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A estrada mais longa. EN2
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A estrada mais longa. EN2
Etapa 0
Começámos o nosso percurso pela EN2 em Chaves.
Visto que vivemos sensivelmente a meio do país e tínhamos que nos deslocar para uma das "pontas", pareceu-nos lógico irmos até Chaves, onde se situa o km 0. Começar pelo princípio! Aproveitámos a casa da família em Coimbra para tornar a ida mais leve. Depois de uma refeição em casa dos primos, e de pôr a conversa em dia, a noite recarregou-nos as baterias para fazermos a viagem até Chaves.
Chegámos à cidade transmontana por volta das 14h00 e estávamos ansiosos para ir explorar o território.
Chaves, situada na região do Alto Tâmega, mesmo colada a Espanha, é a segunda maior cidade do distrito de Vila Real. Habitada desde o Paleolítico, apresenta diversas marcas das diferentes culturas que por aqui passaram, no entanto as mais fortes, são as da civilização Romana. Aquae Flaviae, assim denominada nesses tempos, exibe diversas construções daquela época, como a emblemática Ponte de Trajano ou os balneários termais. Ainda hoje, as termas de Chaves, têm um papel de grande importância na cidade.
Tínhamos já designados os principais marcos que queríamos visitar. Assim, deixámos a menina de duas rodas a descansar no hotel e embrenhámo-nos pelas ruas da cidade. Agradecemos a amigos pelos contributos que nos deram e muito facilitaram a elaboração do roteiro desta viagem.
Nenhum de nós conhecia Chaves (aliás, Trás-os-Montes é para nós uma região praticamente nova) e ficámos encantados. Superou a expectativa. Desde o centro, bastante vivo, com comércio tradicional, ao emaranhado de ruas com as típicas varandas coloridas, ao castelo, ou à zona ribeirinha, com um muito bem aproveitado parque de lazer. Chaves tem de facto muito a oferecer aos visitantes. Desde a sua história, passando pelas actividades de bem-estar e lazer, até, claro está, à sua rica gastronomia. Mais tempo houvesse...ainda assim, deu para ficarmos com uma ideia geral e para experienciar algumas das actividades obrigatórias: atravessar a pé a ponte romana, comer um pastel de Chaves (baratíssimo e delicioso) na padaria Maria e beber um copo de água termal. A água corre livremente de uma fonte no meio de uma praça junto às termas. Sai a 70ºC e tem um cheiro...característico. Mas tem fama de ser miraculosa, além de vermos diversos flavienses a irem lá encher os copos e os garrafões!
A tarde passou rapidamente e estava na hora de jantar. Apesar da fama e oferta de restauração ser muita, acabámos por comer perto do nosso alojamento, que ficava um pouco afastado do centro. A noite estava fria e precisávamos descansar para acordarmos cedo . Contávamos com 3 dias para fazer um total de 738 km, percorrendo o país de cima a baixo.
No dia seguinte, sairíamos do km 0, para percorrer a primeira etapa do nosso percurso pela antiga Estrada Real.
Última edição por Swift em Ter Jan 23 2018, 22:04, editado 1 vez(es)
Swift- Zero à direita
A estrada mais longa. EN2
Etapa 1
Pouco passava das 8h00 da manhã, quando saímos do nosso hotel em Chaves. A noite, tinha trazido um quase impenetrável manto de nevoeiro, que ainda se estendia pela cidade e mal nos deixava ver a estrada.
Dirigimo-nos mais uma vez à rotunda onde fica o km 0, e demos oficialmente início ao nosso percurso pela EN2. Como mando o figurino!
Além do nevoeiro, a temperatura, não estava propriamente amena. O termómetro da moto marcava 1°C quando deixámos Chaves e por aí se manteve durante largos kms. A geada cobria os campos de branco e embora embelezasse cenário, os riscos da condução aumentavam consideravelmente.
Seguimos com cautela, pelas estradas transmontanas. Pouco tempo depois, ficava a primeira paragem do dia: Vidago, reconhecida vila termal , com o seu icónico hotel, o Vidago Palace. Parámos apenas para apreciar o hotel e registar o momento. Embora não seja permitido, o porteiro "fechou os olhos" e consentiu, com a condição de não apanhar ninguém nas fotografias. É realmente deslumbrante. Não só a fachada, mas toda a área envolvente, com os seus fabulosos jardins. O hotel, que data do inicio do Séc. XX, foi reabilitado há poucos anos, recuperando todo o seu esplendor. A pouca distância do Palace, fomos encontrar as ruínas de um outro hotel, o Salus, inaugurado em 1918. À altura, era também uma imponente construção, dotada das mais recentes tecnologias e comodidades. Infelizmente, um dramático incêndio, destruiu-o nos anos 60, deixando-o à morte. Ainda assim, as ruínas têm uma aura de encanto fantasmagórico, que nos faz sonhar.
Ainda na rota das terras termais, passámos pelas Pedras Salgadas. Além do parque termal, que também se rodeia por vastos jardins e onde se pode provar um copo da conhecida Água das Pedras, as Pedras Salgadas ficaram famosas pelas provas motorizadas, entre elas o Rali automóvel. Obrigatório também, é parar junto à antiga estação de comboios, mesmo em cima da N2 e que se encontra agora desactivada.
Seguimos caminho, ainda com muito frio, como atestavam os flocos de gelo nos blusões, mas o nevoeiro começava a dissipar-se o que permitia que desfrutássemos mais da viagem.
O próximo marco era Vila Real, a capital de distrito. Com muita pena nossa, não conseguimos visitar a cidade. Para ver todos os locais de interesse, necessitaríamos de muitos mais dias de viagem. É assim o nosso Portugal, tão pequeno e com tanto para oferecer. Desta vez, ficámo-nos pelas vistas lá do cimo, verdadeiramente surpreendentes . A geografia da cidade é única, encaixada no alto dos montes e com o rio Corgo a correr lá em baixo. Outro local a visitar em Vila Real e que também ficará para uma próxima é o Palácio de Mateus, também conhecido por Casa de Mateus e à qual deve o nome, o vinho Mateus Rosé. Lembramos também, que esta é a zona do barro preto de Bisalhães, considerado pela Unesco como Património Cultural Imaterial e que corre o sério risco de desaparecer, por falta de oleiros que se dediquem à arte.
Graças às tecnologias, vulgo GPS, o percurso pela N2, faz-se sem grandes atropelos, no entanto, para viajantes à moda antiga, avisamos que não é fácil mantermo-nos na mesma. As indicações são escassas e facilmente somos desviados para outras estradas. Mais uma falha do turismo de Portugal que parece não ver o potencial turístico e económico desta rota.
Continuávamos a descer, embora ainda nas terras altas...este primeiro dia proporcionava-nos trajectos em altitude, com o típico serpentear por curvas e contracurvas, rodeados por montes e vales. De notar, que na generalidade achámos o piso em boas condições.
Atravessámos Santa Marta de Penaguião e as suas caves e logo depois, deslumbravam-nos as paisagens da zona demarcada do Douro vinhateiro. Os socalcos, tão característicos desta região, berço de alguns dos mais preciosos néctares de Baco, dominam o cenário.
Habitualmente, vemos fotografias desta região no seu auge de florescimento, na Primavera, quando tudo verdeja. Não subestimemos no entanto, o encanto do Outono. Viajar nesta altura, presenteia-nos com cores magníficas, que além do verde, passam pelos ocres aos vermelhos mais intensos. E quando o sol aparece, a paleta estende-se de uma forma...inexplicável! Ao longo do caminho, fomo-nos cruzando com o que faz a vida real de quem ali vive...as mulheres no campo, os homens nos tractores, as queimadas... a identidade sócio-cultural do país. O que ainda perdura, para lá da modernidade e da internet...
Foi neste cenário que chegámos ao Peso da Régua, cidade emblemática desta região vinícola e cais de partida/chegada dos famosos cruzeiros no rio. Como já conhecíamos a cidade, não parámos, mas aproveitámos a belíssima vista enquanto atravessávamos a ponte sobre o Douro.
E de repente, estávamos noutro distrito: Viseu, mais precisamente no concelho de Lamego, onde obviamente tivemos de fazer uma paragem. Lamego tem muito para conhecer, mas o que não pode mesmo falhar, é o Santuário da N. Srª dos Remédios e os 686 degraus que o elevam. A pretexto de arranjar fome para almoço, lá subimos a escadaria e sejamos francos, em cada patamar, exibem-se obras de arte que merecem ser contempladas, além de que no final, a vista sobre a cidade é soberba.
Tal gasto calórico, impunha uma reposição à altura e já com a lição estudada, fizemo-nos à estrada, em direcção ao Mezio , já perto de Castro Daire, onde almoçamos no seu restaurante típico, mesmo à beira da estrada. A comida é mesmo caseira e embora a oferta não seja muita, é suficiente. Além disso, os preços, são imbatíveis e o atendimento simpatiquíssimo. Comemos arroz de salpicão, um arroz de feijão com salpicão servido em barro preto. Delicioso. O pão, de morrer, ainda vinha quente. Dava vontade de ter um estômago maior...
Assim recompostos, voltámos à estrada. A chuva ameaçava cair e pouco depois estávamos a vestir os fatos de chuva. O restante percurso do dia não foi muito simpático, dadas as condições climatéricas e felizmente não tínhamos planeado grandes paragens. Viseu, a maior cidade por onde passaríamos , não era novidade para nenhum dos dois, pelo que passámos sem parar. Outros pontos que poderiam ter algum interesse como Tondela ou Santa Comba Dão, também ficaram pelo caminho. Neste ponto, desviámo-nos da rota e saímos da N2. Havia uma surpresa para passarmos a noite. Já no distrito de Coimbra, concelho de Oliveira do Hospital, chegámos a Fiais da Beira, aldeia onde fica o Hotel Stroganov. E não, não tem nada a ver com a comida...tem antes a ver com o Conde Grigory Stroganov e a sua história de amor com Juliana. O hotel instala-se num palacete dos finais do séc. XIX que foi totalmente recuperado por uma decoradora moscovita. Trata-se de um hotel de 5 estrelas, com apenas 12 quartos , sendo que a decoração de cada um é única, exuberante e inspirada no romance russo. Faz-nos sentir como num conto de fadas. Além disso, a zona de spa e piscina interior, são um autêntico requinte.
Cansados e abatidos pelos últimos e chuvosos kms, o Hotel Stroganov, além de uma surpresa, foi um verdadeiro oásis, onde dormimos como realeza.
Vejam também o vídeo deste dia em:
Pouco passava das 8h00 da manhã, quando saímos do nosso hotel em Chaves. A noite, tinha trazido um quase impenetrável manto de nevoeiro, que ainda se estendia pela cidade e mal nos deixava ver a estrada.
Dirigimo-nos mais uma vez à rotunda onde fica o km 0, e demos oficialmente início ao nosso percurso pela EN2. Como mando o figurino!
Além do nevoeiro, a temperatura, não estava propriamente amena. O termómetro da moto marcava 1°C quando deixámos Chaves e por aí se manteve durante largos kms. A geada cobria os campos de branco e embora embelezasse cenário, os riscos da condução aumentavam consideravelmente.
Seguimos com cautela, pelas estradas transmontanas. Pouco tempo depois, ficava a primeira paragem do dia: Vidago, reconhecida vila termal , com o seu icónico hotel, o Vidago Palace. Parámos apenas para apreciar o hotel e registar o momento. Embora não seja permitido, o porteiro "fechou os olhos" e consentiu, com a condição de não apanhar ninguém nas fotografias. É realmente deslumbrante. Não só a fachada, mas toda a área envolvente, com os seus fabulosos jardins. O hotel, que data do inicio do Séc. XX, foi reabilitado há poucos anos, recuperando todo o seu esplendor. A pouca distância do Palace, fomos encontrar as ruínas de um outro hotel, o Salus, inaugurado em 1918. À altura, era também uma imponente construção, dotada das mais recentes tecnologias e comodidades. Infelizmente, um dramático incêndio, destruiu-o nos anos 60, deixando-o à morte. Ainda assim, as ruínas têm uma aura de encanto fantasmagórico, que nos faz sonhar.
Ainda na rota das terras termais, passámos pelas Pedras Salgadas. Além do parque termal, que também se rodeia por vastos jardins e onde se pode provar um copo da conhecida Água das Pedras, as Pedras Salgadas ficaram famosas pelas provas motorizadas, entre elas o Rali automóvel. Obrigatório também, é parar junto à antiga estação de comboios, mesmo em cima da N2 e que se encontra agora desactivada.
Seguimos caminho, ainda com muito frio, como atestavam os flocos de gelo nos blusões, mas o nevoeiro começava a dissipar-se o que permitia que desfrutássemos mais da viagem.
O próximo marco era Vila Real, a capital de distrito. Com muita pena nossa, não conseguimos visitar a cidade. Para ver todos os locais de interesse, necessitaríamos de muitos mais dias de viagem. É assim o nosso Portugal, tão pequeno e com tanto para oferecer. Desta vez, ficámo-nos pelas vistas lá do cimo, verdadeiramente surpreendentes . A geografia da cidade é única, encaixada no alto dos montes e com o rio Corgo a correr lá em baixo. Outro local a visitar em Vila Real e que também ficará para uma próxima é o Palácio de Mateus, também conhecido por Casa de Mateus e à qual deve o nome, o vinho Mateus Rosé. Lembramos também, que esta é a zona do barro preto de Bisalhães, considerado pela Unesco como Património Cultural Imaterial e que corre o sério risco de desaparecer, por falta de oleiros que se dediquem à arte.
Graças às tecnologias, vulgo GPS, o percurso pela N2, faz-se sem grandes atropelos, no entanto, para viajantes à moda antiga, avisamos que não é fácil mantermo-nos na mesma. As indicações são escassas e facilmente somos desviados para outras estradas. Mais uma falha do turismo de Portugal que parece não ver o potencial turístico e económico desta rota.
Continuávamos a descer, embora ainda nas terras altas...este primeiro dia proporcionava-nos trajectos em altitude, com o típico serpentear por curvas e contracurvas, rodeados por montes e vales. De notar, que na generalidade achámos o piso em boas condições.
Atravessámos Santa Marta de Penaguião e as suas caves e logo depois, deslumbravam-nos as paisagens da zona demarcada do Douro vinhateiro. Os socalcos, tão característicos desta região, berço de alguns dos mais preciosos néctares de Baco, dominam o cenário.
Habitualmente, vemos fotografias desta região no seu auge de florescimento, na Primavera, quando tudo verdeja. Não subestimemos no entanto, o encanto do Outono. Viajar nesta altura, presenteia-nos com cores magníficas, que além do verde, passam pelos ocres aos vermelhos mais intensos. E quando o sol aparece, a paleta estende-se de uma forma...inexplicável! Ao longo do caminho, fomo-nos cruzando com o que faz a vida real de quem ali vive...as mulheres no campo, os homens nos tractores, as queimadas... a identidade sócio-cultural do país. O que ainda perdura, para lá da modernidade e da internet...
Foi neste cenário que chegámos ao Peso da Régua, cidade emblemática desta região vinícola e cais de partida/chegada dos famosos cruzeiros no rio. Como já conhecíamos a cidade, não parámos, mas aproveitámos a belíssima vista enquanto atravessávamos a ponte sobre o Douro.
E de repente, estávamos noutro distrito: Viseu, mais precisamente no concelho de Lamego, onde obviamente tivemos de fazer uma paragem. Lamego tem muito para conhecer, mas o que não pode mesmo falhar, é o Santuário da N. Srª dos Remédios e os 686 degraus que o elevam. A pretexto de arranjar fome para almoço, lá subimos a escadaria e sejamos francos, em cada patamar, exibem-se obras de arte que merecem ser contempladas, além de que no final, a vista sobre a cidade é soberba.
Tal gasto calórico, impunha uma reposição à altura e já com a lição estudada, fizemo-nos à estrada, em direcção ao Mezio , já perto de Castro Daire, onde almoçamos no seu restaurante típico, mesmo à beira da estrada. A comida é mesmo caseira e embora a oferta não seja muita, é suficiente. Além disso, os preços, são imbatíveis e o atendimento simpatiquíssimo. Comemos arroz de salpicão, um arroz de feijão com salpicão servido em barro preto. Delicioso. O pão, de morrer, ainda vinha quente. Dava vontade de ter um estômago maior...
Assim recompostos, voltámos à estrada. A chuva ameaçava cair e pouco depois estávamos a vestir os fatos de chuva. O restante percurso do dia não foi muito simpático, dadas as condições climatéricas e felizmente não tínhamos planeado grandes paragens. Viseu, a maior cidade por onde passaríamos , não era novidade para nenhum dos dois, pelo que passámos sem parar. Outros pontos que poderiam ter algum interesse como Tondela ou Santa Comba Dão, também ficaram pelo caminho. Neste ponto, desviámo-nos da rota e saímos da N2. Havia uma surpresa para passarmos a noite. Já no distrito de Coimbra, concelho de Oliveira do Hospital, chegámos a Fiais da Beira, aldeia onde fica o Hotel Stroganov. E não, não tem nada a ver com a comida...tem antes a ver com o Conde Grigory Stroganov e a sua história de amor com Juliana. O hotel instala-se num palacete dos finais do séc. XIX que foi totalmente recuperado por uma decoradora moscovita. Trata-se de um hotel de 5 estrelas, com apenas 12 quartos , sendo que a decoração de cada um é única, exuberante e inspirada no romance russo. Faz-nos sentir como num conto de fadas. Além disso, a zona de spa e piscina interior, são um autêntico requinte.
Cansados e abatidos pelos últimos e chuvosos kms, o Hotel Stroganov, além de uma surpresa, foi um verdadeiro oásis, onde dormimos como realeza.
Vejam também o vídeo deste dia em:
________________________
Boas viagens!
Mário Cordeiro
https://www.facebook.com/Escocia2017
https://www.instagram.com/para_la_da_escocia
https://www.youtube.com/@ParaladaEscocia
Swift- Zero à direita
Re: A estrada mais longa. EN2
Bravo! Mereces já um pelo inicio dos primeiros Kms desta estrada que corta o nosso país de Norte a Sul. E acertaste logo à primeira nos melhores pasteis de Chaves da cidade!
Esperamos pelo restante
Esperamos pelo restante
Espsanto- Zero à direita
Re: A estrada mais longa. EN2
Espetáculo...
Excelente passeio numa época onde a natureza se revela...(apesar das temperaturas algo baixas).
Aquele arrozinho é de lamber as beiças...(tb já lá parei... )
Excelente passeio numa época onde a natureza se revela...(apesar das temperaturas algo baixas).
Aquele arrozinho é de lamber as beiças...(tb já lá parei... )
carlos lopes- Já conduz... mal!
EN2: Etapa 2
Obrigado a todos!
Etapa 2
Depois de uma noite encantada em Fiais da Beira e de um pequeno almoço de príncipes, voltámos à estrada para a 2ª etapa da N2.
Mais uma vez, o frio da manhã fazia as honras, embora não tão agressivamente como no dia anterior. Além disso, o sol prometia aparecer.
Entrámos novamente na N2 por Santa Comba Dão e poucos quilómetros depois, mudávamos mais uma vez de distrito: de Viseu para Coimbra.
Apesar de no dia anterior já termos tido uma amostra do que foram as catástrofes dos incêndios, desta feita o estrago era bem visível e arrasador. Quilómetros e quilómetros de floresta queimada. Um cenário quase apocalíptico, impossível de não causar arrepios a qualquer um. É de facto impressionante a extensão de área ardida. Em algumas locais, percebia-se como o fogo passou de um lado para o outro da estrada, derretendo até os sinais de trânsito...apesar de felizes pelo passeio, não conseguimos deixar de sentir um aperto no coração. Neste 2º dia, tínhamos cerca de 300 km pela frente, a maior etapa do percurso, com o objectivo de pernoitarmos já no Alentejo. A primeira paragem do dia, foi junto à barragem da Aguieira, também conhecida por barragem da foz do Dão. Foi aqui que pela primeira vez, vimos cartazes alusivos à rota da EN2.
Penacova surgiu num ápice, com o rio a emoldurar a paisagem. Já conhecíamos Penacova, mas nunca tínhamos passado por este local e admirado a Livraria do Mondego, um monumento natural, esculpido ao longo de milhões de anos e assim baptizado pelas suas formações quartzíticas, que se dispõem verticalmente fazendo lembrar livros em estantes. Penacova oferece ainda aos seus visitantes, belíssimas praias fluviais e monumentos, dos quais é exemplo o Mosteiro de Lorvão.
Perto de Penacova e passando Vila Nova de Poiares, encontramos outra bonita vila, também com uma praia fluvial muito concorrida no Verão: Góis. Além do seu encanto natural, Góis é a hospitaleira casa de um dos mais populares encontros de motociclistas em Portugal.
Prosseguimos por um dos trechos mais sinuosos do dia, tanto em curvas, como em altitude, cruzando a serra em direcção a Pedrogão. Pelo meio, fomos passando por terrinhas com nomes caricatos. Tivemos, obviamente, que parar na Picha e tirar a foto da praxe!
Estávamos já no distrito de Leiria e rapidamente chegámos à mais falada localidade do Verão passado, pela tragédia dos incêndios: Pedrogão Grande. Trata-se de uma vila pequena, rodeada de diversas praias fluviais, que numa região interior como esta, aumentam de forma exponencial, o seu valor na época estival. Apesar da paisagem já não ser tão verde, ainda tem muito para oferecer e necessita urgentemente de investimento. É por isso que apelamos a que façam turismo nestas regiões e contribuam desta forma para o seu renascimento. Parámos novamente junto a uma barragem, desta vez, a do Cabril, no rio Zêzere, uma das maiores e mais altas de Portugal. A construção, separa os concelhos de Pedrogão Grande e da Sertã, já parte do distrito de Castelo Branco.
Km após Km, rumo ao sul, chegámos a Vila de Rei, onde se encontra o centro geodésico de Portugal. O marco, no Picoto da Milriça, encontra-se a 600m de altitude e oferece, em dias propícios, uma visão de 360º sobre uma extensão espantosa, alcançando até a Serra da Estrela.
Entrando no Ribatejo, mais precisamente no distrito de Santarém, passámos pelo Sardoal, adornado pelos freixos da Índia e Abrantes, onde parámos apenas para beber café e comer uma tigelada, doce tradicional daquela cidade.
Entrámos no Alto Alentejo por Ponte de Sor, onde se encontra o maior mosaico de cortiça do mundo, no Centro de Artes e Cultura. Logo depois, passávamos pela albufeira de Montargil onde nos deparámos com mais uma triste realidade: a seca. Já passámos inúmeras vezes por este local e nunca antes tínhamos visto o nível das águas tão baixo...
Cruzando novamente distritos, de Portalegre para Évora, atravessámos Mora, por onde também já passámos diversas vezes, sem nunca visitar o fluviário, um dos maiores do mundo. Estende-se por cerca de 2300 metros, nas margens da Ribeira do Raia, albergando 500 exemplares de 72 espécies diferentes. Teremos de lá voltar, porque ainda não foi desta...
Pouco antes do nosso destino do dia, parámos no km 500, no Ciborro. Foi curiosamente, nesta pequena localidade, junto ao marco, que encontrámos o único cartaz com informação mais detalhada sobre a rota da N2.
Com o sol a descer vertiginosamente e já em pleno Alentejo, estávamos prestes a concluir a segunda etapa desta viagem. Montemor-o-Novo, surgia no horizonte e com ele o nosso descanso. Desta vez, ficámos num confortável bungalow no Burriscas, um tranquilo campismo rural, a escassos quilómetros da cidade. A noite tinha caído rapidamente , envolvendo-nos mais uma vez no seu abraço gélido. Não fosse a temperatura e teríamos ficado lá fora, a absorver a quietude do campo, olhando as inúmeras estrelas que brilhavam no céu...
Vejam também o vídeo deste dia em:
Etapa 2
Depois de uma noite encantada em Fiais da Beira e de um pequeno almoço de príncipes, voltámos à estrada para a 2ª etapa da N2.
Mais uma vez, o frio da manhã fazia as honras, embora não tão agressivamente como no dia anterior. Além disso, o sol prometia aparecer.
Entrámos novamente na N2 por Santa Comba Dão e poucos quilómetros depois, mudávamos mais uma vez de distrito: de Viseu para Coimbra.
Apesar de no dia anterior já termos tido uma amostra do que foram as catástrofes dos incêndios, desta feita o estrago era bem visível e arrasador. Quilómetros e quilómetros de floresta queimada. Um cenário quase apocalíptico, impossível de não causar arrepios a qualquer um. É de facto impressionante a extensão de área ardida. Em algumas locais, percebia-se como o fogo passou de um lado para o outro da estrada, derretendo até os sinais de trânsito...apesar de felizes pelo passeio, não conseguimos deixar de sentir um aperto no coração. Neste 2º dia, tínhamos cerca de 300 km pela frente, a maior etapa do percurso, com o objectivo de pernoitarmos já no Alentejo. A primeira paragem do dia, foi junto à barragem da Aguieira, também conhecida por barragem da foz do Dão. Foi aqui que pela primeira vez, vimos cartazes alusivos à rota da EN2.
Penacova surgiu num ápice, com o rio a emoldurar a paisagem. Já conhecíamos Penacova, mas nunca tínhamos passado por este local e admirado a Livraria do Mondego, um monumento natural, esculpido ao longo de milhões de anos e assim baptizado pelas suas formações quartzíticas, que se dispõem verticalmente fazendo lembrar livros em estantes. Penacova oferece ainda aos seus visitantes, belíssimas praias fluviais e monumentos, dos quais é exemplo o Mosteiro de Lorvão.
Perto de Penacova e passando Vila Nova de Poiares, encontramos outra bonita vila, também com uma praia fluvial muito concorrida no Verão: Góis. Além do seu encanto natural, Góis é a hospitaleira casa de um dos mais populares encontros de motociclistas em Portugal.
Prosseguimos por um dos trechos mais sinuosos do dia, tanto em curvas, como em altitude, cruzando a serra em direcção a Pedrogão. Pelo meio, fomos passando por terrinhas com nomes caricatos. Tivemos, obviamente, que parar na Picha e tirar a foto da praxe!
Estávamos já no distrito de Leiria e rapidamente chegámos à mais falada localidade do Verão passado, pela tragédia dos incêndios: Pedrogão Grande. Trata-se de uma vila pequena, rodeada de diversas praias fluviais, que numa região interior como esta, aumentam de forma exponencial, o seu valor na época estival. Apesar da paisagem já não ser tão verde, ainda tem muito para oferecer e necessita urgentemente de investimento. É por isso que apelamos a que façam turismo nestas regiões e contribuam desta forma para o seu renascimento. Parámos novamente junto a uma barragem, desta vez, a do Cabril, no rio Zêzere, uma das maiores e mais altas de Portugal. A construção, separa os concelhos de Pedrogão Grande e da Sertã, já parte do distrito de Castelo Branco.
Km após Km, rumo ao sul, chegámos a Vila de Rei, onde se encontra o centro geodésico de Portugal. O marco, no Picoto da Milriça, encontra-se a 600m de altitude e oferece, em dias propícios, uma visão de 360º sobre uma extensão espantosa, alcançando até a Serra da Estrela.
Entrando no Ribatejo, mais precisamente no distrito de Santarém, passámos pelo Sardoal, adornado pelos freixos da Índia e Abrantes, onde parámos apenas para beber café e comer uma tigelada, doce tradicional daquela cidade.
Entrámos no Alto Alentejo por Ponte de Sor, onde se encontra o maior mosaico de cortiça do mundo, no Centro de Artes e Cultura. Logo depois, passávamos pela albufeira de Montargil onde nos deparámos com mais uma triste realidade: a seca. Já passámos inúmeras vezes por este local e nunca antes tínhamos visto o nível das águas tão baixo...
Cruzando novamente distritos, de Portalegre para Évora, atravessámos Mora, por onde também já passámos diversas vezes, sem nunca visitar o fluviário, um dos maiores do mundo. Estende-se por cerca de 2300 metros, nas margens da Ribeira do Raia, albergando 500 exemplares de 72 espécies diferentes. Teremos de lá voltar, porque ainda não foi desta...
Pouco antes do nosso destino do dia, parámos no km 500, no Ciborro. Foi curiosamente, nesta pequena localidade, junto ao marco, que encontrámos o único cartaz com informação mais detalhada sobre a rota da N2.
Com o sol a descer vertiginosamente e já em pleno Alentejo, estávamos prestes a concluir a segunda etapa desta viagem. Montemor-o-Novo, surgia no horizonte e com ele o nosso descanso. Desta vez, ficámos num confortável bungalow no Burriscas, um tranquilo campismo rural, a escassos quilómetros da cidade. A noite tinha caído rapidamente , envolvendo-nos mais uma vez no seu abraço gélido. Não fosse a temperatura e teríamos ficado lá fora, a absorver a quietude do campo, olhando as inúmeras estrelas que brilhavam no céu...
Vejam também o vídeo deste dia em:
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Boas viagens!
Mário Cordeiro
https://www.facebook.com/Escocia2017
https://www.instagram.com/para_la_da_escocia
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Swift- Zero à direita
Re: A estrada mais longa. EN2
Já tinha visto no face..! E revi ... Nice Belos km..!
Venha o resto..
Venha o resto..
k u p- Zero à esquerda
Re: A estrada mais longa. EN2
Boa crónica, venha o resto pra saber se dá direito a prémio
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... e vamos com calma!
FJRico
Rico Sousa- Zero à direita
Re: A estrada mais longa. EN2
Cá vai a ultima parte da viagem pela EN2!
Etapa 3
O sol nascia no Alentejo e chegava a hora de nos fazermos à estrada para o último dia da rota da N2!
Apesar do sol, a geada ainda cobria os campos, reflexo da noite húmida e gélida. Antes de deixarmos Montemor, não podíamos deixar de visitar o castelo, ex-líbris da cidade, que se ergue no mais alto monte da região. Originalmente, o povoado abrigava-se dentro das suas muralhas, para depois se expandir em seu redor. Reza a história que foi neste local que foram ultimados por Vasco da Gama, os preparativos para a sua viagem à Índia. Apesar de manter parte dos edifícios originais, o castelo, poderia estar em melhor estado de conservação. Ainda assim, vale a visita e a soberba vista sobre a cidade.
Ainda no distrito de Évora, o percurso atravessa Alcáçovas, a terra dos chocalhos, também distinguidos pela Unesco, como património imaterial cultural e igualmente em risco de desaparecimento pela falta de artesãos. Em pleno Alentejo e depois dos quilómetros de curvas e relevo acidentado dos dias anteriores, enfrentávamos agora as longas rectas desta região, ladeadas pelas suas vastas planícies. Apesar da adrenalina que as curvas podem despoletar, a paisagem alentejana, calma e despojada, pode transportar-nos para um estado de alma muito particular... e foi neste estado, por vezes quase hipnótico, que fomos seguindo e entrámos no baixo Alentejo, no distrito de Beja.
Estávamos em Ferreira do Alentejo, capital do azeite, esse néctar tão precioso e característico da nossa gastronomia mediterrânica. Fomos no entanto apanhados pelo lado negativo da produção do mesmo, o intenso cheiro no ar e o fumo que saía das chaminés dos lagares industriais.
Parámos para beber café e mais uma vez fomos surpreendidos pelo desconhecimento sobre a rota da N2, mesmo entre aqueles que vivem ao seu lado. No café, fomos questionados pela senhora que nos atendeu, sobre a razão de haver tantos motociclistas a passar por ali. Foi então que explicamos que esta era uma rota emblemática, por ser a mais longa estrada do país. Mistério explicado e voltámos à estrada.
Tínhamos ainda perto de 100 quilómetros para percorrer antes de entramos na região Algarvia, passando pelos concelhos de Aljustrel, Castro Verde e Almodôvar. A paragem seguinte foi mais uma vez para registar outro dos marcos do caminho: o Km 666, pouco depois de Almodôvar.
Rapidamente regressámos ao asfalto, abraçando agora um dos mais inóspitos e ao mesmo tempo prazeirosos troços da rota: as curvas do Caldeirão! Este percurso de quase 60km, entre Almodôvar e São Brás de Alportel, é brindado com cerca de 365 curvas e tem o estatuto de "Estrada Património".
De sinalizar o bom trabalho de recuperação das antigas casas de cantoneiros que se encontram ao longo da estrada. Apesar disso, continuam subaproveitadas, já que não são habitadas, restringindo-se a uma função meramente estética.
Com a barriga a reclamar, decidimos parar para almoçar ainda na Serra do Caldeirão. E ainda bem que o fizemos. Fomos presenteados com um magnífico repasto e muita simpatia na "Casa dos Presuntos", na Cortelha. Algarve no seu melhor, longe da massificação e superficialidade do turismo balnear, que tanto vende, mas não aquece os corações de quem procura a autenticidade.
A tarde avançava e o nosso destino aproximava-se... sem dar por isso chegávamos a Faro, novamente imersos no trânsito citadino. Com um friozinho no estômago e alegria na alma, deparámo-nos com o marco final, do km 738: o fim da linha e de mais uma aventura!
Depois de celebrarmos a chegada a preceito, com direito a espumante e muitas fotografias, ainda conseguimos ir até à Praia de Faro, assistir ao seu magnífico pôr do sol, que apesar de acompanhado de baixas temperaturas e muito vento, preencheu-nos de calor.
Vejam também o vídeo deste dia em:
Espero que tenham gostado e até à proxima
Etapa 3
O sol nascia no Alentejo e chegava a hora de nos fazermos à estrada para o último dia da rota da N2!
Apesar do sol, a geada ainda cobria os campos, reflexo da noite húmida e gélida. Antes de deixarmos Montemor, não podíamos deixar de visitar o castelo, ex-líbris da cidade, que se ergue no mais alto monte da região. Originalmente, o povoado abrigava-se dentro das suas muralhas, para depois se expandir em seu redor. Reza a história que foi neste local que foram ultimados por Vasco da Gama, os preparativos para a sua viagem à Índia. Apesar de manter parte dos edifícios originais, o castelo, poderia estar em melhor estado de conservação. Ainda assim, vale a visita e a soberba vista sobre a cidade.
Ainda no distrito de Évora, o percurso atravessa Alcáçovas, a terra dos chocalhos, também distinguidos pela Unesco, como património imaterial cultural e igualmente em risco de desaparecimento pela falta de artesãos. Em pleno Alentejo e depois dos quilómetros de curvas e relevo acidentado dos dias anteriores, enfrentávamos agora as longas rectas desta região, ladeadas pelas suas vastas planícies. Apesar da adrenalina que as curvas podem despoletar, a paisagem alentejana, calma e despojada, pode transportar-nos para um estado de alma muito particular... e foi neste estado, por vezes quase hipnótico, que fomos seguindo e entrámos no baixo Alentejo, no distrito de Beja.
Estávamos em Ferreira do Alentejo, capital do azeite, esse néctar tão precioso e característico da nossa gastronomia mediterrânica. Fomos no entanto apanhados pelo lado negativo da produção do mesmo, o intenso cheiro no ar e o fumo que saía das chaminés dos lagares industriais.
Parámos para beber café e mais uma vez fomos surpreendidos pelo desconhecimento sobre a rota da N2, mesmo entre aqueles que vivem ao seu lado. No café, fomos questionados pela senhora que nos atendeu, sobre a razão de haver tantos motociclistas a passar por ali. Foi então que explicamos que esta era uma rota emblemática, por ser a mais longa estrada do país. Mistério explicado e voltámos à estrada.
Tínhamos ainda perto de 100 quilómetros para percorrer antes de entramos na região Algarvia, passando pelos concelhos de Aljustrel, Castro Verde e Almodôvar. A paragem seguinte foi mais uma vez para registar outro dos marcos do caminho: o Km 666, pouco depois de Almodôvar.
Rapidamente regressámos ao asfalto, abraçando agora um dos mais inóspitos e ao mesmo tempo prazeirosos troços da rota: as curvas do Caldeirão! Este percurso de quase 60km, entre Almodôvar e São Brás de Alportel, é brindado com cerca de 365 curvas e tem o estatuto de "Estrada Património".
De sinalizar o bom trabalho de recuperação das antigas casas de cantoneiros que se encontram ao longo da estrada. Apesar disso, continuam subaproveitadas, já que não são habitadas, restringindo-se a uma função meramente estética.
Com a barriga a reclamar, decidimos parar para almoçar ainda na Serra do Caldeirão. E ainda bem que o fizemos. Fomos presenteados com um magnífico repasto e muita simpatia na "Casa dos Presuntos", na Cortelha. Algarve no seu melhor, longe da massificação e superficialidade do turismo balnear, que tanto vende, mas não aquece os corações de quem procura a autenticidade.
A tarde avançava e o nosso destino aproximava-se... sem dar por isso chegávamos a Faro, novamente imersos no trânsito citadino. Com um friozinho no estômago e alegria na alma, deparámo-nos com o marco final, do km 738: o fim da linha e de mais uma aventura!
Depois de celebrarmos a chegada a preceito, com direito a espumante e muitas fotografias, ainda conseguimos ir até à Praia de Faro, assistir ao seu magnífico pôr do sol, que apesar de acompanhado de baixas temperaturas e muito vento, preencheu-nos de calor.
Vejam também o vídeo deste dia em:
Espero que tenham gostado e até à proxima
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Boas viagens!
Mário Cordeiro
https://www.facebook.com/Escocia2017
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Swift- Zero à direita
Re: A estrada mais longa. EN2
Confirmo o merecimento do prémio:
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... e vamos com calma!
FJRico
Rico Sousa- Zero à direita
Re: A estrada mais longa. EN2
Os meus parabéns pela excelente cronica, do melhor que se vê por aqui.
Merecias mais que um mérito.
Abraço
Merecias mais que um mérito.
Abraço
carlosrosa- Já conduz... mal!
Re: A estrada mais longa. EN2
Parabéns..
Muitos parabéns pela excelente crónica...
Já fiz esse trajecto e sem duvida foi/é espectacular
creditado
Venham mais
"V"
Muitos parabéns pela excelente crónica...
Já fiz esse trajecto e sem duvida foi/é espectacular
creditado
Venham mais
"V"
________________________
cmps curvados
JCTransalp- Zero à direita
Re: A estrada mais longa. EN2
Muitos parabéns, pela crónica, boas fotografias e essa mota está cá um mimo
Abraço.
Abraço.
________________________
Cumprimentos,
Fernando
Adamastor- Zero à esquerda
Re: A estrada mais longa. EN2
Muitos parabéns pela excelente reportagem da viagem aqui apresentada.
Ja tinha visto os videos no Youtube.
Esta reportagem fez me reviver muitos dos lugares por lugares por onde passe e estive durante as duas épocas que vivi em Portugal continental.
Tenho fotos da barragem da Aguieira tiradas em 97 (vivi em Coimbra entre março de 97 e maio de 98). Mas tocou me em especial as visitas ás Termas, muitas foram as termas que visitei a quando da licenciatura em Turismo e Termalismo (mais tarde só Turismo)em Portalegre.
Conheci muito das zonas em do nosso país no exercicio de voluntário da Cruz Vermelha de Portalegre como tripulante de ambulâncias, actividade que deixei á 11 anos atrás.
O meu muito obrigado por me fazer reviver uma parte muito importante da minha vida.
Grande Abraço e bem haja
Ja tinha visto os videos no Youtube.
Esta reportagem fez me reviver muitos dos lugares por lugares por onde passe e estive durante as duas épocas que vivi em Portugal continental.
Tenho fotos da barragem da Aguieira tiradas em 97 (vivi em Coimbra entre março de 97 e maio de 98). Mas tocou me em especial as visitas ás Termas, muitas foram as termas que visitei a quando da licenciatura em Turismo e Termalismo (mais tarde só Turismo)em Portalegre.
Conheci muito das zonas em do nosso país no exercicio de voluntário da Cruz Vermelha de Portalegre como tripulante de ambulâncias, actividade que deixei á 11 anos atrás.
O meu muito obrigado por me fazer reviver uma parte muito importante da minha vida.
Grande Abraço e bem haja
LOST- Zero à esquerda
Re: A estrada mais longa. EN2
É bom sentir que estas "pequenas" reportagens que fazemos, que dão trabalho, ás vezes chatices e os seus custos, são apreciadas e valorizadas por outros!
Obrigado a todos pelas vossas palavras.
Mário Cordeiro
Obrigado a todos pelas vossas palavras.
Mário Cordeiro
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Boas viagens!
Mário Cordeiro
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Swift- Zero à direita
Re: A estrada mais longa. EN2
Grande moto e grande passeio.
Fiz a N2 com a Vanvan, mas confesso que tenho vontade de tornar a fazer com a minha V-Strom.
Abraço
Fiz a N2 com a Vanvan, mas confesso que tenho vontade de tornar a fazer com a minha V-Strom.
Abraço
Capt.Akimoto- Zero à esquerda
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