover com toda a força!
Um momento raro, quando há sol de um lado e as nuvens ficam negras do outro, por isso, quando toda a gente se abrigava debaixo dos guarda-sóis eu fui procurar o melhor angulo para captar o contraste!
O Filipe não entendia nada do que andávamos a fazer a olhar para a chuva e apanhar com ela na testa! Oh rapaz, para a próxima tens de usar um chapéu! A mim a chuva não me perturbou nadinha!
Eu tinha de registar aquele momento, em que o céu estava negro e as casas cheias de luz!
Porque a natureza não nos dá muito tempo para registarmos algumas das suas habilidades mais belas!
E lá fomos para Nuremberga, com as motos lavadinhas de fresco!
Aproveitando para percorrer outras ruas da cidade cheias de encanto!
A cidade é atravessada pelo rio com o seu nome, o Pegnitz, que cria recantos e perspetivas muito bonitas nas suas margens.
É preciso ter-se alguma paciência para me acompanhar, quando paro a qualquer momento para fazer mais uma foto!
E finalmente fomos para Nuremberga encher-nos de salsichas, que estávamos na terra delas! Eram deliciosas!
Numa esplanada a atirar para o medieval onde parecia que ainda era Natal!
Ali nasceu e morreu Albrecht Dürer, o grande artista do renascimento, e lá estava a sua estátua…
Nuremberga é uma cidade onde tenho de voltar com mais tempo, é linda e cheia de história. O seu centro histórico é grande e eu tenho de o explora melhor.
Na Espanha todas as cidades têm uma Plaza Mayor, na Bélgica têm uma Grand-Place, na Alemanha têm uma Hauptmarkt! E a Frauenkirche (Igreja de Nossa Senhora) ficou na minha agenda para visitar um dia, era linda em contraste com a noite!
Amanhã iriamos para Hamburgo, o ultimo ponto de paragem antes de seguirmos caminhos diferentes e eu entrar em terras escandinavas…
Re: Escandinávia 2017
6 de agosto de 2017
O facto de irmos subir toda a Alemanha não implicava faze-lo sem explorar, por isso havia duas ou três coisas pelo caminho que eu queria ver. Afinal o dia tínhamos o dia todo para fazer seiscentos e pouco quilómetros, não havia necessidade de ir a correr para Hamburgo!
Um dos sítios onde eu queria passar e estava na minha agenda há anos, era Bamberg. Uma cidade cheia de história que irei certamente voltar a visitar mais me pormenor, um dia, e que me encantou num passeio relaxado pelas suas ruelas.
Bamberg tem uma escultura de Igor Mitoraj, o mesmo que fez o Eros Vendado de Cracóvia. Sempre curiosa a sensação de cruzar com uma escultura dele, literalmente um pedaço do mundo clássico!
A sensação que se tem é que a ponte que atravessa o rio Regnitz está cheia de tralhas, entre esculturas religiosas cheias de pormenores e casas coloridas!
Mo meio fica a antiga Rathaus, aquela casa de travejamento amarelo que é o ex-libris da cidade.
Mas ela só é visível no seu enquadramento perfeito, a partir da margem ou da pequena ponte pedestre que passa mais atrás.
O edifício é do século XIV e fica na ligação das duas pontes à ilha sobre o rio Regnitz, por isso parece que está no meio da ponte.
É tão bonito o conjunto!
E sempre que passeio por uma cidade que parece também uma aldeia, só me ocorre quão felizes são as pessoas que ali vivem, pois têm o paraíso tão perto da porta de casa!
Chamam àquela margem do rio a Pequena Veneza, e é fácil de entender porquê, há gôndolas e tudo!
As casinhas enfileiram-se pela margen, como se fossem de brincar, e têm pequenos ancoradouros onde as pessoas param os seus barcos como quem pára carros ou bicicletas...
Frequentemente me perguntam se eu não tenho dificuldade em deixar para trás um sitio encantador, se como faço quando tenho vontade de ficar mais um dia ou dois mas não posso porque tenho de continuar a minha viagem.
Na realidade eu sempre passo em aldeias e cidades que me atraem sem o intuito de as explorar a fundo. Não sou uma maquina e só faço o que me apetece, e correr de lado para ado para ver tudo o que há, não condiz com o meu espirito relaxado e sereno em viagem. Seria incapaz de me massacrar tentando ver tudo numa corrida frenética! Eu deixo sempre assunto para voltar mais vezes e assim é-me muito fácil seguir viagem sem remorsos nem cansaços desnecessários!
Por isso seguimos para norte, pois Fulda ficava mais acima e tinha também coisas que eu queria ver!
Fulda é também uma cidade de origem medieval, e tem algumas construções muito bonitas. A Altes Rathaus é um edifício colorido, com travejamento exterior, muito bonito! Parece que todas as terras por ali têm uma Altes Rathaus - antiga Câmara!
Ao lado fica a Stadtpfarrkirche, a igreja paroquial lá do sitio, toda colorida.
Por ali gostam de cores vivas e contrastantes nas casas, e isso dá um ar tão cativante e alegre às ruas!
Parar para um café pode ser a experiencia mais surpreendente por aquelas terras!
O meu parceiro de viagem estava sempre a querer para tomar um cafezinho! Ora, por ali o café é caríssimo, é enorme e é uma bosta! Oh homem, acho que só podes ser masoquista!!!
A verdade é que o calor me provocava sonolência e eu também já estava a ser meio masoquista com o café. E no entanto não adiantava nada pois era tão fraco que nem para tirar o sono servia!
Seria chá de café?
Hann. Münden seria a ultima cidade a visitar antes de chagar ao nosso destino. Chamam-lhe a cidade dos três rios, porque fica no ponto em que o rio Fulda e o rio Werra se unem e se transformam no rio Weser.
Mas eu queria ver as suas casas medievais, meio inclinadas, com cores e decorações espantosas, e não me dececionei!
Aparentemente parece uma cidade igual às outras, com ruas bonitas cheias de comércio
Então chega-se à zona mais antiga
Então tudo em redor era fascinante! De repente estamos rodeados de casas com 400 e 500 anos, impressionantes!
Acho que elas se suportam umas à outras e se mantêm firmes passado tanto tempo com o apoio mutuo!
As portas e janelas já há muito que não estão esquadriadas, inclinando-se para um lado ou para o outro, mas firmes e lindas!
E os pormenores das fachadas e portas eram lindos e minuciosos!
E chegamos à Marktplatz, é sempre na Praça do Mercado que fica tudo, sobretudo a Rathaus!
Numa cidade assim o edifício da câmara é sempre espantoso e aquele não é exceção! Chamam-lhe a Historisches Rathaus e bem merece o titulo!
E a sua porta era fascinante! Claro que tivemos de fazer fotos ali, eu até faço coleção de portas mas não tinha nenhuma parecida com aquela!
Acho que o Filipe se sentir tão insignificante junto de um fundo tão vistoso que se pôs a fazer macacadas, só para dar nas vistas, senão ninguém o veria ali! Eheheheh
Então, de repente ao virar uma esquina, num largo bonito com arvores e casinhas giras, estava a Igreja de São Aegidien. Nada de anormal, se fosse apenas a igreja de origem medieval, cheia de história, com pormenores arquitetónicos de diversas épocas, de acordo com as diversas remodelações que foi tendo ao longo da sua rica história…
A novidade estava no seu interior, onde funciona um café restaurante!
Desde 2008, o dono de um hotel na zona, o hotel Aegidienhof, comprou a igreja e adaptou-a para o Café Aegidius , tendo em conta o caráter do espaço sagrado e o uso do mobiliário original.
O ambiente está muito bonito e acolhedor
Mas tenho de concordar que é um bocado estranho tomar um café ou uma bebida num altar!
Quando chegamos a Hamburgo estava a noitecer.
A cidade estava em festa, com gente, musica e barulho em redor do Lago Alster.
E como não nos dispusemos a jantar numa igreja, fomos para o meio da festa encher-nos de salsichas, que por ali são deliciosas!
Confesso que já tenho saudades, tenho de procurar por cá se existem salsichas iguais àquelas para fazer uma tainada.
O pão que nos dão é tão pequenino que não cabe nada lá dentro!
Tivemos de puxar dos canivetes e refazer das sandocas!
Muito bom!
Embora a festa estivesse animada, deu para ver que por ali essas coisas não duram a noite toda! Ainda não tínhamos percorrido todo o perímetro e já estavam a desmontar a coisa!
Mas as perspetivas do lago eram magnificas, com ou sem festa!
Com o jato de água a fazer lembrar o de Genève, mudando de cor em reflexos inspiradores.
À medida que a cidade ia serenando, fomos visitando um pouco enquanto regressávamos às motos. O edifício da Rathaus ficava fantástico com a iluminação a valorizar a sua arquitetura fantástica.
E fomos para casa que amanha seria o dia de seguir para a Escandinávia!
Até amanhã, na Dinamarca…
O facto de irmos subir toda a Alemanha não implicava faze-lo sem explorar, por isso havia duas ou três coisas pelo caminho que eu queria ver. Afinal o dia tínhamos o dia todo para fazer seiscentos e pouco quilómetros, não havia necessidade de ir a correr para Hamburgo!
Um dos sítios onde eu queria passar e estava na minha agenda há anos, era Bamberg. Uma cidade cheia de história que irei certamente voltar a visitar mais me pormenor, um dia, e que me encantou num passeio relaxado pelas suas ruelas.
Bamberg tem uma escultura de Igor Mitoraj, o mesmo que fez o Eros Vendado de Cracóvia. Sempre curiosa a sensação de cruzar com uma escultura dele, literalmente um pedaço do mundo clássico!
A sensação que se tem é que a ponte que atravessa o rio Regnitz está cheia de tralhas, entre esculturas religiosas cheias de pormenores e casas coloridas!
Mo meio fica a antiga Rathaus, aquela casa de travejamento amarelo que é o ex-libris da cidade.
Mas ela só é visível no seu enquadramento perfeito, a partir da margem ou da pequena ponte pedestre que passa mais atrás.
O edifício é do século XIV e fica na ligação das duas pontes à ilha sobre o rio Regnitz, por isso parece que está no meio da ponte.
É tão bonito o conjunto!
E sempre que passeio por uma cidade que parece também uma aldeia, só me ocorre quão felizes são as pessoas que ali vivem, pois têm o paraíso tão perto da porta de casa!
Chamam àquela margem do rio a Pequena Veneza, e é fácil de entender porquê, há gôndolas e tudo!
As casinhas enfileiram-se pela margen, como se fossem de brincar, e têm pequenos ancoradouros onde as pessoas param os seus barcos como quem pára carros ou bicicletas...
Frequentemente me perguntam se eu não tenho dificuldade em deixar para trás um sitio encantador, se como faço quando tenho vontade de ficar mais um dia ou dois mas não posso porque tenho de continuar a minha viagem.
Na realidade eu sempre passo em aldeias e cidades que me atraem sem o intuito de as explorar a fundo. Não sou uma maquina e só faço o que me apetece, e correr de lado para ado para ver tudo o que há, não condiz com o meu espirito relaxado e sereno em viagem. Seria incapaz de me massacrar tentando ver tudo numa corrida frenética! Eu deixo sempre assunto para voltar mais vezes e assim é-me muito fácil seguir viagem sem remorsos nem cansaços desnecessários!
Por isso seguimos para norte, pois Fulda ficava mais acima e tinha também coisas que eu queria ver!
Fulda é também uma cidade de origem medieval, e tem algumas construções muito bonitas. A Altes Rathaus é um edifício colorido, com travejamento exterior, muito bonito! Parece que todas as terras por ali têm uma Altes Rathaus - antiga Câmara!
Ao lado fica a Stadtpfarrkirche, a igreja paroquial lá do sitio, toda colorida.
Por ali gostam de cores vivas e contrastantes nas casas, e isso dá um ar tão cativante e alegre às ruas!
Parar para um café pode ser a experiencia mais surpreendente por aquelas terras!
O meu parceiro de viagem estava sempre a querer para tomar um cafezinho! Ora, por ali o café é caríssimo, é enorme e é uma bosta! Oh homem, acho que só podes ser masoquista!!!
A verdade é que o calor me provocava sonolência e eu também já estava a ser meio masoquista com o café. E no entanto não adiantava nada pois era tão fraco que nem para tirar o sono servia!
Seria chá de café?
Hann. Münden seria a ultima cidade a visitar antes de chagar ao nosso destino. Chamam-lhe a cidade dos três rios, porque fica no ponto em que o rio Fulda e o rio Werra se unem e se transformam no rio Weser.
Mas eu queria ver as suas casas medievais, meio inclinadas, com cores e decorações espantosas, e não me dececionei!
Aparentemente parece uma cidade igual às outras, com ruas bonitas cheias de comércio
Então chega-se à zona mais antiga
Então tudo em redor era fascinante! De repente estamos rodeados de casas com 400 e 500 anos, impressionantes!
Acho que elas se suportam umas à outras e se mantêm firmes passado tanto tempo com o apoio mutuo!
As portas e janelas já há muito que não estão esquadriadas, inclinando-se para um lado ou para o outro, mas firmes e lindas!
E os pormenores das fachadas e portas eram lindos e minuciosos!
E chegamos à Marktplatz, é sempre na Praça do Mercado que fica tudo, sobretudo a Rathaus!
Numa cidade assim o edifício da câmara é sempre espantoso e aquele não é exceção! Chamam-lhe a Historisches Rathaus e bem merece o titulo!
E a sua porta era fascinante! Claro que tivemos de fazer fotos ali, eu até faço coleção de portas mas não tinha nenhuma parecida com aquela!
Acho que o Filipe se sentir tão insignificante junto de um fundo tão vistoso que se pôs a fazer macacadas, só para dar nas vistas, senão ninguém o veria ali! Eheheheh
Então, de repente ao virar uma esquina, num largo bonito com arvores e casinhas giras, estava a Igreja de São Aegidien. Nada de anormal, se fosse apenas a igreja de origem medieval, cheia de história, com pormenores arquitetónicos de diversas épocas, de acordo com as diversas remodelações que foi tendo ao longo da sua rica história…
A novidade estava no seu interior, onde funciona um café restaurante!
Desde 2008, o dono de um hotel na zona, o hotel Aegidienhof, comprou a igreja e adaptou-a para o Café Aegidius , tendo em conta o caráter do espaço sagrado e o uso do mobiliário original.
O ambiente está muito bonito e acolhedor
Mas tenho de concordar que é um bocado estranho tomar um café ou uma bebida num altar!
Quando chegamos a Hamburgo estava a noitecer.
A cidade estava em festa, com gente, musica e barulho em redor do Lago Alster.
E como não nos dispusemos a jantar numa igreja, fomos para o meio da festa encher-nos de salsichas, que por ali são deliciosas!
Confesso que já tenho saudades, tenho de procurar por cá se existem salsichas iguais àquelas para fazer uma tainada.
O pão que nos dão é tão pequenino que não cabe nada lá dentro!
Tivemos de puxar dos canivetes e refazer das sandocas!
Muito bom!
Embora a festa estivesse animada, deu para ver que por ali essas coisas não duram a noite toda! Ainda não tínhamos percorrido todo o perímetro e já estavam a desmontar a coisa!
Mas as perspetivas do lago eram magnificas, com ou sem festa!
Com o jato de água a fazer lembrar o de Genève, mudando de cor em reflexos inspiradores.
À medida que a cidade ia serenando, fomos visitando um pouco enquanto regressávamos às motos. O edifício da Rathaus ficava fantástico com a iluminação a valorizar a sua arquitetura fantástica.
E fomos para casa que amanha seria o dia de seguir para a Escandinávia!
Até amanhã, na Dinamarca…
Re: Escandinávia 2017
7 de agosto de 2017
E chegou o dia de entrar na Dinamarca. Tanta coisa que eu queria ver naquele país e tanta coisa ficou por ver no fim. É sempre assim. Quantas vezes terei de lá voltar até explorar tudo o que tenho em mente?!
Chegou também o dia em que o meu amigo Filipe seguiria o seu caminho e eu o meu! Ora isso merecia um pequeno almoço caprichado, com uma bosta de café, mas muito boa disposição à mistura!
As nossas motinhas também se estavam a despedir, enquanto a GTR tentava secar a toalha de banho do patrão.
Curiosa a sensação de despedida, como se a viagem começasse naquele momento!
E lá seguiu ele o seu caminho…
E eu o meu!
Entraria no país por terra, eu queria ver como eram as coisas por lá, como eram as cidades, as aldeias e as paisagens, mais do que ir a correr para os pontos turísticos apanhar banhos de gente!
A Dinamarca está bem sinalizada, é quase impossível entrar no país sem “tropeçar” na tabuleta de boas vindas!
A curiosidade que o país me despertava era muito para lá dos sítios famosos e turísticos, dos museus ou locais imperdíveis. Eu queria ver como era o nada, o anonimo, os recantos perdidos na paisagem que não fazem ninguém comprar bilhetes para ir vem.
E foi tão bonito cada quilómetro que percorri, olhando em redor com encanto mesmo quando no horizonte não havia mais nada para além dele mesmo!
No meio de lado nenhum uma igreja, um jardim, um cemitério, faziam-me lembrar a Irlanda sem se parecerem nada com ela. Uma atmosfera de paz e serenidade, no meio do vazio, que me encanta.
E cheguei a Ribe, a cidade mais antiga da Dinamarca e uma das mais antigas da Europa. A catedral do século XII é um marco poderoso no meio da cidade feita de pequenas casinhas, muitas deles protegidas e preservadas pela sua importância histórica.
O edifício foi ampliado em tijolo 3 ou 4 séculos depois e mais tarde restaurado e alterado o seu interior, mas está bonito até hoje.
A praça em redor estava tão solarenga e alegre que apetecia passear por ali.
Não consegui sair dali antes de catar todas as ruinhas, em perspetivas encantadoras.
São mais de 100 casas que estão hoje protegidas e ainda bem, pois são o encanto da cidade!
Os pormenores são encantadores, como se cada proprietário cuidasse da sua casa como se de uma joia se tratasse!
A sensação ao passear pelas ruelas era de que as casas eram quase mais baixinhas do que eu!
A sensação que eu tinha era de que poderia ficar ali umas férias completas!
Mas lá fui seguindo pela costa, porque a curiosidade é sempre um bom motor para me manter em movimento e logo a seguir ficava Esbjerg, com os seus Men at sea, uma enorme escultura que comemorou os 100 anos da cidade em 1994.
O conjunto escultórico mede 9 metros de altura e pode ser visto do mar, pelos barcos que se aproximam do porto.
As pessoas pareciam negras e pequenininhas junto dos monstros brancos!
Ia percebendo e sentindo a Dinamarca como um país de pequenos encantos e essa seria a memória que cada quilometro de caminho formava na minha mente!
Não queria ver cidades, nem pessoas, nem atrações turísticas, por isso fui andando na direção do meu destino, procurando desviar-me de ferrys para atravessar para a grande ilha de Funen (Fyn) e depois para a Zelândia (Sjælland).
Ao lado da longa ponte há um farol
E ela é a única estrada em que paguei portagem, para além da ponte/túnel que liga a Zelândia à Suécia, claro.
Aqueles céus iam-se revelando em cenários fantásticos para uma paisagem serena.
Um caminho tão bonito quanto cheio de nada!
E lá estavam as igrejinhas lindas, nem todas brancas, mas todas com uma configuração típica.
Os caminhos que partiam da estrada que eu percorria eram ladeados de arvores, e eu podia perceber onde estavam pelas fileiras de “bolinhas verdes” que elas formavam ao longe.
E eram frequentemente de terra batida o que lhes dava um ar de caminho particular.
O mar continuava fantástico com um céu impressionante cpor cima, seguramente iria chover aquela noite…
Mais um caminho de terra batida e chegaria ao meu destino.
Fui recebida por dois grandes gatos peludos muito curiosos, numa quinta cheia de animais, onde eu dormiria por 3 noites.
Registos de viagem – 2
Cheguei ao meu destino para dormir na Dinamarca e é uma quintinha, cheia de animais bem no meio da natureza! O meu quarto é uma roulotte com avançado e o meu pátio um grande relvado. Grande espanto à minha chegada "big bike and big lady!" Ainda me chamam grande e eu ainda não me sinto pequena junto deles! Vou jantar com esta gente boa e descomplicada!
(in Facebook)
A minha roulotte seria a verde, ao fundo de um relvado foto e perfeito.
Era hora de alimentar os animais da quinta e eu acompanhei a Karen nessa tarefa. A Karen é a jovem proprietária da quinta, que foi fazendo a visita guiada a todos os animais que ali cria, enquanto distribuía comida. Havia alguns recém-nascidos por lá.
Havia também uma enorme variedade de coelhos, separados por raças ou por cores, não sei!
O que mais me fascinou foi o maior de todos!
Acho que nunca tinha visto um coelho tão grande!
Perdi a noção de quantos animais diferentes vi naquela quinta!
Cavalos e póneis, acho que só não vi vacas!
Mas seria com os gatos felpudos e fofinhos que eu conviveria mais.
E à medida que o sol descia de um lado a lua subia do outro. Valia apena passear um pouco e ir vê-la sem as arvores na minha frente.
Tive companhia no meu passeio. Sem que eu dissesse nada, o gatinho simplesmente me acompanhou, como se fosse um cão treinado.
Passear com um cão é coisa de gente banal! Gente especial passeia com um gato
E ele espera a cada vez que eu paro para tirar uma foto e aprecia o que estou a apreciar!
Definitivamente fui adotada por ele, pois veio comigo para casa
Soube bem ter companhia, ainda por cima eu adoro gatos!
Quanta serenidade aquele país e aquele ambiente me transmitia! No dia seguinte iria simplesmente passear, sem me preocupar em ir muito longe nem em ver muitas coisas, aquela atmosfera não me permitia pensar em stresses de multidões nem turistas aos magotes…
E chegou o dia de entrar na Dinamarca. Tanta coisa que eu queria ver naquele país e tanta coisa ficou por ver no fim. É sempre assim. Quantas vezes terei de lá voltar até explorar tudo o que tenho em mente?!
Chegou também o dia em que o meu amigo Filipe seguiria o seu caminho e eu o meu! Ora isso merecia um pequeno almoço caprichado, com uma bosta de café, mas muito boa disposição à mistura!
As nossas motinhas também se estavam a despedir, enquanto a GTR tentava secar a toalha de banho do patrão.
Curiosa a sensação de despedida, como se a viagem começasse naquele momento!
E lá seguiu ele o seu caminho…
E eu o meu!
Entraria no país por terra, eu queria ver como eram as coisas por lá, como eram as cidades, as aldeias e as paisagens, mais do que ir a correr para os pontos turísticos apanhar banhos de gente!
A Dinamarca está bem sinalizada, é quase impossível entrar no país sem “tropeçar” na tabuleta de boas vindas!
A curiosidade que o país me despertava era muito para lá dos sítios famosos e turísticos, dos museus ou locais imperdíveis. Eu queria ver como era o nada, o anonimo, os recantos perdidos na paisagem que não fazem ninguém comprar bilhetes para ir vem.
E foi tão bonito cada quilómetro que percorri, olhando em redor com encanto mesmo quando no horizonte não havia mais nada para além dele mesmo!
No meio de lado nenhum uma igreja, um jardim, um cemitério, faziam-me lembrar a Irlanda sem se parecerem nada com ela. Uma atmosfera de paz e serenidade, no meio do vazio, que me encanta.
E cheguei a Ribe, a cidade mais antiga da Dinamarca e uma das mais antigas da Europa. A catedral do século XII é um marco poderoso no meio da cidade feita de pequenas casinhas, muitas deles protegidas e preservadas pela sua importância histórica.
O edifício foi ampliado em tijolo 3 ou 4 séculos depois e mais tarde restaurado e alterado o seu interior, mas está bonito até hoje.
A praça em redor estava tão solarenga e alegre que apetecia passear por ali.
Não consegui sair dali antes de catar todas as ruinhas, em perspetivas encantadoras.
São mais de 100 casas que estão hoje protegidas e ainda bem, pois são o encanto da cidade!
Os pormenores são encantadores, como se cada proprietário cuidasse da sua casa como se de uma joia se tratasse!
A sensação ao passear pelas ruelas era de que as casas eram quase mais baixinhas do que eu!
A sensação que eu tinha era de que poderia ficar ali umas férias completas!
Mas lá fui seguindo pela costa, porque a curiosidade é sempre um bom motor para me manter em movimento e logo a seguir ficava Esbjerg, com os seus Men at sea, uma enorme escultura que comemorou os 100 anos da cidade em 1994.
O conjunto escultórico mede 9 metros de altura e pode ser visto do mar, pelos barcos que se aproximam do porto.
As pessoas pareciam negras e pequenininhas junto dos monstros brancos!
Ia percebendo e sentindo a Dinamarca como um país de pequenos encantos e essa seria a memória que cada quilometro de caminho formava na minha mente!
Não queria ver cidades, nem pessoas, nem atrações turísticas, por isso fui andando na direção do meu destino, procurando desviar-me de ferrys para atravessar para a grande ilha de Funen (Fyn) e depois para a Zelândia (Sjælland).
Ao lado da longa ponte há um farol
E ela é a única estrada em que paguei portagem, para além da ponte/túnel que liga a Zelândia à Suécia, claro.
Aqueles céus iam-se revelando em cenários fantásticos para uma paisagem serena.
Um caminho tão bonito quanto cheio de nada!
E lá estavam as igrejinhas lindas, nem todas brancas, mas todas com uma configuração típica.
Os caminhos que partiam da estrada que eu percorria eram ladeados de arvores, e eu podia perceber onde estavam pelas fileiras de “bolinhas verdes” que elas formavam ao longe.
E eram frequentemente de terra batida o que lhes dava um ar de caminho particular.
O mar continuava fantástico com um céu impressionante cpor cima, seguramente iria chover aquela noite…
Mais um caminho de terra batida e chegaria ao meu destino.
Fui recebida por dois grandes gatos peludos muito curiosos, numa quinta cheia de animais, onde eu dormiria por 3 noites.
Registos de viagem – 2
Cheguei ao meu destino para dormir na Dinamarca e é uma quintinha, cheia de animais bem no meio da natureza! O meu quarto é uma roulotte com avançado e o meu pátio um grande relvado. Grande espanto à minha chegada "big bike and big lady!" Ainda me chamam grande e eu ainda não me sinto pequena junto deles! Vou jantar com esta gente boa e descomplicada!
(in Facebook)
A minha roulotte seria a verde, ao fundo de um relvado foto e perfeito.
Era hora de alimentar os animais da quinta e eu acompanhei a Karen nessa tarefa. A Karen é a jovem proprietária da quinta, que foi fazendo a visita guiada a todos os animais que ali cria, enquanto distribuía comida. Havia alguns recém-nascidos por lá.
Havia também uma enorme variedade de coelhos, separados por raças ou por cores, não sei!
O que mais me fascinou foi o maior de todos!
Acho que nunca tinha visto um coelho tão grande!
Perdi a noção de quantos animais diferentes vi naquela quinta!
Cavalos e póneis, acho que só não vi vacas!
Mas seria com os gatos felpudos e fofinhos que eu conviveria mais.
E à medida que o sol descia de um lado a lua subia do outro. Valia apena passear um pouco e ir vê-la sem as arvores na minha frente.
Tive companhia no meu passeio. Sem que eu dissesse nada, o gatinho simplesmente me acompanhou, como se fosse um cão treinado.
Passear com um cão é coisa de gente banal! Gente especial passeia com um gato
E ele espera a cada vez que eu paro para tirar uma foto e aprecia o que estou a apreciar!
Definitivamente fui adotada por ele, pois veio comigo para casa
Soube bem ter companhia, ainda por cima eu adoro gatos!
Quanta serenidade aquele país e aquele ambiente me transmitia! No dia seguinte iria simplesmente passear, sem me preocupar em ir muito longe nem em ver muitas coisas, aquela atmosfera não me permitia pensar em stresses de multidões nem turistas aos magotes…
Re: Escandinávia 2017
8 de agosto de 2017
Acordar com o grasnar de patos foi uma sensação inesperada e muito agradável, como se eles fizessem parte de um sonho de que eu acabava de acordar.
O ambiente que eu procurava, ao hospedar-me ali, era de paz e natureza, mas o que me esperava superou as espectativas.
Eu queria ver como eram as pessoas comuns e as localidades fora dos roteiros turísticos, passear sem pressas e viver dias lentos de viagem, sem correr para lado nenhum para ver coisa nenhuma. Apenas descobrir o que houvesse no meu caminho!
Por isso despenderia todo o meu dia passeando entre as duas grandes ilhas, Fyn e Sjælland.
Eu nunca vivo uma viagem esperando pelo que vem a seguir. Cada momento tem toda a importância da minha atenção e curiosidade como se fosse o ponto alto de toda a viagem!
Paro a todo o momento e aprecio cada recanto anonimo que me prende a atenção e os sentidos!
Fui percebendo que, não andando pelos sítios mais turísticos, poderia ter de percorrer longas distancias em ruas de terra batida, algumas mesmo com “jardim” ao meio!
Mesmo quando não eram visíveis, por trás dos arbustos havia casas, não importava que aspeto tivesse cada quelho!
As casas eram sempre lindinhas, mas algumas eram mesmo encantadoras!
E o mar de Kattegat era logo ali, lisinho como um lago…
Quintas e castelinhos são pequenas maravilhas retiradas de uma história de encantar
e as igrejinhas deliciosas, pintadas de branco com portais curiosos e portas e portões vermelhos que adorei e estavam por todos os lados!
Também as há em tijolo, mas a estrutura é semelhante, pelo menos quando vistas do exterior.
Todo o caminho que fui fazendo pela Sjælland, a mesma ilha onde fica a capital, era rural e cheio de beleza simples e o humor dos agricultores ia-se manifestando nas esculturas em feno nos limites das suas propriedades.
E acabei por atravessar o pedaço de mar que me separava da ilha ao lado e voltei a Fyn
e cheguei a Odense, uma das cidades mais antigas do país, que eu tinha em mente desde o tempo em que as civilizações vikings me encantaram. A origem do nome da cidade vem desse tempo, precisamente, uma reminiscência das adorações do deus nórdico Odin.
Há um encanto nas cidades dinamarquesas, como se cada uma, não importa a sua dimensão, tivesse sempre um pouco de conto de fadas. Odense é mesmo a cidade natal de Hans Christian Andersen, que tantos contos escreveu, e ao passear pelas ruas da cidade, ladeadas de casinhas térreas, pintadas de cores vivas, quase conseguia sentir a inspiração para os cenários dos seus contos. Tudo tão bonito!
(in Passeando pela vida – a página)
Ali nasceu Hans Christian Andersen e ele está representado na cidade em escultura e no jardim Lotzes, numa espécie de teatrinho a lembrar um palácio de conto de fadas, junto ao seu museu. Ao longe eu via gente a desenha-lo.
Aproveitei e fiz o meu próprio desenho.
Claro que depois fui espreitar os delas e isso deu uma boa conversa, com comentários técnicos e opiniões. Elas gostaram dos meus desenhos, eu gostei dos delas!
O centro da cidade estava em obras, mas a ruinhas em redor eram inspiradoras o suficiente para um belíssimo passeio pela cidade histórica.
O rio Asfart está por todo o lado, muito bonito e retorcendo-se pela cidade e jardins até à catedral.
A serenidade do ambiente era tão presente que apetecia ficar por ali o dia todo!
Acho que foi na Dinamarca que eu vi as miúdas mais bonitinhas. Achei curioso o pormenor de as ver frequentemente passear com o cãozinho na cesta da bicicleta, ao ponto de decidir tomar atenção para captar um! E lá estava ele a espreitar, placidamente!
Logo a seguir estava catedral de Sankt Knuds, uma construção gótica do século XV em tijolo, que valeu a pena visitar por dentro.
Sempre me fascinam construções diferentes das que estou habituada a ver e ver como foram tratadas ao longo dos séculos mostra bastante do povo que a cuidou.
Eu não conhecia o Santo Knud, por isso fui investigar e descobri que foi um rei dinamarquês do século XI, que se tornou santo, daí não ser conhecido fora do país.
O altar-mor é a coisa mais curiosa e que eu queria ver há muito, com um retábulo espantoso em talha dourada lindo!
Aquela cidade encantou-me! E a vontade era de voltar daqui a uns anos, para a ver depois de terminadas as obras no centro. Entretanto as ruinhas em redor atraiam-me bastante!
Apreciei também o facto de a cidade não estar pilhada de turistas. Fiquei com a sensação de que não será uma cidade na moda para o turismo! Mas que sei eu disso, que não frequento agencias de viagem nem sites de turismo!
Simplesmente conseguia explorar recantos lindos sem ninguém a encher tudo de ruido e selfies e isso era tão fantástico!
E o lado aldeão da cidade era tão encantador!
As pessoas cuidam do que é seu, não havia vestígios de lixo no chão e havia até quem pintasse as suas próprias janelas!
O passeio pela ilha revelar-se-ia um encanto, como eu suspeitara, com ruas bonitas, ladeadas de terrenos cultivados e casinhas, aqui e ali, espantosas!
E havia as pequenas florestas, onde eu nunca sabia onde terminaria o alcatrão e começaria o piso-aventura!
A minha coleção de casinhas ia crescendo a cada curva do caminho, com exemplares espantosos!
E o tal piso-aventura, quando aparecia no meu caminho, podia ser a coisa mais bonita de se percorrer!
E as igrejas continuavam a ser todas muito parecidas, eu já nem sabia quantas tinha visto nem quando comecei, no regresso, a passar pelas mesmas que vira na ida!
Encontrar obstáculos quase no meio das ruas, é a forma mais curiosa de fazer os condutores andarem devagar e com atenção! Confesso que a primeira vez que vi uma coisa daquelas a contornei pelo lado errado!
Eu tinha de ir ver o braço de mar entre Fyn e Sjælland.
Estava um pouco revolto, pelo vento, e percebi que iria apanhar vento ao atravessar a longa ponte entre as duas ilhas.
Podia ver a ponte ao longe. Sentei-me por ali, estava a arrefecer e provavelmente iria chover naquela noite, por isso tinha de aproveitar cada momento antes que a chuva viesse!
Foi uma pequena luta atravessar a ponte, mas o caminho para casa foi feito de coisas bonitas e simples. Acho que a Dinamarca é toda assim!
A cada quilómetro eu me apaixonava mais um pouco pelo país!
Quase fui atropelada por um bicho saltitante que ficou meio aparvalhado a olhar para mim, provavelmente a questionar-se de que raça eram eu e a minha moto!
E consegui chegar à minha casa daquela noite antes que a chuva chegasse!
No dia seguinte iria explorar a ilha de Sjælland até Copenhaga.
Acordar com o grasnar de patos foi uma sensação inesperada e muito agradável, como se eles fizessem parte de um sonho de que eu acabava de acordar.
O ambiente que eu procurava, ao hospedar-me ali, era de paz e natureza, mas o que me esperava superou as espectativas.
Eu queria ver como eram as pessoas comuns e as localidades fora dos roteiros turísticos, passear sem pressas e viver dias lentos de viagem, sem correr para lado nenhum para ver coisa nenhuma. Apenas descobrir o que houvesse no meu caminho!
Por isso despenderia todo o meu dia passeando entre as duas grandes ilhas, Fyn e Sjælland.
Eu nunca vivo uma viagem esperando pelo que vem a seguir. Cada momento tem toda a importância da minha atenção e curiosidade como se fosse o ponto alto de toda a viagem!
Paro a todo o momento e aprecio cada recanto anonimo que me prende a atenção e os sentidos!
Fui percebendo que, não andando pelos sítios mais turísticos, poderia ter de percorrer longas distancias em ruas de terra batida, algumas mesmo com “jardim” ao meio!
Mesmo quando não eram visíveis, por trás dos arbustos havia casas, não importava que aspeto tivesse cada quelho!
As casas eram sempre lindinhas, mas algumas eram mesmo encantadoras!
E o mar de Kattegat era logo ali, lisinho como um lago…
Quintas e castelinhos são pequenas maravilhas retiradas de uma história de encantar
e as igrejinhas deliciosas, pintadas de branco com portais curiosos e portas e portões vermelhos que adorei e estavam por todos os lados!
Também as há em tijolo, mas a estrutura é semelhante, pelo menos quando vistas do exterior.
Todo o caminho que fui fazendo pela Sjælland, a mesma ilha onde fica a capital, era rural e cheio de beleza simples e o humor dos agricultores ia-se manifestando nas esculturas em feno nos limites das suas propriedades.
E acabei por atravessar o pedaço de mar que me separava da ilha ao lado e voltei a Fyn
e cheguei a Odense, uma das cidades mais antigas do país, que eu tinha em mente desde o tempo em que as civilizações vikings me encantaram. A origem do nome da cidade vem desse tempo, precisamente, uma reminiscência das adorações do deus nórdico Odin.
Há um encanto nas cidades dinamarquesas, como se cada uma, não importa a sua dimensão, tivesse sempre um pouco de conto de fadas. Odense é mesmo a cidade natal de Hans Christian Andersen, que tantos contos escreveu, e ao passear pelas ruas da cidade, ladeadas de casinhas térreas, pintadas de cores vivas, quase conseguia sentir a inspiração para os cenários dos seus contos. Tudo tão bonito!
(in Passeando pela vida – a página)
Ali nasceu Hans Christian Andersen e ele está representado na cidade em escultura e no jardim Lotzes, numa espécie de teatrinho a lembrar um palácio de conto de fadas, junto ao seu museu. Ao longe eu via gente a desenha-lo.
Aproveitei e fiz o meu próprio desenho.
Claro que depois fui espreitar os delas e isso deu uma boa conversa, com comentários técnicos e opiniões. Elas gostaram dos meus desenhos, eu gostei dos delas!
O centro da cidade estava em obras, mas a ruinhas em redor eram inspiradoras o suficiente para um belíssimo passeio pela cidade histórica.
O rio Asfart está por todo o lado, muito bonito e retorcendo-se pela cidade e jardins até à catedral.
A serenidade do ambiente era tão presente que apetecia ficar por ali o dia todo!
Acho que foi na Dinamarca que eu vi as miúdas mais bonitinhas. Achei curioso o pormenor de as ver frequentemente passear com o cãozinho na cesta da bicicleta, ao ponto de decidir tomar atenção para captar um! E lá estava ele a espreitar, placidamente!
Logo a seguir estava catedral de Sankt Knuds, uma construção gótica do século XV em tijolo, que valeu a pena visitar por dentro.
Sempre me fascinam construções diferentes das que estou habituada a ver e ver como foram tratadas ao longo dos séculos mostra bastante do povo que a cuidou.
Eu não conhecia o Santo Knud, por isso fui investigar e descobri que foi um rei dinamarquês do século XI, que se tornou santo, daí não ser conhecido fora do país.
O altar-mor é a coisa mais curiosa e que eu queria ver há muito, com um retábulo espantoso em talha dourada lindo!
Aquela cidade encantou-me! E a vontade era de voltar daqui a uns anos, para a ver depois de terminadas as obras no centro. Entretanto as ruinhas em redor atraiam-me bastante!
Apreciei também o facto de a cidade não estar pilhada de turistas. Fiquei com a sensação de que não será uma cidade na moda para o turismo! Mas que sei eu disso, que não frequento agencias de viagem nem sites de turismo!
Simplesmente conseguia explorar recantos lindos sem ninguém a encher tudo de ruido e selfies e isso era tão fantástico!
E o lado aldeão da cidade era tão encantador!
As pessoas cuidam do que é seu, não havia vestígios de lixo no chão e havia até quem pintasse as suas próprias janelas!
O passeio pela ilha revelar-se-ia um encanto, como eu suspeitara, com ruas bonitas, ladeadas de terrenos cultivados e casinhas, aqui e ali, espantosas!
E havia as pequenas florestas, onde eu nunca sabia onde terminaria o alcatrão e começaria o piso-aventura!
A minha coleção de casinhas ia crescendo a cada curva do caminho, com exemplares espantosos!
E o tal piso-aventura, quando aparecia no meu caminho, podia ser a coisa mais bonita de se percorrer!
E as igrejas continuavam a ser todas muito parecidas, eu já nem sabia quantas tinha visto nem quando comecei, no regresso, a passar pelas mesmas que vira na ida!
Encontrar obstáculos quase no meio das ruas, é a forma mais curiosa de fazer os condutores andarem devagar e com atenção! Confesso que a primeira vez que vi uma coisa daquelas a contornei pelo lado errado!
Eu tinha de ir ver o braço de mar entre Fyn e Sjælland.
Estava um pouco revolto, pelo vento, e percebi que iria apanhar vento ao atravessar a longa ponte entre as duas ilhas.
Podia ver a ponte ao longe. Sentei-me por ali, estava a arrefecer e provavelmente iria chover naquela noite, por isso tinha de aproveitar cada momento antes que a chuva viesse!
Foi uma pequena luta atravessar a ponte, mas o caminho para casa foi feito de coisas bonitas e simples. Acho que a Dinamarca é toda assim!
A cada quilómetro eu me apaixonava mais um pouco pelo país!
Quase fui atropelada por um bicho saltitante que ficou meio aparvalhado a olhar para mim, provavelmente a questionar-se de que raça eram eu e a minha moto!
E consegui chegar à minha casa daquela noite antes que a chuva chegasse!
No dia seguinte iria explorar a ilha de Sjælland até Copenhaga.
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Beijucas!
Viajar é mais assustador para quem fica do que para quem vai!
https://passeandopelavida.com/
Re: Escandinávia 2017
Boas,
Que mais há para dizer ?????!!! NADA !
Que mais há para dizer ?????!!! NADA !
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CARLOS PIRES
Mama Sumae !!
Carlospira- Zero à direita
Re: Escandinávia 2017
9 de agosto de 2017
Os meus passeios pelo país tiveram o efeito de me fazer querer ficar, de não querer sair da calma que tudo me transmitia. Desde sempre que eu quisera conhecer aquele país, embora me falassem dele como um país de ligação.
Os países que não estão na moda sempre me atraem afinal!
Não pretendia percorrer os sítios da moda, mas havia duas ou três coisas que eu queria ver, por isso dispus-me a passear um pouco pela ilha, entre a paz e a multidão.
Claro que o meu dia começaria pela parte da paz, com a bicharada a grasnar no meu jardim! Todos os dias, ao amanhecer, todos os animais da quinta eram postos em liberdade, para comerem e ginasticarem as pernas, e eu podia ouvi-los como um despertador natural.
E a paz começava logo no lado de fora da minha roulotte!
Naquele país a vontade é de deixar a moto rolar pela serenidade da paisagem e isso era o que eu faria de boa vontade até conhecer todos os seus recantos. Mas o tempo não é infinito numa viagem grande, por isso fui até Fredensborg, em busca de palácios e castelos.
O Fredensborg Slot foi uma agradável surpresa.
Sendo o palácio mais usado pela família real dinamarquesa eu esperava encontra-lo atolado de turistas barulhentos, mas não! Havia uma serenidade por ali que me inspirou a passear e ficar grande parte da minha manhã! Havia mesmo muito espaço para estacionar a minha moto junto ao portão!
Tomei a alameda esquerda, ladeada de arvores geometricamente dispostas, até ao lago.
E lá estava o imenso Esrum Sø, um dos maiores lagos da Dinamarca.
Logo ali fica o Nordmandsdalen, algo como Vale da Normandia, um jardim construído no séc XVIII, onde 70 esculturas retratam a população com vestes e utensílios característicos da época.
Retratar a população num jardim real foi uma inovação, ideia do rei ao que parece, pois até então só deuses, anjos e seres mitológicos tinham direito a serem representados em espaços nobres!
Quando voltei finalmente à entrada do palácio já havia alguns turistas por lá, mas a serenidade ainda se mantinha.
A apenas uns 10 ou 11 km dali fica Hillerød e o seu pequeno Slotsøen, o lago que é propriedade do rei e por isso não se pode pescar nem velejar nele, mas andam pequenos barcos turísticos por lá!
E ao fundo aparecia o Frederiksborg Slot, uma paisagem perfeita para um passeio ao som da minha musica.
Por caminhos muito bonitos e bem cuidados!
Senhoras passeiam seus bebés de bicicleta em redor do lago! Que coisa mais bonita que sempre aprecio ver!
Cada perspetiva era um postal ilustrado!
Jovens jogavam à bola nos campos do castelo e as bicicletas amontoavam-se no relvado. Fez-me lembrar quando eu era jovem e ia de bicicleta para a escola e havia rapaziada que fazia troça de mim, porque ninguém usava bicicleta para se deslocar. E eu sempre achava que um dia mais pessoas, jovens e adultos, usariam bicicletas para se moverem… mas enganei-me, o tempo passou e mesmo hoje só anda de bicicleta quem pratica ciclismo…
Em frente ao castelo fica o jardim barroco, inspirado nos jardins europeus da época, que é incontornável, e toda a gente visita e faz fotos por lá.
Eu tinha dado a volta a todo o lago para ir até ao castelo, e tinha valido a pena!
Ok, eu iria explorar o castelo, se houvesse pouca gente por ali entraria para o ver por dentro, mas só se não estivesse inundado de gente!
O palácio é renascentista, do inicio do séc. XVII, e é imponente, o maior da Escandinávia, dizem eles!
Não havia enchentes para a visita, o castelo era lindo e eu ia entrar!
No Palácio funciona o Museu de História Nacional que retrata um pouco da história da Dinamarca com uma coleção considerável de retratos, pinturas históricas e arte moderna.
Mas era o edifício que me apaixonava mais, afinal ali viveram muitos dos monarcas do país! No séc XIX o palácio foi gravemente danificado por um incendio, que obrigou a um profundo restauro. A belíssima capela saiu ilesa desta catástrofe e permanece linda até hoje!
O grande salão é impressionante!
Anda-se por ali a catar pormenores por todos os lados!
A minha paciência e concentração para visitar museus, castelos e palácios é meio limitada numa grande viagem, por isso eu sabia que não deveria visitar muitos mais castelos e aquele ficaria bem na minha memória, pela sua imponência e beleza!
Como o edifício está assente sobre 3 pequenas ilhas, o próprio lago funciona como foço e o regresso a terra faz-se por caminhos que inspiram respeito!
Visto do outro lado o castelo ainda é mais imponente do que visto do lago!
E finalmente segui para Copenhaga!
Registos de viagem – 3
Eu via tantas placas indicando København que pensava "puxa, que terra famosa esta, não me lembro de uma cidade tão importante com este nome!". Por outro lado a capital nunca aparecia nas placas! Uma cidade mais anunciada do que Copenhaga?! Então fez-se luz! Os gajos chamam cada nome a sua capital ! AHAHAHAH
(in Facebook)
A capital tem tanto de encantador como de "assustador"!
Depois de tão belos passeios pela serenidade do país, chegar a Copenhaga e mergulhar numa multidão constante e frenética, foi o choque total que eu teria dispensado…
Pousei a moto junto à coluna de Lurblæserne, dos tocadores de Lur, na praça da câmara, e dei uma volta em redor.
As ruas estavam cheias de gente, o vento estava forte, decididamente não faltava nada para me chatear!
Pormenores de uma cidade apinhada de gente!
É sabido que grande parte da população do país vive concentrada ali, é sabido também que, como qualquer capital, todo o turista passa por lá e é sabido também que para muito turista Dinamarca é Copenhaga, resultado… enchente e mais enchente…
O transito também era complicado e, na impossibilidade de passar pelo meio dos carros, eu tinha de ficar na fila e pronto! Um canito meteu-se comigo, aparentemente os cães por lá são como os de cá, detestam motos! O dono aproveitou para meter conversa comigo e perguntar-me se era confortável passear de moto ou se fazia doer as costas. Disse-lhe de onde vinha e para onde ia e que não morreria de cansaço. O fulano pareceu animado! Preferia estar no meio do transito numa moto do que num carro, concluiu ele! Pois, também eu!
Havia muitas bicicletas pela cidade também mas, ao contrario de muito ciclista maluco que vejo noutros países, eram civilizados e cumpridores!
Cansei-me da confusão e tratei de ir embora. Afinal no regresso da viagem voltaria a passar em Copenhaga e então teria outra disposição para explorar melhor a cidade. Mas não fui embora sem passar na famosa Den lille Havfrue - a Pequena Sereia!
É mesmo pequena e meio insignificante! Está ali, em cima de uma rocha, junto da margem onde qualquer pessoa lhe pode pôr a mão e fazer selfies, tudo o que os turistas precisam para se amontoarem!
E lá estavam eles à fila!
Por terra e por mar!
Havia mesmo um carrinho de café mesmo ao lado. Aproveitei para tomar um que era mais uma mijoca, mas a menina era muito simpática e deu-me 2 pacotes de açúcar, pois a coisa era amarga como rabo de gato!
Encontrei ali uma das poucas raparigas da minha altura e era um trambolho! Eu não estava preparada para encontrar dinamarquesas gordas e desajeitadas!
Claro que o regresso "a casa" não tinha de ser feito a direito e, depois da trapalhada da multidão, eu estava a precisar de um caminho de paz de novo! Por isso passei em Køge
A cidade tem um centro encantador com casa muito antigas, a mais antiga do séc XVI. Encontrei-a facilmente porque se distingue das outras até pela cor vermelha! Linda!
Mas as casas amarelas são mais populares e são espetaculares, fazem bom contraste com a minha moto!
Embora tenha um ar de terrinha pequena, Køge é um porto imponente e tem o seu centro empresarial importante nas proximidades! Por isso, nunca negligenciar o ar de aldeia que uma cidade pode ter!
Roskilde, foi apenas uma cidade que apareceu no meu caminho e que eu atravessei. Estava deserta e pouca coisa havia aberta.
Teria de voltar a jantar com o pessoal do meu alojamento!
Tão relaxante voltar a conduzir serenamente pelas ruas desertas ao pôr-do-sol…
Amanhã seria o dia de atravessar para a Suécia…
Os meus passeios pelo país tiveram o efeito de me fazer querer ficar, de não querer sair da calma que tudo me transmitia. Desde sempre que eu quisera conhecer aquele país, embora me falassem dele como um país de ligação.
Os países que não estão na moda sempre me atraem afinal!
Não pretendia percorrer os sítios da moda, mas havia duas ou três coisas que eu queria ver, por isso dispus-me a passear um pouco pela ilha, entre a paz e a multidão.
Claro que o meu dia começaria pela parte da paz, com a bicharada a grasnar no meu jardim! Todos os dias, ao amanhecer, todos os animais da quinta eram postos em liberdade, para comerem e ginasticarem as pernas, e eu podia ouvi-los como um despertador natural.
E a paz começava logo no lado de fora da minha roulotte!
Naquele país a vontade é de deixar a moto rolar pela serenidade da paisagem e isso era o que eu faria de boa vontade até conhecer todos os seus recantos. Mas o tempo não é infinito numa viagem grande, por isso fui até Fredensborg, em busca de palácios e castelos.
O Fredensborg Slot foi uma agradável surpresa.
Sendo o palácio mais usado pela família real dinamarquesa eu esperava encontra-lo atolado de turistas barulhentos, mas não! Havia uma serenidade por ali que me inspirou a passear e ficar grande parte da minha manhã! Havia mesmo muito espaço para estacionar a minha moto junto ao portão!
Tomei a alameda esquerda, ladeada de arvores geometricamente dispostas, até ao lago.
E lá estava o imenso Esrum Sø, um dos maiores lagos da Dinamarca.
Logo ali fica o Nordmandsdalen, algo como Vale da Normandia, um jardim construído no séc XVIII, onde 70 esculturas retratam a população com vestes e utensílios característicos da época.
Retratar a população num jardim real foi uma inovação, ideia do rei ao que parece, pois até então só deuses, anjos e seres mitológicos tinham direito a serem representados em espaços nobres!
Quando voltei finalmente à entrada do palácio já havia alguns turistas por lá, mas a serenidade ainda se mantinha.
A apenas uns 10 ou 11 km dali fica Hillerød e o seu pequeno Slotsøen, o lago que é propriedade do rei e por isso não se pode pescar nem velejar nele, mas andam pequenos barcos turísticos por lá!
E ao fundo aparecia o Frederiksborg Slot, uma paisagem perfeita para um passeio ao som da minha musica.
Por caminhos muito bonitos e bem cuidados!
Senhoras passeiam seus bebés de bicicleta em redor do lago! Que coisa mais bonita que sempre aprecio ver!
Cada perspetiva era um postal ilustrado!
Jovens jogavam à bola nos campos do castelo e as bicicletas amontoavam-se no relvado. Fez-me lembrar quando eu era jovem e ia de bicicleta para a escola e havia rapaziada que fazia troça de mim, porque ninguém usava bicicleta para se deslocar. E eu sempre achava que um dia mais pessoas, jovens e adultos, usariam bicicletas para se moverem… mas enganei-me, o tempo passou e mesmo hoje só anda de bicicleta quem pratica ciclismo…
Em frente ao castelo fica o jardim barroco, inspirado nos jardins europeus da época, que é incontornável, e toda a gente visita e faz fotos por lá.
Eu tinha dado a volta a todo o lago para ir até ao castelo, e tinha valido a pena!
Ok, eu iria explorar o castelo, se houvesse pouca gente por ali entraria para o ver por dentro, mas só se não estivesse inundado de gente!
O palácio é renascentista, do inicio do séc. XVII, e é imponente, o maior da Escandinávia, dizem eles!
Não havia enchentes para a visita, o castelo era lindo e eu ia entrar!
No Palácio funciona o Museu de História Nacional que retrata um pouco da história da Dinamarca com uma coleção considerável de retratos, pinturas históricas e arte moderna.
Mas era o edifício que me apaixonava mais, afinal ali viveram muitos dos monarcas do país! No séc XIX o palácio foi gravemente danificado por um incendio, que obrigou a um profundo restauro. A belíssima capela saiu ilesa desta catástrofe e permanece linda até hoje!
O grande salão é impressionante!
Anda-se por ali a catar pormenores por todos os lados!
A minha paciência e concentração para visitar museus, castelos e palácios é meio limitada numa grande viagem, por isso eu sabia que não deveria visitar muitos mais castelos e aquele ficaria bem na minha memória, pela sua imponência e beleza!
Como o edifício está assente sobre 3 pequenas ilhas, o próprio lago funciona como foço e o regresso a terra faz-se por caminhos que inspiram respeito!
Visto do outro lado o castelo ainda é mais imponente do que visto do lago!
E finalmente segui para Copenhaga!
Registos de viagem – 3
Eu via tantas placas indicando København que pensava "puxa, que terra famosa esta, não me lembro de uma cidade tão importante com este nome!". Por outro lado a capital nunca aparecia nas placas! Uma cidade mais anunciada do que Copenhaga?! Então fez-se luz! Os gajos chamam cada nome a sua capital ! AHAHAHAH
(in Facebook)
A capital tem tanto de encantador como de "assustador"!
Depois de tão belos passeios pela serenidade do país, chegar a Copenhaga e mergulhar numa multidão constante e frenética, foi o choque total que eu teria dispensado…
Pousei a moto junto à coluna de Lurblæserne, dos tocadores de Lur, na praça da câmara, e dei uma volta em redor.
As ruas estavam cheias de gente, o vento estava forte, decididamente não faltava nada para me chatear!
Pormenores de uma cidade apinhada de gente!
É sabido que grande parte da população do país vive concentrada ali, é sabido também que, como qualquer capital, todo o turista passa por lá e é sabido também que para muito turista Dinamarca é Copenhaga, resultado… enchente e mais enchente…
O transito também era complicado e, na impossibilidade de passar pelo meio dos carros, eu tinha de ficar na fila e pronto! Um canito meteu-se comigo, aparentemente os cães por lá são como os de cá, detestam motos! O dono aproveitou para meter conversa comigo e perguntar-me se era confortável passear de moto ou se fazia doer as costas. Disse-lhe de onde vinha e para onde ia e que não morreria de cansaço. O fulano pareceu animado! Preferia estar no meio do transito numa moto do que num carro, concluiu ele! Pois, também eu!
Havia muitas bicicletas pela cidade também mas, ao contrario de muito ciclista maluco que vejo noutros países, eram civilizados e cumpridores!
Cansei-me da confusão e tratei de ir embora. Afinal no regresso da viagem voltaria a passar em Copenhaga e então teria outra disposição para explorar melhor a cidade. Mas não fui embora sem passar na famosa Den lille Havfrue - a Pequena Sereia!
É mesmo pequena e meio insignificante! Está ali, em cima de uma rocha, junto da margem onde qualquer pessoa lhe pode pôr a mão e fazer selfies, tudo o que os turistas precisam para se amontoarem!
E lá estavam eles à fila!
Por terra e por mar!
Havia mesmo um carrinho de café mesmo ao lado. Aproveitei para tomar um que era mais uma mijoca, mas a menina era muito simpática e deu-me 2 pacotes de açúcar, pois a coisa era amarga como rabo de gato!
Encontrei ali uma das poucas raparigas da minha altura e era um trambolho! Eu não estava preparada para encontrar dinamarquesas gordas e desajeitadas!
Claro que o regresso "a casa" não tinha de ser feito a direito e, depois da trapalhada da multidão, eu estava a precisar de um caminho de paz de novo! Por isso passei em Køge
A cidade tem um centro encantador com casa muito antigas, a mais antiga do séc XVI. Encontrei-a facilmente porque se distingue das outras até pela cor vermelha! Linda!
Mas as casas amarelas são mais populares e são espetaculares, fazem bom contraste com a minha moto!
Embora tenha um ar de terrinha pequena, Køge é um porto imponente e tem o seu centro empresarial importante nas proximidades! Por isso, nunca negligenciar o ar de aldeia que uma cidade pode ter!
Roskilde, foi apenas uma cidade que apareceu no meu caminho e que eu atravessei. Estava deserta e pouca coisa havia aberta.
Teria de voltar a jantar com o pessoal do meu alojamento!
Tão relaxante voltar a conduzir serenamente pelas ruas desertas ao pôr-do-sol…
Amanhã seria o dia de atravessar para a Suécia…
________________________
Beijucas!
Viajar é mais assustador para quem fica do que para quem vai!
https://passeandopelavida.com/
Re: Escandinávia 2017
10 de agosto de 2017
O meu ultimo amanhecer em Føllenslev foi tão agradável quanto os anteriores e eu já me estava a habituar a eles! Mas desta vez não foram os bichinhos da quinta que me chamaram a atenção!
Tinham chegado novos hospedes, eu podia ver os seus carros no relvado, mas foram as duas motos, todas catitas, no canto que me prenderam a atenção.
Conheci os simpáticos donos das mostos ao pequeno almoço. Eram um casal holandês que andava a explorar a Dinamarca. Eles ficaram impressionados com a minha viagem e eu fiquei cheia de vontade de fazer igual à deles e explorar a Dinamarca de ponta a ponta! E a conversa estendeu-se entre viagens, costumes de uns e de outros, gostos musicais e sonhos a realizar. Havia tantos interesses em comum entre nos, embora fossemos tão diferentes. Filosofias de vida que nos uniam a todos, eu, os motociclistas holandeses e os nossos anfitriões.
É tão gratificante quando depois de apenas dois ou três dias fica uma pequena amizade pelas pessoas!
Registos de viagem - 4
Hoje de manhã a despedida foi de abraços e promessas de voltar, porque se faz facilmente amizade com gente boa e simpática que nos acolhe e nos mima com o que nos faz bem! Adorei os dinamarqueses que conheci, e estes três em especial. Por vezes são memórias como estas, que ficam e me fazem voltar a sítios onde já estive!
Kisses & hugs to Karen Lisbeth Brinch Birch & Brian
(in facebook)
E era hora de partir na direção da Suécia.
A minha intensão era fazer caminhos diferentes entre a Dinamarca e a Suécia, na ida e na volta, por isso decidi entrar de ferry e mais tarde sair pela ponte/túnel. O preço das duas travessias era aproximado e as experiencias seriam bem diferentes.
Por isso segui calmamente para Helsingor, onde tomaria o ferry para atravessar o estreito Öresund. De alguma forma eu percebia que a minha passagem pela Dinamarca determinaria todo o meu estado de espirito e ânimo ao percorrer o resto da Escandinávia. Havia uma paz que se instalara dentro de mim, que me fazia querer ver o que ninguém procura ver, o que ninguém faz questão de colocar na net. E o que me fascinava mesmo eram os momentos anónimos mesmo!
As perspetivas de absoluta serenidade do mar eram tão impressionantes para mim
que, embora tenha ido até ao famoso castelo de Kronborg,
ao chegar lá não me apeteceu visita-lo por dentro!
Havia gente a organizar-se para entrar, uma pequena fila na bilheteira, turistas meio ruidosos…
e eu não quis meter-me ali!
E havia um jovem Hamlet, que interagia com as pessoas nas suas divagações sobre a obra de Shakespeare.
Aquele ambiente cativou-me muito mais que uma visita ao interior do castelo. O rapaz, aparentemente, achou-me piada a mim e ao meu chapéu e declamou alguns versos para mim! Quanta honra!
Dizia ele: “Though this is madness, yet there is method in it!”
O dia já ia avançado para me enfiar dentro de paredes, por isso decidi passear em redor.
“E quando aparentemente não há nada para ver, toda a beleza da simplicidade se revela! O mais turistico do local estava trás de mim, era para lá que toda a gente se dirigia, e no entanto o mar, debaixo de um céu revolto, me fascinava tanto. Seguramente que não vi o que toda a gente vai ali para ver, não fiz as fotos tradicionais, não explorei historias de reis e lendas, mas a minha mente parou no tempo, a batida do meu coração abrandou um pouco e eu olhei para a Suécia, do outro lado, pela primeira vez, para lá de toda a beleza do momento...”
(in Passeando pela Vida – a página)
O ambiente era muito agradável, havia uma esplanada num dos edifícios em redor do castelo onde não me atrevi a pedir um café, pois seria ruim, certamente. Mas tomei um relaxadamente, que isto de viajar e explorar não tem de ser uma obrigação nem uma correria!
E as perspetivas do castelo e do estreito eram fantásticas, por isso subi às muralhas, passeei pelos caminhos junto à água e apreciei aquele céu nublado espantoso!
Podia ver ao longe os ferrys cruzando-se, entre ida e voltas. Seria num deles que eu e a minha Negrita embarcaríamos para irmos para o outro lado.
E eu que reclamo da paranóia generalizada das pessoas têm de fazerem selfies junto de tudo e mais alguma coisa, rapei do telemóvel e fiz uma selfie com o castelo como cenário!
Antes de sair da propriedade para me ir embora.
Mas Helsingør não é só Kronborg e o ferry, por isso dei uma vista de olhos à cidadezinha, com recantos bonitinhos e pormenores curiosos.
Passa-se uma portagem como se se entrasse numa autoestrada e depois apanha-se o ferry como quem apanha um autocarro! Não eramos muitas motos a fazer a travessia, apenas um suíço que ia para o sul da Noruega, um casal sueco que voltava para casa depois de um pequeno passeio pela Dinamarca e eu!
E viajamos muito bem acompanhados, com imensos Ferraris mesmo ao nosso lado!
Ficamos todos a ver Helsingør a ficar para trás
e as perspetivas fascinantes de Kronborg à medida que nos afastávamos da costa.
As fotos acidentais que eu descubro por entre todas as que tirei!
Já não era nada cedo quando cheguei ao outro lado do canal. Não teria muito tempo para explorar, mas a verdade é que não me apetecia andar a catar muitos sítios. De alguma forma apetecia-me conduzir sem parar muito e ficar a sós com os meus pensamentos e com a doce sensação que a Dinamarca deixara em mim. Por isso fui seguindo o meu caminho parando apenas para abastecer e apreciar placas curiosas que foram cruzando comigo no caminho!
E Gotemburgo estava cheia de transito! Não é fácil circular pela cidade para quem vem de fora, ainda por cima quando vem habituada a paz e sossego. As ruas são meio confusas e se se faz a escolha errada ou não se obedece criteriosamente ao GPS, corre-se o risco de ter de dar grandes voltas sem ter hipótese de voltar para trás! Arreliou-me bastante andar para trás e para a frente na luta do transito, por isso fugi para a paisagem mais serena que encontrei por ali!
Eu sabia que iria cruzar com dezenas, senão centenas, de lagos ao longo da viagem, provavelmente muito mais bonitos do que aquele, mas a serenidade que me transmitiu era a que necessitava naquele momento.
Claro que nada tinha melhorado no meu regresso à cidade. Terminava um jogo qualquer de futebol e as multidões enchiam passeios e estradas, completando a sensação de “quero sair daqui” que eu já trazia em mim!
Acho que amuei e fui para a cama cedo…
Afinal amanhã era dia de ir para a Noruega e isso é que me importava!
O meu ultimo amanhecer em Føllenslev foi tão agradável quanto os anteriores e eu já me estava a habituar a eles! Mas desta vez não foram os bichinhos da quinta que me chamaram a atenção!
Tinham chegado novos hospedes, eu podia ver os seus carros no relvado, mas foram as duas motos, todas catitas, no canto que me prenderam a atenção.
Conheci os simpáticos donos das mostos ao pequeno almoço. Eram um casal holandês que andava a explorar a Dinamarca. Eles ficaram impressionados com a minha viagem e eu fiquei cheia de vontade de fazer igual à deles e explorar a Dinamarca de ponta a ponta! E a conversa estendeu-se entre viagens, costumes de uns e de outros, gostos musicais e sonhos a realizar. Havia tantos interesses em comum entre nos, embora fossemos tão diferentes. Filosofias de vida que nos uniam a todos, eu, os motociclistas holandeses e os nossos anfitriões.
É tão gratificante quando depois de apenas dois ou três dias fica uma pequena amizade pelas pessoas!
Registos de viagem - 4
Hoje de manhã a despedida foi de abraços e promessas de voltar, porque se faz facilmente amizade com gente boa e simpática que nos acolhe e nos mima com o que nos faz bem! Adorei os dinamarqueses que conheci, e estes três em especial. Por vezes são memórias como estas, que ficam e me fazem voltar a sítios onde já estive!
Kisses & hugs to Karen Lisbeth Brinch Birch & Brian
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E era hora de partir na direção da Suécia.
A minha intensão era fazer caminhos diferentes entre a Dinamarca e a Suécia, na ida e na volta, por isso decidi entrar de ferry e mais tarde sair pela ponte/túnel. O preço das duas travessias era aproximado e as experiencias seriam bem diferentes.
Por isso segui calmamente para Helsingor, onde tomaria o ferry para atravessar o estreito Öresund. De alguma forma eu percebia que a minha passagem pela Dinamarca determinaria todo o meu estado de espirito e ânimo ao percorrer o resto da Escandinávia. Havia uma paz que se instalara dentro de mim, que me fazia querer ver o que ninguém procura ver, o que ninguém faz questão de colocar na net. E o que me fascinava mesmo eram os momentos anónimos mesmo!
As perspetivas de absoluta serenidade do mar eram tão impressionantes para mim
que, embora tenha ido até ao famoso castelo de Kronborg,
ao chegar lá não me apeteceu visita-lo por dentro!
Havia gente a organizar-se para entrar, uma pequena fila na bilheteira, turistas meio ruidosos…
e eu não quis meter-me ali!
E havia um jovem Hamlet, que interagia com as pessoas nas suas divagações sobre a obra de Shakespeare.
Aquele ambiente cativou-me muito mais que uma visita ao interior do castelo. O rapaz, aparentemente, achou-me piada a mim e ao meu chapéu e declamou alguns versos para mim! Quanta honra!
Dizia ele: “Though this is madness, yet there is method in it!”
O dia já ia avançado para me enfiar dentro de paredes, por isso decidi passear em redor.
“E quando aparentemente não há nada para ver, toda a beleza da simplicidade se revela! O mais turistico do local estava trás de mim, era para lá que toda a gente se dirigia, e no entanto o mar, debaixo de um céu revolto, me fascinava tanto. Seguramente que não vi o que toda a gente vai ali para ver, não fiz as fotos tradicionais, não explorei historias de reis e lendas, mas a minha mente parou no tempo, a batida do meu coração abrandou um pouco e eu olhei para a Suécia, do outro lado, pela primeira vez, para lá de toda a beleza do momento...”
(in Passeando pela Vida – a página)
O ambiente era muito agradável, havia uma esplanada num dos edifícios em redor do castelo onde não me atrevi a pedir um café, pois seria ruim, certamente. Mas tomei um relaxadamente, que isto de viajar e explorar não tem de ser uma obrigação nem uma correria!
E as perspetivas do castelo e do estreito eram fantásticas, por isso subi às muralhas, passeei pelos caminhos junto à água e apreciei aquele céu nublado espantoso!
Podia ver ao longe os ferrys cruzando-se, entre ida e voltas. Seria num deles que eu e a minha Negrita embarcaríamos para irmos para o outro lado.
E eu que reclamo da paranóia generalizada das pessoas têm de fazerem selfies junto de tudo e mais alguma coisa, rapei do telemóvel e fiz uma selfie com o castelo como cenário!
Antes de sair da propriedade para me ir embora.
Mas Helsingør não é só Kronborg e o ferry, por isso dei uma vista de olhos à cidadezinha, com recantos bonitinhos e pormenores curiosos.
Passa-se uma portagem como se se entrasse numa autoestrada e depois apanha-se o ferry como quem apanha um autocarro! Não eramos muitas motos a fazer a travessia, apenas um suíço que ia para o sul da Noruega, um casal sueco que voltava para casa depois de um pequeno passeio pela Dinamarca e eu!
E viajamos muito bem acompanhados, com imensos Ferraris mesmo ao nosso lado!
Ficamos todos a ver Helsingør a ficar para trás
e as perspetivas fascinantes de Kronborg à medida que nos afastávamos da costa.
As fotos acidentais que eu descubro por entre todas as que tirei!
Já não era nada cedo quando cheguei ao outro lado do canal. Não teria muito tempo para explorar, mas a verdade é que não me apetecia andar a catar muitos sítios. De alguma forma apetecia-me conduzir sem parar muito e ficar a sós com os meus pensamentos e com a doce sensação que a Dinamarca deixara em mim. Por isso fui seguindo o meu caminho parando apenas para abastecer e apreciar placas curiosas que foram cruzando comigo no caminho!
E Gotemburgo estava cheia de transito! Não é fácil circular pela cidade para quem vem de fora, ainda por cima quando vem habituada a paz e sossego. As ruas são meio confusas e se se faz a escolha errada ou não se obedece criteriosamente ao GPS, corre-se o risco de ter de dar grandes voltas sem ter hipótese de voltar para trás! Arreliou-me bastante andar para trás e para a frente na luta do transito, por isso fugi para a paisagem mais serena que encontrei por ali!
Eu sabia que iria cruzar com dezenas, senão centenas, de lagos ao longo da viagem, provavelmente muito mais bonitos do que aquele, mas a serenidade que me transmitiu era a que necessitava naquele momento.
Claro que nada tinha melhorado no meu regresso à cidade. Terminava um jogo qualquer de futebol e as multidões enchiam passeios e estradas, completando a sensação de “quero sair daqui” que eu já trazia em mim!
Acho que amuei e fui para a cama cedo…
Afinal amanhã era dia de ir para a Noruega e isso é que me importava!
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Re: Escandinávia 2017
Carlospira escreveu:Boas,
Que mais há para dizer ?????!!! NADA !
Obrigada!
E cá vão mais 2 passos no meu caminho!
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Beijucas!
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Re: Escandinávia 2017
11 de agosto de 2017
A Suécia fora apenas um caminho de passagem e eu seguiria direta para Oslo naquele dia.
A zona da cidade onde eu pernoitara parecia outro mundo, comparado com o que vira da cidade e valia a pena explorar um pouco. Havia um riacho muito bonitinho, com esplanadas e café em redor.
Os patos ainda dormitavam no relvado atrás do hostel, quando eu passeei por ali.
Havia uma sensação, que eu já sentira noutros momentos noutras viagens, que me fazia querer experimentar mais as boas sensações do momento, do que perseguir coisas novas, turísticas e referenciadas em sites de viagens e turistas.
Acho que era o meu lado de paz de sensações únicas e pessoais a apoderar-se das minhas escolhas!
Andei por ali a apreciar o momento único, enquanto o mundo em redor parecia adormecido e quieto como de fosse domingo. E, no entanto, não era!
Eu tinha detestado Gotemburgo no dia anterior, uma cidade confusa, com estradas em obras sem sinalização que ajudasse quem não era dali a mover-se e com um ambiente pouco inspirador. No entanto não queria ir embora sem pelo menos a atravessar e dar uma olhada a duas ou três coisas que tinha em mente. Por isso, antes de seguir para Oslo, voltei para passear um pouco pelo centro.
E de manhã a sensação foi bem melhor, sem confusão, nem muito transito e até com facilidade em parar a moto e apreciar em redor!
A escultura junto ao rio, sobre o cais, é hilariante. Prometheus, em que a cabeça é uma pirâmide, uma referência ao símbolo do fogo, que Prometeu roubou aos deuses para dar à humanidade. O homem é gordo, está nu e parece ir saltar para a água, se calhar para se refrescar do calor do símbolo do fogo que transporta na cabeça!
Apenas faltou um pouco de sol e de céu azul, mas eu tinha de me ir preparando para o mau tempo tão previsível por terras escandinavas!
E segui para Oslo, sem muita vontade de me envolver em terras turísticas até lá, apenas queria paz e estradas sem ninguém!
O movimento na estrada nacional era intenso, por isso fui procurando para estradas secundárias. Ok, não era tão intenso, nem tão rápido assim, mas eu queria deixar a moto rolar sem preocupações com carros nem motos e apreciar a paisagem anónima. Eu tenho destas coisas quando preciso de paz! As estradinhas que fui escolhendo estavam desertas, apenas se viam alguns ciclistas de vez em quando, e nada mais. Exatamente o que eu queria! E nada do que implicava visitas turísticas me atraiu…
Até porque a simplicidade da vida comum por aquelas terras me estava a atrair muito mais a atenção do que pontos turísticos!
Sentir-me completamente só no meio da natureza sempre me apaixona e consigo ficar tempos infinitos parada a olhar e apreciar cada momento!
As casas parecem todas iguais, saídas de uma mesma fabrica de casas! São quase invariavelmente de madeira e as cores pouco variadas, entre o bordeaux (vermelho escuro), o azul escuro e o amarelo torrado, com frisos e contornos em branco.
E as perspetivas que podia captar de cima da minha moto eram de muito verde, poucas casas….
e lagos que me faziam querer voltar a parar a todo o momento para captar mais um pouco da sua serenidade.
AS localidades ficam frequentemente estre arvores e arbustos e apenas me apercebia de quantas habitações continham pelo numero de caixas de correio, organizadas e fixadas em grandes suportes de madeira com telhado a protege-las.
Também se encontram casa brancas, mas são mais raras.
Registos de viagem – 5
Entrei na Noruega por uma ruínha secundária de aldeia, sem aparato nem ninguém, para além de mim e alguns ciclistas. A estrada principal estava muito rápida, com automóveis e motos desesperados para chegar a Oslo. Eu tenho o dia todo para lá chegar...
Agora estou aqui, no meio de lado nenhum, a comer e a dar nas vistas, com os camponeses a olhar para mim e para a minha moto. Disse que vinha de Portugal, chamaram-me "brave woman"!
(in Facebook)
Do outro lado da fronteira nada era muito diferente. As mesmas cores, as mesmas casas de madeira, a mesma sensação de localidades escondidas atrás de arvores e arbustos.
E as igrejinhas que, não sendo iguais às da Dinamarca, provocavam uma sensação semelhante na paisagem. A igreja de Idd é do século XII, românica portanto, embora seja tão diferente do românico que estamos habituados a encontrar pelo Europa.
Mas os noruegueses são esquisitos! Para lá de um cemitério perfeitamente alcatifado de fofa relva verdejante, ficava a igreja e junto a ela, bem ao sol sem ninguém por perto…
estava um caixão branco! Porque raio fica um morto ali abandonado, sem funeral que o acompanhe até ser enterrado? Não entendi muito bem o costume daquela gente!
A arquitetura dos locais sempre me atrai a atenção e por ali os celeiros têm formas curiosas, com base na arquitetura antiga que se manteve até hoje.
Sente-se por todo o lado a baixa densidade populacional do país, e isso é muito gratificante, como se a paz estivesse por todos os lados!
Estava a atravessar Halden e a vontade de ver gente não era nenhuma!
Tomei por ali um café, mas ele ia piorando e qualidade à medida que eu ia subindo no mapa. Pior em sabor e em efeito, pois nem servia para me despertar um pouco!
Aparentemente só nas cidades se usam outras cores para pintar casas
Embora as cores de todos os outros locais se mantenham ali também. Aqueles amarelos tornam tudo tão acolhedor que a vontade era entrar nas lojinhas todas!
Coisas curiosas que se encontram por ali, como bicicletas que sobem postes de iluminação!
Oslo era mais para cima e havia mais gente a ir para lá. Eu sempre me fascino com motos supercarregadas! Nem quero imaginar a trabalheira que seria descarregar aquela bagagem toda, montar a tenda e no dia seguinte voltar a arrumar tudo na moto!
Moss é aquele paraíso entre mar e lago com paisagens esplendidas de casas de sonho na margem da água!
E pronto, lá parei mais uma eternidade de tempos, enquanto saboreava o momento, como se a Noruega acabasse ali mesmo e não houvesse mais nada para ver!
Distrai-me a atirar migalhas de pão aos patos e a curtir um tempo maravilhoso que inspirava a ficar, afinal as historias de mau tempo por aquele país faziam-me querer aproveitar todos os momentos de sol, antes que a chuva me encontrasse!
Comer pizza num país nórdico, soa parecido com comer fish and chips no Porto!
Há sempre uma serenidade nas cidades pequeninas que me agrada sempre. É bom encontrar gente nas ruas, nos sítios onde vou, mas a paz dos residentes sempre me apaixona muito mais, que a agitação dos turistas!
Sai-se da cidade e volta-se a não encontrar os lugarejos, a não ser pelas caixas do correio perto da estrada!
Tenho vindo a encontrar os músicos de Bremen em cada sitio? Depois de os ver em Riga, encontrei-os perto de Oslo! Acho que o único sitio onde não cheguei a vê-los foi exatamente em Bremen! Tenho de ir lá procura-los um dia destes!
E assim que cheguei a Oslo a minha vontade foi de voltar para um caminho sem ninguém! A cidade estava cheia de gente!
A catedral, um edifício do séc. XVIII, era dos poucos espaços sem gente, por isso foi que me enfiei para sair do meio da multidão.
Claro que o meu refugio não foi totalmente inocente, dentro dos muros da igreja havia uma simpática esplanada, por isso não me faltaria nada, nem sequer o que beber no entretanto!
E a Igreja é bonita e diferente!
Mas eu não passaria ali o resto do meu dia. Já que tinha de enfrentar a multidão que fosse a ver algo que me interessasse particularmente.
Por isso fui até ao Parque Vigeland
O parque é uma das maiores atrações da cidade, ao todo são mais de 200 estátuas de pedra, bronze ou ferro fundidos criadas por Gustav Vigeland, o mais importante escultor do país.
“Uma das coisas que eu queria ver em Oslo era o jardim das esculturas de Gustav Vigeland, e consegui chegar antes do pôr-do-sol! São mais de duzentas e o parque é lindo, o maior do mundo dedicado a um só artista. Só por esta visita já valeu a pena vir até aqui.”
(in Facebook)
é muito interessante todo o parque e as esculturas, embora sejam muitas, merecem ser observadas uma a uma!
O menir no centro do espaço, é totalmente revestido a corpos nuns. Muito bem concebido!
E do ponto mais alto, pode-se ver todo o parque e parte da cidade ao longe
O sol preparava-se para ir embora e deixava perspetivas ainda mais bonitas com a sua luminosidade rasante.
No dia seguinte iria explorar um pouco do sul do país!
A Suécia fora apenas um caminho de passagem e eu seguiria direta para Oslo naquele dia.
A zona da cidade onde eu pernoitara parecia outro mundo, comparado com o que vira da cidade e valia a pena explorar um pouco. Havia um riacho muito bonitinho, com esplanadas e café em redor.
Os patos ainda dormitavam no relvado atrás do hostel, quando eu passeei por ali.
Havia uma sensação, que eu já sentira noutros momentos noutras viagens, que me fazia querer experimentar mais as boas sensações do momento, do que perseguir coisas novas, turísticas e referenciadas em sites de viagens e turistas.
Acho que era o meu lado de paz de sensações únicas e pessoais a apoderar-se das minhas escolhas!
Andei por ali a apreciar o momento único, enquanto o mundo em redor parecia adormecido e quieto como de fosse domingo. E, no entanto, não era!
Eu tinha detestado Gotemburgo no dia anterior, uma cidade confusa, com estradas em obras sem sinalização que ajudasse quem não era dali a mover-se e com um ambiente pouco inspirador. No entanto não queria ir embora sem pelo menos a atravessar e dar uma olhada a duas ou três coisas que tinha em mente. Por isso, antes de seguir para Oslo, voltei para passear um pouco pelo centro.
E de manhã a sensação foi bem melhor, sem confusão, nem muito transito e até com facilidade em parar a moto e apreciar em redor!
A escultura junto ao rio, sobre o cais, é hilariante. Prometheus, em que a cabeça é uma pirâmide, uma referência ao símbolo do fogo, que Prometeu roubou aos deuses para dar à humanidade. O homem é gordo, está nu e parece ir saltar para a água, se calhar para se refrescar do calor do símbolo do fogo que transporta na cabeça!
Apenas faltou um pouco de sol e de céu azul, mas eu tinha de me ir preparando para o mau tempo tão previsível por terras escandinavas!
E segui para Oslo, sem muita vontade de me envolver em terras turísticas até lá, apenas queria paz e estradas sem ninguém!
O movimento na estrada nacional era intenso, por isso fui procurando para estradas secundárias. Ok, não era tão intenso, nem tão rápido assim, mas eu queria deixar a moto rolar sem preocupações com carros nem motos e apreciar a paisagem anónima. Eu tenho destas coisas quando preciso de paz! As estradinhas que fui escolhendo estavam desertas, apenas se viam alguns ciclistas de vez em quando, e nada mais. Exatamente o que eu queria! E nada do que implicava visitas turísticas me atraiu…
Até porque a simplicidade da vida comum por aquelas terras me estava a atrair muito mais a atenção do que pontos turísticos!
Sentir-me completamente só no meio da natureza sempre me apaixona e consigo ficar tempos infinitos parada a olhar e apreciar cada momento!
As casas parecem todas iguais, saídas de uma mesma fabrica de casas! São quase invariavelmente de madeira e as cores pouco variadas, entre o bordeaux (vermelho escuro), o azul escuro e o amarelo torrado, com frisos e contornos em branco.
E as perspetivas que podia captar de cima da minha moto eram de muito verde, poucas casas….
e lagos que me faziam querer voltar a parar a todo o momento para captar mais um pouco da sua serenidade.
AS localidades ficam frequentemente estre arvores e arbustos e apenas me apercebia de quantas habitações continham pelo numero de caixas de correio, organizadas e fixadas em grandes suportes de madeira com telhado a protege-las.
Também se encontram casa brancas, mas são mais raras.
Registos de viagem – 5
Entrei na Noruega por uma ruínha secundária de aldeia, sem aparato nem ninguém, para além de mim e alguns ciclistas. A estrada principal estava muito rápida, com automóveis e motos desesperados para chegar a Oslo. Eu tenho o dia todo para lá chegar...
Agora estou aqui, no meio de lado nenhum, a comer e a dar nas vistas, com os camponeses a olhar para mim e para a minha moto. Disse que vinha de Portugal, chamaram-me "brave woman"!
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Do outro lado da fronteira nada era muito diferente. As mesmas cores, as mesmas casas de madeira, a mesma sensação de localidades escondidas atrás de arvores e arbustos.
E as igrejinhas que, não sendo iguais às da Dinamarca, provocavam uma sensação semelhante na paisagem. A igreja de Idd é do século XII, românica portanto, embora seja tão diferente do românico que estamos habituados a encontrar pelo Europa.
Mas os noruegueses são esquisitos! Para lá de um cemitério perfeitamente alcatifado de fofa relva verdejante, ficava a igreja e junto a ela, bem ao sol sem ninguém por perto…
estava um caixão branco! Porque raio fica um morto ali abandonado, sem funeral que o acompanhe até ser enterrado? Não entendi muito bem o costume daquela gente!
A arquitetura dos locais sempre me atrai a atenção e por ali os celeiros têm formas curiosas, com base na arquitetura antiga que se manteve até hoje.
Sente-se por todo o lado a baixa densidade populacional do país, e isso é muito gratificante, como se a paz estivesse por todos os lados!
Estava a atravessar Halden e a vontade de ver gente não era nenhuma!
Tomei por ali um café, mas ele ia piorando e qualidade à medida que eu ia subindo no mapa. Pior em sabor e em efeito, pois nem servia para me despertar um pouco!
Aparentemente só nas cidades se usam outras cores para pintar casas
Embora as cores de todos os outros locais se mantenham ali também. Aqueles amarelos tornam tudo tão acolhedor que a vontade era entrar nas lojinhas todas!
Coisas curiosas que se encontram por ali, como bicicletas que sobem postes de iluminação!
Oslo era mais para cima e havia mais gente a ir para lá. Eu sempre me fascino com motos supercarregadas! Nem quero imaginar a trabalheira que seria descarregar aquela bagagem toda, montar a tenda e no dia seguinte voltar a arrumar tudo na moto!
Moss é aquele paraíso entre mar e lago com paisagens esplendidas de casas de sonho na margem da água!
E pronto, lá parei mais uma eternidade de tempos, enquanto saboreava o momento, como se a Noruega acabasse ali mesmo e não houvesse mais nada para ver!
Distrai-me a atirar migalhas de pão aos patos e a curtir um tempo maravilhoso que inspirava a ficar, afinal as historias de mau tempo por aquele país faziam-me querer aproveitar todos os momentos de sol, antes que a chuva me encontrasse!
Comer pizza num país nórdico, soa parecido com comer fish and chips no Porto!
Há sempre uma serenidade nas cidades pequeninas que me agrada sempre. É bom encontrar gente nas ruas, nos sítios onde vou, mas a paz dos residentes sempre me apaixona muito mais, que a agitação dos turistas!
Sai-se da cidade e volta-se a não encontrar os lugarejos, a não ser pelas caixas do correio perto da estrada!
Tenho vindo a encontrar os músicos de Bremen em cada sitio? Depois de os ver em Riga, encontrei-os perto de Oslo! Acho que o único sitio onde não cheguei a vê-los foi exatamente em Bremen! Tenho de ir lá procura-los um dia destes!
E assim que cheguei a Oslo a minha vontade foi de voltar para um caminho sem ninguém! A cidade estava cheia de gente!
A catedral, um edifício do séc. XVIII, era dos poucos espaços sem gente, por isso foi que me enfiei para sair do meio da multidão.
Claro que o meu refugio não foi totalmente inocente, dentro dos muros da igreja havia uma simpática esplanada, por isso não me faltaria nada, nem sequer o que beber no entretanto!
E a Igreja é bonita e diferente!
Mas eu não passaria ali o resto do meu dia. Já que tinha de enfrentar a multidão que fosse a ver algo que me interessasse particularmente.
Por isso fui até ao Parque Vigeland
O parque é uma das maiores atrações da cidade, ao todo são mais de 200 estátuas de pedra, bronze ou ferro fundidos criadas por Gustav Vigeland, o mais importante escultor do país.
“Uma das coisas que eu queria ver em Oslo era o jardim das esculturas de Gustav Vigeland, e consegui chegar antes do pôr-do-sol! São mais de duzentas e o parque é lindo, o maior do mundo dedicado a um só artista. Só por esta visita já valeu a pena vir até aqui.”
(in Facebook)
é muito interessante todo o parque e as esculturas, embora sejam muitas, merecem ser observadas uma a uma!
O menir no centro do espaço, é totalmente revestido a corpos nuns. Muito bem concebido!
E do ponto mais alto, pode-se ver todo o parque e parte da cidade ao longe
O sol preparava-se para ir embora e deixava perspetivas ainda mais bonitas com a sua luminosidade rasante.
No dia seguinte iria explorar um pouco do sul do país!
________________________
Beijucas!
Viajar é mais assustador para quem fica do que para quem vai!
https://passeandopelavida.com/
Re: Escandinávia 2017
Prognóstico só depois do jogo por isso fico à espera do resto.
________________________
... e vamos com calma!
FJRico
Rico Sousa- Zero à direita
Re: Escandinávia 2017
12 de agosto de 2017
Havia tanta coisa que eu queria ver e tão pouco tempo para o fazer! Por isso eu decidira, em casa ainda, deixar para traz tudo o que não fosse possível ver, sem remorsos, e voltar mais tarde para explorar melhor, afinal o sul do país é cheio de interesse, de voltinhas a dar e vilarejos a explorar!
Contra todas as espectativas, a vontade de explorar Oslo não era nenhuma. Lutar com multidões matutinas não me inspirou nem um pouco, por isso simplesmente segui o meu caminho e deixei a cidade para explorar melhor noutra viagem qualquer, quando eu voltar predisposta a levar um banho de multidão.
Qualquer cidade ou aldeia anónima despertava mais o meu interesse naquele momento, a única dificuldade era decidir por onde ir, por isso deixei-me ir, apreciando o que ia aparecendo ao longo da estrada em direção a Kongsberg.
Kongsberg é uma cidade que fica na margem do Numedalslågen, um rio muito nervoso!
Que corre com muita velocidade!
O ar sereno daquelas ruas era tão inspirador, com as casas brancas a refletir toda a luz de um dia maravilhoso para passear!
Era a Heddal que eu queria ir e onde queria passar algum tempo!
A igreja de Heddal foi, desde sempre, uma das atrações que me despertaram naquele país. Uma construção medieval extraordinária, do século XIII, que é também a maior igreja de madeira da Noruega.
E é tão bonita, com o cemitério muito bem tratado em redor. Parece que tudo foi posto ali para encantar!
Havia pouca gente e o ambiente era de serenidade, com jovens vestidos com roupas da época, contado a historia da igreja.
Eu tinha de a ver por dentro e ficar por ali o tempo que me apetecesse.
“Eu podia contar a história da igreja de madeira de Heddal, mas isso qualquer pessoa pode procurar e saber pelo Google! Mas o cheiro a madeira e a fumo, o silêncio no seu interior e a presença quase viva que ela teve sobre mim, isso é o que não vem nos sites e eu vou guardar na minha memória! 7 séculos de história têm sempre o seu poder sobre a gente...”
(in Passeando pela vida – a página)
E os pormenores eram tão encantadores! Dei comigo a apreciar cada centímetro de madeira como se fosse de oiro!
As madeiras no exterior reviam alcatrão, uma forma antiga de preser4va-la contra intempéries e o próprio tempo.
Não sei quantas voltas dei ao cemitério para ver a igreja de todos os ângulos! Dei mesmo comigo encostada a uma lapide a apreciar o momento, tentando guardar na memória todos os pormenores possíveis!
E fiz um desenho!
Não é fácil desenhar uma igreja toda feita de pequenas tabuinhas! Fez-me lembrar quando desenhei as igrejas de madeira na Polónia e nem sabia muito bem por onde começar a sarrabiscar tanta tabua! Mas a experiencia ficou e, embora meio aldrabadito, lá ficou uma ideia do que aquilo é!
E não consegui partir sem voltar a olhar, a fotografar e a apreciar a minha moto junto daquele conjunto fantástico!
Ali ao lado fica o Heddal Bygdetun, um pequeno museu ao ar livre, onde foram colocadas construções que foram transferidas de outros locais e que mostram um pouco da evolução das construções tradicionais norueguesas dos últimos séculos.
Há também um pequeno registo de como eram os bordados, rendas e trajes de épocas antigas.
E os pormenores em redor eram encantadores, de tetos e paredes cuidadosamente pintadas com motivos florais. Muito bonito!
Cada casa era como uma casa de bonecas!
Apetecia ficar por ali o dia todo, em tão bonito local!
Onde até as casitas para os passaritos nas arvores eram lindas!
E logo ali começavam a ver-se as casinhas cabeludas, uma técnica antiga para ajudar a isolar as casas em tempos de frio extremo.
Estava a pouco mais de 200 quilómetros do meu destino se seguisse a direito para lá, mas havia tanta coisa que eu queria ver. Outras cidades, outras construções outros ambientes! Eu queria saber como eram as coisas no sul para depois ver como mudariam, ou não, à medida que subisse o país, por isso desci até à costa.
Cruzei Skien, uma das cidades mais populosas do país. Não era uma cidade que eu fizesse questão de conhecer, mas os pormenores arquitetónicos e do dia-a-dias das pessoas chama-me sempre a atenção!
A igreja luterana, neogótica em tijolo prendeu-me toda a atenção, mas estava fechada. Uma pena, eu gosto muito de entrar em igrejas de outras religiões.
Um grupo de miúdas, em scooters elétricas puseram-se a acompanhar o andamento da minha moto, na faixa para bicicletas. E desenrascavam-se bem!
Mas as coisas simples sempre me atraem mais, como um lago em espelho na região de Gjerstad,a caminho de Risør.
E eu perceberia que, naquele país eu pararia muito mais facilmente no meio de lado nenhum do que no meio de turistas e confusões. Acho que era isso que eu procurava em cada quilometro que fazia, a paz de um país!
Tão bonito um recanto anónimo como um bilhete postal de um grande fotografo!
Felizmente Risør estava posta em sossego! Apesar de ser uma cidade turística, com um porto importante e uma historia rica, não estava repleta de gente como seria de esperar! A sensação ao chegar ao centro e pousar a moto junto ao porto, foi de estar a chegar a uma aldeia, onde as pessoas olham para mim como se nunca tivessem visto nada parecido comigo antes!
Rudo em redor era branco, contrastando vivamente com o azul do mar e do céu, e passear por ali foi o momento de paz e encanto que eu estava a precisar!
As casinhas de madeira pintadas de branco, em ruinhas muito estreitas, eram como um cenário na Disney!
E numa janela qualquer, entre as muitas janelas das casinhas de encantar, encontrei os troféus de alguém que viaja e deverá ter ido desde Portugal até à Rússia, a considerar pelos galos de Barcelos em confraternização com as Matrioskas!
Claro que fui meter a moto pelas ruelas acima, tentando ver a cidade numa outra perspetiva, ante o olhar surpreendido que quem me via passar, provavelmente questionando-se onde iria eu por ai! A lado nenhum, minhas senhoras, apenas dar uma olhada!
E até o cemitério é encantador por ali…
E segui para Grimstad! Não importava a que horas chegasse ao meu destino, eu tinha de ir dar uma olhada ali!
Não havia ninguém nas ruas, o sol refletia nas janelas e nas paredes revestidas de madeira pintada de branco e a luminosidade era inspiradora!
Era sábado, eram sete horas da tarde e não havia ninguém nas esplanadas nem nos cafés! Para que serviriam as esplanadas? Para servir pequenos almoços?
É uma sensação estranha ser a única pessoa a passear pelas ruas de uma cidade! Só experimentei algo parecido no Reino Unido!
A Igreja, lindíssima, estava isolada sem ninguém por perto. Por momentos pensei até que estava abandonada!
E estava na hora de ir para casa, em Evje.
Evje ficava para norte de Grimstad, por entre pequenos lagos que iam aparecendo aqui e ali ao lado da estrada que eu percorria.
E cada um que eu encontrava era mais encantador do que o outro!
Momentos em que a sensação de que o paraíso afinal é na terra mesmo!
Até chegar a Evje, onde ficava o parque de campismo onde se situava a minha casa para duas noites.
Com vista privilegiada para o rio e para o por-do-sol!
Amanhã iria passear em redor, onde tinha duas ou três coisas que eu queria muito ver…
Havia tanta coisa que eu queria ver e tão pouco tempo para o fazer! Por isso eu decidira, em casa ainda, deixar para traz tudo o que não fosse possível ver, sem remorsos, e voltar mais tarde para explorar melhor, afinal o sul do país é cheio de interesse, de voltinhas a dar e vilarejos a explorar!
Contra todas as espectativas, a vontade de explorar Oslo não era nenhuma. Lutar com multidões matutinas não me inspirou nem um pouco, por isso simplesmente segui o meu caminho e deixei a cidade para explorar melhor noutra viagem qualquer, quando eu voltar predisposta a levar um banho de multidão.
Qualquer cidade ou aldeia anónima despertava mais o meu interesse naquele momento, a única dificuldade era decidir por onde ir, por isso deixei-me ir, apreciando o que ia aparecendo ao longo da estrada em direção a Kongsberg.
Kongsberg é uma cidade que fica na margem do Numedalslågen, um rio muito nervoso!
Que corre com muita velocidade!
O ar sereno daquelas ruas era tão inspirador, com as casas brancas a refletir toda a luz de um dia maravilhoso para passear!
Era a Heddal que eu queria ir e onde queria passar algum tempo!
A igreja de Heddal foi, desde sempre, uma das atrações que me despertaram naquele país. Uma construção medieval extraordinária, do século XIII, que é também a maior igreja de madeira da Noruega.
E é tão bonita, com o cemitério muito bem tratado em redor. Parece que tudo foi posto ali para encantar!
Havia pouca gente e o ambiente era de serenidade, com jovens vestidos com roupas da época, contado a historia da igreja.
Eu tinha de a ver por dentro e ficar por ali o tempo que me apetecesse.
“Eu podia contar a história da igreja de madeira de Heddal, mas isso qualquer pessoa pode procurar e saber pelo Google! Mas o cheiro a madeira e a fumo, o silêncio no seu interior e a presença quase viva que ela teve sobre mim, isso é o que não vem nos sites e eu vou guardar na minha memória! 7 séculos de história têm sempre o seu poder sobre a gente...”
(in Passeando pela vida – a página)
E os pormenores eram tão encantadores! Dei comigo a apreciar cada centímetro de madeira como se fosse de oiro!
As madeiras no exterior reviam alcatrão, uma forma antiga de preser4va-la contra intempéries e o próprio tempo.
Não sei quantas voltas dei ao cemitério para ver a igreja de todos os ângulos! Dei mesmo comigo encostada a uma lapide a apreciar o momento, tentando guardar na memória todos os pormenores possíveis!
E fiz um desenho!
Não é fácil desenhar uma igreja toda feita de pequenas tabuinhas! Fez-me lembrar quando desenhei as igrejas de madeira na Polónia e nem sabia muito bem por onde começar a sarrabiscar tanta tabua! Mas a experiencia ficou e, embora meio aldrabadito, lá ficou uma ideia do que aquilo é!
E não consegui partir sem voltar a olhar, a fotografar e a apreciar a minha moto junto daquele conjunto fantástico!
Ali ao lado fica o Heddal Bygdetun, um pequeno museu ao ar livre, onde foram colocadas construções que foram transferidas de outros locais e que mostram um pouco da evolução das construções tradicionais norueguesas dos últimos séculos.
Há também um pequeno registo de como eram os bordados, rendas e trajes de épocas antigas.
E os pormenores em redor eram encantadores, de tetos e paredes cuidadosamente pintadas com motivos florais. Muito bonito!
Cada casa era como uma casa de bonecas!
Apetecia ficar por ali o dia todo, em tão bonito local!
Onde até as casitas para os passaritos nas arvores eram lindas!
E logo ali começavam a ver-se as casinhas cabeludas, uma técnica antiga para ajudar a isolar as casas em tempos de frio extremo.
Estava a pouco mais de 200 quilómetros do meu destino se seguisse a direito para lá, mas havia tanta coisa que eu queria ver. Outras cidades, outras construções outros ambientes! Eu queria saber como eram as coisas no sul para depois ver como mudariam, ou não, à medida que subisse o país, por isso desci até à costa.
Cruzei Skien, uma das cidades mais populosas do país. Não era uma cidade que eu fizesse questão de conhecer, mas os pormenores arquitetónicos e do dia-a-dias das pessoas chama-me sempre a atenção!
A igreja luterana, neogótica em tijolo prendeu-me toda a atenção, mas estava fechada. Uma pena, eu gosto muito de entrar em igrejas de outras religiões.
Um grupo de miúdas, em scooters elétricas puseram-se a acompanhar o andamento da minha moto, na faixa para bicicletas. E desenrascavam-se bem!
Mas as coisas simples sempre me atraem mais, como um lago em espelho na região de Gjerstad,a caminho de Risør.
E eu perceberia que, naquele país eu pararia muito mais facilmente no meio de lado nenhum do que no meio de turistas e confusões. Acho que era isso que eu procurava em cada quilometro que fazia, a paz de um país!
Tão bonito um recanto anónimo como um bilhete postal de um grande fotografo!
Felizmente Risør estava posta em sossego! Apesar de ser uma cidade turística, com um porto importante e uma historia rica, não estava repleta de gente como seria de esperar! A sensação ao chegar ao centro e pousar a moto junto ao porto, foi de estar a chegar a uma aldeia, onde as pessoas olham para mim como se nunca tivessem visto nada parecido comigo antes!
Rudo em redor era branco, contrastando vivamente com o azul do mar e do céu, e passear por ali foi o momento de paz e encanto que eu estava a precisar!
As casinhas de madeira pintadas de branco, em ruinhas muito estreitas, eram como um cenário na Disney!
E numa janela qualquer, entre as muitas janelas das casinhas de encantar, encontrei os troféus de alguém que viaja e deverá ter ido desde Portugal até à Rússia, a considerar pelos galos de Barcelos em confraternização com as Matrioskas!
Claro que fui meter a moto pelas ruelas acima, tentando ver a cidade numa outra perspetiva, ante o olhar surpreendido que quem me via passar, provavelmente questionando-se onde iria eu por ai! A lado nenhum, minhas senhoras, apenas dar uma olhada!
E até o cemitério é encantador por ali…
E segui para Grimstad! Não importava a que horas chegasse ao meu destino, eu tinha de ir dar uma olhada ali!
Não havia ninguém nas ruas, o sol refletia nas janelas e nas paredes revestidas de madeira pintada de branco e a luminosidade era inspiradora!
Era sábado, eram sete horas da tarde e não havia ninguém nas esplanadas nem nos cafés! Para que serviriam as esplanadas? Para servir pequenos almoços?
É uma sensação estranha ser a única pessoa a passear pelas ruas de uma cidade! Só experimentei algo parecido no Reino Unido!
A Igreja, lindíssima, estava isolada sem ninguém por perto. Por momentos pensei até que estava abandonada!
E estava na hora de ir para casa, em Evje.
Evje ficava para norte de Grimstad, por entre pequenos lagos que iam aparecendo aqui e ali ao lado da estrada que eu percorria.
E cada um que eu encontrava era mais encantador do que o outro!
Momentos em que a sensação de que o paraíso afinal é na terra mesmo!
Até chegar a Evje, onde ficava o parque de campismo onde se situava a minha casa para duas noites.
Com vista privilegiada para o rio e para o por-do-sol!
Amanhã iria passear em redor, onde tinha duas ou três coisas que eu queria muito ver…
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Beijucas!
Viajar é mais assustador para quem fica do que para quem vai!
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Re: Escandinávia 2017
13 de agosto de 2017
Aquele dia foi feito de silêncio e beleza, passeando por caminhos sem ninguém mas com toda a beleza que eu precisava encontrar. Havia um destino a alcançar e todo o caminho seria de contemplação da paisagem que surgisse, e ela era ainda mais encantadora do que eu podia esperar!
O dia amanheceu lindo em Evje por isso, pelo menos por ali, não choveria tão cedo!
Foi uma sensação tão curiosa acordar numa casinha de madeira, olhar pela janela e ver a minha motita, logo ali, pertinho da porta!
E de nada se faz muito por aqueles lados! A mais insignificante estrada é lindíssima e pode ter um lago a encanta-la mais ainda!
As casas de cada localidade em cada país sempre me fascinam. Gosto de perceber as caraterísticas típicas da arquitetura, que cores se usam, que materiais, como se protegem ou delimitam os seus espaços. Tudo isso mostra um pouco do povo que estou a visitar!
E quando comecei a encontrar as casinhas de telhados de relva tudo se tornou perfeito!
Localidades inteiras que se camuflavam na paisagem!
E a paisagem era simplesmente inspiradora!
A água é um elemento presente por todo o lado, em lagos e rios profundamente escavados por ela!
Eu não podia evitar de parar a todo o momento para fotografar, caminhar um pouco ou simplesmente olhar!
E foi numa dessas paragens que encontrei um casal de suíços a viajar cada um na sua moto. Claro que deu uma meia hora de conversa. Curiosamente a senhora estava mais espantada com a minha presença solitária tão longe do meu país do que o marido! Ela achava que nunca conseguiria ir até ali sozinha, mesmo sendo a sua viagem muito menor do que a minha!
Pessoalmente eu achava que se estivesse ali com alguém metade do encanto seria perdido! Porque o silêncio, a introspeção e os pensamentos livres dentro da minha cabeça são parte da beleza de cada momento!
Haverá algo mais apaixonante numa viagem do que fazer caminhos deslumbrantes sem ninguém a perturbar-me?
“As casinhas com telhado em relva estão por todo o lado! A tradição vem desde tempos que se perdem na memória, quando os meios naturais eram os disponíveis para proteger e isolar nos gélidos invernos. As casas são isoladas e depois forradas com relva e musgo que lhes dão um aspeto incrível. Por momentos, um olhar distraído quase nem apercebe um povoado ao longe. De perto, parecem construções de brincar. Estas casas inspiraram J.R. Tolkien nas suas casinhas dos hobbit.”
In Passeando pela Vida – a página
Começava a aproximar-me de Lysebotn e o caminho não podia ser mais inspirador!
Por entre “calhaus” gigantescos que tornavam a aproximação do fiord ainda mais fantástica!
Tudo era tão inspirador por ali…
E percebe-se que estamos no caminho dos motards quando as placas estão forradas de autocolantes!
Cada curva do caminho revelava mais e mais espanto!
Mesmo estando o céu a tornar-se cada vez mais cinzento, a visibilidade não se estava a perder
Então cheguei ao topo do fiorde!
Eu podia ver a estrada que o desce no meu GPS
As perspetivas sobre a estrada não eram as melhores e percebi então porque as fotos da estrada que aparecem na internet são aéreas e longínquas, porque de perto pouco se vê!
E lá estava o imenso abismo!
Depois de um relaxado café com aquela fantástica paisagem como fundo, fui divertir-me para o passo de montanha, parando aqui e ali para dar uma olhada à paisagem e aos recantos no seu percurso.
Que coisa linda cada curva daquele caminho!
E o desenho do GPS era tão inspirador!
Lá no fundo tudo era paz!
Percebi que não poderia apanhar o ferry pois só chegaria às 6.30 horas da tarde e eu não iria ficar ali toda a tarde à espera, por isso sentei-me no cais a apreciar o momento e a paisagem, com o meu picnic e o meu livrinho de desenhos até voltar a vontade de apanhar a estrada.
E voltei a subir tudo de novo para voltar para o mundo de pedra lá em cima.
Tinha o dia todo por minha conta, por isso parei as vezes que quis, subi e desci para curtir a estrada e voltei a parar para fotografar! Parecia uma criancinha feliz num parque de diversões!
E voltei a deliciar-me com a estrada cá em cima!
Quantas fotos tirei por ali fora!
Estes momentos foram dos mais intensos de toda a viagem, pela beleza agreste que eu aprecio tanto e pela sensação de espanto que provocava em mim a todo o momento e por isso eu quero lá voltar!
Claro que as casinhas com telhados relvados continuavam na minha mente e sim, havia muitas mais!
Tão lindinhas!
“Não sei quantas vezes parei a olhar a paisagem, por entre rios montes e lagos, como se nunca fosse suficiente cada perspetiva nova que encontrava. Então as casinhas de telhado de relva começaram a aparecer a todo o momento, meio camufladas no meio da natureza e eu não conseguia continuar a avançar! Não importava mais tudo o que eu poderia ver por ali, apenas o encanto de cada momento anónimo era suficiente para me fazer ficar, infinitamente a olhar...”
In Passeando pela Vida – a página
Tão bonito passear por ali, por uma das sequencias de estradas e paisagens mais bonitas que percorri até hoje!
E cheguei a Rysstad, com a sua Sylvartun, uma casa cheia de historia preservada como uma peça de museu.
Tão encantador o conjunto de casas de madeira! Claro que aproveitei para ver tudo de perto, desde as madeiras até à erva no telhado!
Claro que andei a passear no meio das casas cabeludas, eu tinha de as ver de perto!
Nunca encontrava ninguém na rua, por isso o que eu fazia era apenas da minha conta!
Mesmo passear pelos relvados irrepreensíveis das igrejas!
Acho que as igrejas naquele país são todas revestidas a madeira lacada de branco!
Revestidas de madeira ou construídas com ela, porque por dentro tudo é medeira também!
As cruzes no meio da relva foram uma novidade para mim! Não será fácil manter visível uma cruz que teima em desaparecer no meio da relva a toda a força!
E a paisagem era feita de um imenso muro de pedra, para lá de mais um rio!
A cada vez que passava por um conjunto de casinhas cabeludas, voltava a parar e a ir vê-las de perto!
Séculos de madeira impecável, ao mesmo tempo que há casas de cimento que não se aguentam e caem!
Os ancestrais palheiros que deram origem à forma que os modernos ainda conservam!
Estava na hora de ir para casa e fazer um jantar simpático, sentar-me no pequeno alpendre e apreciar o anoitecer!
Fui levantar dinheiro para ir às compras, estava com curiosidade de ver como era, pois até ali não o vira, tinha pago tudo com o cartão!
Mas as coisas não correram como eu esperava! Pude comprar tudo o que precisava para fazer o meu jantar menos uma inocente cerveja. Fiquei a saber que só poderia comprar bebidas alcoólicas até às 6.30 horas da tarde, como se uma cerveja me fosse arruinar o cérebro com uma bebedeira monumental! Pronto ok, comprei sumo e café solúvel e pronto, tinha de me entreter com algo! Aqueles noruegueses fizeram-me lembrar os irlandeses com as limitações na compra de álcool!
Tanta coisa que ficara por ver, mas tão gratificante fora aquele dia, o dia em que acrescentei mais um pedaço de encanto às minhas memórias…
Amanhã iria seguir para Bergen…
Aquele dia foi feito de silêncio e beleza, passeando por caminhos sem ninguém mas com toda a beleza que eu precisava encontrar. Havia um destino a alcançar e todo o caminho seria de contemplação da paisagem que surgisse, e ela era ainda mais encantadora do que eu podia esperar!
O dia amanheceu lindo em Evje por isso, pelo menos por ali, não choveria tão cedo!
Foi uma sensação tão curiosa acordar numa casinha de madeira, olhar pela janela e ver a minha motita, logo ali, pertinho da porta!
E de nada se faz muito por aqueles lados! A mais insignificante estrada é lindíssima e pode ter um lago a encanta-la mais ainda!
As casas de cada localidade em cada país sempre me fascinam. Gosto de perceber as caraterísticas típicas da arquitetura, que cores se usam, que materiais, como se protegem ou delimitam os seus espaços. Tudo isso mostra um pouco do povo que estou a visitar!
E quando comecei a encontrar as casinhas de telhados de relva tudo se tornou perfeito!
Localidades inteiras que se camuflavam na paisagem!
E a paisagem era simplesmente inspiradora!
A água é um elemento presente por todo o lado, em lagos e rios profundamente escavados por ela!
Eu não podia evitar de parar a todo o momento para fotografar, caminhar um pouco ou simplesmente olhar!
E foi numa dessas paragens que encontrei um casal de suíços a viajar cada um na sua moto. Claro que deu uma meia hora de conversa. Curiosamente a senhora estava mais espantada com a minha presença solitária tão longe do meu país do que o marido! Ela achava que nunca conseguiria ir até ali sozinha, mesmo sendo a sua viagem muito menor do que a minha!
Pessoalmente eu achava que se estivesse ali com alguém metade do encanto seria perdido! Porque o silêncio, a introspeção e os pensamentos livres dentro da minha cabeça são parte da beleza de cada momento!
Haverá algo mais apaixonante numa viagem do que fazer caminhos deslumbrantes sem ninguém a perturbar-me?
“As casinhas com telhado em relva estão por todo o lado! A tradição vem desde tempos que se perdem na memória, quando os meios naturais eram os disponíveis para proteger e isolar nos gélidos invernos. As casas são isoladas e depois forradas com relva e musgo que lhes dão um aspeto incrível. Por momentos, um olhar distraído quase nem apercebe um povoado ao longe. De perto, parecem construções de brincar. Estas casas inspiraram J.R. Tolkien nas suas casinhas dos hobbit.”
In Passeando pela Vida – a página
Começava a aproximar-me de Lysebotn e o caminho não podia ser mais inspirador!
Por entre “calhaus” gigantescos que tornavam a aproximação do fiord ainda mais fantástica!
Tudo era tão inspirador por ali…
E percebe-se que estamos no caminho dos motards quando as placas estão forradas de autocolantes!
Cada curva do caminho revelava mais e mais espanto!
Mesmo estando o céu a tornar-se cada vez mais cinzento, a visibilidade não se estava a perder
Então cheguei ao topo do fiorde!
Eu podia ver a estrada que o desce no meu GPS
As perspetivas sobre a estrada não eram as melhores e percebi então porque as fotos da estrada que aparecem na internet são aéreas e longínquas, porque de perto pouco se vê!
E lá estava o imenso abismo!
Depois de um relaxado café com aquela fantástica paisagem como fundo, fui divertir-me para o passo de montanha, parando aqui e ali para dar uma olhada à paisagem e aos recantos no seu percurso.
Que coisa linda cada curva daquele caminho!
E o desenho do GPS era tão inspirador!
Lá no fundo tudo era paz!
Percebi que não poderia apanhar o ferry pois só chegaria às 6.30 horas da tarde e eu não iria ficar ali toda a tarde à espera, por isso sentei-me no cais a apreciar o momento e a paisagem, com o meu picnic e o meu livrinho de desenhos até voltar a vontade de apanhar a estrada.
E voltei a subir tudo de novo para voltar para o mundo de pedra lá em cima.
Tinha o dia todo por minha conta, por isso parei as vezes que quis, subi e desci para curtir a estrada e voltei a parar para fotografar! Parecia uma criancinha feliz num parque de diversões!
E voltei a deliciar-me com a estrada cá em cima!
Quantas fotos tirei por ali fora!
Estes momentos foram dos mais intensos de toda a viagem, pela beleza agreste que eu aprecio tanto e pela sensação de espanto que provocava em mim a todo o momento e por isso eu quero lá voltar!
Claro que as casinhas com telhados relvados continuavam na minha mente e sim, havia muitas mais!
Tão lindinhas!
“Não sei quantas vezes parei a olhar a paisagem, por entre rios montes e lagos, como se nunca fosse suficiente cada perspetiva nova que encontrava. Então as casinhas de telhado de relva começaram a aparecer a todo o momento, meio camufladas no meio da natureza e eu não conseguia continuar a avançar! Não importava mais tudo o que eu poderia ver por ali, apenas o encanto de cada momento anónimo era suficiente para me fazer ficar, infinitamente a olhar...”
In Passeando pela Vida – a página
Tão bonito passear por ali, por uma das sequencias de estradas e paisagens mais bonitas que percorri até hoje!
E cheguei a Rysstad, com a sua Sylvartun, uma casa cheia de historia preservada como uma peça de museu.
Tão encantador o conjunto de casas de madeira! Claro que aproveitei para ver tudo de perto, desde as madeiras até à erva no telhado!
Claro que andei a passear no meio das casas cabeludas, eu tinha de as ver de perto!
Nunca encontrava ninguém na rua, por isso o que eu fazia era apenas da minha conta!
Mesmo passear pelos relvados irrepreensíveis das igrejas!
Acho que as igrejas naquele país são todas revestidas a madeira lacada de branco!
Revestidas de madeira ou construídas com ela, porque por dentro tudo é medeira também!
As cruzes no meio da relva foram uma novidade para mim! Não será fácil manter visível uma cruz que teima em desaparecer no meio da relva a toda a força!
E a paisagem era feita de um imenso muro de pedra, para lá de mais um rio!
A cada vez que passava por um conjunto de casinhas cabeludas, voltava a parar e a ir vê-las de perto!
Séculos de madeira impecável, ao mesmo tempo que há casas de cimento que não se aguentam e caem!
Os ancestrais palheiros que deram origem à forma que os modernos ainda conservam!
Estava na hora de ir para casa e fazer um jantar simpático, sentar-me no pequeno alpendre e apreciar o anoitecer!
Fui levantar dinheiro para ir às compras, estava com curiosidade de ver como era, pois até ali não o vira, tinha pago tudo com o cartão!
Mas as coisas não correram como eu esperava! Pude comprar tudo o que precisava para fazer o meu jantar menos uma inocente cerveja. Fiquei a saber que só poderia comprar bebidas alcoólicas até às 6.30 horas da tarde, como se uma cerveja me fosse arruinar o cérebro com uma bebedeira monumental! Pronto ok, comprei sumo e café solúvel e pronto, tinha de me entreter com algo! Aqueles noruegueses fizeram-me lembrar os irlandeses com as limitações na compra de álcool!
Tanta coisa que ficara por ver, mas tão gratificante fora aquele dia, o dia em que acrescentei mais um pedaço de encanto às minhas memórias…
Amanhã iria seguir para Bergen…
Re: Escandinávia 2017
14 de agosto de 2017
Claro que no dia anterior eu não chegara a tempo de comprar cerveja, por isso resignei-me a acompanhar o meu jantar, mais uma vez, com sumo de laranja. Nada a fazer, simplesmente eu não voltara a correr para chegar antes das 6.30h, por isso pus-me a grelhar salsichas, que por aqueles lados são deliciosas, e a imaginar como seriam tão melhores com uma bebida de jeito.
Lá fora estava um frio de morrer, mas decidi jantar no alpendre, tinha de desfrutar uma ultima vez daquele ambiente fantástico.
Foi quando o meu vizinho, que aparentemente passava o tempo a beber cerveja, chegou com dois packs delas nas mãos. Ao passar junto do meu minúsculo Bungalow, ofereceu-me uma cerveja. Acenei que sim com a cabeça. A verdade é que eu estava apenas a entrar na brincadeira, mas ele veio mesmo trazer-me uma belíssima e geladíssima lata de cerveja! Claro que cada um oferece o que tem e eu tinha café, e até os olhos se lhe riram quando lho ofereci, quentinho e fumegante.
Por isso a memória que tenho da ultima noite em Evje é de estar a beber cerveja e oferecer café em troca, com o luar a iluminar o ambiente em redor!
O dia seguinte amanheceu solarengo de novo. A sorte estava do meu lado, muitos eram os relatos de chuva persistente por aquelas bandas!
E o meu pequeno bungalow era tão “mimi” que nem apetecia ir embora! Tomar o café da manhã num ambiente daqueles era um privilégio!
E lá estava o vizinho a chegar com mais cerveja! Seguramente o homem estava a passar ali uns dias muito cervejolas!
A parte mais difícil de uma viagem é seguir caminho, quando apetece ficar. É nesses momentos que eu ponho em pratica a minha capacidade de fazer promessas a mim própria, e é com um “eu vou cá voltar” que lá vou seguindo o meu caminho.
Havia tanta coisa que eu queria ver até chegar a Bergen que partir não foi o fim do mundo, mas havia mais surpresas e preocupações do que eu poderia esperar.
Os lagos são lindos a qualquer hora, mas ao amanhecer são quietos como espelhos e fazem reflexos perfeitos
E estes momentos anónimos eram muito mais importantes para mim do que ir a correr de ponto turístico em ponto turístico!
Afinal os lagos em espelho eram uma das coisas que eu queria ver na Noruega!
E não me conseguia impedir de parar em todos e qualquer um!
Pormenores que me iam mostrando, a cada momento, que não estava num país qualquer!
Estava no país das casinhas cabeludas e elas estavam sempre a aparecer no mau horizonte, lindas!
“Os imensos espelhos de água são a mais extraordinária memória da Noruega que trago comigo! E por essa memória voltarei, à procura de um amanhecer, quando a brisa não se faz sentir ainda e nada perturba o silencio das águas, quando o mundo parece parar num segundo apenas de contemplação. A quietude sempre me fascina e encanta...”
In Passeando pela vida – a página
E as estradas eram tão inspiradoras!
“Seguindo por entre lagos de impressionante beleza, ao longo do vale de Gyadalen, uma ponte incomum completa de repente o quadro de perfeito fascínio. Diz-se que a Terland Klopp é a ponte mais longa e melhor preservada do seu género na Noruega e hoje está ali para encantar, pois já não é usada. E encanta mesmo! Não havia ninguém por perto, parei a moto e fiquei quieta, apreciando o momento feito do ronronar das águas e o silêncio da natureza em redor. E um momento anónimo numa grande viagem permanecerá para sempre na minha memória…”
In Passeando pela vida – a página
Ao longe a perspetiva do lago Ørsdalsvatnet, entre grandes muros de pedra, era surreal
“Eu podia fazer um álbum totalmente dedicado às estradas que me fascinaram, e ele nunca mais teria fim! Não são as estradas famosas, nem aquelas onde todo o motociclista quer ir, são as anónimas, que me aparecem sem contar entre um destino e outro, e me fazem parar e respirar fundo e pensar que só por aquele pedaço de caminho já valeu a pena sair de casa! Algumas fizeram-me ficar muito tempo, como quem contempla um monumento e não tem vontade de ir embora, outras fizeram-me prometer a mim própria voltar, outras ainda me fazem sonhar hoje, muito depois de voltar...”
In Passeando pela vida – a página
São incontáveis os lagos que acompanham qualquer percurso!
E as paisagens tão variadas e imprevisíveis que me perdi no tempo visitando mais um pouco, indo mais longe ainda.
E o meu trauma com ferrys ira desaparecendo a cada vez que a estrada se transformava num e tudo era tão fácil como apanhar um autocarro e seguir caminho!
E as perspetivas desde o mar são sempre tão inspiradoras e diferentes que só por isso já vale a pena embarcar!
Eu estava no caminho de Preikestolen e toda a paisagem me inspirava a caminhar pela montanha até ao famoso rochedo, por isso fui-me dirigindo para lá, sempre presa às paisagens que me faziam tirar fotos em catadupa, como se nada fosse verdadeiramente capaz de captar tanta beleza ao mesmo tempo… e não conseguia mesmo!
Mas se a inspiração era muita, a chegada ao local converteu-a imediatamente em frustração!
Era tão grande o movimento e a multidão, de uns que chegavam e se equipavam para subir a montanha, de outros que se desequipavam depois de voltar lá de cima e de muitos outros que se amontoavam por ali a comer e a conversar…
Não sei de onde toda aquela gente saiu, mas tão depressa parei a minha moto e ela já estava presa com uma série de outras atrás!
Nada nos caminhos que fizera me preparara para aquela confusão e ambiente e eu detesto que me prendam a moto, por isso dei meia volta, enquanto os donos das motos atras da minha ainda estavam por ali, meio em cuecas a equipar-se para caminhar até ao rochedo, para me deixarem sair e pôr-me a milhas…
Não me importava mais de não ver coisas espantosas, se elas estavam repletas de pessoas, e só queria voltar à paz dos caminhos sem ninguém, longe das rotas famosas, longe do mundo povoado!
Oh, aquela paz importava-me muito mais e enchia-me de serenidade de novo!
E fui improvisando, à descoberta de paisagens de paz!
Tão melhor ver os aglomerados de longe!
Já não importava mais se estava a caminho dos pontos imperdíveis, porque imperdível é a paz que eu transporto dentro de mim quando tudo o que quero é explorar paisagens e não multidões!
Claro que sair da rota turística tem o seu preço, e naquele país mais ainda, porque os ferrys mais concorridos funcionam como pontos de autocarro que se tomam facilmente, mas os anónimos fecham cedo. E dei comigo a encontrar impedimentos atras de impedimentos, com ferrys encerrados às 3 horas da tarde que me obrigaram a dar “ a volta ao mundo” para seguir para o outro lado!
Cada vez que um ferry fechou a volta a dar pode ser enorme e os quilómetros a fazer podem duplicar! E foi o que me aconteceu ao dar comigo a ter de percorrer mais de 300km para dar a volta por terra, em vez de seguir a direito, desde Eide para seguir para norte, a caminho de Bergen sem fazer mais ferry nenhum.
As coisas podem tornar-se verdadeiramente ruins se a paisagem não for interessante, quando a volta é assim subitamente grande, e o caminho a percorrer é obrigatório e nem tanto uma escolha deliberada, mas felizmente por ali tudo tem a sua beleza e o dia é longo!
As estradas, então, são só por si como monumentos a apreciar, apesar de não se poder acelerar muito para se ganhar terreno. Resta então andar e apreciar!
Por vezes perde-se a noção de se o que vemos é mar, rio ou lago, mas para mim tudo eram firods, mesmo que não fossem!
E ao chegar ao extremo de cada “rasgão” na terra, podia perceber a perspetiva em fiord, já que estes se formam com as entradas de mar. Lindo!
“Quantas coisas mais eu poderia ter visto se não parasse a todo o momento a olhar em redor! Mesmo quando essas paragens se prolongavam por longos minutos e a consciência da distancia do meu destino se tornava mais forte, era-me, por vezes, difícil ir embora. Nesses momentos o meu lado inconsciente sussurrava-me ao ouvido "deixa para lá, vive o momento que o resto depois vê-se!" e hoje, se por um lado percebo o quanto não vi, percebo também o quanto vivi, longe de tudo e de todos, olhando para o que ninguém tem tempo de olhar e isso faz-me sentir orgulhosa do tempo que perdi!”
In Passeando pela vida – a Pagina
Quanta beleza e ninguém na rua para além de mim!
Claro que me ia mentalizando para a aproximação dos pontos cheios de turistas logo a seguir, mas cada momento que me era possível parar, aproveitava mais um bom momento de paz e solidão de rara beleza!
Em vários momentos eu dera comigo a associar algumas perpetivas da paisagem com as paisagens escocesas e me questionara se não haveria por ali vaquinhas cabeludas. Claro que pensara na hipótese como uma brincadeira minha, considerando que o clima também tem semelhanças, mas não estava de todo a contar encontra-las realmente! Qual não foi o meu espanto quando as minhas divagações se realizaram! Claro que parei imediatamente para ver de perto as vaquinhas que mais aprecio! Oh fofa, ainda hei-de fazer festinhas num pelo desses, quando vir uma mais perto da estrada!
E nos meus "vai e volta", encontrei monstros estacionados nas águas de Ølen! Tal como quando os encontrei na Escócia, a sensação era de coisa errada, choque na paisagem, incompatibilidade com a beleza envolvente!
Deve ser surreal a sensação de se viver numa paisagem tão bonita poluída com a presença de tamanhos objetos intrusos!
Contrariamente ao que eu temia, não havia muita gente quando passei em Odda e a perspetiva da rua à chegada era como eu queria que fosse!
A Låtefossen é uma catarata espetacular! Pode ser perfeitamente apreciada da estrada que lhe passa por cima, numa ponte com diversos arcos, onde toda a gente para! E claro que eu também parei!
Impossível não ficar ali, meio hipnotizada, a apreciar a água a correr e a repartir-se e a voltar a juntar-se, enchendo tudo de spray e do seu barulho!
E a paz continuou a acompanhar-me! Não havia uma brisa no ar que movesse aquelas águas e não havia ninguém nas ruas também. O meu receio de cruzar com multidões não se realizou, acho que toda a gente estava já recolhida e apenas eu continuava a passear! Que bom!
E tal como me haviam falado, lá estava o túnel colorido à minha espera!
O túnel de Vallavik não é um túnel qualquer porque tem a particularidade de ter uma rotunda no meio, que permite mudar para um outro que cruza com ele.
A ideia de o iluminar de forma tão criativa é simplesmente genial! Impossível passar por ali sem ver a rotunda! É dividido em duas partes por uma ponte e do outro lado tem uma nova rotunda azul! Uma animação conduzir num túnel assim!
Ainda era de dia quando cheguei a Bergen. Um dia meio ranhoso, com chuva, frio e muita humidade no ar, mas com visibilidade suficiente para se perceber um pouco da dimensão da cidade.
Pronto, a chuva apanhara-me e o dia seguinte prometia uns 80% de humidade… o melhor seria ficar quieta a passear pela cidade em vez de ir para longe à chuva!
Claro que no dia anterior eu não chegara a tempo de comprar cerveja, por isso resignei-me a acompanhar o meu jantar, mais uma vez, com sumo de laranja. Nada a fazer, simplesmente eu não voltara a correr para chegar antes das 6.30h, por isso pus-me a grelhar salsichas, que por aqueles lados são deliciosas, e a imaginar como seriam tão melhores com uma bebida de jeito.
Lá fora estava um frio de morrer, mas decidi jantar no alpendre, tinha de desfrutar uma ultima vez daquele ambiente fantástico.
Foi quando o meu vizinho, que aparentemente passava o tempo a beber cerveja, chegou com dois packs delas nas mãos. Ao passar junto do meu minúsculo Bungalow, ofereceu-me uma cerveja. Acenei que sim com a cabeça. A verdade é que eu estava apenas a entrar na brincadeira, mas ele veio mesmo trazer-me uma belíssima e geladíssima lata de cerveja! Claro que cada um oferece o que tem e eu tinha café, e até os olhos se lhe riram quando lho ofereci, quentinho e fumegante.
Por isso a memória que tenho da ultima noite em Evje é de estar a beber cerveja e oferecer café em troca, com o luar a iluminar o ambiente em redor!
O dia seguinte amanheceu solarengo de novo. A sorte estava do meu lado, muitos eram os relatos de chuva persistente por aquelas bandas!
E o meu pequeno bungalow era tão “mimi” que nem apetecia ir embora! Tomar o café da manhã num ambiente daqueles era um privilégio!
E lá estava o vizinho a chegar com mais cerveja! Seguramente o homem estava a passar ali uns dias muito cervejolas!
A parte mais difícil de uma viagem é seguir caminho, quando apetece ficar. É nesses momentos que eu ponho em pratica a minha capacidade de fazer promessas a mim própria, e é com um “eu vou cá voltar” que lá vou seguindo o meu caminho.
Havia tanta coisa que eu queria ver até chegar a Bergen que partir não foi o fim do mundo, mas havia mais surpresas e preocupações do que eu poderia esperar.
Os lagos são lindos a qualquer hora, mas ao amanhecer são quietos como espelhos e fazem reflexos perfeitos
E estes momentos anónimos eram muito mais importantes para mim do que ir a correr de ponto turístico em ponto turístico!
Afinal os lagos em espelho eram uma das coisas que eu queria ver na Noruega!
E não me conseguia impedir de parar em todos e qualquer um!
Pormenores que me iam mostrando, a cada momento, que não estava num país qualquer!
Estava no país das casinhas cabeludas e elas estavam sempre a aparecer no mau horizonte, lindas!
“Os imensos espelhos de água são a mais extraordinária memória da Noruega que trago comigo! E por essa memória voltarei, à procura de um amanhecer, quando a brisa não se faz sentir ainda e nada perturba o silencio das águas, quando o mundo parece parar num segundo apenas de contemplação. A quietude sempre me fascina e encanta...”
In Passeando pela vida – a página
E as estradas eram tão inspiradoras!
“Seguindo por entre lagos de impressionante beleza, ao longo do vale de Gyadalen, uma ponte incomum completa de repente o quadro de perfeito fascínio. Diz-se que a Terland Klopp é a ponte mais longa e melhor preservada do seu género na Noruega e hoje está ali para encantar, pois já não é usada. E encanta mesmo! Não havia ninguém por perto, parei a moto e fiquei quieta, apreciando o momento feito do ronronar das águas e o silêncio da natureza em redor. E um momento anónimo numa grande viagem permanecerá para sempre na minha memória…”
In Passeando pela vida – a página
Ao longe a perspetiva do lago Ørsdalsvatnet, entre grandes muros de pedra, era surreal
“Eu podia fazer um álbum totalmente dedicado às estradas que me fascinaram, e ele nunca mais teria fim! Não são as estradas famosas, nem aquelas onde todo o motociclista quer ir, são as anónimas, que me aparecem sem contar entre um destino e outro, e me fazem parar e respirar fundo e pensar que só por aquele pedaço de caminho já valeu a pena sair de casa! Algumas fizeram-me ficar muito tempo, como quem contempla um monumento e não tem vontade de ir embora, outras fizeram-me prometer a mim própria voltar, outras ainda me fazem sonhar hoje, muito depois de voltar...”
In Passeando pela vida – a página
São incontáveis os lagos que acompanham qualquer percurso!
E as paisagens tão variadas e imprevisíveis que me perdi no tempo visitando mais um pouco, indo mais longe ainda.
E o meu trauma com ferrys ira desaparecendo a cada vez que a estrada se transformava num e tudo era tão fácil como apanhar um autocarro e seguir caminho!
E as perspetivas desde o mar são sempre tão inspiradoras e diferentes que só por isso já vale a pena embarcar!
Eu estava no caminho de Preikestolen e toda a paisagem me inspirava a caminhar pela montanha até ao famoso rochedo, por isso fui-me dirigindo para lá, sempre presa às paisagens que me faziam tirar fotos em catadupa, como se nada fosse verdadeiramente capaz de captar tanta beleza ao mesmo tempo… e não conseguia mesmo!
Mas se a inspiração era muita, a chegada ao local converteu-a imediatamente em frustração!
Era tão grande o movimento e a multidão, de uns que chegavam e se equipavam para subir a montanha, de outros que se desequipavam depois de voltar lá de cima e de muitos outros que se amontoavam por ali a comer e a conversar…
Não sei de onde toda aquela gente saiu, mas tão depressa parei a minha moto e ela já estava presa com uma série de outras atrás!
Nada nos caminhos que fizera me preparara para aquela confusão e ambiente e eu detesto que me prendam a moto, por isso dei meia volta, enquanto os donos das motos atras da minha ainda estavam por ali, meio em cuecas a equipar-se para caminhar até ao rochedo, para me deixarem sair e pôr-me a milhas…
Não me importava mais de não ver coisas espantosas, se elas estavam repletas de pessoas, e só queria voltar à paz dos caminhos sem ninguém, longe das rotas famosas, longe do mundo povoado!
Oh, aquela paz importava-me muito mais e enchia-me de serenidade de novo!
E fui improvisando, à descoberta de paisagens de paz!
Tão melhor ver os aglomerados de longe!
Já não importava mais se estava a caminho dos pontos imperdíveis, porque imperdível é a paz que eu transporto dentro de mim quando tudo o que quero é explorar paisagens e não multidões!
Claro que sair da rota turística tem o seu preço, e naquele país mais ainda, porque os ferrys mais concorridos funcionam como pontos de autocarro que se tomam facilmente, mas os anónimos fecham cedo. E dei comigo a encontrar impedimentos atras de impedimentos, com ferrys encerrados às 3 horas da tarde que me obrigaram a dar “ a volta ao mundo” para seguir para o outro lado!
Cada vez que um ferry fechou a volta a dar pode ser enorme e os quilómetros a fazer podem duplicar! E foi o que me aconteceu ao dar comigo a ter de percorrer mais de 300km para dar a volta por terra, em vez de seguir a direito, desde Eide para seguir para norte, a caminho de Bergen sem fazer mais ferry nenhum.
As coisas podem tornar-se verdadeiramente ruins se a paisagem não for interessante, quando a volta é assim subitamente grande, e o caminho a percorrer é obrigatório e nem tanto uma escolha deliberada, mas felizmente por ali tudo tem a sua beleza e o dia é longo!
As estradas, então, são só por si como monumentos a apreciar, apesar de não se poder acelerar muito para se ganhar terreno. Resta então andar e apreciar!
Por vezes perde-se a noção de se o que vemos é mar, rio ou lago, mas para mim tudo eram firods, mesmo que não fossem!
E ao chegar ao extremo de cada “rasgão” na terra, podia perceber a perspetiva em fiord, já que estes se formam com as entradas de mar. Lindo!
“Quantas coisas mais eu poderia ter visto se não parasse a todo o momento a olhar em redor! Mesmo quando essas paragens se prolongavam por longos minutos e a consciência da distancia do meu destino se tornava mais forte, era-me, por vezes, difícil ir embora. Nesses momentos o meu lado inconsciente sussurrava-me ao ouvido "deixa para lá, vive o momento que o resto depois vê-se!" e hoje, se por um lado percebo o quanto não vi, percebo também o quanto vivi, longe de tudo e de todos, olhando para o que ninguém tem tempo de olhar e isso faz-me sentir orgulhosa do tempo que perdi!”
In Passeando pela vida – a Pagina
Quanta beleza e ninguém na rua para além de mim!
Claro que me ia mentalizando para a aproximação dos pontos cheios de turistas logo a seguir, mas cada momento que me era possível parar, aproveitava mais um bom momento de paz e solidão de rara beleza!
Em vários momentos eu dera comigo a associar algumas perpetivas da paisagem com as paisagens escocesas e me questionara se não haveria por ali vaquinhas cabeludas. Claro que pensara na hipótese como uma brincadeira minha, considerando que o clima também tem semelhanças, mas não estava de todo a contar encontra-las realmente! Qual não foi o meu espanto quando as minhas divagações se realizaram! Claro que parei imediatamente para ver de perto as vaquinhas que mais aprecio! Oh fofa, ainda hei-de fazer festinhas num pelo desses, quando vir uma mais perto da estrada!
E nos meus "vai e volta", encontrei monstros estacionados nas águas de Ølen! Tal como quando os encontrei na Escócia, a sensação era de coisa errada, choque na paisagem, incompatibilidade com a beleza envolvente!
Deve ser surreal a sensação de se viver numa paisagem tão bonita poluída com a presença de tamanhos objetos intrusos!
Contrariamente ao que eu temia, não havia muita gente quando passei em Odda e a perspetiva da rua à chegada era como eu queria que fosse!
A Låtefossen é uma catarata espetacular! Pode ser perfeitamente apreciada da estrada que lhe passa por cima, numa ponte com diversos arcos, onde toda a gente para! E claro que eu também parei!
Impossível não ficar ali, meio hipnotizada, a apreciar a água a correr e a repartir-se e a voltar a juntar-se, enchendo tudo de spray e do seu barulho!
E a paz continuou a acompanhar-me! Não havia uma brisa no ar que movesse aquelas águas e não havia ninguém nas ruas também. O meu receio de cruzar com multidões não se realizou, acho que toda a gente estava já recolhida e apenas eu continuava a passear! Que bom!
E tal como me haviam falado, lá estava o túnel colorido à minha espera!
O túnel de Vallavik não é um túnel qualquer porque tem a particularidade de ter uma rotunda no meio, que permite mudar para um outro que cruza com ele.
A ideia de o iluminar de forma tão criativa é simplesmente genial! Impossível passar por ali sem ver a rotunda! É dividido em duas partes por uma ponte e do outro lado tem uma nova rotunda azul! Uma animação conduzir num túnel assim!
Ainda era de dia quando cheguei a Bergen. Um dia meio ranhoso, com chuva, frio e muita humidade no ar, mas com visibilidade suficiente para se perceber um pouco da dimensão da cidade.
Pronto, a chuva apanhara-me e o dia seguinte prometia uns 80% de humidade… o melhor seria ficar quieta a passear pela cidade em vez de ir para longe à chuva!
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Beijucas!
Viajar é mais assustador para quem fica do que para quem vai!
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