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Andorra 1984
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Andorra 1984
1º Dia Anadia - Valladolid
Em Agosto de 1984 (parece que foi ontem), decidi acompanhar um grande amigo de Anadia, em plenas férias do serviço militar de ambos, a Andorra em moto.
Este amigo tem um stand de motos e queria ir a Andorra, para além do passeio, para procurar peças para restaurar uma, já neo-clássica na altura, Suzuki GT 250.
Como ele tinha aptidões mecânicas o plano era simples: Comprava as peças muito mais baratas, montava-as lá e vinha com a moto já restaurada de mecânica.
Fui dormir a casa dele para que saíssemos cedo. Como fomos para os copos nessa noite, acordar cedo, foi mentira. Acordámos às 10horas e ele na 250 e eu na minha saudosa Suzuki ER 125 Azul arrancámos virados a Andorra. A coisa prometia.
Como não havia qualquer IP nem Auto-estradas lá seguimos pelo Luso, Santa Comba, Viseu, Mangualde, Celorico da Beira, Porto da Carne, Guarda, Vilar Formoso e Ciudad Rodrigo onde comemos as duas rações de combate que trouxéramos da "guerra". Estava um calor infernal. Decidimos mais à frente poupar as nossas montadas que, por serem arrefecidas a ar aqueciam bastante e, a partir daí, rolar quando estivesse mais fresco. Parámos para refrescar e descansar em frente a uma “quinta” com uns cedros sombrios e muros altos em pedra. Ali também estava parado um pequeno camião, transformado em auto-caravana com um contentor/escritório (vêem-se agora à porta dos prédios em construção), que não pegava. Solicitados, puxamos pela nossa solidariedade motard e toca a empurrar. Por isso fomos presenteados com uma deliciosa melancia pelo simpático casal espanhol. Enquanto empurrávamos passamos pela porta da “quinta” que afinal se revelou um cemitério pelo que comemos a melancia e ala para Valladolid onde dormiríamos. Longe vá o agoiro.
Chegamos tarde ao parque de campismo pagamos 600 pesetas para dormir umas horas. Montada a tenda, quase meia-noite, ao fundo as mochilas, capacetes em cima. Por volta das cinco da manhã o capacete do meu amigo aterra-lhe em cima da cabeça. Susto do caraças. Acordados, decidimos sair pela fresca.
Segundo dia Valladolid - Lerida
Ainda de noite, lembro-me de termos tido que parar à saída de Peñafiel (vi agora no mapa que seria este o nome, pelo trajecto que fizemos) para limparmos as viseiras de uma nuvem de mosquitos que acabáramos de “atropelar” numa zona de contentores de lixo. O pequeno-almoço foi em Aranda de Duero numa estação de serviço. Ao balcão, o empregado do cafezito aproximou-se e ficou à espera que pedíssemos. Não me apercebi. Zonzo de sono e absorto nos meus pensamentos (em português), olhava atentamente para o escaparate dos bolos quando o cotovelo do meu companheiro de viagem me chamou à terra e eu pedi:
-Uma meia de leite e um bolo “daqueles” por favor, apontando, ao que o empregado disparou com má cara: “Que quiere usted?” Lá tive que reformular o pedido em Portanhol.
Quando o calor já era suportável rolávamos duas horas e parávamos uma para arrefecer as motos. Nas horas de maior calor parávamos. Eu tinha o “rabo” como os bebés quando andam muito tempo com a fralda molhada e os lábios em sangue de tão secos. Chegámos a Zaragoza e um relógio com termómetro, numa rotunda, marcava 19h30m e 37ºC. Estranhamente, a minha Suzuki, afinada para gasolina normal de 85 octanas, (ainda se lembram ou sou eu que já sou muito cota?) não passava dos 100 kms/h com a 95 octanas espanhola, quando aqui dava 115-120 kms/h. O meu companheiro de viagem decidiu então aumentar-lhe o débito do auto-lube para compensar a falta do chumbo que a 95 tinha. Como o “tusto” era pouco nunca entrávamos em auto-estradas. Entretanto procurávamos o melhor caminho para atravessar Zaragoza saindo na nacional, enquanto tudo nos apontava a auto-estrada. Após duas tentativas falhadas parei junto de uma berma bem funda provocada pelas sucessivas camadas de alcatrão sobrepostas e lá, enquanto discutíamos a estratégia para sairmos dali, deixei que a moto se inclinasse para o lado fundo e fui ao chão com a moto. O meu camarada já se estava a passar e eu para desanuviar o clima atirei: Oh pá, deixa coisar o cão que a cadela não é nossa.
Chegamos a Lérida já bem tarde e dormimos numa esteira ao relento nas traseiras de uma estação de serviço para poupar no parque.
Terceiro dia Lérida – Andorra La Vella
Esta parte da viagem é de facto um sonho. As paisagens são deslumbrantes, contrastando com a palha amarela de quase toda a viagem até ali. Chegámos a Andorra por volta da hora do almoço.
Numa farmácia, recomendaram-me um baton factor oito, tal era o estado dos meus lábios. Fomos às compras: dois capacetes um saco de depósito, umas Adidas, a encomenda de uma calculadora científica para outro amigo e os acessórios para a moto do meu amigo. Para grande desilusão dele só havia duas peças para a GT por serem iguais às da 500cc pois o modelo 250cc não fora comercializado em Andorra. Lembro-me que uma das peças era a bicha do velocímetro. Dormimos duas noites em Andorra.
Em Andorra eu andava boquiaberto com as máquinas de duas rodas que em Portugal não se viam. Umas Yamaha´s XJ 1200 acabadas de lançar no mercado, num stand, deixaram-me pasmado. Porque precisaria alguém de tanta cilindrada numa moto?
Outro veículo que me deixou estupefacto foi uma scooter de três rodas (as duas atrás móveis) igual à daquele Securitas da Marina de Vilamoura.
No parque havia algumas motos. Tínhamos um “casal vizinho” francês que viajava numa Goldwing 1000 ou 1100cc dourada, atracada a um side-car BMW preto, do pós-guerra, que parecia a quilha de um barco. Nele viajavam os dois filhitos quase da mesma idade enquanto a mulher ia à pendura. Além capacete tipo jet, eu tinha comprado uma viseira nova para o meu AGV pelo que pus a velha em cima daquilo que me pareceu um saco do lixo encostado a um socalco. Quando o francês chegou da cidade reparei que colava, visivelmente satisfeito, com fita-cola larga a minha velha viseira a um dos capacetes abertos dos miúdos. Afinal o “saco do lixo” revelava-se a despensa do francês, à sombra do morro, que achou fantástico eu ter-me lembrado de lhe oferecer a viseira usada. Achou mais espantoso ainda termos ido numa 125 de tão longe quando descobriu que aquelas matrículas estranhas eram portuguesas. Segundo ele uma aventura comparável a um Paris-Dakar.
Regresso: Andorra – Madrid
Como o meu amigo tinha uns primos a morar em Lisboa, decidimos regressar passando por lá. Saímos de Andorra e volvidos meia dúzia de kms o meu Jet branquinho, novinho em folha, desenvencilhou-se da aranha que o aprisionava e toca às cambalhotas atrás da moto. Diagnóstico, arranhões profundos e um apoio da pala partido. Nunca mais foi o mesmo. Foi um dos primeiros Jet que vi em Portugal.
Chegámos a Madrid ao fim da tarde e aconteceu um episódio que podia ter tido consequências graves. Numa via de quatro faixas com arbustos no separador central mas que tinha cruzamentos com semáforos o meu companheiro de viagem que seguia cerca de 50 metros à minha frente “queimou” um vermelho. Eu achei que já seria arriscar demais passar também e travei para parar. Um camião articulado que me precedia tinha, pelos vistos, ideias de passar o vermelho. Ainda tenho na memória o urro dos pneus do camião atrás de mim. Olhei para o retrovisor e já só vi uma mancha vermelha, a preenchê-lo, era a cabine. Inclinei-me todo para a direita, para a berma, e o camião passou por mim com a galera vazia meia atravessada, envolta em fumo de pneu e com a esquina a meio metro de mim. Acabei por passar o vermelho, amarelo como a cera, com a moto numa mudança demasiado alta, aos soluços e o ajudante do camionista a insultar-me do piorio de fora da janela. Foi por muito pouco.
Decidimos contornar Madrid pela circular exterior. Depois daquele susto, circular a 100 km/h com carros pelos dois lados a mais de 150 km/h era para mim arrepiante. Lá passamos por baixo da bancada do Santiago Barnabéu, onde, nesse dia, jogava o Sporting contra o Real.
Anoiteceu. Depois de uns bocadillos de jámon e a cerveza da praxe achámos que seria bom aproveitar o fresco da noite para viajar menos preocupados com a saúde das nossas montadas. Deixáramos Madrid havia cerca de 30kms quando começou a chover. Mais difícil dormir na Estalagem Estrela ou no Hotel Valeta nestas condições. Parámos numa estação de serviço que, por sorte, tinha um resguardo em chapa para fazer sombra a carros. Pareceu-nos 5 estrelas para pernoitar ao abrigo da chuva. No meio de uns carros, uma moto de cada lado e esteira ao centro. Deitados, começámos a receber uns salpicos na cara. Como não tínhamos nenhuma goteira por cima de nós aquilo parecia estranho. Tratava-se afinal de uma pinga que batia no tejadilho de um dos carros mais acima, passava por cima de outro e ainda sobrava para nós. Toca a mudar de sítio. Já devidamente instalados tivemos ainda que fazer um rego na terra com as botas para desviar uma água que teimava em incomodar-nos. Lembro-me, a meio da noite, de acordar, olhar para a estrada que ficaria a uns 15 - 20m e de estar um Guardia Civil, fora da sua moto, a olhar fixamente para nós. Virei-me para o outro lado. Não nos importunou.
Tomámos o pequeno-almoço nessa estação de serviço e seguimos para Lisboa.
Apesar da chuva no dia anterior o calor era imenso durante o dia. Distraí-me com a gasolina e tive uma pane seca. A minha moto, apesar de só gastar 4 l/100 tinha o depósito pequeno e fazia, no máximo, 180kms. Vimo-nos no meio do nada sem nenhum recipiente com que pudéssemos fazer a trasfega de um depósito para outro do precioso líquido. Depois de muito vasculhar nas redondezas lá arranjámos um copo de iogurte ou coisa do género que deu para desenrascar. Mais à frente, dei conta que o meu depósito de óleo estava practicamente vazio pois já nem aparecia no visor. Não encontrámos na bomba seguinte o Shell Two Stroke, o óleo vermelho recomendado exclusivamente pela Suzuki. Só havia uma marca qualquer espanhola (mineral e de cor verde) e óleo sintético a cerca de 1000 Pts o litro. Dada a magreza do meu Pré militar (3.000$00/mês) lá teve a Suzuki que beber verde.
Chegámos à fronteira do meio para o fim da tarde. Lembro-vos que ainda havia fronteiras policiadas, que era preciso passaporte, tudo pagava direitos, impostos, etc. Conscientes destes excessos de zelo eu trazia as sapatilhas novas calçadas, o capacete novo na cabeça e a máquina de calcular que tinha sido bem “marralhada” em Andorra entre o depósito e o suporte do saco, num enchimento em espuma para suprir a falta de tamanho do depósito.
Foi uma tourada. O guarda fronteiriço deve ter-nos achado muito suspeitos. Dois gajos novos, de moto, a barba por fazer, os cabelos a precisarem de mudar o óleo e as calças de ganga com seis dias de uso intensivo também não abonavam em nada a nosso favor. Começaram as perguntas:
Têm alguma coisa a declarar? Não tínhamos. Os capacetes suplentes eram para as gajas? Ora abram lá as essas mochilas. Tirou tudo o que lá havia e que não passava de roupa suja a tresandar. Como não encontrou nenhuma substância ilegal, que parecia apostar que nós trazíamos, deixou-nos seguir.
Chegámos a Lisboa por volta da meia-noite e os primos dele ainda não tinham chegado. Como o meu amigo dormia lá muitas vezes por estar lá na marinha, tinha chave. Abrimos o sofá cama da sala e está a xonar. Eu estava tão esgotado que os primos chegaram às 3 da manhã e eu ainda tinha a mão no interruptor do candeeiro que desligara três horas antes.
Amigos, esta foi de facto uma viagem inesquecível e daquelas vivências que darão muito gozo contar aos netos mesmo correndo o risco de dar maus exemplos.
A esta distância algumas das circunstâncias e peripécias desta viagem podem parecer-nos inadmissíveis como: a ausência de planeamento, de equipamento adequado, de cuidado, de dinheiro, os insuficientes cuidados de higiene etc. Mas tudo isto tem que ser explicado à luz do seguinte contexto: tínhamos 22 anos de idade, eu ex escuteiro e com muitas noites ao relento, ambos no cumprimento do serviço militar onde eram rainhas as manobras e semanas de campo e nove anos após a revolução de Abril numa época em que, Portugal não vivia grandes luxos. Espero tenham conseguido viver um pouco esta nossa viagem. Até sempre.
Em Agosto de 1984 (parece que foi ontem), decidi acompanhar um grande amigo de Anadia, em plenas férias do serviço militar de ambos, a Andorra em moto.
Este amigo tem um stand de motos e queria ir a Andorra, para além do passeio, para procurar peças para restaurar uma, já neo-clássica na altura, Suzuki GT 250.
Como ele tinha aptidões mecânicas o plano era simples: Comprava as peças muito mais baratas, montava-as lá e vinha com a moto já restaurada de mecânica.
Fui dormir a casa dele para que saíssemos cedo. Como fomos para os copos nessa noite, acordar cedo, foi mentira. Acordámos às 10horas e ele na 250 e eu na minha saudosa Suzuki ER 125 Azul arrancámos virados a Andorra. A coisa prometia.
Como não havia qualquer IP nem Auto-estradas lá seguimos pelo Luso, Santa Comba, Viseu, Mangualde, Celorico da Beira, Porto da Carne, Guarda, Vilar Formoso e Ciudad Rodrigo onde comemos as duas rações de combate que trouxéramos da "guerra". Estava um calor infernal. Decidimos mais à frente poupar as nossas montadas que, por serem arrefecidas a ar aqueciam bastante e, a partir daí, rolar quando estivesse mais fresco. Parámos para refrescar e descansar em frente a uma “quinta” com uns cedros sombrios e muros altos em pedra. Ali também estava parado um pequeno camião, transformado em auto-caravana com um contentor/escritório (vêem-se agora à porta dos prédios em construção), que não pegava. Solicitados, puxamos pela nossa solidariedade motard e toca a empurrar. Por isso fomos presenteados com uma deliciosa melancia pelo simpático casal espanhol. Enquanto empurrávamos passamos pela porta da “quinta” que afinal se revelou um cemitério pelo que comemos a melancia e ala para Valladolid onde dormiríamos. Longe vá o agoiro.
Chegamos tarde ao parque de campismo pagamos 600 pesetas para dormir umas horas. Montada a tenda, quase meia-noite, ao fundo as mochilas, capacetes em cima. Por volta das cinco da manhã o capacete do meu amigo aterra-lhe em cima da cabeça. Susto do caraças. Acordados, decidimos sair pela fresca.
Segundo dia Valladolid - Lerida
Ainda de noite, lembro-me de termos tido que parar à saída de Peñafiel (vi agora no mapa que seria este o nome, pelo trajecto que fizemos) para limparmos as viseiras de uma nuvem de mosquitos que acabáramos de “atropelar” numa zona de contentores de lixo. O pequeno-almoço foi em Aranda de Duero numa estação de serviço. Ao balcão, o empregado do cafezito aproximou-se e ficou à espera que pedíssemos. Não me apercebi. Zonzo de sono e absorto nos meus pensamentos (em português), olhava atentamente para o escaparate dos bolos quando o cotovelo do meu companheiro de viagem me chamou à terra e eu pedi:
-Uma meia de leite e um bolo “daqueles” por favor, apontando, ao que o empregado disparou com má cara: “Que quiere usted?” Lá tive que reformular o pedido em Portanhol.
Quando o calor já era suportável rolávamos duas horas e parávamos uma para arrefecer as motos. Nas horas de maior calor parávamos. Eu tinha o “rabo” como os bebés quando andam muito tempo com a fralda molhada e os lábios em sangue de tão secos. Chegámos a Zaragoza e um relógio com termómetro, numa rotunda, marcava 19h30m e 37ºC. Estranhamente, a minha Suzuki, afinada para gasolina normal de 85 octanas, (ainda se lembram ou sou eu que já sou muito cota?) não passava dos 100 kms/h com a 95 octanas espanhola, quando aqui dava 115-120 kms/h. O meu companheiro de viagem decidiu então aumentar-lhe o débito do auto-lube para compensar a falta do chumbo que a 95 tinha. Como o “tusto” era pouco nunca entrávamos em auto-estradas. Entretanto procurávamos o melhor caminho para atravessar Zaragoza saindo na nacional, enquanto tudo nos apontava a auto-estrada. Após duas tentativas falhadas parei junto de uma berma bem funda provocada pelas sucessivas camadas de alcatrão sobrepostas e lá, enquanto discutíamos a estratégia para sairmos dali, deixei que a moto se inclinasse para o lado fundo e fui ao chão com a moto. O meu camarada já se estava a passar e eu para desanuviar o clima atirei: Oh pá, deixa coisar o cão que a cadela não é nossa.
Chegamos a Lérida já bem tarde e dormimos numa esteira ao relento nas traseiras de uma estação de serviço para poupar no parque.
Terceiro dia Lérida – Andorra La Vella
Esta parte da viagem é de facto um sonho. As paisagens são deslumbrantes, contrastando com a palha amarela de quase toda a viagem até ali. Chegámos a Andorra por volta da hora do almoço.
Numa farmácia, recomendaram-me um baton factor oito, tal era o estado dos meus lábios. Fomos às compras: dois capacetes um saco de depósito, umas Adidas, a encomenda de uma calculadora científica para outro amigo e os acessórios para a moto do meu amigo. Para grande desilusão dele só havia duas peças para a GT por serem iguais às da 500cc pois o modelo 250cc não fora comercializado em Andorra. Lembro-me que uma das peças era a bicha do velocímetro. Dormimos duas noites em Andorra.
Em Andorra eu andava boquiaberto com as máquinas de duas rodas que em Portugal não se viam. Umas Yamaha´s XJ 1200 acabadas de lançar no mercado, num stand, deixaram-me pasmado. Porque precisaria alguém de tanta cilindrada numa moto?
Outro veículo que me deixou estupefacto foi uma scooter de três rodas (as duas atrás móveis) igual à daquele Securitas da Marina de Vilamoura.
No parque havia algumas motos. Tínhamos um “casal vizinho” francês que viajava numa Goldwing 1000 ou 1100cc dourada, atracada a um side-car BMW preto, do pós-guerra, que parecia a quilha de um barco. Nele viajavam os dois filhitos quase da mesma idade enquanto a mulher ia à pendura. Além capacete tipo jet, eu tinha comprado uma viseira nova para o meu AGV pelo que pus a velha em cima daquilo que me pareceu um saco do lixo encostado a um socalco. Quando o francês chegou da cidade reparei que colava, visivelmente satisfeito, com fita-cola larga a minha velha viseira a um dos capacetes abertos dos miúdos. Afinal o “saco do lixo” revelava-se a despensa do francês, à sombra do morro, que achou fantástico eu ter-me lembrado de lhe oferecer a viseira usada. Achou mais espantoso ainda termos ido numa 125 de tão longe quando descobriu que aquelas matrículas estranhas eram portuguesas. Segundo ele uma aventura comparável a um Paris-Dakar.
Regresso: Andorra – Madrid
Como o meu amigo tinha uns primos a morar em Lisboa, decidimos regressar passando por lá. Saímos de Andorra e volvidos meia dúzia de kms o meu Jet branquinho, novinho em folha, desenvencilhou-se da aranha que o aprisionava e toca às cambalhotas atrás da moto. Diagnóstico, arranhões profundos e um apoio da pala partido. Nunca mais foi o mesmo. Foi um dos primeiros Jet que vi em Portugal.
Chegámos a Madrid ao fim da tarde e aconteceu um episódio que podia ter tido consequências graves. Numa via de quatro faixas com arbustos no separador central mas que tinha cruzamentos com semáforos o meu companheiro de viagem que seguia cerca de 50 metros à minha frente “queimou” um vermelho. Eu achei que já seria arriscar demais passar também e travei para parar. Um camião articulado que me precedia tinha, pelos vistos, ideias de passar o vermelho. Ainda tenho na memória o urro dos pneus do camião atrás de mim. Olhei para o retrovisor e já só vi uma mancha vermelha, a preenchê-lo, era a cabine. Inclinei-me todo para a direita, para a berma, e o camião passou por mim com a galera vazia meia atravessada, envolta em fumo de pneu e com a esquina a meio metro de mim. Acabei por passar o vermelho, amarelo como a cera, com a moto numa mudança demasiado alta, aos soluços e o ajudante do camionista a insultar-me do piorio de fora da janela. Foi por muito pouco.
Decidimos contornar Madrid pela circular exterior. Depois daquele susto, circular a 100 km/h com carros pelos dois lados a mais de 150 km/h era para mim arrepiante. Lá passamos por baixo da bancada do Santiago Barnabéu, onde, nesse dia, jogava o Sporting contra o Real.
Anoiteceu. Depois de uns bocadillos de jámon e a cerveza da praxe achámos que seria bom aproveitar o fresco da noite para viajar menos preocupados com a saúde das nossas montadas. Deixáramos Madrid havia cerca de 30kms quando começou a chover. Mais difícil dormir na Estalagem Estrela ou no Hotel Valeta nestas condições. Parámos numa estação de serviço que, por sorte, tinha um resguardo em chapa para fazer sombra a carros. Pareceu-nos 5 estrelas para pernoitar ao abrigo da chuva. No meio de uns carros, uma moto de cada lado e esteira ao centro. Deitados, começámos a receber uns salpicos na cara. Como não tínhamos nenhuma goteira por cima de nós aquilo parecia estranho. Tratava-se afinal de uma pinga que batia no tejadilho de um dos carros mais acima, passava por cima de outro e ainda sobrava para nós. Toca a mudar de sítio. Já devidamente instalados tivemos ainda que fazer um rego na terra com as botas para desviar uma água que teimava em incomodar-nos. Lembro-me, a meio da noite, de acordar, olhar para a estrada que ficaria a uns 15 - 20m e de estar um Guardia Civil, fora da sua moto, a olhar fixamente para nós. Virei-me para o outro lado. Não nos importunou.
Tomámos o pequeno-almoço nessa estação de serviço e seguimos para Lisboa.
Apesar da chuva no dia anterior o calor era imenso durante o dia. Distraí-me com a gasolina e tive uma pane seca. A minha moto, apesar de só gastar 4 l/100 tinha o depósito pequeno e fazia, no máximo, 180kms. Vimo-nos no meio do nada sem nenhum recipiente com que pudéssemos fazer a trasfega de um depósito para outro do precioso líquido. Depois de muito vasculhar nas redondezas lá arranjámos um copo de iogurte ou coisa do género que deu para desenrascar. Mais à frente, dei conta que o meu depósito de óleo estava practicamente vazio pois já nem aparecia no visor. Não encontrámos na bomba seguinte o Shell Two Stroke, o óleo vermelho recomendado exclusivamente pela Suzuki. Só havia uma marca qualquer espanhola (mineral e de cor verde) e óleo sintético a cerca de 1000 Pts o litro. Dada a magreza do meu Pré militar (3.000$00/mês) lá teve a Suzuki que beber verde.
Chegámos à fronteira do meio para o fim da tarde. Lembro-vos que ainda havia fronteiras policiadas, que era preciso passaporte, tudo pagava direitos, impostos, etc. Conscientes destes excessos de zelo eu trazia as sapatilhas novas calçadas, o capacete novo na cabeça e a máquina de calcular que tinha sido bem “marralhada” em Andorra entre o depósito e o suporte do saco, num enchimento em espuma para suprir a falta de tamanho do depósito.
Foi uma tourada. O guarda fronteiriço deve ter-nos achado muito suspeitos. Dois gajos novos, de moto, a barba por fazer, os cabelos a precisarem de mudar o óleo e as calças de ganga com seis dias de uso intensivo também não abonavam em nada a nosso favor. Começaram as perguntas:
Têm alguma coisa a declarar? Não tínhamos. Os capacetes suplentes eram para as gajas? Ora abram lá as essas mochilas. Tirou tudo o que lá havia e que não passava de roupa suja a tresandar. Como não encontrou nenhuma substância ilegal, que parecia apostar que nós trazíamos, deixou-nos seguir.
Chegámos a Lisboa por volta da meia-noite e os primos dele ainda não tinham chegado. Como o meu amigo dormia lá muitas vezes por estar lá na marinha, tinha chave. Abrimos o sofá cama da sala e está a xonar. Eu estava tão esgotado que os primos chegaram às 3 da manhã e eu ainda tinha a mão no interruptor do candeeiro que desligara três horas antes.
Amigos, esta foi de facto uma viagem inesquecível e daquelas vivências que darão muito gozo contar aos netos mesmo correndo o risco de dar maus exemplos.
A esta distância algumas das circunstâncias e peripécias desta viagem podem parecer-nos inadmissíveis como: a ausência de planeamento, de equipamento adequado, de cuidado, de dinheiro, os insuficientes cuidados de higiene etc. Mas tudo isto tem que ser explicado à luz do seguinte contexto: tínhamos 22 anos de idade, eu ex escuteiro e com muitas noites ao relento, ambos no cumprimento do serviço militar onde eram rainhas as manobras e semanas de campo e nove anos após a revolução de Abril numa época em que, Portugal não vivia grandes luxos. Espero tenham conseguido viver um pouco esta nossa viagem. Até sempre.
Re: Andorra 1984
Necessito responder....
Sou das primeiras gerações pós 25 de Abril, pelo que não conheci o regime anterior!
Estava na 1ªclasse quando Portugal assinou o Tratado de Adessão à então Comunidade Económica Europeia e tenho vagas ideias do que era a vida nos primeiros dias de Democracia no nosso país!
Agradeço-te pelo relato, que me faz recordar as minhas primeiras aventuras motociclisticas (10 anos de pois da tua) das quais quase não tenho registro; Por descreveres de maneira tão fiel o duro que era o Verão da Meseta Espanhola; por nos fazeres ver as desigualdades que existiam entre paises e podermos assim comparar e fazer um balanço de como estamos; e por nos lembrares que nem sempre foi facil passar de um lado para o da fronteira.
Dormir ao relento em pleno verão foi coisa que nos meus inicios fiz, porque me achava um Homem de "barba rija", que curiosamente nem tinha barba!
Acordei algumas vezes com um cão rafeiro a lamber-me a cara o que resultava inevitavelmente num susto para ambos.
A minha ultima foi San Sexo no principio da passada decada já com a Maria, em que o meu unico equipamento foi uma esteira para dormir na praia, onde um FDP borracho teve o prazer de me mijar em cima.....
Desde então, deixei de me castigar, e com a companhia da Simone fui amolecendo e hoje não passo sem a minha tenda, colchão insuflavel, etc, etc
Sou das primeiras gerações pós 25 de Abril, pelo que não conheci o regime anterior!
Estava na 1ªclasse quando Portugal assinou o Tratado de Adessão à então Comunidade Económica Europeia e tenho vagas ideias do que era a vida nos primeiros dias de Democracia no nosso país!
Agradeço-te pelo relato, que me faz recordar as minhas primeiras aventuras motociclisticas (10 anos de pois da tua) das quais quase não tenho registro; Por descreveres de maneira tão fiel o duro que era o Verão da Meseta Espanhola; por nos fazeres ver as desigualdades que existiam entre paises e podermos assim comparar e fazer um balanço de como estamos; e por nos lembrares que nem sempre foi facil passar de um lado para o da fronteira.
Dormir ao relento em pleno verão foi coisa que nos meus inicios fiz, porque me achava um Homem de "barba rija", que curiosamente nem tinha barba!
Acordei algumas vezes com um cão rafeiro a lamber-me a cara o que resultava inevitavelmente num susto para ambos.
A minha ultima foi San Sexo no principio da passada decada já com a Maria, em que o meu unico equipamento foi uma esteira para dormir na praia, onde um FDP borracho teve o prazer de me mijar em cima.....
Desde então, deixei de me castigar, e com a companhia da Simone fui amolecendo e hoje não passo sem a minha tenda, colchão insuflavel, etc, etc
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ENDLESS ROAD
Re: Andorra 1984
Excelente crónica!
Conseguiste-me fazer uma viagem no tempo!
Muito mérito!
Sérgio
Conseguiste-me fazer uma viagem no tempo!
Muito mérito!
Sérgio
Última edição por Sérgio Oliveira em Ter Mar 08 2011, 14:12, editado 1 vez(es)
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Para saber basta viajar ou ler...
www.wizard.com.pt
Aequo Animo
Re: Andorra 1984
Que excelente crónica Rui, com fotos a sair do fundo do baú e a tornarem a tua crónica numa clássica genuína.
Gostei!
Toma lá e não é porque hoje esteja um mãos largas, é porque mereces mesmo
Gostei!
Toma lá e não é porque hoje esteja um mãos largas, é porque mereces mesmo
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Helder- Zero à direita
Re: Andorra 1984
Já não é a primeira vez que leio esta crónica e de cada vez que a leio me parece melhor. É um relato único. Mais uma vez obrigado, Rui (com todo o mérito).
paulo maldonado- Zero à esquerda
Re: Andorra 1984
É daquelas sem palavras tens todo o merito
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http://pelomundoem2rodas.blogspot.pt/
https://www.youtube.com/user/micasimba/videos
carlosferreira- Motociclista a começar.
Re: Andorra 1984
Boas
São lembranças destas que nos fazem lembrar o comodismo com que se vive hoje.
Não digo isto de maneira depreciativa, mas é o que eu acho, antigamente arriscava-se mais.
Mérito atribuído e bem atribuído.
abraço
São lembranças destas que nos fazem lembrar o comodismo com que se vive hoje.
Não digo isto de maneira depreciativa, mas é o que eu acho, antigamente arriscava-se mais.
Mérito atribuído e bem atribuído.
abraço
tdg-rui- A tirar a carta
Re: Andorra 1984
Parabéns Rui pela tua crónica , lembro-me de já a ter lido á uns tempos, na revista MOTOCICLISMO,( se não me engano) e agora posso aproveitar para te dar os meus parabéns, gosto muito de recordar e sentir a nostalgia dos velhos tempos.
Abraços
Abraços
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Honda Deauville 650; Vespa Px 125; Ford Escort Mk1 GT-HC 1974
NunoGavazi- Zero à esquerda
Re: Andorra 1984
Muito obrigado, Nuno. Foi na Motociclismo, sim...
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Felicidade é um modo de viajar, não um destino.
Roy Goodman
https://www.facebook.com/emergenciamotociclista?ref=hl
com4riding.blogspot.com
Andorra 1984
Férias Moto 1983
Re: Andorra 1984
Brutal ó Rui, não me canso de olhar para estas fotos desde há muitos anos...um dia digitalizo tambem umas coisas mais ou menos antigas que para ali tenho, mas espero mais uns tempos para ficarem mesmo antigas
Joao Luis- Já dorme com a moto!
Re: Andorra 1984
Joao Luis escreveu:Brutal ó Rui, não me canso de olhar para estas fotos desde há muitos anos...um dia digitalizo tambem umas coisas mais ou menos antigas que para ali tenho, mas espero mais uns tempos para ficarem mesmo antigas
Ó João esse elogio vindo de um viajante do teu calibre até me deixa
Digitaliza lá isso que também queremos ver...
Re: Andorra 1984
Falta lá esta foto do artisita . Como já não consigo editar o post fica aqui...
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Andorra 1984
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Re: Andorra 1984
Rui escreveu:Falta lá esta foto do artisita . Como já não consigo editar o post fica aqui...
Falta em que lugar? A 1ª de todas que não aparece?
Mas essa é pequena mesmo.
Diz onde a queres e eu coloco.
"V"
Re: Andorra 1984
Tambem já li esta aventura na motociclismo, mas aqui está mais completa. Parabens pela partilha, tambem tenho a minha primeira aventura de NSF125 estrada afora Lisboa-Covilha-Lisboa corria o ano de 1990. Talvez um dia tambem digitalize e ponha aqui
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Adeus Cabo Verde, Olá Caracas
Paulosantos- Zero à direita
Re: Andorra 1984
Serzedo escreveu:Rui escreveu:Falta lá esta foto do artisita . Como já não consigo editar o post fica aqui...
Falta em que lugar? A 1ª de todas que não aparece?
Mas essa é pequena mesmo.
Diz onde a queres e eu coloco.
"V"
É a primeira Fábio mas no Picasa está bem maior Se fizeres o favor fico "agardecido".
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Re: Andorra 1984
Paulosantos escreveu:Tambem já li esta aventura na motociclismo, mas aqui está mais completa. Parabens pela partilha, tambem tenho a minha primeira aventura de NSF125 estrada afora Lisboa-Covilha-Lisboa corria o ano de 1990. Talvez um dia tambem digitalize e ponha aqui
Obrigado. Ficamos à espera dessa crónica, Paulo...
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Re: Andorra 1984
Rui escreveu:Serzedo escreveu:Rui escreveu:Falta lá esta foto do artisita . Como já não consigo editar o post fica aqui...
Falta em que lugar? A 1ª de todas que não aparece?
Mas essa é pequena mesmo.
Diz onde a queres e eu coloco.
"V"
É a primeira Fábio mas no Picasa está bem maior Se fizeres o favor fico "agardecido".
Deve ser por teres copiado o link da miniatura, e não da fotografia em grande.
"V"
Re: Andorra 1984
Serzedo escreveu:Rui escreveu:Falta lá esta foto do artisita . Como já não consigo editar o post fica aqui...
Falta em que lugar? A 1ª de todas que não aparece?
Mas essa é pequena mesmo.
Diz onde a queres e eu coloco.
"V"
Pois foi...
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Re: Andorra 1984
Serzedo escreveu:Já está perfeito.
"V"
Thanks mate...
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Re: Andorra 1984
paulo maldonado escreveu:E onde é que tu estavas no 25 de Abril, Rui?
Estava na escola, no segundo ano do ciclo preparatório...
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