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A (não) ida aos Picos - Solo Ride PT'13 _parte02
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Zecacbr
Elisio FJR
Carlos Balio
efepe
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A (não) ida aos Picos - Solo Ride PT'13 _parte02
13 de junho
Zambujeira - Vila Nova de Mil Fontes - Porto Covo - Comporta - Troia - Ferry - Alenquer - Cartaxo - Fátima
Um dia hiper-cansativo
Saí da Zambujeira. O objetivo era Alenquer, onde ia passar a noite.
Pés ao caminho e lá fui eu. Saí da Zambujeira. O primeiro objetivo era chegar a Troia e fazer a passagem de ferry até Setúbal. Daí ia até Alenquer. Uma viagem tranquila, pensava eu... ou não.
Depois da Zambujeira, aproveitei para ver Vila Nova de Mil Fontes, porque não me lembrava de ter lá ido. Mais uma vez, o vento insistiu em atrapalhar a condução. Cheguei e tirei uma ou outra fotografia. O caminho não era dos melhores (outra vez as retas e retas).
Saí e fui até Porto Covo. Mais umas fotos e uma voltita pela vila. Depois Comporta, para ficar uns minutos fora da moto, a apreciar o sol. Por esta altura já o vento tinha diminuído um bocado. Mesmo a tempo de estar na praia a apreciar um pouco de sol.
Não fora o material de andar de moto e estaria bem mais confortável. Mas lá está, o que tem de ser tem muita força... Depois de 5 minutos em estradão, estava de novo com o GPS apontado a Troia. Ia dizer adeus ao Alentejo e entrar em zonas mais povoadas. A confusão na estrada estava próxima...
A passagem de ferry é sempre engraçada. Moto parada, com o GPS a indicar caminho em cima de água. 15 minutos sem ter de conduzir a e avançar no percurso do dia. Cheguei a Setúbal e apontei para Alenquer.
A viagem até Alenquer foi uma verdadeira seca. Uma estrada em reta de 15 km, com muitos, mas mesmo muitos camiões a passarem, uma mulher completamente atrasada mental a ultrapassar numa contínua, que quase punha fim à minha viagem... foi assim até perto de Vila Franca de Xira. A partir daí entre na nacional 1. Tal como esperava, chegou o trânsito de camiões, o para-arranca, os semáforos... a altura certa para o cansaço começar a dar sinal.
Cheguei a Alenquer. As esperanças de a cidade ser bonita ou ter alguma coisa atrativa eram poucas ou nenhumas. Fui surpreendido. Não sei por que razão, gostei daquela encosta com casas baixas e o “ar de campo” tão perto de Lisboa. Fui encontrar o parque de campismo. Entrei. Fui à receção. Porta fechada. Fui ao bar do parque. Porta fechada. Estava quase a sair quando apareceu uma pessoa, supostamente responsável pelo parque. Eu não sou de avaliar pela cara, mas aquela mulher (na casa dos 30) tinha mesmo muito mau aspeto (“deve ter deixado a heroína há muito pouco” pensei). Fiz uma pergunta descabida, agradeci a informação e saí dali.
Parei num café de beira de estrada. Eram 4 da tarde e estava com alguma fome. Pedi uma bifana (muito boa) e sentei-me na esplanada. Meti conversa com os senhores que lá estavam, fiz perguntas sobre o parque (eles torceram o nariz e desaconselharam-me a lá ficar). “Vá para Santa Cruz. Aproveita a estrada (era a nacional 9, que no sítio onde passei anunciava 11 km de curvas!!!) e dorme em lá. Até tem vida noturna”. Hesitei. A ideia de fazer aquele bocado da estrada estava quase, quase a levar-me para a costa. Mas não queria fazer isso, até porque depois tinha de vir para o interior. Queria mesmo passar em Fátima.
Procurei parques e dei com um em Alpiarça. Hmm... fica junto ao Tejo e pode ser que a estrada até lá seja engraçada. Telefonei para o parque, só para ver se tinham lugares, como era, o preço, etc. ninguém atendia. 3 vezes liguei, três vezes foi parar ao voice mail. Pensei, “que se lixe, arranco e mais daqui a bocado volto a telefonar.” Lá fui eu. Desta vez a estrada era bem mais engraçada. Muitas curvas, verde, lezírias... muito, muito engraçado.
Eu estava a ficar um pouco cansado, mas aquelas curvas eram o que precisava para acordar. A certa altura tive de parar para ligar a tomada do GPS. Aproveitei para insistir com o parque de campismo. Nada. Mais uma vez, só podia falar com o voice mail. “Vou até ao Cartaxo e volto a telefonar”. E lá fui. Boas curvas, aldeias muito engraçadas e paisagem interessante.
E cheguei ao Cartaxo. Volto a ligar para Alpiarça e só a senhora da PT falava comigo. “Bem, vou ter de mudar de planos. Vou até Fátima.” Telefonei ao Jorge para o avisar que chegava um dia mais cedo. “Aparece, estou à tua espera!”, respondeu ele.
Ia eu à mala beber uma água... “a chave??? Não sei da chave da mala. me***, foda-se, perdi a p*ta da chave.” Aqui caiu-me tudo. Numa viagem que estava a correr lindamente, fico sem a chave de uma das malas. Uma delas tinha ficado sem estar trancada. “Porra, deixei a chave e ela caiu. Que me***”. Arranjei um bocado de arame para prender a mala que estava destrancada e segui para Fátima. E aqui agradeci ter perdido a chave. Para chegar a Fátima, vim por uma estrada carregada de curvas. Fez-me lembrar uma parte da Nacional 2, que fiz o ano passado. Eram curvas sucessivas, em subida. A certa altura percebi que estava na serra de Aire e Candeeiros. Foi quando olhei para o lado e vi a A1.
Cheguei a Minde, uma pequena freguesia a 10 km de Fátima. E a partir daí foi mesmo continuar a curtir. Estradas abertas, com muitas curvas. Um regalo para quem já andava há dois dias praticamente em reta.
E cheguei a casa do Jorge.
Foi um dia muito cansativo, com o episódio da chave a deixar-me furioso.
Mas que acabou bem.
14 de junho
Fátima - Chancelaria - Torres Novas - Tancos - Constância - Abrantes - Vila de Rei - Ferreira do Zêzere - Tomar - Ourém - Fátima
“Faz-me um roteiro com curvas. Estou farto de retas.”
Neste dia tinha de "decidir a minha vida". Ou rumava a norte (e dormiria em Góis) ou ficava mais um dia em Fátima e partia no outro dia. Em 3 minutos decidi que ia ficar. Pedi ao Jorge para me traçar um caminho para esse dia. "Quero fazer muitas curvas". Ele escreveu num papel.
Como ia voltar a dormir em Fátima, tirei as malas da moto. Tinha de ser. Assim ia curtir mais a estrada. Este foi o dia em que tirei menos fotografias com a máquina. Pus a Gopro a fotografar e eu iria apenas e só curtir estrada.
E assim foi. A primeira parte do caminho, até Torres Novas, foi feita a abrir (até aparecer um camião). Curvas abertas e a descer, com árvores dos dois lados. E eu a sorrir.
Em Torres Novas parei na praça 5 de outubro para a foto e presença. Depois ia em direção a Constância. O Jorge tinha-me avisado para ir até ao Castelo de Almourol. Não era a melhor coisa do mundo, mas valia a pena pela construção estar rodeada de água. E lá fui.
Sempre a acompanhar o Tejo (um trajeto previsto nos meus planos) fui andando em direção ao interior. Ao entrar em Constância (se não me engano) vi que existia uma pequena estrada a acompanhar o rio. Aproveite para fazer 15 minutos nesse percurso, com campos dos dois lados e o rio mais abaixo. Depois ia até Abrantes. Mais uma vez as curvas apareceram. Confesso que nem olhei muito para a paisagem. Como era dia de descanso, apenas me "concentrei" em curvar, acelerar, reduzir, passar de caixa, voltar a acelerar. A Gopro grava, pensava eu.
Como estava a 20 km de Vila de Rei, pensei em dar um salto (outra vez) ao Centro Geodésico de Portugal. E lá fui. 20 km "a abrir" (estrada larga, com algumas retas) até lá. E parei para mais umas fotos da praxe.
Depois Ferreira do Zêzere, a curtir curvas. Aliás, depois desta viagem fiquei a adorar a sinalização de curvas em Portugal. Significa diversão.
Em Ferreira almocei uma morcela de arroz e migas. Foi o almoço mais "pesado" de toda a viagem. Tão pesado que, quando cheguei a Tomar, deitei-me no parque do Convento de Cristo para dormir. Uma hora. Sim, uma hora a dormitar à sombra de uma azinheira.
Daí parti para Ourém. Parei para comprar tabaco antes de me voltar a fazer à estrada. De Ourém a Fátima foi inacreditável. Tinha duas escolhas: uma estrada com uma inclinação de 8% e a outra estrada. Como não sabia, fui por onde o GPS me indicava. E apareceu um parque de diversões a sério, recheado de curvas inclinadas. A estrada foi tão boa que consegui, em meia dúzia de quilómetros, tirar grande parte do óleo da corrente.
(Publico o vídeo deste dia quando o Youtube se "lembrar" de processar todos os vídeos)
Dia 15 de junho
Fátima - Anadia - Porto
“Foda-se, que estes gajos não respeitam sequer as duplas contínuas”
Era o dia da ressaca. Nã há história para contar, exceto a sandes de leitão a meio do caminho e os condutores que insistiam em ultrapassar em dupla contínua.
E cheguei a casa.
Balanço
Esta voltita por Portugal foi fabulosa. Confesso que, no início, a ideia de fazer os quase dois mil quilómetros sozinho me assustavam. "E se cair? E se a moto avariar? E se? E se? E se?". A ideia era ainda mais assustadora para as pessoas que estavam perto de mim. Namorada, família, amigos tinham os mesmos receios que eu, multiplicados pelo facto de não saberem onde estaria “em tempo real”.
Mas a melhor decisão que tomei foi mesmo fazer-me à estrada. Consegui ver sítios onde nunca tinha estado, fazer uma das coisas que me dá mais prazer - andar de moto - e estar sozinho. Isto não significa que não goste de companhia. Nada disso. Significa apenas que estive a fazer uma coisa diferente do normal.
Uma viagem que serviu também para pôr à prova as minhas capacidades de montar e desmontar uma tenda sozinho e de conversar comigo.
Mais uma que vai ficar como referência. Até fazer a próxima viagem.
Zambujeira - Vila Nova de Mil Fontes - Porto Covo - Comporta - Troia - Ferry - Alenquer - Cartaxo - Fátima
Um dia hiper-cansativo
Saí da Zambujeira. O objetivo era Alenquer, onde ia passar a noite.
Pés ao caminho e lá fui eu. Saí da Zambujeira. O primeiro objetivo era chegar a Troia e fazer a passagem de ferry até Setúbal. Daí ia até Alenquer. Uma viagem tranquila, pensava eu... ou não.
Depois da Zambujeira, aproveitei para ver Vila Nova de Mil Fontes, porque não me lembrava de ter lá ido. Mais uma vez, o vento insistiu em atrapalhar a condução. Cheguei e tirei uma ou outra fotografia. O caminho não era dos melhores (outra vez as retas e retas).
Saí e fui até Porto Covo. Mais umas fotos e uma voltita pela vila. Depois Comporta, para ficar uns minutos fora da moto, a apreciar o sol. Por esta altura já o vento tinha diminuído um bocado. Mesmo a tempo de estar na praia a apreciar um pouco de sol.
Não fora o material de andar de moto e estaria bem mais confortável. Mas lá está, o que tem de ser tem muita força... Depois de 5 minutos em estradão, estava de novo com o GPS apontado a Troia. Ia dizer adeus ao Alentejo e entrar em zonas mais povoadas. A confusão na estrada estava próxima...
A passagem de ferry é sempre engraçada. Moto parada, com o GPS a indicar caminho em cima de água. 15 minutos sem ter de conduzir a e avançar no percurso do dia. Cheguei a Setúbal e apontei para Alenquer.
A viagem até Alenquer foi uma verdadeira seca. Uma estrada em reta de 15 km, com muitos, mas mesmo muitos camiões a passarem, uma mulher completamente atrasada mental a ultrapassar numa contínua, que quase punha fim à minha viagem... foi assim até perto de Vila Franca de Xira. A partir daí entre na nacional 1. Tal como esperava, chegou o trânsito de camiões, o para-arranca, os semáforos... a altura certa para o cansaço começar a dar sinal.
Cheguei a Alenquer. As esperanças de a cidade ser bonita ou ter alguma coisa atrativa eram poucas ou nenhumas. Fui surpreendido. Não sei por que razão, gostei daquela encosta com casas baixas e o “ar de campo” tão perto de Lisboa. Fui encontrar o parque de campismo. Entrei. Fui à receção. Porta fechada. Fui ao bar do parque. Porta fechada. Estava quase a sair quando apareceu uma pessoa, supostamente responsável pelo parque. Eu não sou de avaliar pela cara, mas aquela mulher (na casa dos 30) tinha mesmo muito mau aspeto (“deve ter deixado a heroína há muito pouco” pensei). Fiz uma pergunta descabida, agradeci a informação e saí dali.
Parei num café de beira de estrada. Eram 4 da tarde e estava com alguma fome. Pedi uma bifana (muito boa) e sentei-me na esplanada. Meti conversa com os senhores que lá estavam, fiz perguntas sobre o parque (eles torceram o nariz e desaconselharam-me a lá ficar). “Vá para Santa Cruz. Aproveita a estrada (era a nacional 9, que no sítio onde passei anunciava 11 km de curvas!!!) e dorme em lá. Até tem vida noturna”. Hesitei. A ideia de fazer aquele bocado da estrada estava quase, quase a levar-me para a costa. Mas não queria fazer isso, até porque depois tinha de vir para o interior. Queria mesmo passar em Fátima.
Procurei parques e dei com um em Alpiarça. Hmm... fica junto ao Tejo e pode ser que a estrada até lá seja engraçada. Telefonei para o parque, só para ver se tinham lugares, como era, o preço, etc. ninguém atendia. 3 vezes liguei, três vezes foi parar ao voice mail. Pensei, “que se lixe, arranco e mais daqui a bocado volto a telefonar.” Lá fui eu. Desta vez a estrada era bem mais engraçada. Muitas curvas, verde, lezírias... muito, muito engraçado.
Eu estava a ficar um pouco cansado, mas aquelas curvas eram o que precisava para acordar. A certa altura tive de parar para ligar a tomada do GPS. Aproveitei para insistir com o parque de campismo. Nada. Mais uma vez, só podia falar com o voice mail. “Vou até ao Cartaxo e volto a telefonar”. E lá fui. Boas curvas, aldeias muito engraçadas e paisagem interessante.
E cheguei ao Cartaxo. Volto a ligar para Alpiarça e só a senhora da PT falava comigo. “Bem, vou ter de mudar de planos. Vou até Fátima.” Telefonei ao Jorge para o avisar que chegava um dia mais cedo. “Aparece, estou à tua espera!”, respondeu ele.
Ia eu à mala beber uma água... “a chave??? Não sei da chave da mala. me***, foda-se, perdi a p*ta da chave.” Aqui caiu-me tudo. Numa viagem que estava a correr lindamente, fico sem a chave de uma das malas. Uma delas tinha ficado sem estar trancada. “Porra, deixei a chave e ela caiu. Que me***”. Arranjei um bocado de arame para prender a mala que estava destrancada e segui para Fátima. E aqui agradeci ter perdido a chave. Para chegar a Fátima, vim por uma estrada carregada de curvas. Fez-me lembrar uma parte da Nacional 2, que fiz o ano passado. Eram curvas sucessivas, em subida. A certa altura percebi que estava na serra de Aire e Candeeiros. Foi quando olhei para o lado e vi a A1.
Cheguei a Minde, uma pequena freguesia a 10 km de Fátima. E a partir daí foi mesmo continuar a curtir. Estradas abertas, com muitas curvas. Um regalo para quem já andava há dois dias praticamente em reta.
E cheguei a casa do Jorge.
Foi um dia muito cansativo, com o episódio da chave a deixar-me furioso.
Mas que acabou bem.
14 de junho
Fátima - Chancelaria - Torres Novas - Tancos - Constância - Abrantes - Vila de Rei - Ferreira do Zêzere - Tomar - Ourém - Fátima
“Faz-me um roteiro com curvas. Estou farto de retas.”
Neste dia tinha de "decidir a minha vida". Ou rumava a norte (e dormiria em Góis) ou ficava mais um dia em Fátima e partia no outro dia. Em 3 minutos decidi que ia ficar. Pedi ao Jorge para me traçar um caminho para esse dia. "Quero fazer muitas curvas". Ele escreveu num papel.
Como ia voltar a dormir em Fátima, tirei as malas da moto. Tinha de ser. Assim ia curtir mais a estrada. Este foi o dia em que tirei menos fotografias com a máquina. Pus a Gopro a fotografar e eu iria apenas e só curtir estrada.
E assim foi. A primeira parte do caminho, até Torres Novas, foi feita a abrir (até aparecer um camião). Curvas abertas e a descer, com árvores dos dois lados. E eu a sorrir.
Em Torres Novas parei na praça 5 de outubro para a foto e presença. Depois ia em direção a Constância. O Jorge tinha-me avisado para ir até ao Castelo de Almourol. Não era a melhor coisa do mundo, mas valia a pena pela construção estar rodeada de água. E lá fui.
Sempre a acompanhar o Tejo (um trajeto previsto nos meus planos) fui andando em direção ao interior. Ao entrar em Constância (se não me engano) vi que existia uma pequena estrada a acompanhar o rio. Aproveite para fazer 15 minutos nesse percurso, com campos dos dois lados e o rio mais abaixo. Depois ia até Abrantes. Mais uma vez as curvas apareceram. Confesso que nem olhei muito para a paisagem. Como era dia de descanso, apenas me "concentrei" em curvar, acelerar, reduzir, passar de caixa, voltar a acelerar. A Gopro grava, pensava eu.
Como estava a 20 km de Vila de Rei, pensei em dar um salto (outra vez) ao Centro Geodésico de Portugal. E lá fui. 20 km "a abrir" (estrada larga, com algumas retas) até lá. E parei para mais umas fotos da praxe.
Depois Ferreira do Zêzere, a curtir curvas. Aliás, depois desta viagem fiquei a adorar a sinalização de curvas em Portugal. Significa diversão.
Em Ferreira almocei uma morcela de arroz e migas. Foi o almoço mais "pesado" de toda a viagem. Tão pesado que, quando cheguei a Tomar, deitei-me no parque do Convento de Cristo para dormir. Uma hora. Sim, uma hora a dormitar à sombra de uma azinheira.
Daí parti para Ourém. Parei para comprar tabaco antes de me voltar a fazer à estrada. De Ourém a Fátima foi inacreditável. Tinha duas escolhas: uma estrada com uma inclinação de 8% e a outra estrada. Como não sabia, fui por onde o GPS me indicava. E apareceu um parque de diversões a sério, recheado de curvas inclinadas. A estrada foi tão boa que consegui, em meia dúzia de quilómetros, tirar grande parte do óleo da corrente.
(Publico o vídeo deste dia quando o Youtube se "lembrar" de processar todos os vídeos)
Dia 15 de junho
Fátima - Anadia - Porto
“Foda-se, que estes gajos não respeitam sequer as duplas contínuas”
Era o dia da ressaca. Nã há história para contar, exceto a sandes de leitão a meio do caminho e os condutores que insistiam em ultrapassar em dupla contínua.
E cheguei a casa.
Balanço
Esta voltita por Portugal foi fabulosa. Confesso que, no início, a ideia de fazer os quase dois mil quilómetros sozinho me assustavam. "E se cair? E se a moto avariar? E se? E se? E se?". A ideia era ainda mais assustadora para as pessoas que estavam perto de mim. Namorada, família, amigos tinham os mesmos receios que eu, multiplicados pelo facto de não saberem onde estaria “em tempo real”.
Mas a melhor decisão que tomei foi mesmo fazer-me à estrada. Consegui ver sítios onde nunca tinha estado, fazer uma das coisas que me dá mais prazer - andar de moto - e estar sozinho. Isto não significa que não goste de companhia. Nada disso. Significa apenas que estive a fazer uma coisa diferente do normal.
Uma viagem que serviu também para pôr à prova as minhas capacidades de montar e desmontar uma tenda sozinho e de conversar comigo.
Mais uma que vai ficar como referência. Até fazer a próxima viagem.
________________________
A curtir o caminho...
efepe- A tirar a carta
Re: A (não) ida aos Picos - Solo Ride PT'13 _parte02
Aqui vai mais um
Uma bela voltinha muito bem relatada:palmas:
Uma bela voltinha muito bem relatada:palmas:
Carlos Balio- Já sai à rua a conduzir.
Re: A (não) ida aos Picos - Solo Ride PT'13 _parte02
E aqui o timelapse do quarto dia.
________________________
A curtir o caminho...
efepe- A tirar a carta
Re: A (não) ida aos Picos - Solo Ride PT'13 _parte02
Afinal já estava contado o final, só que eu não tinha visto ainda!!!
Delicioso mesmo, adorei!!!
Quanto às tuas hesitações, por favor Efepe, mete na tua cabeça que um dos grandes perigos nesta vida é que se tomem demasiadas precauções!!!!!!!!!! No Joke
Mais 1 M
Delicioso mesmo, adorei!!!
Quanto às tuas hesitações, por favor Efepe, mete na tua cabeça que um dos grandes perigos nesta vida é que se tomem demasiadas precauções!!!!!!!!!! No Joke
Mais 1 M
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MY LIFE IS A HELL!!!
Elisio FJR- Já sai à rua a conduzir.
Re: A (não) ida aos Picos - Solo Ride PT'13 _parte02
Saia mais um pra mesa do canto, regada com umas curvas, que eu também prefiro!
Abraço
Zé Carlos
Abraço
Zé Carlos
Zecacbr- Já conduz... mal!
Re: A (não) ida aos Picos - Solo Ride PT'13 _parte02
O berdadeiro biajante...
________________________
Felicidade é um modo de viajar, não um destino.
Roy Goodman
https://www.facebook.com/emergenciamotociclista?ref=hl
com4riding.blogspot.com
Andorra 1984
Férias Moto 1983
Re: A (não) ida aos Picos - Solo Ride PT'13 _parte02
Mais uma vez, obrigado a todos!
Rui, ainda não sou o "berdadeiro". Talvez para a próxima, quando fizer 5 ou dez mil. Ou um ano inteiro
Rui, ainda não sou o "berdadeiro". Talvez para a próxima, quando fizer 5 ou dez mil. Ou um ano inteiro
________________________
A curtir o caminho...
efepe- A tirar a carta
Re: A (não) ida aos Picos - Solo Ride PT'13 _parte02
O último parágrafo está na mouche! Muito bom!
Mais uma vez obrigado por partilhares!
Mais uma vez obrigado por partilhares!
________________________
Boas curvas!
Pedro Santos
*Fazer600 99 *Yamaha Thunderace 1000cc *Daelim S2 125cc *Fazer600 02
santos466- Zero à direita
Re: A (não) ida aos Picos - Solo Ride PT'13 _parte02
parabens
,, "Vá pra fora cá dentro"...
,,tb fiz parte desse trajeto e tb a solo e adorei!!
Obrigado pela partilha, excelente descrição e fotos.
,, "Vá pra fora cá dentro"...
,,tb fiz parte desse trajeto e tb a solo e adorei!!
Obrigado pela partilha, excelente descrição e fotos.
so.usa- Zero à direita
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