Voltinha ao "bairro" (solo ride) (03MAR2013)

Desde a memorável volta a Andaluzia que a Tiger não via a luz do dia… Pelo tempo, por falta de disponibilidade, por uma infecção respiratória que tive no inicio do ano, e por outras pequenas merdices que se atravessaram, que não sentava o meu real traseiro em cima da fantástica XC… Há pelo menos quatro anos que isso não acontecia, estar tanto tempo sem andar de mota… 4 meses com a bateria ligada à corrente, já mais parecia uma trotineta eléctrica…

Este fim-de-semana, tinha de ser!… Já tinha ali arranjado um espacinho da parte da manhã de Domingo, mesmo antes de almoço para fazer o gosto ao dedo.

Com muita pena minha, o itinerário não poderia ser longo. Não gosto de voltinhas ao “bairro”, mas nestas condições é melhor que nada...

Não planeei nada, e lembrei-me de testar uma funcionalidade do GPS que nunca haveria experimentado, a opção “winding roads” do Urban Rider, que é como quem diz “curvas se faz favor”. Supostamente neste modo são avaliados os percursos e é devolvido aquele que representa um bom equilíbrio entre percurso sinuoso e tempo.

E é mesmo isso que eu pretendo, umas boas curvas para "esfregar" o pneu. Ao destino Ericeira em modo “curvas”, o GPS respondeu-me 1h00 de caminho, pareceu-me óptimo. Preenchia na perfeição as cerca de 2 horas totais que tinha projectado… Vamos a isso.

Ao sair de casa o céu estava ameaçador e fiquei logo com impressão que vinha aí chuva… Que se lixe, um bocadinho de água de vez em quando não faz mal a ninguém.

Os primeiros 5 quilómetros foram um desassossego. O Tigre estava furioso e eu com ele!... Foi um festival de acelerador e travões, uma condução irrequieta à puto reguila…
Estava com ganas… Mas depois lá nos sossegámos, e veio o reconciliamento. Voltei a desfrutar do prazer da condução tranquila e serena que a Tiger também consegue proporcionar e que é tão bom quanto as sensações que os 99cv oferecem em altas rotações.

O Rider apontou a agulheta para Sintra, e pensei logo que me iria fazer passar por Pêro Pinheiro, que é geralmente o caminho por nacionais mais a direito... Mas não, chegando à vila apontou-me a estrada de Colares, onde começa o curvedo ligeiro.
Depois fez-me passar por uma série de aldeolas com nomes divertidos... Às tantas andava mesmo desorientado de todo, sem ter referência alguma, estava a gostar deste modo “curvas”. Numa destas aldeias (de nome Sacário) parei junto a um fontanário antigo, achei que dava uma boa foto.



O tempo para estes lados parecia aguentar-se, vendo-se no céu grandes rasgos de azul… A temperatura estava razoável, ao ponto de seguir de queixeira aberta e luvas de Verão.



Entre as aldeias, a estrada rodeadas de campos verdejantes tinha umas boas curvas, fáceis, agraveis e sem trânsito para empatar.



Às tantas este percurso desemboca em Assafora, e daí pela estrada habitual até Ericeira, também ela com curvas boas, ou boas curvas...
Pelo caminho muitos ciclistas, o que é óptimo, estamos a ficar saudáveis. O que não gosto, é quando o amigos dos pedais circulam em pelotão como se a estrada fosse uma imensa ciclovia… Amigos, temos pena. Se querem andar na palheta uns ao lado dos outros, comprem intercomunicadores… A velocidade a que andam é por si só já um atrapalho, mas se seguirem uns atrás dos outros, por mim não incomodam… Os que vão lado a lado, da minha parte levam uma razia bem medida de pôr os cabelos do rabo em pé!

Antes de chegar ao destino, lembrei-me de descer ao Santuário da Senhora do Ó, um local agradável onde se avista próximo o rio Lizandro.



Mais uma foto e siga para o destino.



De caminho cruzei com muito pessoal de duas rodas, e bolas, pareceu-me que o cumprimento já não está na moda. Ao todo, talvez 20% me devolveram o cumprimento, sendo que a iniciativa de saudar foi sempre minha… Devo estar a ficar velho e sentimental.

Não me alonguei na Ericeira, apenas o necessário para tirar umas fotos. Estava com o tempo contado e com gente à minha espera para o almoço.






Salta para cima da “bifa” e acelerador até casa. Aproveitei para fazer umas vias rápidas e limpar a goela do tigre.



Chegada tranquila a casa, seco e com um ar revigorante de satisfação… Mas soube a pouco, muito pouco!



Caneco, já quase me esquecia a maravilha que é este máquina…

Cumps!

sai mérito...voltinha brutal...e essa mota é linda mesmo...

para a pequena grande voltinha.

Uma voltinha rápida mas bem documentada
Claro que a Tigre é merecedora de

pela beleza das nossas máquinas e pelo tirar do pó de ambos!

Cobra boas

Bela voltinha aqui pelo meu quintal.
Obrigado pela partilha, saia um

Só uma sugestão. Para a próxima da Senhora do Ó para Mafra, com a Tiger o melhor caminho é este! ao lado do rio, claro!!


Abraço

José Carlos

pela voltinha!

Pela excelente ilustração!

Voltinha curta mas boa! Essa é o que eu chamo a voltinha dos tristes ( tristes por não dar para mais e por ser melhor que nada! ahhahha) que eu às vezes faço com a mulher e o puto de carro. Sabe sempre bem ir para esses lados! Lembra-me as muitas vezes que ia com o meu pai para a praia de S. Julião onde passava o verão. Bom nessas saidas é apanhar um camião que costuma estar parado a beira da estrada com o forno às costas e que faz um pãozinho com chouriço de chorar por mais!

Obrigado por me avivares a memória com coisas boas!

""De caminho cruzei com muito pessoal de duas rodas, e bolas, pareceu-me que o cumprimento já não está na moda. Ao todo, talvez 20% me devolveram o cumprimento, sendo que a iniciativa de saudar foi sempre minha… Devo estar a ficar velho e sentimental. ""

Não estás velho....simplesmente continuas com uma tradição que se está a perder infelizmente! Eu faço o mesmo diariamente e reduzo para 5% o feedback recebido! ahahahha Mas eu pensava que era porque agora ando de scooter e a malta já não liga aos pobres! Mas afinal parece que não é só comigo! Abraço!!!!!

santos466 escreveu:
""De caminho cruzei com muito pessoal de duas rodas, e bolas, pareceu-me que o cumprimento já não está na moda. Ao todo, talvez 20% me devolveram o cumprimento, sendo que a iniciativa de saudar foi sempre minha… Devo estar a ficar velho e sentimental. ""

Não estás velho....simplesmente continuas com uma tradição que se está a perder infelizmente! Eu faço o mesmo diariamente e reduzo para 5% o feedback recebido! ahahahha Mas eu pensava que era porque agora ando de scooter e a malta já não liga aos pobres! Mas afinal parece que não é só comigo! Abraço!!!!!

Acho que estamos todos a ficar mais velhos. Um costume que se está a perder. Numa voltinha lá por fora, até os carros ajudam a que as motos rolem. Encostam e deixam passar. Por cá....é o que se sabe.

Lá está é o que eu costumo dizer a alguns..."andar de mota é uma coisa, ser motociclista é outra muito diferente" se é que me entendem...

Como sempre ... muito Bom !!

Fiz essa voltinha há 2 semanas com umas amigas :-9


Essa moto ..... está a entrar no olho .... em Abril vou lá ver de perto

Cobra escreveu:(...)
Pelo caminho muitos ciclistas, o que é óptimo, estamos a ficar saudáveis. O que não gosto, é quando o amigos dos pedais circulam em pelotão como se a estrada fosse uma imensa ciclovia… Amigos, temos pena. Se querem andar na palheta uns ao lado dos outros, comprem intercomunicadores… A velocidade a que andam é por si só já um atrapalho, mas se seguirem uns atrás dos outros, por mim não incomodam… Os que vão lado a lado, da minha parte levam uma razia bem medida de pôr os cabelos do rabo em pé!
(...)

Uma volta excelente e com um relato que dá vontade de ir por esses belos caminhos, ainda por cima com o clima ideal

Mas quanto aos ciclistas lado a lado, na minha opinião não lhes devias fazer razias. Podes eventualmente adicionar a gota que falta para entornar o caldo em que eles vão, e causar um acidente com graves consequências para outra(s) pessoa(s) e até mesmo para ti, com responsabilização perante a lei.

Quando vou na minha BTT sozinho por uma bela estrada fora de meu pleno direito, levo sempre em mente que vou levar razias, e é triste sina ser assim. É que só atrapalho quem se atrapalha na estrada, sou facílimo de ultrapassar. A grande maioria dos condutores faz a razia, e certa vez uma besta que conduzia um camião de contentores até me empurrou para cima do passeio, só porque não quis abrandar porque estava a ser ultrapassado por um carro na faixa à sua esquerda. Mas o anjo que me guarda na moto também me ajudou ali e safei-me daquele aperto literal. E manda o código da estrada que ao cruzar-se com um ciclista o condutor deve guardar 2m de distância. Isso implica mudar de faixa ou ultrapassar. Na minha experiência quase ninguém cumpre isso e nunca vi ninguém ser penalizado por tal ilegalidade... E vou sozinho, o que ainda é pior! Quando ando em grupo nunca somos mais de 3, a fila indiana junto à berma em condições é o que manda a lei e cumpre-se.

Mas compreendo perfeitamente que alguns grupos de ciclistas se defendam da agressividade generalizada de outrem e ocupem assim uma faixa inteira, pois ao menos obrigam invariavelmente os rasantes a mudar de faixa ou ultrapassar e assim os ciclistas menos experientes do grupo podem ir mais seguros perto da berma. Comportamento gera comportamento. Nunca vi nenhum ciclista ser penalizado por tal ilegalidade, apesar de se colocarem em risco e a outros. Devem pensar que compensa um pouco aí, já que estão quase sempre em desvantagem e à mercê da boa ou má índole de outros.

Na minha opinião estão ambos mal.

Portanto, sabem o que eu faço quando me cruzo com um ciclista ou um grupo?
Mudo de faixa ou ultrapasso e desejo-lhes uma boa pedalada, não serei eu a fazer-lhes mal.

Sabem o que faço quando um ciclista passa um sinal vermelho ou muda de direcção sem sinalizar ou entra numa contramão? Penso que assim não vai durar muito.

Mais 1 M para o Cobra!!!

E quanto aos ciclistas tens toda a razão, o pessoal das bicicletas tem que andar em fila indiana!!! Um dia destes a chegar à rotunda do Furadouro (vindo de S.Jacinto) ultrapasso 50 (ocupavam a faixa toda) e espero que passe um carro na faixa contrária para ultrapassar os outros 50, não é que os gajos me começam a ultrapassar pela faixa contrária ... fiquei parvo no meio deles todos!!!!!!!!

O pior desses grupos grandes é que quando um se espalha depois é o efeito dominó...

Bela voltinha

Obrigado a todos pelos simpáticos comentários!

Atenção que eu disse "... levam uma razia bem medida de pôr os cabelos do rabo em pé!"

Quem me conhece e rolou comigo sabe que sou um tipo cuidadoso na estrada, ou pelo menos faço um esforço para isso e considero-me assim. Passei por eles com folga suficiente para desvios, mas de escape bem aberto.

O problema de andarem ao lado uns dos outros, é que quem os ultrapasse para respeitar a distância de 2m, teria de o fazer na berma da contrária. Não tenho nada contra o ciclismo e ciclistas, há anos atrás também pedalava muito pela estrada, mas tendo plena consciência que era o elo mais fraco sempre tive o cuidado de me salvaguardar e atrapalhar o menos possível.

E até acho que algumas estradas, pelo trânsito e morfologia não deveriam estar abertas a pedais.

Cumps!